COPA 2014
Clóvis Rossi
O trambique será eterno?
‘MADRI – A sete anos da Copa de 2014, um punhado de leitores já gritam ‘falta’ e decretam que haverá corrupção nas obras necessárias para o evento.
Mesmo quem trata publicamente do tema pode não explicitar o argumento, mas o deixa subjacente. A sensação mais ou menos difusa é a de que o Brasil está condenado a ser vítima permanente de maracutaias. Logo, elas ocorrerão também em tudo o que se relacionar com a Copa 2014.
Os antecedentes próximos e remotos dão razão plena às suspeitas. O problema é assumir que o país está condenado, permanentemente, a repetir todas as práticas viciadas que o caracterizam e que o levam a ocupar sempre um posto nada digno nos rankings de corrupção.
É grave supor que haverá trambique em relação a um evento que nem sequer começou a andar. Mas é perfeitamente compreensível: antes, ainda havia um partido (o PT) que se proclamava campeão mundial da moralidade pública, da ética -e, obviamente, das denúncias dos trambiques alheios.
Foi só esse partido chegar ao poder federal para que a máscara caísse. Caísse de uma forma estrepitosa, a ponto de sua cúpula ser rotulada de ‘organização criminosa’ pelo procurador-geral da República, rótulo aceito em princípio pelo Supremo Tribunal Federal. Até aí, portanto, tudo encaixa e permite que os candidatos a serem tituladores dos jornais de 2014 já ensaiem como melhor usar a comprida palavra ‘superfaturamento’ nos seus títulos.
Mas há um detalhe: o governo que estará em funções a partir de 2011 e até 2014 (o período essencial para as obras da Copa) será outro, a menos que Lula autorize mais um trambique, na forma de um terceiro mandato consecutivo. Será que a pátria tropical já abandonou toda e qualquer esperança de limpeza na vida pública, presente, passada e futura?’
Fernando Gabeira
Também fui brasileiro
‘HÁ UM VERSO de Drummond que diz: ‘Também sou brasileiro, moreno como vocês’. Continuo moreno, mas às vezes duvido se sou mesmo brasileiro.
Talvez pelos longos anos de exílio, ou pela ausência de um equipamento mental adequado, o fato é que fico perplexo no momento em que todos parecem eufóricos.
Acho estranho que governo e oposição briguem tanto em torno das verbas de saúde e sejam tão unanimemente festivos quando se comprometem a gastar com futebol. Não condeno gastos com a Copa, apenas lamento que essa ruidosa concordância não se dê em torno de outros temas essenciais.
Mais curioso ainda é o deslocamento de governadores para Zurique. Será que nenhum deles tinha algo mais importante a fazer? Em outras palavras: nenhum deles teve a coragem de dizer aos seus eleitores que a viagem, em termos de custo-benefício, não compensava?
Com tantos aspones, marqueteiros e puxa-sacos, certamente pesaram seus passos e acharam que sim, compensava, em termos eleitorais, participar da caravana internacional. Sempre nos acusam de espírito de vira-latas quando criticamos esse espalhafato. Mas não seria espírito de vira-lata toda essa ansiedade e oba-oba quando somos candidatos únicos? E essa história de escritores com metáforas duvidosas, essa mania de aplaudir entrevista coletiva, como fizeram como a de Ricardo Teixeira?
Será que os aspones acham que impressionam os repórteres? Teixeira usou na entrevista um recurso, momentaneamente, típico no Brasil. Questionado sobre a violência, afirmou que ela existe também nos EUA e na Inglaterra. Tirem EUA e Inglaterra e coloquem ‘governo passado’ e terão a fórmula mágica.
Pior que, na caravana, estavam governo presente, passado e, possivelmente, futuro. Lembro-me de que, quando jovem repórter, fiz, numa coletiva em Portugal, pergunta sobre a ambigüidade brasileira na ONU em relação à independência dos países africanos. O então chanceler Juracy Magalhães respondeu irritado: como é possível torcer contra o Brasil? Considerava as dúvidas como antibrasileiras.
