Saturday, 02 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1312

Fábio Kerche


‘O Ministro Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, não anunciou nem tomou qualquer decisão que signifique uma ‘devassa’ nos contratos de publicidade do governo, como afirmou um importante jornal do País. Causou-nos estranheza que aquele órgão de imprensa não nos tenha consultado para checar a veracidade da suposta informação.


Os contratos de publicidade do governo são documentos públicos e estão, como sempre estiveram, à disposição dos órgãos de controle do Estado, a exemplo do Tribunal de Contas da União – um dos responsáveis por fiscalizar e auditar todos os contratos da administração federal.


Fábio Kerche


Assessor de Comunicação da Secretaria-Geral da Presidência da República’



TODA MÍDIA


Nelson de Sá


‘Sinônimo de pizza’, copyright Folha de S. Paulo, 29/07/05


‘O escândalo não abriu a escalada de manchetes do ‘Jornal Nacional’.


Não foi o segundo nem o terceiro enunciados. Nem o quarto nem o quinto. Em sexto:


– O procurador-geral quer mais provas para pedir a prisão de Marcos Valério.


A explicação para tal escalada só veio perto do fim do ‘JN’. Primeiro o apresentador:


– Políticos e empresários defendem blindagem para que crise não prejudique o país.


Depois a repórter:


– Empresários e até políticos da oposição defendem uma agenda para não parar o país e prejudicar a economia.


E o líder do PSDB no Senado:


– O Brasil tem de transitar até 31 de dezembro de 2006. Pontos de consenso devem mostrar um Congresso funcionando. E ao Executivo cabe mostrar o máximo de normalidade.


Por fim, entra o comentarista político da Globo:


– A temperatura, que andou elevadíssima, cedeu. Governo e oposição perceberam que a guerra de discursos estava envenenando. E deram sinais de conversar. Trata-se de um progresso, e dos dois lados.


Continuando:


– Mas entendimento não é sinônimo de pizza. Quem tiver culpa, soldado ou general, ligado a governo ou oposição, tem de ser punido. Nessa área não há acordão possível.


VELHOS ALIADOS


Na manchete, a crise que afetou ‘todos os setores da esquerda brasileira’


No registro do ‘JN’, ‘houve tumulto diante do hotel onde o presidente estava hospedado’.


A agência EFE distribuiu despacho, intitulado ‘Três presos em protesto de partidos de esquerda contra Lula’. No texto, preferiu falar em ‘ultra-esquerda’.


Mais esquerda -e não ultra- contra Lula.


A Reuters distribuiu despacho, reproduzido no site do ‘Washington Post’, dizendo que ele apelou aos ‘velhos aliados esquerdistas’ e teve ‘recepção variada’. Por exemplo, de João Pedro Stedile, do MST:


– Dissemos ao presidente que a saída da crise é se aliar ao povo. Para isso, precisa dar sinais claros de mudança na política econômica e infelizmente, até agora…


O tom na Globo News, em programa que entrevistou líderes como Plínio de Arruda Sampaio, não foi diverso. Nos meios mais à esquerda, a mesma coisa.


O jornal ‘Brasil de Fato’ ouviu ‘dez dirigentes ligados a diferentes organizações’, da Pastoral Operária ao PCdoB, e constatou que ‘consenso só em mudar a política econômica’. E a manchete do site Carta Maior:


– Superação da crise exige mudança na economia.


No site católico Adital, por fim, artigos relativamente simpáticos -de Leonardo Boff, defendendo ‘Preservar o legado de Lula’, e Frei Betto, dizendo que ‘a esquerda é vítima de sua incoerência’ na economia.


Com críticas na esquerda, Lula é festejado no mercado. No site da Bloomberg, o destaque era para ‘o maior salto no mundo’, dado pelas ações brasileiras. É que agora ‘a expectativa é que a investigação não alcançará Lula ou Palocci’. Do estrategista do Barclays Capital:


– Se é que ele foi afetado, o ministro ficou ainda mais forte como principal conselheiro de Lula.


E do analista do UBS, ao ‘Wall Street Journal’:


– Antes, o mercado se preocupava que Lula chegasse ao poder. Agora, se preocupa que ele saia.


BUSH VEM AÍ


O ‘Miami Herald’ e outros noticiam que ‘opositores querem barrar George Bush na reunião’ de cúpula das Américas, daqui a três meses na Argentina.


Mas ele vem, sobretudo agora que, no título do ‘New York Times’, o ‘Congresso aprovou o acordo de livre comércio’ com a América Central, ‘vitória crucial para Bush’. E não a única, nos dias que correm.


O ‘WP’ comemorou que ‘o dinâmico embaixador da Colômbia em Washington’ foi eleito com ‘uma maioria surpreendente’, apoiado até pelo Paraguai, para o BID. O ‘WSJ’, no perfil do eleito, sublinhou que ele ‘construiu o apoio nos EUA para o Plano Colômbia’.


Enquanto Bush não vem, o paraguaio ‘ABC Color’ destacou ontem em título que o ‘Brasil faz exercícios em coincidência com presença dos EUA’. No texto:


– O Exército brasileiro realizou exercícios de guerra na fronteira, coincidentemente com a presença de tropas norte-americanas em nosso país.’