Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Folha de S. Paulo

O FUTURO DO JORNAL
Ruy Castro

A vida virtual

‘RIO DE JANEIRO – O jornal impresso é uma mídia física. E, como todas as mídias físicas, corre sério perigo. Nem o tubarão australiano Rupert Murdoch quer mais ‘imprimir sobre árvores mortas’, como ele ingratamente disse. O jornal do futuro será um celular a ser levado na palma da mão, inclusive para o banheiro, que sempre foi o melhor lugar para ler jornal.

O livro também é uma mídia física. E, como tal, igualmente está com as barbas de molho. Para o seu lugar, já existe o (por enquanto, só nos EUA) Amazon kindle, um leitor de livros eletrônicos do estoque invisível da Amazon, a famosa loja virtual. A engenhoca ‘baixa’ milhares de títulos, do pioneiro ‘Le morte d’Arthur’, de 1485, ao último escritor afegão, irlandês ou africano inventado pelas editoras.

O CD também é uma mídia física, e já quase em estado ectoplásmico. Ninguém mais pensa em comprar discos. Com dois toques num aparelhinho, a música que você quer surge de uma discoteca no espaço e penetra para sempre no seu iPod, indo fazer companhia às 180 horas de música que você já armazenou e que, um dia, pretende ouvir, todas de uma vez.

E o DVD é outra mídia física em avançado estágio de decomposição. Assim como se ‘baixam’ músicas, ‘baixam-se’ filmes, legal ou ilegalmente -de ‘A Vida de Cristo’, de 1904, ao último Woody Allen, que ele ainda nem terminou de filmar-, para ser vistos numa telinha de três polegadas. Se você for monoglota, o pirata ‘baixa’ as legendas em português, e estamos conversados.

De repente, concluo que, como o jornal, o livro, o CD e o DVD, eu também sou uma mídia física. Donde, como eles, candidato à extinção. Talvez um dia me transforme num espírito puro, virtual. Mas, se puder escolher, vou preferir impuro -não sei se a vida apenas virtual tem essa graça toda.’

 

 

BOMBA
Folha de S. Paulo

Faxineira acha nova granada em prédio de jornal

‘O prédio da RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), que edita o jornal ‘Correio Popular’, na Vila Industrial, em Campinas (93 km de SP), foi evacuado ontem após uma faxineira achar uma granada embaixo de uma mesa.

Para a Polícia Civil, a granada provavelmente foi atirada em um atentado contra a RAC ocorrido em 21 de janeiro. Na ocasião, um outro explosivo foi jogado contra a sede, mas bateu na janela, caiu do lado de fora e não chegou a explodir.

Caso seja confirmada esta hipótese, o explosivo terá permanecido no mesmo local por 23 dias. A granada achada ontem, por volta das 15h e retirada pela polícia às 17h, estava próxima da janela quebrada em janeiro. A sala havia sido fechada logo após o atentado e só foi reaberta ontem para uma faxina.

Ninguém foi preso pela ação de janeiro. Uma das hipóteses apuradas é a de suposta ligação entre o atentado e uma reportagem que traçava o perfil de um criminoso preso e ligado à facção PCC.’

 

 

FOTOGRAFIA
Carla Romero

World Press Photo premia retrato da crise

‘No ano passado, o vencedor do World Press Photo, o mais importante prêmio de fotojornalismo do mundo, foi o registro de um soldado americano acuado em sua trincheira no Afeganistão. Na versão 2009 da premiação, já contaminada pelos humores da crise financeira gestada no mercado imobiliário americano, a foto campeã mostra a vistoria policial de uma casa desapropriada por falta de pagamento em Ohio.

O fotógrafo Anthony Suau fez o instantâneo em março de 2008, a pedido da revista semanal ‘Time’. O ensaio produzido pela publicação sobre a crise de solvência dos mutuários americanos, do qual a foto faz parte, conquistou o segundo lugar na categoria Vida Cotidiana.

