Wednesday, 13 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Folha de S. Paulo diz que verba
estatal “banca” TV de Lulinha


Leia abaixo os textos de terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 28 de novembro de 2006


MÍDIA vs. LULA
Frederico Vasconcelos


Verbas de estatais ajudam a bancar TV de filho de Lula


‘A Gamecorp, da qual é sócio Fábio Luiz Lula da Silva, 31, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, compartilha com o Grupo Bandeirantes de Comunicação o faturamento líquido obtido com verbas do governo federal em anúncios veiculados pela Play TV (ex-Rede 21), inclusive os de interesse da Presidência da República.


Isso é o que estabelece contrato sigiloso firmado em abril último pela Rede 21 Comunicações Ltda, do grupo Bandeirantes, e a Gamecorp, que produz programas sobre games e conteúdo para celular.


O acordo -um instrumento particular- prevê que os sócios venderão propaganda a órgãos públicos e privados e determina a divisão em partes iguais de faturamento mínimo estimado em R$ 5,2 milhões neste ano, e em R$ 12,6 milhões em 2007.


Pelos documentos apresentados pela Rede 21, a maior parte dessas receitas virá do setor privado. De janeiro a setembro deste ano, o Grupo Bandeirantes teve uma receita de R$ 25,5 milhões do governo federal -da qual R$ 597 mil foram registrados para a Rede 21.


Durante uma primeira etapa, a Gamecorp garante um faturamento mínimo de R$ 250 mil por mês com a venda de espaço publicitário. Além disso, é prevista a divisão de receitas a serem obtidas com os 20 maiores anunciantes da Rede 21 em 2005, conforme quadro anexado ao contrato (cujos valores não contam para o limite fixado em R$ 250 mil). Estão listados entre os maiores anunciantes, além da Secretaria de Administração da Presidência da República, o Ministério da Saúde, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, empresas da área de telecomunicações (concessionárias), indústrias de bebidas e alimentos, entre outros.


Ação de indenização


O contrato é a peça central em ação de indenização movida pelo grupo Bandeirantes, no último dia 13, contra a Editora Abril, em que a Rede 21 contesta ter havido um ‘arrendamento’ do canal de TV. No processo, foi rejeitado o pedido de ‘confidencialidade’ feito pela Rede 21, que alegou ‘segredos de comércio’ para requerer que a Abril não viesse a conhecer os termos do contrato.


O juiz Régis Rodrigues Bonvicino, da 1ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros, recusou pleito do advogado da Rede 21, Walter Vieira Ceneviva, para que o contrato fosse mantido nos autos em envelope lacrado.


‘Convém ao interesse público que o contrato seja regido pelo princípio da publicidade porque um dos contratantes é filho do presidente da República e, em tese e sempre em tese, sem qualquer pré-julgamento por parte deste Juízo, fazem-lhe acusações de uso inadequado de verbas públicas’, decidiu Bonvicino, em despacho.


No final de 2004, a empresa do filho do presidente Lula recebeu aporte de R$ 5 milhões da Telemar, que passou a ter 35% de suas cotas. No ano seguinte, a Telemar investiu R$ 5 milhões como publicidade.


Ao indeferir o pedido, o magistrado afirmou: ‘Estabelece o artigo 37 da Constituição Federal que os atos da administração pública são regidos pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, eficiência e publicidade’.


O juiz Bonvicino entendeu que a disputa envolve concessionárias da União (o Grupo Bandeirantes e a Rede 21), regidas por normas públicas. E que o sigilo suprimiria informações relevantes, cerceando a defesa dos réus, até ontem não citados pela Justiça: a Abril, o colunista Diogo Mainardi e os jornalistas Alexandre Oltramari e Júlio César de Barros.


O acordo entre a Rede 21 e a Gamecorp também é alvo de investigação no Ministério Público Federal. Em setembro, a partir de texto da ‘Veja’, a procuradora da República Luciana da Costa Pinto enviou ofício à Bandeirantes com pedido para esclarecer ‘eventuais irregularidades no contrato de arrendamento do canal Play TV, antigo canal 21, à empresa Gamecorp pela Rede Bandeirantes’.


Em resposta, o advogado Ceneviva encaminhou cópia do contrato em envelope lacrado, informando que ‘não houve qualquer irregularidade’.’



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Emissora de TV vai à Justiça contra revista


‘‘A aquisição de conteúdos produzidos pela Gamecorp se deu de forma lícita’, afirmam os advogados Walter Vieira Ceneviva e Ruth Carolina Sgrignolli, em ação cível de indenização contra a Editora Abril e três jornalistas da revista ‘Veja’. O processo tramita na 1ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros. ‘Não existe arrendamento de canal, mas sim compra de conteúdo de programa televisivo’, afirmam os advogados.


‘As relações da Rede 21 com a empresa Gamecorp são absolutamente legais e legítimas e fundadas em contrato de produção independente de conteúdo para televisão, modalidade de operação de parceria estimulada por práticas de mercado e adotada por todas as redes de TV’, afirma a peça inicial.


