‘O tema da informatização da administração pública no Brasil ganha a cada dia mais importância e mais fontes de conhecimento e de estudo. Uma das melhores contribuições nesse sentido acaba de ser dada pela Editora Saraiva, ao publicar o livro E-Government – o governo eletrônico no Brasil, um conjunto de artigos sobre o assunto, sob a coordenação de duas especialistas, Florencia Ferrer, doutora em Sociologia Econômica e pós-doutorada em governo eletrônico, pela USP; e Paula Santos, Chief Executive Officer (CEO) e co-fundadora da Vesta Technologies, com larga experiência internacional e formação acadêmica em Lingüística e Ciência da Computação.
O início – No começo tímido dos anos 1970, só dispúnhamos dos números telefônicos de três dígitos, para atendimento de urgência, tais como o 190 (Polícia Militar), 192 (Pronto Socorro), 195 (falta ou vazamento d’água), 199 (Defesa Civil). De lá para cá, a experiência brasileira alcançou muito maior amplitude e estágio bem mais avançado nos anos 1990 na gestão do ex-governador paulista Mário Covas e, finalmente, na de Geraldo Alckmin, com a consolidação de um projeto como o Poupa Tempo, em que o cidadão pode obter, num único local, com a maior rapidez, informações, documentos, certidões, segundas vias e outros atendimentos que, há poucos anos, exigiam longa espera e uma montanha de procedimentos burocráticos.
Tenho focalizado, nesta coluna, alguns exemplos de iniciativas brasileiras que servem de modelo para diversos países, entre as quais se destacam duas:
a) na área eleitoral, o Brasil é o único país no mundo com votação e apuração eletrônicas em todo seu território; b) na área tributária, mais de 95% das declarações de imposto de renda são feitas via internet, entre tantos outros tributos que já são pagos eletronicamente.
Num leque mais amplo de aplicações e soluções que pode oferecer, o governo eletrônico se caracteriza pelo uso intensivo das tecnologias da informação e da comunicação para racionalizar, simplificar e dar maior confiabilidade a todos os procedimentos que afetam a vida do cidadão e das empresas.
Evolução – A decolagem do governo eletrônico tem sido encorajadora no Brasil. E a qualidade se sobrepõe à quantidade das experiências. O País já aprende a usar as novas tecnologias como ferramenta de cidadania e de aumento da eficiência da máquina pública.
Para países emergentes, aliás, o governo eletrônico assume importância ainda maior quando se considera a possibilidade de aceleração do desenvolvimento econômico, político, social e administrativo, contribuindo significativamente para a superação de ineficiências, como as que constituem o ‘custo Brasil’.
Por mais críticas e queixas que ainda tenhamos de nossa burocracia, a experiência brasileira de e-government já se destaca como uma das principais referências nessa área, segundo recente estudo da ONU, que a classificou como de alta capacitação, à frente até de países como Itália, Japão e Áustria.
Diagnóstico – Para os autores, a economia digital não é uma opção, mas, sim, uma tarefa indiscutível dos governos. Assim, o livro oferece ao leitor um abrangente histórico e uma análise crítica dos principais projetos e iniciativas brasileiras, mostrando não apenas as políticas do atual governo mas também as tendências desse segmento. Não permanece nas questões tecnológicas, de orçamento ou de infra-estrutura, mas, aprofunda a discussão nos aspectos muito mais relevantes, tais como inclusão digital e cidadania, que têm como base a importância estratégica da informação na sociedade atual.
O livro foi concebido para ser referência definitiva sobre o tema. E conta, na verdade, com as principais autoridades na área em suas mais diversas esferas: pública e privada, do Brasil e do exterior, do governo atual e do anterior, federal e estadual ou municipal. Essa diversidade e o contraponto o tornam verdadeiro guia sobre o tema. O conjunto de análises mostra a importância da transformação do governo em prestador de serviços, eficiente e eficaz, ao menor preço possível, desobstruindo o dinheiro público e desburocratizando sua estrutura, mudando, enfim, seu relacionamento com a sociedade.