Apesar de refletir com precisão o clima americano no prêmio principal, o World Press Photo é, de fato, global. Suas dez categorias premiaram 63 profissionais de 27 países, segundo anúnciou ontem a fundação World Press Photo, baseada em Amsterdã (Holanda). Três brasileiros tiveram trabalhos reconhecidos neste ano. Luiz Vasconcelos venceu a categoria Notícias Gerais, com uma foto originalmente publicada pelo jornal ‘A Crítica’, de Manaus. Ele registrou o momento em que a polícia de choque interveio em uma disputa por terras em fevereiro.

Na categoria Cotidiano, Eraldo Perez, da agência Associated Press, recebeu menção honrosa por um registro feito na favela do Coque, no Recife. A foto mostra um grupo de jovens aparentemente descontraídos em torno do cadáver de um rapaz. Já André Vieira, da agência Focus, conquistou o terceiro lugar na categoria Artes e Entretenimento por um retrato do estilista angolano Xhundos, feito em Luanda.

A entrega dos prêmios ocorre no próximo dia 3 de maio, em Amsterdã. No mesmo dia, uma exposição com os trabalhos vencedores será inaugurada na cidade antes de rodar o mundo. São Paulo receberá a mostra ainda em 2009.’

 

 

INTERNET
Raul Juste Lores

‘Blogueiro do Hizbollah’ quer exportar revolução iraniana

‘Conhecido como o líder do movimento Blogueiros do Hizbollah, Mohammad Masih, 20, comanda o contra-ataque conservador à blogosfera liberal iraniana. Há quase sete anos, ele tem dois blogs, visitados por mais de 10 mil internautas por dia, defendendo a Revolução Islâmica. Expert em internet, ele montou blogs para aiatolás e líderes conservadores sem muita intimidade com a rede.

Estudante de arquitetura, franzino e muito gentil, Masih defende a criação de uma União de Repúblicas Islâmicas e quer exportar a revolução a outros países muçulmanos.

Mas, prova de que até os conservadores sofrem dilemas com a modernidade, ele admite ver filmes de Hollywood, acha o chador muito rigoroso e quer montar um grupo de rap. A seguir, trechos da entrevista que concedeu à Folha no Café das Artes, em Teerã, um dos espaços mais liberais da capital iraniana, onde estudantes solteiras fumam e conversam com os namorados.

Exportar a revolução

‘Nosso objetivo é exportar nossa revolução a países como Jordânia, Egito, criar uma União de Repúblicas Islâmicas. O Irã é o maior responsável pela liberdade no Líbano e na Síria. Fortalecemos o partido que quer a liberdade dos palestinos, o Hamas, enquanto o mundo árabe defende o Fatah, que quer ‘a paz’ com Israel.’

Novo império

‘O mundo muçulmano é muito dividido, sunitas, xiitas, divisões que foram estimuladas e aproveitadas pelos britânicos, para nos colonizar e explorar. Precisamos de um novo império islâmico que faça florescer as ciências e as artes, como no passado. Não queremos ataques e invasões, nem gastar tanto dinheiro com armas.

Os reis muçulmanos de hoje só pensam em seu próprio luxo e conforto, não pensam na astronomia, nos estudos. O Irã valoriza a universidade.’

EUA ainda satânicos

‘Acho que o presidente Ahmadinejad não deveria falar em diálogo com os EUA. Os americanos ainda perseguem fins satânicos, o que não é negociável. Obama vai continuar no Afeganistão, no Iraque. Talvez Ahmadinejad queira fortalecer sua relação com o povo americano, não com o governo.’

Programa nuclear

‘Os EUA nunca terão coragem de atacar a Somália ou fazer uma nova guerra contra um país islâmico quando o Irã tiver mais poder. Nenhum presidente iraniano pode abandonar o programa nuclear. Precisamos ter armas para sermos respeitados. Seria um suicídio político abandonar o programa.’

Economia doente

‘Os resultados econômicos da revolução ainda são pobres, mas há diversas razões. Herdamos do xá uma economia destruída, sofremos sanções do Ocidente, não tínhamos a quem exportar. Sem as sanções, já seríamos uma superpotência. Nossos revolucionários não sabiam de teoria econômica, é algo que só está mudando agora. Mas, pelo menos, a distribuição de renda é muito mais justa hoje que na época do xá.’