‘Denuncismo’


A Rede 21 afirma que aquela editora ‘se vale do denuncismo para obter vantagem comercial estratégica’. Por tal motivo, alegou que o contrato ‘não se destina ao conhecimento da ré (Abril), de quem deve ser preservado’. Argumentou ainda que o objetivo da editora, em notificação ao Ministério Público, seria ‘saber o teor do contrato, para balizar sua posição no competitivo mercado brasileiro de televisão’.


Nos autos, Ceneviva e Sgrignolli contestam afirmações atribuídas à ‘Veja’ de que teria havido ‘arrendamento’ e ‘uma arbitrariedade política’, e diz que a Rede 21 foi qualificada como ‘benfeitora do Lulinha’. Os textos contestados também afirmariam que o ‘arrendamento’ violaria a Constituição, porque a Gamecorp seria controlada ‘por uma empresa (a conhecida Telemar), que não teria suas ações detidas por brasileiros’.


Os reclamantes alegam ainda que ‘são falsos e não correspondem às cifras contratadas’ os números divulgados pela editora sobre a receita do Grupo Bandeirantes e da Rede 21 junto ao governo federal.


Os autores informam na ação que, de janeiro a setembro o Grupo Bandeirantes teve uma receita de R$ 25,5 milhões do governo federal -da qual R$ 597 mil foram da Rede 21.


O juiz Bonvicino não atendeu ao pedido de tutela antecipada (resposta imediata): ‘além de o caso ser complexo, o deferimento esgotaria o mérito da ação’. O juiz decidiu que ‘não há segredo de justiça neste processo’, e, ‘qualquer pessoa pode consultá-lo no balcão do ofício’ [cartório].


Procurada pela Folha, a revista ‘Veja’ não havia respondido até a conclusão desta edição.’’


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Governo diz não ter ingerência em acordo


‘‘Em nota enviada pela Secom (Subsecretaria de Comunicação Institucional), o governo federal disse que não tem ingerência sobre os contratos assinados pelas emissoras de televisão em que anuncia.


‘O governo federal, assim como procede em relação às demais redes de televisão do País, também compra espaços na Rede 21 para veiculação de publicidade pública. As redes em que o governo anuncia são empresas que, por direito, podem exercer sua autonomia firmando contratos com outros entes privados, sem qualquer ingerência do poder público. Assim, a Secom não tem acesso a eventuais contratos das emissoras com terceiros’, diz a nota.


Além disso, o governo afirmou que os órgãos federais estão diminuindo os repasses para a Rede 21 em relação a 2005.


‘Os investimentos totais em publicidade realizados na Rede 21 pelos entes públicos federais mencionados (Secom, Ministério da Saúde, Banco do Brasil e CEF) caíram, de 2005 para 2006, em 68%’, afirma a nota de dois parágrafos enviada na noite de ontem pela Secom.


Gamecorp


A Gamecorp, por intermédio de sua assessoria de imprensa, informou que ‘não vai se manifestar sobre o assunto’. A empresa ‘considera que os esclarecimentos devem ser prestados pelo Grupo Bandeirantes e Rede 21, empresas diretamente envolvidas na ação’.


Bandeirantes


A assessoria de imprensa do Grupo Bandeirantes afirmou, sobre a divisão da receita com os 20 maiores clientes da Rede 21 em 2005, prevista num dos itens do acordo, que ‘o contrato foi assinado em maio de 2006, portanto a informação é totalmente inverídica. O item não consta em nenhuma cláusula do referido contrato’.


Com relação à receita com publicidade de órgãos oficiais, o grupo informou que, ‘por se tratar de recursos públicos, esclarecemos que em 2006, ano em que o contrato entrou em vigor, o Canal 21 faturou junto a anunciantes oficiais 1/3 do que foi faturado em 2005’.


‘Essa é uma das informações que têm sido ignoradas e deformadas sistematicamente pela campanha difamatória orquestrada pela editora Abril, através da revista ‘Veja’, afirma a assessoria da Bandeirantes.


‘Essa campanha tem uma clara natureza concorrencial, já que a Abril é sócia da MTV, uma emissora internacional que tem sentido a concorrência da nova programação de um canal nacional. É como reação a esta cadeia de calúnias que a Rede 21 move o citado processo em andamento na 1ª Vara Cível’, conclui a assessoria.


A Folha procurou também o advogado da Rede 21 Walter Vieira Ceneviva para comentar a decisão do juiz da 1ª Vara Cível do Fórum de Pinheiros. Ele disse que apenas a assessoria do Grupo Bandeirantes poderia se manifestar a respeito.’’


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Leia a nota do governo sobre o caso


‘‘O governo federal, assim como procede em relação às demais redes de televisão do país, também compra espaços na Rede 21 para veiculação de publicidade pública. As redes em que o governo anuncia são empresas que, por direito, podem exercer sua autonomia firmando contratos com outros entes privados, sem qualquer ingerência do poder público. Assim, a Secom não tem acesso a eventuais contratos das emissoras com terceiros.


Os investimentos totais em publicidade realizados na Rede 21 pelos entes públicos federais mencionados (Secom, Ministério da Saúde, Banco do Brasil e CEF) caíram, de 2005 para 2006, em 68%.’’