Quando todos celebravam, amargava minhas dúvidas, não sobre a Copa, mas sobre essa trajetória de provincianos ruidosos em Zurique. Entre aplaudir a entrevista de Ricardo Teixeira e vaiar até minuto de silêncio, há margem de manobra. Continuarei vaiando os governos do passado, do presente e do futuro próximo. Certamente vão perguntar: como é possível torcer contra o Brasil? De certa forma, é minha especialidade. Se ser brasileiro é isso, não contem comigo.’
O SOL
Ruy Castro
O sol nas bancas de revista
‘RIO DE JANEIRO – Foi por aí, outubro, novembro de 1967. No rádio, Caetano Veloso cantava que ‘o sol nas bancas de revista’ o enchia de alegria e preguiça. Mas, para uma plêiade de meninos no Rio, aquele verso de ‘Alegria, Alegria’ se ouvia como ‘O Sol’ nas bancas de revista’, referindo-se ao jornal que Reynaldo Jardim acabara de lançar.
E por que não? ‘O Sol’ estava nas bancas. A continuação de ‘me enche de alegria e preguiça’ era ‘quem lê tanta notícia?’. E a namorada de Caetano, Dedé, era ‘foca’ da reportagem. Claro que o sol citado em ‘Alegria, Alegria’ só podia ser o jornal.
‘O Sol’ era um fascinante jornal-escola, feito por estagiários chefiados por pesos-pesados como Reynaldo, Carlos Heitor Cony, Ana Arruda, Otto Maria Carpeaux, Zuenir Ventura, Martha Alencar. E os colaboradores? Nelson Rodrigues, Chico Buarque, Ziraldo, Henfil, e até eu, que também tinha idade para ser estagiário. Inevitavelmente, durou pouco, quatro ou cinco meses. Mas todos que passaram por ele tornar-se-iam ‘nomes’ -Daniel Azulay, Rosiska Darcy, Nelson Hoineff, Luiz Carlos Sá, Tetê de Moraes, muitos mais.
Quarenta anos depois, Tetê, ex-diagramadora do jornal, reviveu ‘O Sol’ num belo documentário. O DVD, cheio de extras, acaba de sair. E uma das atrações é a entrevista com Caetano. Afinal, era ao sol ou ao ‘Sol’ que ele se referia em ‘Alegria, Alegria’?
Caetano foi delicado em insistir que não se lembrava. Mas as datas estão aí. Quando ‘Alegria, Alegria’ foi lançada no Festival da Record daquele ano, a 14 de outubro, ‘O Sol’ já estava nas bancas desde 21 de setembro. Só que a data final de inscrição das canções fora 26 de julho e, nesse dia, ‘O Sol’ era no máximo um lampejo nos olhos azuis de Reynaldo. A citação seria ilustre, mas ‘O Sol’ não precisa dela.’
FOTOGRAFIA
Salgado compila suas viagens à África
‘O continente africano sempre esteve na rota do fotógrafo Sebastião Salgado. Em 1971, ainda economista da Organização Internacional do Café, ele foi a Ruanda pela primeira vez.
Voltaria ao país em outras ocasiões. Em 1991, já com fama internacional, ele fotografou plantações de chá, parte de um projeto comunitário, cujo início teve sua participação 20 anos antes; em 1995, registrou a destruição desses campos e os horrores do genocídio que matou mais de 800 mil pessoas; e, em 2004, retratou gorilas e vulcões. Tudo captado em um perímetro de apenas 50 km.
Cerca de 300 imagens como essas, feitas ao longo de 30 anos de carreira, integram ‘África’, o novo trabalho do mais conhecido fotógrafo brasileiro.
‘O livro conta um pouco minha história, porque comecei a fotografar na África e, como escrevo na introdução, dedico-o a um amigo. É um pedaço da minha história, mesmo antes de ser fotógrafo’, conta.
A dedicatória é para Joseph Munyankindi, um hutu que Salgado conheceu naquela primeira viagem a Ruanda, assassinado em 1994.
Em entrevista à Folha, por telefone, de Paris, Salgado dimensiona o significado da África em sua trajetória. ‘O continente foi muito importante na minha fotografia. De certa forma, o livro é uma reaproximação com tudo o que fiz lá. O fato de trabalhar com Mia Couto [escritor que assina os textos], meu contemporâneo de trabalho na época da chegada da Frelimo [Frente de Libertação de Moçambique] ao poder, é outra razão para fazê-lo.’