Hollywood e rap

‘Quero montar uma banda de rap, ouço música americana, vejo filmes de Hollywood e comecei a ver a série ‘Lost’. Não é contradição, vejo o que não contraria as leis islâmicas. Artisticamente ainda somos pobres, os líderes religiosos precisam aprender e promover as artes aqui. Por isso estou estudando arquitetura.’

Regras de decoro

‘Acho certo censurar imagens sexuais na TV e no cinema. Pulo as cenas sexuais dos filmes. Não defendo o chador nem o vestuário totalmente livre. Sou contra as mulheres que usam roupas muito provocantes, que provocam e confundem garotos de 14 anos que não podem ter sexo. No Irã, temos uma taxa baixíssima de estupros e outras depravações.’’

 

 

AGRESSÃO
Folha de S. Paulo

Para jornalistas suíços, país foi injustiçado

‘A polícia de Zurique preparou um verdadeiro show de mídia para defender-se das acusações de descaso e apresentar as descobertas iniciais de sua investigação sobre a suposta agressão à brasileira Paula Oliveira. Depois de inicialmente ter dado pouco destaque ao incidente, a imprensa local despertou para o assunto diante da repercussão no Brasil -e compareceu em peso, enviando mais de 20 repórteres para a concorrida entrevista coletiva realizada ontem.

Ao fim da entrevista, o interesse dos jornalistas suíços em torno dos colegas brasileiros era quase tão grande quanto em relação aos especialistas. A principal curiosidade, sobretudo depois que os exames apresentados desmentiram a versão de Paula, foi saber porque o caso havia ganhado tamanha dimensão no Brasil.

‘Parece que os brasileiros tomaram conclusões muito rápido’, disse Karin Baltisberger, repórter do tabloide Blick, que ontem colocou o caso Paula na sua primeira página.

As próprias autoridades suíças admitiram que tiveram que contra-atacar depois que o caso ganhou repercussão no Brasil. ‘A polícia de Zurique preferiu não divulgar o caso imediatamente’, disse o porta-voz da polícia municipal de Zurique, Mario Cortesi. ‘Mas, como houve grande divulgação, resolvemos fazer uma ofensiva de mídia’, afirmou.

Entre os jornalistas suíços, a sensação é a de que o país foi injustiçado. Mesmo sabendo que a investigação ainda não foi concluída e que o resultado final pode comprovar a versão da advogada pernambucana, a maioria achava que a Suíça foi vítima de preconceito.

Presente à entrevista, a secretária de Justiça de Zurique, Esther Maurer, do Partido Social Democrata, fez questão de enfatizar que o país faz tudo para promover a integração dos imigrantes à sociedade suíça. ‘Consideramos muito valiosa a contribuição não só dos brasileiros mas de todos os estrangeiros para o nosso país.’’

 

 

LITERATURA
Sylvia Colombo

Contra o regionalismo

‘‘Para onde vou, Manaus me persegue’, diz o protagonista de um dos contos de ‘A Cidade Ilhada’, livro de Milton Hatoum, 56, que chega na semana que vem às prateleiras.

Como os narradores das outras histórias que compõem a obra, este está carregado de referências literárias e da personalidade do autor amazonense.

Porém, ainda que a maior parte dos textos se refira à Manaus na qual o escritor cresceu e à Manaus modernizada que hoje visita com frequência, Hatoum rejeita o rótulo de regionalista. E mais, considera necessário rever certos clichês construídos a partir desse conceito. ‘Graciliano Ramos não foi regionalista, mas um escritor brasileiro e universal, assim como Machado de Assis’, disse, em entrevista à Folha realizada na última quarta-feira, em sua casa, em São Paulo.

Para ele, a noção de regionalismo virou algo datado e deve ser contestada, porque pressupõe que exista em oposição a um romance central. ‘Kafka era da periferia, Flaubert, da província, García Márquez, também do interior. O que interessa é o que o escritor faz a partir de um centro simbólico, de um chão histórico.’