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Telefônicas afirmam que saíram do canal


‘‘Das quatro empresas de telefonia apontadas pela Rede 21 como anunciantes da emissora, duas disseram não trabalhar mais com ela: Intelig e a companhia de celulares Vivo. A Claro não foi encontrada. A Telefônica disse que seus anúncios obedecem a critérios técnicos. Nenhuma explicou o motivo pelo qual deixou o canal.


Por meio de sua assessoria, a Intelig afirma ‘que veiculou no Canal 21, durante o ano de 2005, como parte de uma estratégia de mídia recomendada por sua agência de propaganda. Considerando dados de pesquisa de mídia, a operadora selecionou alguns programas de diversas emissoras, dentre elas o Canal 21, cujo perfil dos telespectadores se adequava ao seu público-alvo’.


A empresa de telefonia diz que não veiculou mais nenhum anúncio neste ano. A agência de propaganda era, à ocasião, a Giovanni, FCB.


A Vivo, também por meio da assessoria, diz que não anunciou na Rede 21 em 2006. A Claro foi procurada pela Folha, mas não retornou às ligações até o fechamento desta edição.


Em nota, a assessoria da Telefônica declarou que ‘como ocorre em todo relacionamento entre a Telefônica como anunciante e os veículos de mídia, a decisão sobre veiculação de peças publicitárias é única e exclusivamente técnica, baseada na análise de quais programas melhor se adequam à divulgação das campanhas de nossos produtos e serviços’.


Segundo a Folha apurou, a Telefônica deixou de anunciar na Rede 21 em julho deste ano. A empresa de telefonia teria investido R$ 115 mil em 2005 e R$ 46 mil no primeiro semestre de 2006. Segundo fontes da empresa, a decisão aconteceu por causa da mudança do perfil do canal com a entrada dos programas da Gamecorp na rede da emissora.


Em junho, o Canal 21 (de propriedade da Rede 21) passou a se chamar PlayTV e a Gamecorp (hoje, Game TV), a coordenar a programação das 17h à 0h.’’


Daniel Castro


Contrato como o assinado pela Rede 21 com a Gamecorp é comum no mercado


‘‘Contratos como o da Rede 21 com a Gamecorp são comuns na TV, embora de legalidade questionável.


Pelo acordo, a Gamecorp paga pelo menos R$ 250 mil mensais para a Rede 21 pela veiculação de cinco horas diárias de programação.


A Gamecorp banca a produção dessa programação e tem a obrigação de buscar anúncios no mercado publicitário. Fora isso, ambas dividem as receitas advindas dos 20 maiores anunciantes da Rede 21 em 2005, entre eles estatais e governo federal. O grupo é formado por: Banco do Brasil, Renault do Brasil, Petróleo Ipiranga, Bunge Alimentos, Casas Bahia, Telet e Grupo Claro, Caixa Econômica Federal, Telesp Celular e Grupo Vivo, Transitions Optical do Brasil, Intelig, Perdigão, Secretaria de Administração -Presidência da República, Companhia Brasileira de Meios de Pagamento – Visa, Schimar Propaganda e Publicidade, Ministério da Saúde, Química Amparo, Kimberly-Clark, Grupo Telefónica, Cervejaria Kaiser e Philips.


Para especialistas no setor, isso pode ser caracterizado aluguel de espaço de radiodifusão. A defasada legislação brasileira de radiodifusão não é clara quanto à legalidade desse tipo de parceria. Mas é princípio do direito público não permitir a sublocação de concessões.


Essa distorção já está tão absorvida pelo mercado que empresas e igrejas que compram horários nas redes de TV são chamadas pelas redes de TV de concessionárias.


Falta de estrutura


O Ministério das Comunicações deveria fiscalizar essa prática, mas raramente o faz porque não tem estrutura.


As redes tratam a venda de horários como um negócio normal. Há vários tipos tipos de ‘parcerias’. A mais comum é a venda de espaço para ‘concessionários’.


Nessa modalidade, a emissora recebe um valor fixo da igreja ou empresa, independentemente desse parceiro auferir ou não receitas publicitárias com a exploração do espaço.


Parcerias como a da Rede 21 com a Gamecorp, em que a emissora tem participação na exploração dos intervalos comerciais, são menos comuns, mas não raras.


‘Não há nada de ilegal nisso’, diz Antonio Rosa Neto, superintendente comercial da Rede TV!. ‘É tendência nos Estados Unidos o próprio anunciante com sua agência desenvolver o conteúdo para a TV’, conta.


Para Walter Vieira Ceneviva, advogado da Rede 21, é ‘burrice’ ver a parceria de seu cliente com a Gamecorp como arrendamento. ‘Existe no setor um conceito de locação de horário’, diz.


Ele defende a legalidade da operação. ‘O nosso contrato é de compra de conteúdo. Não há arrendamento. A Gamecorp produz um conteúdo e exibe na nossa emissora, como o Silvio Santos um dia exibiu na Globo’, afirma.