Equipe – Além do trabalho das organizadoras Florencia Ferrer e Paula Santos, o livro E-government – governo eletrônico no Brasil contou com a colaboração 28 autores, quais sejam: Adriano Queiroga, Alexandre Barbosa, André de Almeida, Antonio de Paula Braquehais, Beatriz Tibiriçá, Dalmo Nogueira Filho, Eduardo da Costa, Eduardo H. Diniz, Emilio Umeoka, Heloísa Tricate, Henri Eduard Stupakoff Kistler, João Adolfo de Rezende Ponchio, José Eduardo Santos Neves, Kleber Campos Rodrigues Filho, Marcelo Ferraz, Maria Alexandra V.C. da Cunha, Maria Virginia Barbosa de Vasconcellos, Ney Gilberto Leal, Paulo Camarão, Pedro Parente, Pier Carlo Sola, Roberto Meizi Agune, Rogério Santanna dos Santos, Sérgio Amadeu da Silveira, Vanda Scartezini, Victor Reis, Walter Soboll, Wolney Mendes Martins. Aos interessados, o livro está disponível nas lojas, no site da Saraiva e demais livrarias, por R$ 55.’
INCLUSÃO DIGITAL
‘A hora da revolução’, copyright IstoÉ, 9/08/04
‘O Ministério das Comunicações não vê a hora de abrir o cofre do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) e transformar os R$ 2,7 bilhões que estão parados lá desde o ano 2000 em políticas públicas de inclusão digital. O secretário-executivo da pasta, Paulo Lustosa, acredita que o excesso de regras do setor é um entrave. ‘Eu fui ministro da desburocratização e tenho a convicção de que não é possível regular tecnologia, e sim serviços’, disse, na abertura do Fórum Telecomunicações – Um Novo Salto para o Futuro, realizado em São Paulo, na quinta-feira 5, pelo departamento de seminários e palestras da Três Editorial. O evento ocorreu dentro da série ‘Fórum Istoé Dinheiro’ e contou com o apoio dos Correios e do Ministério.
O secretário disse que o governo vai tocar as políticas de inclusão com ou sem o dinheiro do Fust, que é arrecadado e gerido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – o fundo é formado por 1% da receita das operadoras. ‘Vamos estimular parceria com Estados, com municípios e entidades do terceiro setor. Enfim, vamos fazer com que a inclusão digital ocorra’, afirmou Lustosa, que usou dados do setor educacional para justificar a necessidade de se expandir o acesso à era digital no Brasil. ‘Alunos que têm internet em casa fizeram, em média, 22 pontos a mais no Enem do que os que não possuem o mesmo privilégio’, disse o secretário, representante do ministro Eunício Oliveira no evento. O Enem é uma prova que mede anualmente a qualidade do ensino médio.
O setor de telecomunicações vive, desde o início do governo Lula, um conflito de representatividade. O Ministério pretende retomar seu papel de gestor, entregue à Anatel durante a privatização do sistema Telebrás, em 1998. O clima se refletiu ao longo do seminário. ‘Bem, nosso colega da Anatel está aí para falar do Fust…’, provocou Lustosa, jogando a batata quente para Jarbas José Valente, superintendente de serviços privados da agência.
Valente não passou recibo na provocação e defendeu as conquistas do atual modelo do setor, calcado obviamente na regulamentação da Anatel. ‘A universalização foi significativa, com investimentos fabulosos’, disse. ‘Em cinco anos, praticamente se construiu um novo sistema Telebrás’, afirmou. Segundo dados da agência, o Brasil beira 40 milhões de linhas fixas e 60 milhões de celulares. ‘Em breve, seremos a quinta maior planta do mundo em telefonia móvel’, previu Valente. Sobre os recursos do Fust, ele se limitou a dizer que um projeto de lei que está no Congresso prevê que o Ministério passe a administrar a bolada.