Moçambique está entre as experiências com bons resultados que Salgado testemunhou. ‘Foi o único projeto das Nações Unidas de uma negociação de paz que deu certo. O acordo entre a Frelimo e a Renamo [Resistência Nacional Moçambicana] funcionou bem.’
O trabalho de Salgado ganhou projeção por levar ao mundo imagens de miséria e violência de lugares marcados por guerras e tragédias naturais. Em um perfil publicado na revista ‘New Yorker’, em 2005, o Amazon Images, escritório do fotógrafo em Paris, foi definido como uma filial solo da ONU, o que ele refuta. ‘É o ponto de vista do repórter. Claro que trabalhamos com uma grande quantidade dessas instituições, como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, o Unicef e a Organização Mundial da Saúde’, enumera. ‘Mas você não pode dizer que essas coisas, sozinhas, vão provocar mudanças. Elas fazem parte de um grupo de coisas que acontecem juntas. É um dos segmentos que levam à modificação.’
Por outro lado, Salgado é criticado por glamourizar a miséria em suas imagens. ‘É o ponto de vista deles [críticos]. O crítico nunca foi onde o fotógrafo foi, nunca viu o que ele viu. Tenho meu estilo. Algumas pessoas gostam, e outras, não.’
Em ‘África’, pela primeira vez Salgado apresenta fotos de natureza.
‘Não tem diferença nenhuma [fotografar gente e animais]. Tem que respeitar o bicho como se respeita o homem, saber como se aproximar. Com as paisagens é mais ou menos a mesma coisa, há uma certa dignidade nelas.’
As novas temáticas ampliaram seu trabalho. ‘Elas abriram uma nova fotografia na minha vida.’
‘Genesis’
As fotografias de natureza fazem parte de ‘Genesis’, oito livros com 30 reportagens sobre o planeta. Algumas dessas imagens estão em ‘África’.
‘Já destruímos 54% do planeta e ainda temos 46% relativamente intactos, que são as partes mais difíceis de destruir, como os grandes desertos e as terras muito frias’, diz.
‘Estou buscando mostrar que ainda convivemos com o gênese e que temos que preservá-lo. Pensamos em fazer uma exposição ao ar livre, criar um livro para o grande público, que seja relativamente barato.’ O Brasil será tema de pelo menos três dessas reportagens, com o Alto Xingu, Amazonas e Pantanal. ‘Criamos também um projeto educacional que testamos no Brasil e que está sendo aplicado na Espanha e na Itália.’’
Eder Chiodetto
Obra registra feridas com olhar humanista
‘Sebastião Salgado deixou a economia para se tornar fotógrafo. Mentira. Salgado adotou a fotografia há mais de 30 anos para se tornar um misto de economista, político de esquerda e repórter dos mais relevantes. Sua fotografia, calcada numa estética personalista, com as gamas de cinzas carregadas de dramaticidade, é a ferramenta com a qual ele realiza um contundente manifesto para denunciar as mazelas do capitalismo. Em ‘África’ essas feridas surgem sob o impacto de um olhar revoltado e humanista.
Como toda pessoa que se torna uma sumidade na sua área, Salgado é alvo de críticas. É comum ouvir comentários de que a miséria vista pela sua Leica se torna épica e glamourizada, que o fato de suas imagens valerem milhares de dólares esvaziaria o seu discurso e que ele encontrou uma fórmula de fotografar e se tornou refém dela. Polêmicas desse tipo mitificam ainda mais o fotógrafo e sua obra, inscrita na história da fotografia com a contundência que poucos alcançaram.
Algumas imagens de ‘Gênesis’, ao final de ‘África’, apontam para um fotógrafo que surge, sim, renovado. Ao tirar a miséria do foco e se desafiar a fotografar a fauna e a flora em preto-e-branco, Salgado coloca o fotógrafo em primeiro plano, para exibir seu raro senso de composição arrojada e percepção de luz.’