Segundo a Rede 21, a Gamecorp vende os anúncios, mas as notas fiscais são emitidas pela emissora. Logo, a Gamecorp garante um faturamento mínimo, mas formalmente é a Rede 21 quem fatura e lhe paga.’’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


O país do futuro, de novo


‘Dias depois de Lucia Newman, ex-correspondente da CNN para a região, estrear na Al Jazeera em inglês falando dos índios brasileiros, a CNN Internacional inicia uma semana sobre o Brasil. Nada que tenha reprodução na CNN original, mas o bastante para marcar a concorrência com a Al Jazeera, que se diz a voz dos emergentes. Com patrocínio dos Correios e da Aracruz, a série sobre o ‘país dos contrastes’, entre outros clichês, ainda vai entrevistar Marta Suplicy e Gilberto Gil, mas no primeiro dia falou rapidamente com FHC, que criticou Lula de leve, por não fazer as reformas, por manter o Brasil como país do futuro etc.


Na CNN, ‘Cardoso: Brasil é o país do futuro’


‘LEGÍTIMO E RESPEITÁVEL’


A agência AP anunciou, no final da manhã, ‘Economista vence eleição no Equador’. Para ‘New York Times’, ‘Washington Post’, ‘Financial Times’ e ‘Le Monde’, o vencedor Rafael Correa não é mais ‘populista’, como até dias antes, mas um ‘economista urbano’, no sentido de afável, um ‘jovem reformador’ que estudou nos EUA e que se inspira em Joseph E. Stiglitz. ‘Populista’ virou o seu adversário conservador. Nos editoriais equatorianos, como relatou a BBC, o ‘Hoy’ saudou a vantagem, que ‘elimina a possibilidade de conflito’, e o ‘El Comercio’ falou em triunfo ‘legítimo e respeitável’, defendendo que ele ‘não se desgaste en confrontos radicais no início’.


INTEGRAÇÃO MILITAR


Em editorial, o argentino ‘Clarín’ defendeu ontem a proposta brasileira, a ser apresentada no ano que vem, de uma força militar conjunta para a América do Sul. Disse que a democratização e o fim das doutrinas geopolíticas abriram ‘caminho para que nossos países deixassem de se olhar mutuamente como ameaça’ e hoje ‘o Cone Sul é zona de paz’, citando ainda o Haiti. Daí que ‘a integração militar pode contribuir para a paz e para melhor cumprir as tarefas de defesa nacional’.


SUL-SUL


Nem bem a América do Sul andou um pouco mais para a esquerda e para a integração e Lula viaja à África, destaca a BBC Brasil. Ele participa amanhã de uma reunião de cúpula África/América do Sul, na Nigéria. Da região, teriam confirmado Chile, Bolívia e outros, mas não Argentina.


TIJOLO E CIMENTO


O ‘Financial Times’ diz que esta semana ‘marca o aniversário da entrada de BRIC, de Brasil, Rússia, Índia e China, no léxico financeiro’. O termo cunhado por Jim O’Neill, da Goldman Sachs, ‘se provou um dos acrônimos mais duradouros dos últimos tempos’. Mas ‘nem todo mundo está convencido de que resume adequadamente o mundo emergente’. E outro analista sugere o ‘Cement’, um acrônimo jocoso para Países Emergentes Excluídos da Nova Terminologia.


MAIS DOHA


Falando à CBI, a Fiesp de Londres, o primeiro-ministro Tony Blair anunciou que vai procurar EUA, Brasil e outros para reanimar as negociações comerciais globais. Foi o que também fizeram seu ministro das finanças e o ministro do comércio dos EUA, em artigo para o ‘Wall Street Journal’.


ENCHENTES, DE NOVO


José Luiz Datena voltou a se debater contra as enchentes na Band, tema que foi manchete também na Folha Online. Fim de tarde na Globo e Fátima Bernardes descrevia como ‘em poucos minutos várias ruas já estavam alagadas’ e ‘a água encobriu os carros, até vans e ambulâncias’ etc.’


JANIO PREMIADO
Folha de S. Paulo


Janio de Freitas recebe hoje prêmio no Rio


‘O jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha, recebe hoje às 19h, no Teatro Villa-Lobos, o Prêmio Governo do Estado do Rio de Janeiro. O prêmio é concedido pelos 21 membros do Conselho Estadual de Cultura (em votação secreta) a pessoas físicas e jurídicas que se destacam no Rio. Também serão agraciados o jornalista Augusto Marzagão e o Grêmio Literário José Mauro de Vasconcelos. A Secretaria Estadual de Cultura também entregará os prêmios Golfinho de Ouro e Estácio de Sá. Entre os agraciados estão Oscar Niemeyer (arquitetura), Eduardo Portella (educação) e Marília Pêra (artes cênicas).’


MEMÓRIA / JECE VALADÃO
Folha de S. Paulo


Eterno ‘cafajeste’, Valadão morre aos 76


‘Eterno ‘cafajeste’ do cinema brasileiro, Jece Valadão morreu ontem, aos 76 anos, em São Paulo. O ator estava internado havia uma semana, em razão de uma crise de insuficiência respiratória aguda, e respirava com o auxílio de aparelhos.


