Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Esther Hamburger

‘No Japão, a TV não exibe as imagens dos atentados de 11 de Setembro. É incrível como aberrações que se tornaram corriqueiras, quase naturais, não o são do outro lado do planeta. Apesar da globalização, da uniformização tecnológica etc. e tal.

Se o choque dos aviões nas torres do World Trade Center, e o posterior megadesmoronamento que se seguiu, não aparecem na TV japonesa, o que dizer da recente tragédia envolvendo a escola cheia de crianças na Ossétia?

Ou das cerca de 40 explosões que marcaram o domingo, 12 de setembro, no Iraque? Com direito a imagens de um jornalista morto ‘em combate’, quando reportava diretamente das ruas de Bagdá?

As imagens da tragédia nova-iorquina foram espetaculares. A ação foi concebida e reverberou como tal na mídia ocidental.

As imagens recentes da escola russa são de outro tipo. Elas revelam detalhes de corpos feridos, pessoas amarradas a bombas. Sem nenhum efeito especial, a crueza atingiu em Beslan os limites do tolerável.

O atentado tchetcheno celebrou, com alguns dias de antecedência, o aniversário do evento cujo significado para o império americano talvez possa ser comparado ao da queda do muro de Berlim para o império soviético.

O acirramento da violência nas mais diversas esferas da vida contemporânea -das relações pessoais às internacionais- se traduz de maneira perversa na telinha. Ao menos na metade ocidental do globo.

A ausência de imagens consideradas muito violentas na TV japonesa, além de curiosa, decorre de convenções culturais que protegem as pessoas do excesso de intimidades e de inconveniências. Revela mecanismos estratégicos da guerrilha contemporânea.

Explosões via satélite queimam imagens condenadas em diversas culturas, corroendo, por dentro, países de mídia livre.

Diante das imagens de Beslan, dá vontade de viajar para o Japão. (Esther Hamburger é antropóloga e professora da ECA-USP)’



GLOBO INTERNACIONAL
Comunique-se

‘Globo Internacional anuncia parcerias’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 16509/04

‘A TV Globo Internacional (TVGI) completa cinco anos com 1,8 milhão de domicílios em 63 países e cerca de 1,7 milhão de assinantes. ‘É o canal de televisão por assinatura mais assistido por comunidades de língua portuguesa nos países onde está presente’, disse nesta terça-feira (14) o diretor de Distribuição Internacional, Marcelo Spínola, em coletiva que destacou o aniversário e anunciou as novas parcerias.

Primeiro canal internacional brasileiro transmitido 24 horas por dia, via satélite, a TVGI fechou um acordo de distribuição com a Comcast Cable – maior operadora de TV a cabo do mundo (mais de 21 milhões de domicílios). O acerto busca ampliar a área de abrangência nos EUA. A Comcast Cable distribuirá a programação da emissora nas duas cidades com maior número de brasileiros, em Miami (Flórida) e em Boston (Massachusetts). No ano que vem, o canal chegará a São Francisco (Califórnia). A TVGI já está presente em todo o país, via satélite, desde 1999.

Outro acordo, fechado este mês com a Sky e a Cablevisión (respectivamente as duas maiores operadoras de satélite e cabo do México), levará a programação da TVGI para mais de 150 mil domicílios.

A grade da programação é totalmente produzida pela TV Globo, com ênfase em novelas e minisséries, dez telejornais diários ao vivo, jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol e conteúdo produzido apenas para assinantes.

A TVGI avança em outros continentes. Até o fim do ano terá um canal para exibir a sua programação com horários adequados ao fuso horário da Europa e da África. A emissora espera vender publicidade tanto nessas regiões quanto no Japão, em que o canal será exibido com sinal próprio a partir de janeiro. Com os acordos, a Globo Internacional terá a TVGI/Américas, a TVGI/África-Europa e a TVGI/Japão.’