HARRY POTTER
Folha de S. Paulo
J.K. Rowling processa editora dos EUA
‘J.K. Rowling e a Warner Bros. estão tentando impedir judicialmente que a editora RDR Books, de Michigan, lance no fim deste mês um livro baseado no website de um fã de Harry Potter. ‘Harry Potter Lexicon’ (ou ‘Vocabulário de Harry Potter’) estaria infringindo os direitos autorais de Rowling ao tentar criar uma espécie de glossário. A própria Rowling tem planos de criar uma enciclopédia sobre as histórias do pequeno mágico britânico.’
CINEMA
MGM traz lista dos cem melhores filmes do AFI
‘Fanáticos por listas, reservem lugar no sofá: o documentário ‘AFI 100 Anos… 100 Filmes’ estréia hoje, às 22h, no canal MGM, com reprise amanhã, às 19h, e também nos dias 12, 23, 24 e 26, em horários variados. Apresentado pelo ator Morgan Freeman, ele apresenta um ranking dos filmes norte-americanos mais votados por cerca de 1.500 profissionais da indústria cinematográfica, críticos e historiadores.
O American Film Institute (AFI) realizou a primeira enquete do gênero em 1997. Agora, acrescentou filmes significativos feitos nos últimos dez anos à lista de 400 títulos que orientou as escolhas. O colégio eleitoral também foi alterado por mortes e inclusões de profissionais surgidos no período.
Na lista dos cem, apenas dois filmes mantiveram a posição de dez anos atrás: ‘Cidadão Kane’ (1941), em 1º lugar, e ‘Os Melhores Anos de Nossas Vidas’ (1946), em 37º. Entre as 22 novidades, a que entrou na melhor colocação foi ‘A General’ (1927), em 18º; desse grupo, vieram também o mais antigo (‘Intolerância’, de 1918, em 49º) e o mais recente (o primeiro ‘O Senhor dos Anéis’, de 2001, em 50º).
Os saltos mais significativos de prestígio, entre os que já estavam na lista, foram os de ‘Touro Indomável’ (1980), de 24º para 4º; ‘Um Corpo que Cai’ (1958), de 61º para 9º; ‘Luzes da Cidade’ (1931), de 76º para 11º; e ‘Rastros de Ódio’ (1956), de 96º para 12º. Como o programa se limita a apresentar os títulos da eleição de 2007, esses e diversos outros dados estão disponíveis no site do AFI (www.afi.com).
De acordo com o formato padrão em rankings, os eleitos são apresentados em ordem regressiva, com dois ou três convidados comentando a importância de cada um; sempre que possível, o papel é desempenhado pelos diretores e astros dos filmes. Há, também, os momentos familiares: Liza Minnelli fala da mãe, Judy Garland, em ‘O Mágico de Oz’ (1939), o 10º; Peter Fonda elogia o pai, Henry Fonda, em ‘Vinhas da Ira’ (1940), o 23º.
As homenagens incluem a manutenção, em tom sépia, de depoimentos feitos para a versão de 1997 por profissionais que morreram, como Jack Lemmon, Anne Bancroft, Janet Leigh e Billy Wilder.’
TELEVISÃO
Série mostra dia-a-dia de família de anões
‘Apesar do formato batido de reality -a família abre a casa e as câmeras acompanham o seu dia-a-dia-, a série norte-americana ‘A Pequena Grande Família’ (‘Little People, Big World’) tem algo de inédito na iniciativa de acabar com preconceitos contra os anões.
A ‘pequena’ família sobre a qual fala o título mora em Oregon, nos EUA, e é formada por pai e mãe anões (com 1,20 m) e quatro filhos, dos quais só um nasceu com baixa estatura. Para dificultar um pouco a história, o filho que sofre de nanismo tem um irmão gêmeo com a ‘altura média’, como definem os personagens.
Neste primeiro episódio, que vai ao ar hoje, às 21h, no People & Arts, o espectador acompanha as mudanças na vida dos gêmeos que, aos 15 anos, começam a não poder mais comprar roupas no mesmo departamento ou jogar futebol juntos.
A porção mais didática da série fica a cargo dos pais, Matt e Amy Roloff. Eles esclarecem os problemas médicos, os preconceitos e os obstáculos ordinários -como alcançar prateleiras altas no supermercado- que enfrentam os que não se desenvolveram como os que fazem parte ‘da média’.