Valadão deu entrada na emergência do hospital Modelo na segunda-feira (20/11), e no dia seguinte foi transferido à UTI do Panamericano. Segundo o boletim médico que noticiou sua morte, ele sofreu ontem uma ‘piora no quadro geral, com instabilidade hemodinâmica e comprometimento da função renal’ e foi submetido a hemodiálise. Morreu às 17h20, após uma arritmia cardíaca.


Seu currículo no cinema registra mais de cem filmes, com atuações célebres, como em ‘Os Cafajestes’ (1962), ‘Boca de Ouro’ e ‘Bonitinha, Mas Ordinária’ (ambos de 1963).


Conhecido por interpretar o ‘machão’ no cinema nas décadas de 60 e 70, Valadão encerrou ontem sua carreira arrependido de ter representado esse papel também na vida real.


Convertido há pouco mais de dez anos à religião evangélica, tornou-se pastor e passou a condenar o tratamento que antes dava às mulheres -além de seis casamentos, colecionava amantes-, a vida boêmia regada a álcool e cigarro e a falta de atenção dispensada aos filhos.


Valadão possuía vários imóveis e carros de luxo, tudo deixado para trás com a conversão, que o fez também restringir a presença no cinema e na TV.


Em 2001, recusou convite para atuar na novela ‘Porto dos Milagres’, da Globo, escrita por Aguinaldo Silva com base em Jorge Amado. Numa entrevista, explicou o motivo: ‘Tinha muita coisa de macumba’.


Antes da internação, dedicava-se às filmagens de ‘Encarnação do Demônio’, de José Mojica Marins, que marca a volta de Zé do Caixão às telas. Valadão deixou cenas como o coronel Claudiomiro. Até o fechamento desta edição, a Gullane Filmes, produtora do longa-metragem, não havia divulgado que destino dará ao último personagem do ator.


Neste ano, Valadão atuou também na novela da Globo ‘Bang Bang’ e interpretou um velho bicheiro na elogiada série ‘Filhos do Carnaval’, dirigida por Cao Hamburger para a HBO, que concorreu ao Emmy Internacional, o ‘Oscar da TV’.


Pai de nove filhos, foi casado com Vera Gimenez. Dizia em tom de brincadeira ser ‘quase sogro de Mick Jagger’, já que a relação com a atriz começou quando Luciana Gimenez -ex-namorada do astro e filha de Vera com um empresário- tinha nove meses. Sua atual mulher chama-se Vera Lúcia.


Ele iniciou a carreira como radialista nos anos 40. No cinema, começou como figurante e logo passou a protagonizar chanchadas, participou do cinema novo e trabalhou em comédias da década de 70.


Produtor


Além de ator, também foi um dos principais produtores do país entre os anos 60 e 70. Entre os títulos produzidos por ele, estão ‘Navalha na Carne’ (1969) e ‘Eu Matei Lúcio Flávio’ (1979). Atuou ainda como diretor e roteirista. Na TV, participou das minisséries ‘Anos Dourados’ (1986) e ‘Memorial de Maria Moura’ (1994), além de novelas como ‘Olho por Olho’ (1988), ‘O Dono do Mundo’ (1991), na Globo.


Em 2001, sua conversão religiosa foi documentada em ‘O Evangelho Segundo Jece Valadão’, no qual conta saborosas histórias: ‘Brochei com a Norma [Bengell]’, confessa, sobre a musa de ‘Os Cafajestes’.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Record ignora governo e futebol e bate Globo


‘Em guerra com a Globo por causa do futebol, a Record deixou anteontem de exibir o Campeonato Brasileiro e colocou no lugar o filme ‘Titanic’, inadequado para o horário.


A ‘ousadia’ acarretará à rede uma advertência do Ministério da Justiça, mas rendeu 18 minutos de liderança no Ibope e um inédito empate com o SBT na média de audiência diária de um domingo (nove pontos).


A Record diz que não exibiu o Campeonato Brasileiro por não concordar com a escolha da Globo, do jogo São Paulo x Cruzeiro (a rede queria Palmeiras x Internacional ou Santos x Vasco). Colocou no lugar, das 15h25 às 18h30, ‘Titanic’ (1997), classificado como inadequado para antes das 20h. O filme deu média de 15 pontos, contra 22 da Globo, mas ficou os 18 minutos finais à frente do ‘Domingão do Faustão’.


O Ministério da Justiça informou ontem que a Record será advertida não só por ‘Titanic’ mas também por mostrar a partir das 21h30 o longa ‘Gladiador’, impróprio para antes das 22h. O órgão também denunciará a Record ao Ministério Público Federal. A Record argumenta que ‘foram realizados os cortes necessários para adequação [de ambos os filmes] à classificação indicativa’.


A última rodada do Brasileirão também deverá ser ignorada pela Record, que programou para domingo (às 20h30), o inédito ‘A Paixão de Cristo’, impróprio para antes das 21h.


MUDA TUDO A novela ‘Amor e Ódio’ deve entrar no lugar da mexicana ‘Rebelde’ a partir da próxima segunda, no SBT. A produção, estrelada por Suzi Rêgo e já exibida entre 2001 e 2002, é a terceira candidata à vaga. Antes, as opções eram duas mexicanas.