‘A Cidade Ilhada’ do título é a capital amazonense, que se transforma numa espécie de Macondo (cidade imaginária em que se passa ‘Cem Anos de Solidão’) para Hatoum.

‘Manaus carrega uma ambiguidade. É um lugar ilhado pela natureza, mas também um ponto de passagem. Dali partem narradores locais e para lá vão os narradores estrangeiros. Toda cidade portuária tem um lado sórdido, a pobreza, o crescimento desordenado, mas também concentra um encanto, do mistério e da expectativa do que virá no próximo navio.’

Estrangeiros são personagens importantes no livro. Há um japonês que viaja com o único objetivo de ver o rio Negro e depois ter suas cinzas jogadas ali. Um almirante indiano que quer conhecer um autor nativo. Um cientista suíço que perde a mulher para um dançarino local e volta, corroído de ciúmes, para a Europa.

Hatoum fala de sua infância marcada por essas figuras de fora, desde comerciantes à procura da loja de seu pai a turistas vindos nos transatlânticos. Além deles, pesquisadores de diversas áreas. Recentemente, registra a presença de músicos da Europa do Leste que vêm para a orquestra local e orientais atraídos pela movimentação da Zona Franca.

‘É um lugar que exerce fascínio em diferentes tipos de viajantes. De estudiosos a malucos aventureiros. E é também por causa de suas impressões que rejeito a ideia de regionalismo, pois ajudam a construir a memória local. Não apenas os amazonenses têm legitimidade para falar do Amazonas.’

Euclydes e Sartre

Ao ambiente que mescla nostalgia da adolescência com o pessimismo ao notar a degradação da cidade em crescimento desordenado, Hatoum incorporou célebres personagens reais. Euclydes da Cunha aparece num conto em que o narrador encontra, numa biblioteca da Califórnia, uma carta fictícia que o autor de ‘Os Sertões’ teria escrito durante uma verdadeira estada em Manaus, após o episódio de Canudos.

Em outra história, um velho poeta local lembra a passagem de Jean-Paul Sartre por ali, enquanto conversa com um jovem estudante que está de partida para Paris, carregando a ilusão de tornar-se escritor.’

 

 

MURDOCH
Sérgio Dávila

Biografia mostra faro para dinheiro de Murdoch

‘Quando Rupert Murdoch concluiu a ofensiva diplomática-financeira que foi a operação de compra do ‘Wall Street Journal’, em 2007, o empresário visitou a Redação do principal diário econômico dos EUA. Queria assegurar aos jornalistas que ele não era o brucutu que as páginas do próprio jornal haviam pintado então.

Subiu num palanque improvisado em quatro caixas de papel de impressora e, microfone em punho, disse que não interferiria no noticiário e que seus comandados continuariam a fazer o jornal que faziam. A frase inteira era mentira: quase dois anos depois, o ‘Journal’ é melhor que antes, e Murdoch interfere, sim, como de resto faz em todos as suas empresas. Não são poucas.

Aos 77 anos e com uma fortuna de US$ 8,3 bilhões (cerca de R$ 19 bilhões), o australiano naturalizado norte-americano é a 109ª pessoa mais rica do mundo, segundo a revista ‘Forbes’ (2008). É provavelmente a mais influente há mais tempo no universo da mídia e uma das mais polêmicas também.

Sua News Corporation controla jornais, sites, editoras, TVs e estúdios de cinema em três continentes, incluindo negócios no Brasil, em nomes tão familiares ao consumidor e díspares entre si como Fox, HarperCollins e MySpace. Nos últimos 30 anos, foi acusado diversas vezes e em diferentes países de monopólio e excesso de influência política. Na era Bush, sua Fox News foi a TV oficial da Casa Branca e dos neocons. Imprevisível, ele causou espécie quando seu tabloide ‘New York Post’ apoiou Barack Obama nas eleições.

