‘A redação do mais novo jornal da capital americana, ‘The Washington Examiner’, tem apenas 16 jornalistas e a circulação é gratuita e restrita a bairros de classe média e alta da região. Parece um jornal de bairro, mas seu proprietário, o bilionário Philip Anschutz, quer rivalizar com o tradicional ‘The Washington Post’ e introduzir um novo modelo de jornal diário para todo o país.
‘O ‘Examiner’ apresenta um novo conceito de jornalismo que acreditamos se encaixar no movimentado mercado regional de Washington, no qual nossos leitores podem analisar os perigos do Oriente Médio num minuto e torcer pela filha de nove anos no futebol no minuto seguinte’, escreveu o publisher, James McDonald, na primeira edição do tablóide, que circulou ontem com uma tiragem 260 mil exemplares e 64 páginas.
A circulação do ‘Washington Post’ é de cerca de 700 mil exemplares diários e pouco mais de 1 milhão nos domingos.
O jornal, que será distribuído diretamente nas casas e também em diversos pontos da cidade, espera crescer com base em pesquisas de mercado nas quais o ‘Post’ é descrito com um jornal denso e arrogante demais. Assim como em várias partes do mundo, os diários americanos vêm perdendo leitores que alegam não ter tempo para ler e preferem buscar as notícias na internet.
‘Queremos que o nosso jornal seja parte da comunidade, e não acima dela’, disse o editor-chefe, John Wilpers, a um site local. ‘Mas também faremos jornalismo sério. Temos o objetivo de bater o ‘Post’ regularmente.’
Trata-se do segundo jornal da família ‘Examiner’. O primeiro circula há um ano em San Francisco, na Califórnia. A idéia é continuar expandindo.’
METRO
‘Jornal gratuito preocupa Murdoch’, copyright O Globo, 4/2/05
‘O jornal gratuito ‘Metro’ afetou as vendas do tablóide ‘The Sun’, a publicação de maior circulação da Inglaterra, admitiu o empresário Rupert Murdoch. Em entrevista publicada ontem pelo diário ‘The Guardian’, o presidente do grupo News Corp., que controla o ‘Sun’, disse que está observando com apreensão o mercado de jornais gratuitos e estudando estratégias para limitar seus prejuízos. Uma delas seria a News lançar seu próprio jornal gratuito.
Murdoch disse ter observado que, depois de algum tempo, os jornais gratuitos começam a ter um lucro modesto, mas prejudicam seriamente as publicações existentes.
Ele estima que o ‘Metro’, lançado em 1999, seja responsável por uma queda na circulação do ‘Sun’ entre 30 mil e 40 mil exemplares diários. Em dezembro, o número de exemplares vendidos do tablóide caiu para seu menor nível em 30 anos: 3,18 milhões. Cerca de um milhão de exemplares do ‘Metro’ é distribuído diariamente na Grã-Bretanha, sendo a metade em Londres.
O empresário resumiu sua preocupação com a concorrência: ‘Nós não gostamos de ver a circulação cair’.
Apesar da preocupação com o jornal, a News registrou alta de 80% nos lucros no quarto trimestre do ano passado: foram US$ 386 milhões, contra US$ 215 milhões no mesmo período de 2003. O crescimento foi puxado pelas vendas de DVDs da divisão de filmes do grupo, a Fox.’
BBC AUDITADA
‘Parlamento pede auditoria na BBC’, copyright O Globo, 4/2/05
‘Uma comissão do Parlamento Britânico enviou ontem ao governo um pedido para que a BBC passe por uma ampla auditoria sobre o uso do dinheiro público em suas operações. A maioria das verbas do conglomerado estatal de mídia vem da cobrança compulsória de uma taxa dos domicílios com TV no Reino Unido, num montante avaliado entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. O Comitê de Contas Públicas acredita que o modelo de avaliação atual, em que o governo e a diretoria da BBC entram em acordo sobre as áreas a serem examinadas, precisa dar lugar a um sistema em que Escritório Nacional de Contabilidade tenha independência em suas atividades.
Num relatório divulgado ontem, a comissão afirma que o novo sistema não ofereceria restrições à independência da BBC, mas faria com que o conglomerado obedecesse às mesmas regras em vigor para outras organizações que usam o dinheiro público. No entanto, a proposta deve fortalecer o lobby para que não apenas a empresa estatal tenha direito a usar o dinheiro da cobrança compulsória, um argumento defendido pelas rivais da BBC e endossado por um estudo encomendado pelo Partido Conservador, principal força de oposição ao governo do primeiro-ministro Tony Blair.
— Uma avaliação independente não significa qualquer ameaça à autonomia da BBC, mas garante que seja possível analisar como o dinheiro público está sendo usado — argumenta Edward Leigh, presidente do comitê parlamentar.
Pesquisas de opinião já revelaram que 65% a 81% dos britânicos são contra a cobrança compulsória, mas o governo manifestou reservas contra a extinção do imposto, temendo a mesma debacle registrada nos serviços públicos de comunicações nos EUA. Ainda assim, estudos do Ofcom, órgão regulador de mídia no Reino Unido, recomendam a divisão do bolo da licença de TV como um incentivo para os canais comerciais produzirem mais programas de interesse público.
A BBC tem suas operações regulamentadas por uma licença do governo britânico, que vence em 2006. Desde 2003, o conglomerado é um dos assuntos mais debatidos na Grã-Bretanha, especialmente depois de sair como principal culpado do inquérito que apurou denúncias de manipulação de informações sobre a invasão do Iraque por parte do governo Blair. A crise provocou a queda dos dois principais executivos da BBC, incluindo o popularíssimo diretor-geral, Greg Dyke.’
TIME WARNER
‘Time Warner dobra lucro no 4º trimestre’, copyright Folha de S. Paulo, 5/2/05
‘A Time Warner, maior companhia de mídia do mundo, anunciou ontem que seu lucro mais que dobrou no último trimestre de 2004 em comparação com o mesmo período de 2003, devido à expansão dos segmentos de TV a cabo e publicações.
A empresa de comunicação, que controla, entre outras, as redes de televisão a cabo HBO, CNN e Warner e a revista ‘People’, teve lucro de US$ 1,13 bilhão no período.
No quarto trimestre de 2003, os resultados da empresa foram prejudicados pelo prejuízo da gravadora Warner Music, que foi vendida no ano passado.
Os serviços digitais tiveram destaque no trimestre. A empresa registrou 197 mil novos assinantes de serviço de conexão de banda larga à internet e aumentou a base para 3,9 milhões de assinantes.’