REVIVAL O SBT, com dificuldades para produzir novelas, também foi buscar em seus arquivos ‘Marisol’ (2002) e ‘As Pupilas do Senhor Reitor’ (1994). Ambas voltam em dezembro, à tarde. ‘Marisol’ servirá de ‘aquecimento’ para Bárbara Paz, que em março volta como protagonista de ‘Maria Mercedes’.


FUTURO A Band chamou Marcia Goldschmidt, que está morando nos EUA, para conversar sobre seu futuro na emissora.


GUERRA SANTA Record exibiu no ‘Domingo Espetacular’ reportagem sobre projeto que torna obrigatório o ensino religioso. Mas só deu espaço a especialistas contrários à idéia, que, em tese, beneficia a igreja dominante, a Católica.


PRONUNCIAMENTO Uma marca de cosméticos conseguiu exibir um único anúncio ao mesmo tempo em quase todas as redes, anteontem, às 20h50. Só a Globo não fez parte da rede nacional.


TRANSIÇÃO Carlos Nascimento tirou esta semana para montar sua equipe no ‘SBT Brasil’. Terá a mesma estrutura de Ana Paula Padrão _que levou para seu novo projeto quatro profissionais do telejornal. Nascimento assume o programa na segunda que vem, com novo cenário.’


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TVs educativas pedem verba para migrar ao digital


‘A Abepec, associação de emissoras públicas educativas e culturais que reúne a TV Cultura (SP), a TVE Brasil (RJ) e outras, sugeriu ao governo Lula que financie a migração das emissoras públicas ao sistema digital com recursos públicos, a fundo perdido.


Os orçamentos das 19 emissoras somam R$ 407,85 milhões, dos quais 80% são repassados pelas três esferas de governo, e 20%, em média, são provenientes da venda de patrocínios e mídia. A TVE Brasil é uma exceção: 50% de sua receita provém da venda de serviços, patrocínios e projetos via Lei Rouanet.


A proposta consta de documento divulgado no 1º Fórum Nacional das TVs Públicas, que foi aberto ontem, no Rio, com a presença do ministro da Cultura, Gilberto Gil. As 19 associadas têm projetos de digitalização, mas gastam quase todo o orçamento com o próprio custeio.’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 28 de novembro de 2006


JORNALISMO PÚBLICO
Alexandre Rodrigues


Bucci defende blindar Radiobrás contra política


‘O presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, defendeu ontem que os veículos de comunicação públicos sejam protegidos da ação partidária dos governos. Bucci, que pôs o cargo à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que existe no País uma confusão entre o que é estatal e o que é público e também há a falsa idéia de que um sistema de comunicação estatal tem de ser governista.


Há setores do PT que pressionam para que a Radiobrás tenha linha editorial mais afinada com os interesses do governo Lula. Ontem, o presidente da Radiobrás negou sofre pressões do partido e disse ter entregue o cargo ao presidente num ato de formalidade. Sem querer dizer se gostaria de permanecer na função, Bucci afirmou que nunca foi favorável à recondução em cargos públicos.


‘O sistema estatal não precisa ser governista – e não deve ser. Quando é governista, está incorrendo num desvio da sua finalidade’, disse Bucci, na solenidade de lançamento do I Fórum Nacional de TVs Públicas, no Rio. ‘Estamos em busca do exercício republicano e ninguém tem autorização para partidarizar o que é estatal’, afirmou o presidente da Radiobrás.


Ao lado do ministro da Cultura, Gilberto Gil, Bucci defendeu que estatais de comunicação como a Radiobrás e instituições públicas como as TVs tenham diretrizes mais preocupadas com a área da cultura do que com a política partidária. ‘Precisamos trabalhar com a idéia de uma comunicação que seja livre das contingências partidárias que naturalmente têm ensejo no núcleo de um governo’, disse o presidente da Radiobrás. ‘A comunicação pública deve se articular em torno da Cultura. Esse é o passo fundamental que vejo nesse momento.’ Nesse instante, Bucci foi aplaudido pela platéia, repleta de agentes culturais.


Bucci concordou, balançando afirmativamente a cabeça, com a fala de Rodrigo Lucena, da Associação Brasileira de TVs Legislativas, que em sua fala defendeu que veículos públicos não podem aceitar se submeter apenas aos interesses da classe política.’


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Garcia nega que governo queira limitar imprensa


‘O presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, negou ontem que o governo planeje medida para controlar a imprensa. Garcia disse que o seu partido é ‘extremamente respeitoso com as liberdades democráticas’.


‘A imprensa funciona normalmente no Brasil, tem liberdade absoluta’, sustentou. ‘Tanto é assim que estudos feitos por observatórios de imprensa revelam que ela foi de uma severidade extraordinária em relação ao candidato que resultou reeleito e isso não nos fez ter nenhuma atitude. Até porque não faz parte do nosso DNA político.’


Garcia disse haver planos de incentivar ‘mídias alternativas’ e se estuda levar à Casa Civil a ‘Secretaria de Democratização da Informação’, que analisaria concessões de rádio e TV.’