O professor Márcio Wohlers, assessor especial do Ministério das Comunicações, falou sobre os ciclos tradicionais da tecnologia e o atual momento das telecomunicações brasileiras. ‘Hoje, estamos entrando numa fase de ouro, de amadurecimento, após um período de forte especulação’, afirmou. Tanto que o capital de risco, principal responsável pela bolha de investimentos do final dos anos 90, migrou para o setor de biotecnologia. ‘A fase agora é de compatibilizar receitas com investimentos, não mais de ganhos de escala e de expansão do conteúdo’, avaliou Wohlers.
O editor e diretor responsável da Três Editorial, Domingo Alzugaray, disse que o avanço das telecomunicações ‘tem impulsionado a economia e revolucionado a vida dos brasileiros’. Com a inclusão digital, certamente mais e mais brasileiros poderiam participar dessa revolução.’
WEBJORNALISMO
‘Jornalismo e Internet’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 5/08/04
‘O advento dos modernos meios de comunicação exige um profissional do jornalismo cada vez melhor. O jornalista que não se reciclar, que não fizer uma criteriosa revisão em seu estilo de escrever, que não estudar permanente e exaustivamente e não se informar, se possível, 24 horas por dia, até durante o sono, não terá espaço nesse novo mundo da Internet, com potencial imenso, mas ainda inexplorado.
Precisa deixar a vaidade de lado e cair na real. Ninguém, nenhum ser humano, por especial que seja, pela genialidade ou ecletismo que possua, jamais soube, sabe ou saberá de tudo. Diz-se, com muita propriedade, que o jornalista é ‘especialista em generalidades’. Ou seja, não se especializa em disciplina alguma. Todavia, conhece um pouquinho de tudo.
A tecnologia eletrônica promete maravilhas muito maiores do que as que já estão aí. Em termos de jornais, que é a minha área, a atual geração de editores é pioneira na utilização de computadores, tanto na captação, quanto na elaboração das notícias e nas posteriores fases do processo informativo, como a edição, a paginação, a impressão e até a distribuição do produto final para os assinantes e para os pontos de venda.
Por falta de um balizamento, tivemos que aprender sozinhos, à força, da noite para o dia, como operar essas máquinas, que a princípio se nos apresentavam complicadas e assustadoras. Hoje, nenhum jornalista que se preze, repórter ou editor, novato ou veterano, concebe fazer um jornal que não seja utilizando os múltiplos e crescentes recursos oferecidos pela informática.
As primeiras empresas que se informatizaram estão tendo que investir em equipamentos cada vez mais modernos, mais sofisticados e mais ágeis, que operam cada vez mais rápidos, com maior eficiência e disponibilidade de recursos, para não serem vencidas pelas concorrentes. Na atualidade, nem mesmo os mais despretensiosos pasquins de bairros ou os simples boletins de empresas ou de sindicatos, são confeccionados da forma artesanal, que não faz muito caracterizava os diários de maior circulação no mundo. São todos informatizados.
E vêm novidades por aí. Na área tecnológica, é impossível de prever onde a coisa vai parar. Qual a tecnologia que estará à disposição do jornalista deste terceiro milênio? Os limites, no caso, são os da imaginação. E esta pode voar livremente, rumo ao infinito, sem ser contida.
Fazer previsões é um exercício que muitas vezes nos conduz ao ridículo. Lembro-me muito bem das delirantes projeções que se faziam para o ano 2000, por volta de 1950. Dizia-se, na ocasião, entre outras coisas, que as viagens interplanetárias seriam rotineiras, que haveria colônias humanas em Marte e na Lua, que a cura do câncer seria uma realidade, que os transplantes de órgãos seriam coisas triviais, etc.etc.etc. Reportagens e mais reportagens foram escritas a respeito, dando tudo isso como favas contadas. Claro que nada, ou quase nada disso aconteceu.
O que posso detectar, portanto, na área das comunicações, são algumas tendências, que podem se concretizar ou não, dependendo de muitos fatores. Principalmente no que se refere ao método de se fazer jornal e à linguagem a ser adotada pelas várias mídias que veiculam trabalhos jornalísticos.
