Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Ethevaldo Siqueira

‘Falar com o mundo, de graça ou por preços irrisórios, sem limites, de computador a computador, era um sonho que parecia distante. Mas já se torna realidade com a telefonia IP (internet protocol), em especial, para o usuário residencial. Graças ao software e ao marketing da Skype, uma operadora de telefonia virtual, totalmente desconhecida há apenas 12 meses, tudo que se esperava para daqui a três ou cinco anos, começa a chegar para mais de 10 milhões de usuários em todo o mundo.

Diante dos novos serviços da Skype, Michael Powell, presidente da agência reguladora norte-americana, a Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), confessou sua admiração: ‘Quando os inventores do Kazaa passam a distribuir um pequeno programa gratuito que permite a você falar com qualquer pessoa no mundo, com uma qualidade fantástica e ainda de graça, está tudo acabado. O mundo mudou para sempre a partir de agora.

Inevitavelmente!’

Estamos, sim, diante de uma quebra de paradigma, que muda radicalmente o modelo tradicional de negócios da telefonia, ao combinar dois fatores tão poderosos quanto a evolução tecnológica acelerada e a liberalização dos mercados.

Os primeiros beneficiários da telefonia IP eram até aqui os clientes corporativos, que obtinham grandes descontos, embora nem sempre com boa qualidade das ligações. Agora, a telefonia IP passa a oferecer alta qualidade e baixíssimo custo a milhões de usuários residenciais.

A empresa – A Skype foi fundada por dois empreendedores fundadores do site Kazaa, o maior distribuidor de música na web em todo o mundo. Um deles é Niklas Zennström, um sueco de 38 anos. O outro é Janus Friis. A empresa tem sua sede em Luxemburgo, e escritórios em Londres e em Tálin, capital da Estônia (www.skype.com).

Com mais de 10 milhões de usuários em 212 países, a Skype está ganhando tanto dinheiro que poderá tornar-se tão grande quanto a eBay, o Google ou a Amazon.com – segundo prevê James Fallows, da revista The Atlantic Monthly, autor de excelente artigo na edição do dia 05-09-2004 do jornal The New York Times. Para quem quiser conferir, eis o link:

http://www.nytimes.com/2004/09/05/business/yourmoney/05tech.html.

Simplicidade – Para se tornar cliente da Skype, basta entrar na web e baixar um software gratuito, que funciona com os principais sistemas operacionais de PCs, tais como Windows XP e 2000, Linux, Pocket PC e Macintosh OS X. Em seguida, o usuário deve dispor de um microfone em seu computador.

Se o interlocutor, na outra ponta, já dispõe do mesmo software, a ligação é totalmente gratuita. E com uma qualidade de som bem melhor do que a das ligações comuns, de telefones fixos. É a telefonia de alta fidelidade. Se não dispuser desse software, a ligação será completada pelos menores preços do mercado, graças a um serviço chamado SkypeOut.

As chamadas feitas via internet com o software Skype não são tarifadas pelas operadoras de telefonia pública, por duas razões. Em primeiro lugar, porque o usuário fala de computador a computador – ou, peer-to-peer (P2P), no jargão setorial – sem passar por centrais telefônicas de faturamento eletrônico. Em segundo, porque está navegando na rede mundial IP da web e não na rede telefônica tradicional. E o cliente da Skype tem uma vantagem adicional: suas ligações não são bloqueadas pela maioria das firewalls – que são filtros anti-spams e anti-hackers.

Os riscos – Ao lado de tantas vantagens, a nova tecnologia tem, contudo, alguns riscos. Embora a telefonia IP já tenha conquistado a adesão das grandes operadoras, como ocorre com a Verizon norte-americana e a AT&T, o advento e o crescimento explosivo da Skype trazem, a curto e médio prazos, uma ameaça à sobrevivência das grandes operadoras de telefonia no mundo.

O diferencial da Skype, que desequilibra a competição, pelo menos até agora, é o acesso muito mais fácil, mais rápido e mais barato para qualquer cliente individual ou mesmo corporativo, aos serviços da Skype, combinando preço irrisório (ou gratuidade) com qualidade superior. Além disso, a Skype passará em breve a oferecer serviços de caixa postal de voz (voice mail) e de chamadas com imagem de vídeo (video-call).

Que fazer, então? Matar a Skype e outras empresas do mesmo gênero que vierem a surgir? Não. Diante do novo paradigma, cabe às empresas operadoras tradicionais enfrentar o desafio rapidamente, reinventando seu negócio, da mesma maneira que a IBM e outros fabricantes de mainframes souberam reinventar seus novos produtos a partir da revolução dos PCs.