MÍDIA EM CRISE
O Estado de S. Paulo


‘Correio Amazonense’ fecha repentinamente


‘Cerca de 50 funcionários do jornal Correio Amazonense, em Manaus, foram surpreendidos na manhã de ontem com o anúncio, feito pelo porteiro, de que estavam todos demitidos e iriam, um a um, acompanhados por seguranças, entrar no prédio para esvaziar suas gavetas. Um caminhão levou os computadores no domingo. O Correio, de propriedade de Carlos Edson Guedes, já não circulava havia dois meses. O Ministério Público investiga uso eleitoral do Correio em prol da campanha de Amazonino Mendes (PFL).’


INTERNET
Jamil Chade


Brasil ocupa o 7º lugar no ranking de envio de spams


‘O Brasil já é o sétimo maior responsável pelo envio de spams no mundo. O alerta é da União Européia (UE) que, usando dados de pesquisas feitas por entidades especializadas, indicou que o Brasil é responsável por 4,7% dos e-mails indesejados recebidos em todo o mundo. Os maiores produtores de spams são os EUA, com 21%, China, com 13,4%, e França, com 6,3%.


No mundo, os spams já ocupam entre 54% e 85% de todos os e-mails enviados, segundo dados da empresa Symantec. Para uma empresa de pesquisas, o custo financeiro do spam e de e-mails fraudulentos já atingiu 39 bilhões para a economia mundial. Com mensagens falsas, os autores desses e-mails têm obtido dados bancários de usuários da internet. Para a UE, os spams, que até há pouco tempo eram apenas um e-mail indesejado, agora passam a ser criminosos.


Além de americanos, chineses e franceses, o Brasil é apenas superado por Coréia do Sul, Espanha e Polônia entre os países onde o maior número de spams é produzido. Países como Itália, Japão, Alemanha e Taiwan estão abaixo do Brasil no ranking de maiores responsáveis pelos e-mails indesejados.


Para lutar contra o fenômeno, a UE apelou ontem para que os países do bloco fortaleçam suas medidas de proteção de sistemas. Na Europa, várias leis já foram aprovadas para punir autores de spams. Mas sem as mesmas leis em outras regiões, Bruxelas argumenta que continua sofrendo com a invasão de e-mails indesejados.


Por isso, os europeus vão iniciar contatos com vários países para debater formas de lidar com o problema. A UE já assinou um acordo de cooperação com os Estados Unidos e já está em andamento um programa conjunto com países asiáticos de combate ao spams.


Domesticamente, os europeus também prometem novidades em relação às leis que tentaram banir o spam e que foram aprovadas em 2002. Segundo os europeus, essas leis terão de ser fortalecidas e os servidores receberão novas responsabilidades para lidar com o assunto. Bruxelas ainda apela para que o setor privado colabore e instale filtros em seus sistemas de comunicação. Na Finlândia, essa medida conseguiu reduzir os spams de 80% de todos os e-mails enviados para 30%.


Outro exemplo bem sucedido na Europa é o da Holanda. Com leis duras contra esse tipo de e-mail, os holandeses conseguiram reduzir em até 85% o número de spams. Segundo a UE, foram necessários apenas cinco funcionários e cerca de 570 mil para reduzir drasticamente o spam.’


Arnaldo Jabor


Deus cria o mundo por computador


‘No princípio era o computador. E Deus disse:


– Faça-se a luz!


*Entre com a identificação do usuário!


– OK. Sou Deus.


*Entre com a senha.


– Omnisciente.


*Senha incorreta. Tente de novo.


– Onipotente.


*Senha incorreta.


– Tecnocrata.


*OK.


– Haja luz!


*Comando irreconhecível. Tente de novo.


– Crie a luz!


*OK.


– Abrir arquivo Gênesis: Criar o Dia e a Noite. Eu, Deus, vi que há zero erros.


*Delete ‘0 erros’ . Corrija para: ‘e vi que era bom’.


– Faça-se o firmamento em meio às águas e à luz…’


*Comando incorreto. Tente de novo.


– Que as águas sob o céu se juntem em um só lugar e que a parte seca apareça e…’


*Caracteres excessivos na linha de especificação…


– Criem-se a Terra e os Mares. Eu, Deus, vi que havia zero erros…


*Delete ‘0 erros’. Corrija para ‘…que era bom’. Enter.


– Criem-se fogos no firmamento para distinguir o dia da noite.


*Tipo não especificado de fogos. Tente de novo.


– Criem-se o sol, lua, estrelas.’


*OK.


– Criem-se os peixes e as aves.


* OK.


– Criem-se os grandes monstros do mar e todos os seres que rastejam. 0 erros.


*Delete ‘0 erros’. Replace por ‘que era bom’. Enter.


– Faça-se o Homem à minha própria imagem.


*Tipo não especificado. Retry or abort.


– Crie um ser que vai me criar…


*Nomear este arquivo.


– Ah… ah… homem.


*Inespecífico.


– Ah… Adão.


*OK.


– Inserir no homem… ah… Adão… ‘sopro de vida’.


*OK.


– Sede fecundo e multiplique-se e tenha domínio sobre os peixes do mar e sobre as aves do céu’…


*Excesso de comandos operacionais. Try again.