Interatividade
O jornalismo está tendendo, cada vez mais, a ser interativo. Ou seja, o destinatário da informação já tem, e vai ver isso ampliado cada vez mais, um canal direto de comunicação, via e-mail, ou por outros meios mais eficientes e mais rápidos, com cada editor de área. Por enquanto, pode apenas sugerir o que deseja ler. No futuro, poderá acrescentar detalhes às informações, enriquecendo-as e até corrigindo-as, quando for o caso.
Outra tendência que vislumbro, em prazo mais curto do que muita gente pensa, é o chamado ‘jornal sem papel’. Os assinantes irão receber diretamente em seus computadores, nas suas casas, escritórios e consultórios, todo o volume de notícias que passa atualmente pelos editores, que por falta de espaço, aproveitam apenas 20% ou menos desse noticiário. Tais informações serão constantemente atualizadas, ininterruptamente, 24 horas por dia. O assinante poderá selecionar o que mais lhe interessar e imprimir esses textos. Terá, dessa forma, um jornal absolutamente personalizado.
Nos Estados Unidos já se ensaia algo no gênero. No Brasil, os vários sites e portais são um embrião dessa futura imprensa. O jornal de papel, no meu entender, tende a desaparecer, principalmente por causa do absurdo custo econômico e ambiental para a fabricação dessa dispendiosa matéria-prima. A dificuldade, por enquanto, está tanto nos investimentos que terão que ser feitos pelas empresas, principalmente no que se refere à mão de obra, pois precisarão ter quatro equipes completas de repórteres, fotógrafos, editores, etc, quanto à forma de veiculação dos anúncios, que são a fonte mantenedora dos jornais.
Mas o papel tende a ser, num futuro não muito remoto, um produto cada vez mais raro. Por isso, precisará ter destinação mais nobre do que a atual. Para a sua produção, às vezes florestas inteiras precisam ser devastadas. E restam-nos tão poucas delas…Além disso, no processo da sua fabricação, poluem-se o ar, as águas, o meio ambiente enfim. E para complicar, o papel, jogado no lixo, leva anos para se decompor.
Já os chips de computador não apresentam nenhum desses problemas, São, basicamente, silício. Ou seja, em palavras simples: terra. E esta, convenhamos, há em maior, muitíssimo maior abundância do que árvores. Além do que, sua produção praticamente não gera poluição. Vai daí.
Outra tendência que vislumbramos no jornalismo é o da multimídia: da utilização crescente da imagem, do som e do texto conjugados, simultâneos, como meios de transmitir informações. Já há experiências bem-sucedidas nesse sentido em várias partes do mundo, que tendem a se acentuar.
Mas se as mudanças tecnológicas são muitas e vertiginosas, as conceituais são lentas e muitas vezes significam até um recuo na técnica de informar. É verdade que os meios de comunicação vivem, atualmente, uma fase de transição.
Novos conceitos
Uma tendência que certamente vai se impor e se acentuar é a da objetividade crescente dos textos, que serão cada vez mais curtos, contendo apenas os dados essenciais do acontecimento noticiado. Em contrapartida, o espaço destinado às imagens será muito ampliado. Os editores usarão cada vez mais recursos visuais que facilitem o entendimento da informação, como gráficos, quadros comparativos, infográficos, mapas, etc. Isso, tanto no jornal convencional, de papel, quanto e, principalmente, no eletrônico.
Neste novo jornalismo, infelizmente, não há mais espaço, pelo menos num primeiro momento, para as chamadas ‘matérias de fôlego’, aquelas reportagens extensas, especiais, que fazem a delícia dos que gostam de leitura, em especial nas edições dos domingos. Uma das razões é que são cada vez mais raros os bons textos do jornalismo, aqueles repórteres de estilo fluente e atraente. Hoje, autênticas fórmulas pré-fabricadas estão substituindo a criatividade. Mas os jornais vão ganhar em objetividade, rapidez e oportunidade.
