‘Além de sonegar e corromper, ‘Os Ricos Também Choram’. A nova novela, que o SBT estreou na última segunda-feira, reúne a experiência de Henrique Martins, dos tempos do ‘Sheik de Agadir’, com a animação de um elenco competente, para bater na mesma tecla que a concorrência.
Cumprindo o contrato bizarro de adaptar textos mexicanos, o SBT admite alguma impertinência, oportuna. A heroína Mariana (Thaís Fersoza, ex-’Malhação’) enfrenta o coronel, um ‘velhote tagarela’.
Marcos Lazarini levou o original da cubana Inés Rodena para o passado. A inversão é curiosa, afinal foram os folhetins eletrônicos brasileiros que puxaram as tramas mexicanas para tempos contemporâneos. Ao realizar o movimento inverso -o drama acontece em uma cidadezinha fictícia nos anos 30-, o autor encontra terreno fértil para ampliar o escopo de sua história, adicionando elementos típicos daqui.
O romance cinderelesco é a base para digressões sobre a conjuntura política que opunha constitucionalistas a getulistas em um panorama de crise da agricultura cafeeira paulista.
A fórmula é conhecida. O pano de fundo procura tornar alguns lances de melodrama mirabolante verossímeis. Chega a ser hilária a seqüência em que Evaristo (Flávio Galvão) reconhece a marca de nascença no braço de Mariana. Três pontinhos dispostos como vértices de um triângulo revelam a identidade da filha. Ele a faz herdeira pouco antes de se atirar em um precipício.
A heroína justa terá que enfrentar a resistência da fútil viúva interpretada por Mika Lins -muito bem no papel de vilã- e de sua filha Sofia, vivida por Ludmila Dayer, que vem de uma boa atuação em ‘Senhora do Destino’.
Apesar de Silvio Santos, o SBT vem tentando apurar a qualidade de produção. Resta saber por quanto tempo e com que grau de inovação.’
Taíssa Stivanin
‘SBT cria banco de elenco fixo’, copyright O Estado de S. Paulo, 19/7/05
‘O SBT vai criar um banco de elenco fixo, com contrato de exclusividade, para as novas produções do núcleo de teledramaturgia. Os atores já estão sendo selecionados e devem ficar à disposição da casa por tempo indeterminado. Atualmente, os artistas recebem por participação em obra fechada, como o elenco de Os Ricos também Choram, com gravações previstas até dezembro.
A idéia é renovar o contrato de alguns deles já no novo esquema, como no caso da atriz Taís Fersoza, que protagoniza a trama. O banco de elenco já será utilizado para a novela, ainda não definida, que substituirá Os Ricos, no início de 2006.
Os bons índices de Esmeralda, que termina amanhã, motivaram Silvio Santos a investir mais na teledramaturgia. A novela alcançou picos de 17 pontos às 20h30, competindo com Jornal Nacional e América. O bom ibope atraiu anunciantes. Por conta disso, Os Ricos também Choram terá espaço para merchandising, com a inserção comercial no roteiro, estratégia inédita nas novelas da emissora.
A idéia de investir em um banco de elenco também estaria associada à abertura de um segundo horário de novelas. Mas esta é uma especulação antiga, que nunca saiu do papel, ainda mais com a estréia do telejornal apresentado por Ana Paula Padrão.
DONA BEIJA
Dona Beija, novela exibida na extinta TV Manchete, é a nova aposta da emissora. O SBT adquiriu o roteiro da trama, mas Silvio Santos estaria em dúvida sobre produzi-la novamente ou tentar adquirir as fitas originais, que pertencem à massa falida da Manchete.’
O APRENDIZ
Monica Bergamo
‘Éramos oito’, copyright Folha de S. Paulo, 20/7/05
‘As mulheres estão em baixa no reality show ‘O Aprendiz’, da Record. Das oito que começaram no jogo, seis já foram ‘demitidas’ nas gravações, que estão na metade. Entre os oito homens, apenas dois deixaram o jogo.’