– Execute ‘multiplicação’ do Homem.


*Multiplicação impossível – criar condições.


– Mova o homem para o Jardim do Éden.


*Arquivo Jardim do Éden não existe.


– Crie Éden. Edn.


*OK.


– Execute ‘multiplicação’.


*Impossível.


– OK. Crie então a Mulher da costela do Homem.


*Pode não dar certo.


– Sei o que faço. Execute multiplicação.


*Especifique condições.


– Enfie a mulher no homem.


*Parâmetros incorretos. Tente de novo.


– Enfie o homem na mulher.


*OK. ‘Multiplicação’ ainda impossível.


– Crie o Desejo, então.


*OK.


– Que o homem e a mulher se multipliquem no Jardim do Éden. Edn.


*Aviso: Não há limites para este comando.


– Crie o ‘livre-arbítrio’.


* Aviso: Não há limites para este comando.


– Desfaça então o Desejo.


*Desejo não pode ser desfeito, depois de se criar o livre-arbítrio’. Ask for help.


– Help!


*Livre-arbítrio é um arquivo inacessível e não pode ser destruído.


– Crie a Árvore do Bem e do Mal.


*Aviso: Não há limites para este comando. Entre Options.


– Crie então ‘opção Bem’ e ‘opção Mal’.


*OK. Criado arquivo novo: Escolha nome.


– Pecado. doc.


*Aviso: Erro de sistema no setor Edn. Homem e mulher não estão mais no Jardim do Eden.


– Scaneie todo o Jardim do Éden para achar homem e mulher.


*Search failed (procura errada).


– Delete ‘pecado’.


*Pecado não pode ser deletado, uma vez que Mal foi ativado.


– Destrua Bem e Mal.


*Arquivo inacessível não pode ser destruído. Cancele ou ative Bem e Mal como ‘jogo’. Tecla ‘game’.


– Ativada tecla ‘game’.


*Gravar título para arquivo ‘game’.


– Humanity game.


*Aviso: este jogo não tem limites de tempo e não pode ser interrompido.


– Crie novo mundo então…


*Toda a memória disponível foi usada. Destrua velhos arquivos. Or ask for help.


– Destrua arquivo ‘Terra’, então.


*Destruir ‘Terra. Doc’. Confirme.


– Destrua ‘Terra’. Confirmado.


*OK.


(*) Este texto foi encontrado na internet e publiquei-o, há nove anos. Ficou guardado. Adaptei-o para o tempo atual, com fundamentalistas querendo recriar o mundo.’


TELEVISÃO
Beatriz Coelho Silva


CNN filtra o Brasil por esses dias


‘O Brasil está na CNN o dia todo, em pílulas de 4 minutos espalhadas pela programação. Até sexta-feira, a série Eye on…, apresentada por Jim Glancy, vai enfocar diversos aspectos da vida brasileira. O pacote inclui debate gravado na sexta-feira com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, a ex-prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e a artista plástica Yvone Bezerra de Mello, que trabalha com meninos de rua.


‘Vamos mostrar todos os lados do País, a alegria do povo,os problemas e a cultura envolvente, a riqueza e a pobreza, a pujança econômica e a desigualdade social. Mas não é um programa de denúncia’, avisou Glancy após a gravação do debate, no Museu de Arte Contemporânea, em Niterói. ‘Vim porque adoro o Brasil, mas também porque é o País mais importante da América Latina. O Hemisfério Sul vai para onde ele for.’


Ele está aqui há três semanas, mas o programa começou a ser produzido em julho. Além do Rio, houve gravações em São Paulo (no Morumbi, em Interlagos e na Universidade de São Paulo), em Campinas, na usina de biodiesel da Petrobrás e na Amazônia.


Eye on… já visitou a China, países da África e do Oriente Médio. Segundo a representação da emissora no Brasil, deve ser visto em 200 países, por 200 milhões de pessoas no canal a cabo e também via banda larga, oferecida a 43 países.


A série brasileira é patrocinada por um pool: Aracruz Celulose, Bradesco Prime, Correios e Toyota. Como acontece com todos os programas da série, o nosso ganhou um subtítulo: Land of Contrasts (Terra de Contrastes), o mesmo dado pelo antropólogo Roger Bastide no livro que escreveu sobre o Brasil dos anos 30 e 40, que ele conheceu quando veio aqui fugido do nazismo e da Guerra Mundial. ‘É uma grande coincidência, eu nem tinha conhecimento deste livro’, disse Glancy.


entre- linhas


O Pânico na TV enfiou o pé na jaca na festa da novela homônima da Globo e conseguiu, com o registro do evento, 13 pontos de pico anteontem, via RedeTV! A média bateu nos 7. Os números são de São Paulo, onde 1 ponto vale 54 ,4 mil lares.


Lilian Pacce festeja os 60 anos do biquíni no GNT Fashion. Amanhã, às 22h.


A Record incluiu de novo o domingo nas contas de sua audiência semanal para provar que bate o SBT na faixa nobre de segunda a domingo. No share da semana passada, obteve 16% sobre 12% do SBT.’


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