Todavia, os amantes da palavra escrita não precisam temer, pois não será desta vez ainda que o ‘Planeta Guttenberg’ será destruído. Previu-se, nos anos 50, que o jornalismo do futuro seria essencialmente de imagens. Tolice. O texto está apenas se modernizando, sendo adequado a esta era vertiginosa e fantástica (para alguns, apenas louca), onde as pessoas não têm tempo para quase nada. Mas está longe da extinção. Pelo contrário.
Porém, quem não tiver a humildade de se reciclar, ficará de fora dessa revolução jornalística que está em andamento. Aliás, o jornalista da Internet está ganhando até um novo ‘rótulo’, uma nova designação. Não se trata, obviamente, de nova profissão, mas apenas de um novo nome, para diferenciá-lo desse convencional, de hoje, cujo texto, infelizmente, na sua grande maioria, convenhamos, nos mata de tédio e nos dá um sono danado por falta de criatividade. Não atrai as pessoas, salvo raras e honrosas exceções, por sua notória mediocridade.
O jornalista da mídia eletrônica vem sendo chamado, ultimamente, de ‘webwriter’ (que nos perdoem os puristas da língua e os ultranacionalistas, para mais essa poluição do português, com a adição de nova palavra inglesa ao nosso vocabulário corrente).
Quem é arrogante e acha que não tem mais nada a aprender, ou coisa alguma para melhorar, está morto como profissional, embora na maioria das vezes não se dê conta disso. Somos redatores, não artistas. Repito: não somos artistas, o que nos leva ao fato de que somos substituíveis, sim, senhor. Em suma, espane a poeira. Porque atrás vem gente. E como vem!!!
O pesquisador do Instituto para o Futuro, da Califórnia, Paul Saffo, em ensaio que escreveu intitulado ‘Pela Palavra’, publicado no livro ‘Reflexões para o Futuro’, lançado pela Revista Veja em 1994, em comemoração aos seus 25 anos de fundação, assinala: ‘Na verdade, a palavra escrita não apenas permanece — mas floresce como trepadeira, na fronteira da revolução digital’.
O intelectual norte-americano apenas reforça a profecia de Horácio, poeta da Roma Antiga, que há quase dois mil anos garantiu: ‘Litera scripta manet’. ‘A palavra escrita permanece’. A comunicação foi o fator preponderante que permitiu ao homem deixar as cavernas e partir em conquista das estrelas.
Das primeiras palavras inteligíveis trocadas por dois seres humanos ao milagre dos satélites; das pinturas sagradas nas paredes das cavernas à Internet; da invenção do alfabeto pelos fenícios ao milagre da multimídia, esse ser estranho, misto anjo e demônio, deu um salto de qualidade magnífico, da animalidade à racionalidade.
Estou convicto que, não importa o tempo que leve, saberá superar seus egoísmos, deficiências e contradições e se impor como rei da natureza, quando aprender de vez o princípio da bondade, da integridade e da solidariedade. Utopia? Talvez! Mas sonhar (ainda) não paga imposto! (*) Jornalista e escritor’
INTERNET / BUSCADORES
‘Páginas buscam e selecionam notícias’, copyright Folha de S. Paulo, 4/08/04
‘Na última semana, a Microsoft e o portal da rede de televisão norte-americana NBC lançaram o NewsBot (newsbot.msnbc.msn.com), uma página de notícias escolhidas automaticamente pelo computador. O Google já oferece um serviço semelhante, o Google News (news.google.com).
Segundo o anúncio oficial, o mecanismo da Microsoft, que atualmente funciona em versão de testes, busca notícias em aproximadamente 4.800 fontes diferentes e tem a capacidade de adaptar a ordem de publicação das manchetes de acordo com as preferências pessoais de cada usuário. O serviço do Google, que, apesar de estar há mais de um ano no ar, também está em versão de testes, divulgou que realiza a busca em 4.500 fontes.