Phone-spam? – Outro risco da expansão mundial da telefonia IP é tornar-se tão invasiva e problemática quanto os e-mails, que se transformam em spams, atualmente. Ouvi até o neologismo, phonespam, que dispensa tradução. Mas, no momento, não há como resistir ao apelo das soluções da Skype. Os especialistas em pesadelos digitais lembram que a maioria dos novos serviços computadorizados pode permitir a criação de máscaras de identidade por hackers e piratas nesse novo mundo da telefonia virtual, com objetivos claramente fraudulentos. Outros estudiosos lembram as dores de cabeça que já nos causam as fraudes que infestam avanços tão úteis quanto os celulares, MP3 ou PDAs (Personal Digital Assistants).

Para quem quiser conhecer melhor a Skype e a telefonia IP, sugiro uma visita ao site www.skype.com.’



PUBLICIDADE & VENDAS
Marcia Furlan

‘Propaganda leva novas marcas ao topo’, copyright O Estado de S. Paulo, 10/09/04

‘Os altos investimentos em publicidade de algumas empresas alteraram a participação de suas marcas nas vendas de supermercados neste ano.

Utilizando celebridades na propaganda, o feijão Broto Legal subiu para o topo da lista dos mais vendidos. Desbancou o Kicaldo, da Gadkin Alimentos, agora na terceira posição. Também graças à aparição em horário nobre da televisão, os sabonetes Albany, da Friboi, chegaram à quinta colocação entre os mais vendidos da categoria.

Os dados são do levantamento anual da revista Supermercado Moderno, que apura o desempenho de vendas de marcas e fabricantes de 171 categorias de bens de consumo e produz um guia denominado Top Five. O trabalho, realizado há mais de 10 anos, serve para orientar os supermercados a definir o espaço dos produtos nas prateleiras.

Outra novidade no ranking deste ano é a entrada do detergente em pó Urca, da Rosatec. Com preço acessível e fórmula à base de óleo de coco – que promete ser menos agressiva e biodegradável -, chegou ao quinto lugar em volume de vendas.

Ao todo, 80 empresas que estavam fora da lista de 2003 começaram a figurar entre cinco primeiras este ano. Entre essas estão Ajinomoto (adoçante), Copersucar (cereal em barra), Itambé (creme de leite), Sófruta (extrato de tomate), Riclan (goma de mascar), Frangosul (lingüiça), Parmalat (molho de soja), Ceratti (mortadela), Nutrifoods (torrada) e Indaiá (água mineral).

Nas primeiras posições, a versão atual do guia trouxe poucas surpresas. No cálculo nacional, empresas como Unilever HPC (detergente em pó, desodorante, xampu); Nestlé (achocolatado em pó, creme de leite); AmBev (cervejas); União (açúcar); Gillette (aparelho de barbear); Colgate-Palmolive (creme dental); Johnson & Johnson (preservativo e protetor solar); Unilever Bestfood (maionese, sopa em envelope) continuam líderes.

Quando se analisam, entretanto, os resultados por regiões, empresas locais em alguns casos se destacam. No Rio, por exemplo, levando em conta a categoria biscoitos salgados, a Piraquê é líder, enquanto a Nestlé prevalece no critério nacional.

No Ceará, para o mesmo produto, a marca que mais vende é Fortaleza. ‘As diferenças regionais têm que ser observadas’, explicou Valdir Orsetti, editor da revista. O mesmo vale para empresas que, por seu tamanho, seriam líderes em várias categorias. A mesma Nestlé não consegue, por exemplo, destacar-se no segmento de água mineral, perdendo o título em alguns mercados para outras concorrentes.’



CARANDIRU NA TV
Daniel Castro

‘Filme ‘Carandiru’ vai virar série na Globo’, copyright Folha de S. Paulo, 12/09/04

‘A Globo está finalizando negociações com o cineasta Hector Babenco para transformar o filme ‘Carandiru’, de 2003, em série de televisão.

A idéia da Globo é exibir a série em pelo menos cinco episódios, em 2005, no mesmo esquema de ‘Cidade dos Homens’, seriado relacionado a outro sucesso do cinema nacional, ‘Cidade de Deus’.

Babenco disse que só irá se pronunciar sobre o projeto após fechar contrato com a Globo.

‘Carandiru’, baseado no livro ‘Estação Carandiru’, de Drauzio Varella, é o maior sucesso recente do cinema brasileiro. Foi visto por mais de 4,6 milhões de espectadores.

OUTRO CANAL

Profundo Para dar maior naturalidade ao apóstolo Paulo, que interpreta no filme ‘Irmãos de Fé’, com o padre Marcelo Rossi, o ator Thiago Lacerda cortou os próprios cabelos. Diz que na época em que o personagem viveu isso era comum. O ‘autocorte’ virou um ‘laboratório’.

Retorno Amiga inseparável de Caetano Veloso e de Paula Lavigne (mulher do cantor), Paula Burlamaqui voltará às novelas da Globo. Em ‘América’, ela interpretará uma suburbana que cuida de uma menina cega.

Cult Jorge Kajuru, recém-demitido da Band, vai participar do Video Music Brasil, da MTV, deste ano. Ele entregará um prêmio na festa do videoclipe nacional.’