SONY & MGM
Carlos Coelho

‘Sony deve comprar MGM por US$ 5 bilhões’, copyright MMOnline, 14/09/04

‘A Sony anunciou na noite desta segunda-feira, dia 13, a aquisição dos estúdios da MGM, após o grupo Time Warner ter desistido do negócio. Segundo a BBC, a oferta da Sony é de US$ 5 bilhões, sendo mais da metade em dinheiro e o restante em dívidas do estúdio. O acordo permitirá acesso à Sony de todo o acervo de filmes do MGM, que possui títulos como Ben Hur, E o vento levou, O Mágico de Oz e a série James Bond, entre outros.

O negócio é atraente para a multinacional japonesa pois permitirá que ela comercialize novos títulos de DVD neste crescente mercado. A Sony aceitou pagar US$ 12 por ação da MGM, um total de US$ 2,93 bilhões, sendo o restante em dívidas. A direção da MGM deve recomendar a operação para seu conselho administrativo no próximo dia 27 de setembro, quando se reunirá.’



TV / MERCADO PUBLICITÁRIO
Cidade Biz

‘Telecom e TV puxaram faturamento do setor de serviços em 2002’, copyright Cidade Biz, 17/09/04

‘Os serviços de informação, que incluem as empresas de telecomunicações e televisão, tiveram a maior parcela do faturamento do setor de serviços não-mercantis (que exclui o comércio e as instituições financeiras), em 2002. De um total de R$ 290,5 bilhões, os serviços de informação ficaram com 31,6% e geraram 6,3% dos empregos do setor.

É o que informa a Pesquisa Anual de Serviços – 2002 divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na avaliação da analista sócio-econômica do Instituto, Juliana Paiva Vasconcelos, ‘telecomunicações foi o destaque do segmento, que com a introdução de novas tecnologias vem absorvendo um mercado consumidor cada vez maior’.

De acordo com a pesquisa, a atividade de telecomunicações faturou 65,1% do total gerado pelos serviços de informação em 2002, que foi de R$ 91,9 bilhões, e pagou uma média de 15,1 salários mínimos, a maior do segmento. No entanto, gerou a menor ocupação (19% dos 431 mil postos de trabalho) e reuniu o menor número de empresas (4% das 51 mil do segmento).

A telefonia fixa gerou em 2002 R$ 21,9 bilhões, a maior receita do setor de Serviços de Informação do país. No mesmo ano, no entanto, a telefonia celular, com um faturamento de R$ 8,7 bilhões, perdeu a posição de segunda maior receita obtida em 2001 para o segmento de serviços complementares de telefonia fixa, que são as assinaturas e mudança de titularidade, cujo faturamento foi de R$ 9,9 bilhões.

A venda de telefones celulares também caiu da 9ª para a 14ª posição entre os 20 maiores produtos dos Serviços de Informação, gerando em 2002 receita de R$ 1,5 bilhão.

Já a venda de equipamentos de informática, com receita de R$ 1,6 bilhão, passou da 22ª para a 13ª posição. Os serviços de acesso à Internet (provedores) também cresceram e faturaram R$ 1,5 bilhão, contra R$ 1,2 bilhão do ano anterior.

O setor de informática foi o que teve a maior participação em número de empresas (80,9%) e de pessoal ocupado (59,1%) e a segunda maior participação na receita (21,9%) dos serviços de informação do país em 2002 (a primeira foi telecomunicações, com 65,1%), como revela a Pesquisa Anual de Serviços – 2002 divulgada pelo (IBGE).

Entre as atividades de informática o destaque foi o produto Desenvolvimento de softwares sob encomenda, que faturou R$ 2,3 bilhões, representando 2,6% da receita do setor de Serviços de Informação e 13,4% das empresas de informática pesquisadas.

A venda de espaço para publicidade de merchandising na televisão aberta faturou R$ 5 bilhões em 2002 e ficou em 4º lugar no ranking dos 20 maiores produtos do setor. O produto representou 5,8% da receita do segmento e 47,1% da receita de serviços audiovisuais.

O produto serviços de programação básica de televisão por assinatura também cresceu e gerou em 2002 receita de R$ 2,1 bilhões. Juntos, os dois produtos geraram 8,2% da receita dos Serviços de Informação e 66,8% da gerada pelas empresas audiovisuais.’