Avesso à imprensa, principalmente àquela que não controla e que, avalia, o persegue, Murdoch ganhou a mais detalhada biografia já escrita sobre ele. É ‘The Man who Owns the News’, lançada em dezembro, cujo título, o homem que é dono da notícia, faz trocadilho com o nome de seu conglomerado e sua principal atividade. O autor é Michael Wolff, colunista da ‘Vanity Fair’, que passou nove meses se encontrando semanalmente com Murdoch, seus parentes e funcionários de suas empresas -o magnata deu acesso irrestrito ao jornalista, um fato sem precedentes. A única dificuldade, contaria Wolff num artigo na revista, resumindo o principal do livro, era entender o empresário.

Com sotaque australiano carregado, apesar de morar nos EUA desde os anos 70, Murdoch resmunga muito, em especial quando contrariado. Não raro, o autor saía dos encontros semanais sem ter entendido metade do que ouvira.

Narrativa à Wolfe

Do relato, colorido e cujo estilo lembra o de Tom Wolfe, sai um empresário com faro sem igual para fazer dinheiro, que apesar das múltiplas atividades se define primeiro como um ‘homem de jornais’ e que transformou um pequeno e endividado império jornalístico australiano herdado do pai na atual potência global.

Ainda assim e ainda hoje, Murdoch se sente um ‘outsider’, um marginal entre seus pares. É o que defende Wolff depois de gravar 50 horas com Murdoch e entrevistar seus filhos mais velhos e até sua mãe, de 99 anos, que vive na Austrália e o recebeu apenas depois de um telefonema do filho autorizando-a a ‘contar tudo’.

Adquirir o ‘Wall Street Journal’ seria seu mais recente passo em busca do reconhecimento e da respeitabilidade. O objetivo final, sugere Wolff, é comprar o ‘New York Times’.

THE MAN WHO OWNS THE NEWS

Autor: Michael Wolff

Editora: Random House (importado)

Quanto: US$ 30 (cerca de R$ 66, mais taxas, na Amazon.com; 464 págs.)

Avaliação: bom’

 

 

TELEVISÃO
Andrea Murta

‘Survivor’ no Tocantins empilha clichês do Brasil

‘Um jogo de futebol, uma mulata sambando, a paisagem do Rio e o trânsito de São Paulo foram a coleção de obviedades brasileiras a desfilar nas primeiras imagens da nova temporada do reality show ‘Survivor’, da CBS, que estreou nos EUA anteontem. As gravações, que deixaram rastro polêmico por acusações de dano ambiental, aconteceram no Tocantins.

O Estado é caracterizado no programa como ‘uma das mais desoladas e imperdoáveis’ áreas do Brasil. Os 16 competidores acampam em unidades de conservação na região do Jalapão, onde dunas, nascentes e grandes formações rochosas mostram exotismo mesmo a olhos tupiniquins.

Mas nem as cenas de jacarés e grandes pássaros tiram o foco das traições dos participantes, que enfrentam jogos de equipe e uma natureza hostil em busca de um prêmio de US$ 1 milhão. É a mesma fórmula que levou o programa a atrair 50 milhões de telespectadores no final da primeira temporada, em 2000.

O desgaste de 18 temporadas, porém, leva a uma sensação de ‘já vi esse filme’. Desde o lançamento nos EUA, a média de público de ‘Survivor’ caiu ao menos 50% no país, segundo o ‘New York Times’. O programa, no entanto, se manteve em 2008 como o número um do horário nobre às quintas.

Um dos trunfos é a escolha dos cenários, sempre difíceis. Nesta temporada, a temperatura de 48 graus foi o primeiro obstáculo: ‘Três dias no Brasil e as equipes já começam a sofrer’, diz o apresentador Jeff Probst, entre uma e outra menção à beleza do ‘Djalapáo’.

Os elogios, contudo, não devem apaziguar o ressentimento de moradores locais, que reclamaram que, além dos supostos danos ao ambiente, tiveram acesso impedido em uma área pública durante as gravações.

As denúncias levaram a Procuradoria da República a iniciar apuração sobre se as gravações, concluídas em dezembro, causaram prejuízo ambiental.

A produção diz ter respeitado exigências da licença ambiental concedida por órgãos estaduais. A CBS nega danos e afirma que reciclou o lixo, tratou a água usada e distribuiu xampus e sabonetes biodegradáveis.’

 

 

 

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