Os 20 episódios dessa série acompanham por seis meses a família que já virou livro nos EUA, este intitulado ‘Little Family, Big Values’ (pequena família, grandes valores).
A PEQUENA GRANDE FAMÍLIA
Quando: hoje, às 21h
Onde: People & Arts’
Folha de S. Paulo
Quero ser Betty, a feia
‘O seriado colombiano ‘Betty, a Feia’ foi um sucesso que virou cult no Brasil, naquele estilo ‘é tão ruim que é bom’. Tanto que foi exibido duas vezes pela Rede TV!: em 2002 e 2004.
A personagem interpretada por Ana María Orozco deu a volta no globo e entrou no radar da atriz mexicana radicada nos EUA Salma Hayek, que resolveu bancar uma adaptação da série para a TV americana.
A Betty interpretada por America Ferrera (de ‘Quatro Amigas e um Jeans Viajante’, que arrebatou, entre outros prêmios, o Globo de Ouro e o Emmy de melhor atriz de comédia) estreou nos Estados Unidos no ano passado e conquistou de imediato o público e a crítica. Não é para menos.
É difícil a pessoa não se apaixonar pela fofa totalmente sem noção, cuja feiúra e simpatia contrastam com as instalações sofisticadas da revista ‘Mode’, onde trabalha. Seu guarda-roupa único inclui um indescritível poncho com a inscrição ‘Guadalajara’, coletinhos sem forma com cara de vovó e combinações tão descombinadas que ora parecem a mistura daquilo que ninguém se atreveu a arrematar no brechó e ora lembram um momento mais conceitual da grife Prada.
Transitando na seara das revistas femininas, a série consegue retratar o mundo gay sem preconceito e ainda cutucar exageros e frescuras daquele pessoal fashion que ainda acredita no estilo narizinho em pé.
Como se não bastasse, tudo isso ainda acontece em um escritório lindo de morrer, onde as cadeiras são de design assinado e a redatora-chefe tem uma salinha especialmente dedicada para a sua sagrada aplicação de botox.
A primeira temporada de ‘Ugly Betty’ estréia no canal pago Sony nesta quarta-feira, 7 de novembro, às 20h. Prepare-se, porque você vai querer ser igualzinha a ela.’
HOLLYWOOD
Sindicato dos roteiristas dos EUA anuncia greve
‘Depois de quatro meses de negociações infrutíferas com os estúdios de cinema de Hollywood e as redes de TV, o Writers Guild of America (sindicato dos roteiristas dos Estados Unidos) anunciou no final da tarde de ontem, em Los Angeles, que entrará em greve a partir de segunda-feira se até domingo não houver um acordo.
Após 3.000 membros do sindicato aprovarem o indicativo de greve na quinta-feira à noite, o órgão que representa produtoras e redes de televisão comentou não ficar surpreso com a decisão. O contrato existente entre as duas partes venceu na última quarta-feira. ‘Estamos prontos para uma reunião para fechar um novo contrato neste final de semana’, disse Nick Counter, presidente do grupo.
Os cerca de 12 mil roteiristas do sindicato pleiteiam maior participação nos lucros das vendas de filmes e seriados em DVD e na internet. Os estúdios dizem que a reivindicação poderia prejudicar o crescimento de produção em um momento de custos já altos, pouco lucro e competição com a pirataria.
Os trabalhadores argumentam que o mercado digital cresce e que é hora de os roteiristas desfrutarem desse avanço.
Caso se concretize a greve, os primeiros prejudicados devem ser os programas de entrevista da noite, como o ‘Late Show’, de David Letterman -os textos são montados no dia, a partir dos fatos mais frescos.
Já no caso dos filmes, há dezenas de roteiros prontos nas gavetas dos estúdios à espera de serem produzidos. Os seriados também têm capítulos escritos com antecedência, o que lhes dá meses de tranqüilidade.
A última paralisação da categoria aconteceu em 1988 e durou 22 semanas, o que custou à indústria cerca de US$ 500 milhões. ‘Pedimos que os estúdios voltem à mesa e façam ofertas justas’, disse Michael Winship, um dos dirigentes da entidade.’
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