As informações do Newsbot estão traduzidas para 18 idiomas diferentes e as do Google para dez, porém ambos não possuem versão em português.
Os dois portais utilizam tecnologias de seus sistemas de busca (MSN Search e Google) para encontrar as notícias recém-publicadas. A organização é feita a partir do número de visitas e links que estão direcionados a cada notícia. Apesar de utilizarem critérios semelhantes, não é raro ver as duas páginas dando destaque a notícias diferentes.
Nos testes realizados pela reportagem, enquanto o Newsbot mostrava os atentados no Uzbequistão como principal manchete, o Google News destacava a situação dos prisioneiros na base militar de Guantánamo.
A diferença também persiste nos resultados dos mecanismos de busca de notícias. Numa pesquisa pela palavra-chave ‘Corinthians’, o Google News mostrou como primeiro link uma notícia sobre a possível transferência do jogador Edu, ex-Corinthians. Já o Newsbot apresentou um link sobre a última partida realizada pelo time paulistano.
As informações estão organizadas de forma melhor no Newsbot. É possível ir direto ao tópico desejado apenas apontando a seta do mouse para os menus laterais que dividem as notícias por assuntos.
Ao colocar a seta sobre a seção de esportes, por exemplo, opções como golfe, tênis e olimpíadas aparecerão na tela. As imagens que ilustram as notícias do Newsbot também são maiores que as do Google News.
Outros endereços
Para encontrar uma notícia, o usuário pode utilizar o sistema de busca Daypop (www.daypop.com). Ele possui opções para pesquisar blogues e portais de notícia do mundo todo.
Para quem prefere se informar por meio de diários virtuais, uma boa opção é o Blogdex (blogdex.media.mit.edu). O site cria uma lista com links para os assuntos mais comentados em blogues. Com ajuda do portal News Index (www.newsindex.com), é possível receber boletins de notícias por e-mail ou adicionar uma janela na área de trabalho que exibe manchetes de vários sites.
Também existem as páginas para visualização de notícias no formato RSS (Rich Site Sumary). Com elas, o usuário é capaz de ler cabeçalhos e versões resumidas de informações vindas de jornais e blogues. No site News is Free (www.newsisfree.com), há links para várias fontes de informação. Há, inclusive, um projeto brasileiro que explica como o RSS funciona (www.rssficado.com.br).
Para os aficionados em informática, a melhor opção é o Daily Rotation (www.dailyrotation.com), que traz manchetes de mais de 300 sites especializados em informática e tecnologia.’
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‘Soft ajuda usuário a ler manchetes na internet’, copyright Folha de S. Paulo, 4/08/04
‘Para se manter informado usando o padrão RSS, é preciso usar algumas ferramentas simples. Semelhantes a programas de e-mail, os intérpretes de formato podem funcionar em conjunto ou independentemente de seu programa preferido para navegação na internet.
Para o primeiro caso, há o Pluck (4,4 Mbytes, grátis em www.pluck.com/download.aspx).
O software funciona como um componente extra do Internet Explorer 6. Para utilizá-lo, basta escolher e adicionar as fontes de notícias e clicar no botão que está localizado ao lado das ferramentas do navegador.
Para usuários dos navegadores Mozilla e FireFox, uma opção é o Aggreg8 (50 Kbytes, grátis em www.aggreg8.net) que funciona tanto com o sistema Windows quanto com o Linux.
Também há o NewsGator 2.0 (US$ 29; 2 Mbytes, com versão para avaliação em www.newsgator.com/downloads.aspx), que tem como diferencial a integração com o cliente de e-mail Microsoft Outlook.
Entre os programas independentes para leitura de notícias em RSS, o FeedDemon (US$ 30; 2,2 Mbytes, com versão de teste em www.bradsoft.com/feeddemon) merece destaque.
Ele já vem com diversos canais de informação previamente configurados e pode realizar busca por notícias de acordo com palavras-chave escolhidas pelo usuário.’