OPRAH BRASILEIRA
Laura Mattos
‘À la Márcia, Eliana será clone de Oprah’, copyright Folha de S. Paulo, 19/7/05
‘A apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, celebridade mais poderosa do mundo segundo a revista ‘Forbes’, ganhará mais um ‘clone’ na TV brasileira. Sucesso nos EUA, ela estreou no Brasil em fevereiro e alavancou a audiência do canal pago GNT.
A exemplo da ‘ex-barraqueira’ Márcia Goldschmidt, que se prepara para ser a Oprah da Bandeirantes em um programa diário, a loirinha Eliana deixa seu lado Xuxa para tentar uma versão da mediadora de teledebates dos EUA.
O programa de Eliana, ‘Tudo É Possível’, estréia no dia 7/8 na Record e concorrerá por 15 minutos com o dominical ‘Jogo da Vida’, de Márcia. No fim de semana, a Record exibiu Eliana com a chamada: ‘O namorado de sua filha está a fim de você. E agora?’
Apesar do texto, a Record diz que o quadro será ‘Saindo com a Sogra’ e afirma ser baseado no ‘Date My Mom’ (‘Namore Minha Mãe’), da MTV dos EUA, do qual comprou os direitos. Mas, na verdade, no programa da MTV os participantes tentam obter informações sobre o pretendente com a mãe dele para decidir se engatam ou não o namoro. Nada a ver com a situação proposta pela chamada da atração de Eliana.
No GNT, Oprah ia ao ar de segunda a sexta, às 17h. Após atingir segundo lugar no Ibope na estréia e ampliar em 188% sua audiência no horário, o programa mudou para as 20h. As TVs brasileiras querem copiar Oprah pelo fato de ela unir popularidade e prestígio, o ‘paraíso’ para anunciantes.’
NET
Cristina Padiglione
‘Cultura sugere mais ‘patriotismo’ à Net’, copyright O Estado de S. Paulo, 20/7/05
‘Alvo de queixas da MTV e da Bandeirantes, a Net entrou também na mira de lamúrias da Fundação Padre Anchieta. A reivindicação de Marcos Mendonça, presidente da entidade – mantenedora da TV Cultura e do canal pago TV Rá-Tim-Bum – é a mesma da Band: prioridade aos canais nacionais no espaço disponível no line-up (grupo de emissoras) da operadora.
O caso da MTV também esbarra na requisição de mais um canal, e embora a emissora seja braço de um grupo americano, seu conteúdo é mais nacional do que a maioria das emissoras pagas abrigadas pela Net.
‘É uma questão de patriotismo, de brasilidade. A maior operadora de TV paga do País tem cinco canais infantis estrangeiros (Cartoon, Jetix, Discovery Kids, Nickelodeon e Boomerang) e não abre espaço para o único infantil nacional?’, questiona Mendonça. Já abraçada por pacotes da NeoTV, incluindo a TVA, a TV Rá-Tim-Bum alcança hoje 600 mil assinantes.
NOVAS PRODUÇÕES
Desde que foi lançada, no fim do ano passado, a TV Rá-Tim-Bum passou a ser uma espécie de avant-première da TV Cultura para as produções bancadas pela emissora. Assim, os 52 episódios da nova safra do Cocoricó – programa que se contentava com reprises havia dois anos – estrearam há alguns meses na TV Rá-Tim-Bum e desembarcam na TV Cultura na segunda-feira, com seis novos infantis.
A nova linha de títulos, no ar às 10 e às 14 horas, inclui: Qual É o Bicho?, em parceria com o Zoológico de São Paulo; o Zum, Zum, Zum, com curtas-metragens de animações brasileiras; o Agendinha, com o ótimo João Paulo Bienemann dando dicas culturais para a galera de até 12 anos; o Baú de Histórias, que traz clássicos infantis por meio de dois contadores de história (os atores Sérgio Serrano e Cristiane Nogueira); o Mostre Sua Língua, em que o professor Pasquale contracena com o amigo-boneco Coisinho para esclarecer dúvidas de português; e o Tá na Hora com DJ Cão, espaço para videoclipes infantis.’