Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo
Segunda-feira, 28 de agosto de 2006
CONCESSÕES EM DEBATE
PT propõe recadastramento de concessões de rádio e TV
‘Um eventual segundo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende adotar medidas ‘vigorosas’ para regular e ‘democratizar’ os meios de comunicação. Segundo texto em discussão na campanha petista, tais medidas incluem mudanças na legislação para assegurar mais ‘equilíbrio e proporção’ na cobertura de mídia eletrônica, incentivos econômicos para a formação de jornais e revistas independentes e a criação de conselhos populares que teriam poder sobre as atuais e futuras concessões de rádio e TV.
A coordenação de tudo ficaria a cargo da nova Secretaria Especial de Democratização da Comunicação, subordinada à Presidência da República.
As metas estão no documento ‘Comunicação e Democracia’, preparado por um grupo de trabalho da campanha. O texto, obtido pela Folha, vem com o cabeçalho ‘versão submetida à comissão de programa de governo em 22/08/ 2006’. Ele é preliminar e pode ser alterado antes de ser incluído no programa de governo.
‘A democratização dos meios de comunicação deve ser entendida, ao lado das reformas políticas e da promoção das justiças sociais e econômicas, como um ponto fundamental para o aprofundamento da democracia no Brasil’, afirma o documento, que segue: ‘O governo deve assumir o compromisso com um plano vigoroso e específico de democratização da comunicação social’.
O documento reconhece que houve problemas na relação de Lula com a mídia em seu primeiro mandato. O texto menciona dois: a tentativa de criar a Ancinav (Agência Nacional do Audiovisual), para regular a produção de cinema e vídeo, e o Conselho Federal de Jornalismo, que supervisionaria atividades jornalísticas.
Ambas acabaram abandonadas pelo governo. ‘[As medidas] Esbarraram na falta de aceitação e apoio junto aos setores organizados, ao capital produtivo e a parte da opinião pública, sobretudo aquela defendida e difundida pelas próprias empresas de comunicação social’, diz o texto.
Houve, além desses episódios, a tentativa do governo de revogar o visto do jornalista Larry Rohter, do ‘The New York Times’, após a publicação de uma reportagem relatando supostos problemas do presidente com bebidas alcoólicas. A campanha de Lula não quis comentar o texto, argumentando que ele não é oficial.
De acordo com o documento, uma tarefa no novo mandato será trabalhar pela desconcentração da propriedade dos meios de comunicação. No caso de rádios e TVs, a principal ação é o envio ao Congresso de uma Lei Geral de Comunicação Eletrônica. O documento diz que a lei vai ‘regulamentar os pontos necessários para o estabelecimento de um adequado equilíbrio e proporção entre os sistemas privado, público e estatal de radiodifusão’.
Outro objetivo é criar ‘mecanismos legais que efetivamente coíbam a concentração de propriedade e de produção de conteúdos e o desequilíbrio concorrencial, garantindo a competitividade, a pluralidade, a diversidade e a concorrência’.
O PT propõe um recadastramento completo das concessões de TVs e rádios, para cancelar entidades que não estejam ‘em conformidade com a lei’. Seria desenhado um ‘mapa de concentração do setor’.
Quanto à mídia impressa, o governo definiria um plano de incentivos econômicos -com apoio inclusive de bancos públicos e agências de fomento- ‘para o desenvolvimento de jornais e revistas independentes, não vinculados aos grandes grupos de comunicação’.
Durante seu mandato, o presidente reclamou com freqüência por se sentir perseguido pela imprensa, incluindo-a em uma suposta conspiração. Na última segunda-feira, por exemplo, em encontro com artistas no Rio, Lula disse que existe um antagonismo entre os que ‘escreviam com sabedoria infinita’ durante a crise do mensalão e o povo, que estaria prestes a reelegê-lo.
A população teria ‘participação no processo de renovação e outorga de concessões de rádio e TV’ por meio de conselhos populares. A estratégia, resume o partido, é recuperar o tempo perdido no primeiro mandato, quando o governo não considerou a comunicação ‘como tarefa politicamente estratégica’.’
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Governo teve relação difícil com imprensa
‘Até hoje, o presidente Lula só concedeu uma entrevista coletiva aberta a meios de comunicação de diversas áreas. Em abril de 2005, o presidente só concordou em falar com os jornalistas com a condição de que eles não tivessem o direito de réplica.
O comportamento refratário de Lula à imprensa se acentuou frente à população com o episódio, em 2004, da reportagem do jornalista Larry Rohter, que o acusava de abusos alcoólicos.
O governo chegou a tentar expulsar o correspondente do ‘New York Times’ do país, mas a Justiça barrou a medida. O presidente acabou recuando na decisão.
Em agosto daquele ano, o Planalto enviou ao Congresso um projeto que criava o Conselho Federal de Jornalismo, para ‘orientar, disciplinar e fiscalizar’ o exercício da profissão e com o poder de punir jornalistas. A Câmara rejeitou o projeto.
Na mesma época, o governo foi criticado pela proposta de criação da Ancinave (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual), que substituiria a Ancine e controlaria a produção na área.
Em julho, Lula vetou projeto de lei elaborado pela Fenaj e aprovado pelo Congresso que expandia a obrigatoriedade do diploma de jornalista de 11 para 23 categorias.’
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Nas Comunicações
‘Leia algumas das propostas do programa de Lula à reeleição para a comunicação
1 Criação de uma Lei Geral de Comunicação Eletrônica, para estabelecer ‘equilíbrio e proporção’ na radiodifusão pública e privada
2 Criação de mecanismos legais para coibir a concentração de propriedade e desequilíbrio concorrencial nos meios de comunicação eletrônica
3 Correção de brechas legais que facilitam a formação de oligopólios na radiodifusão
4 Criação de conselhos populares que participariam do processo de renovação e outorga de concessões de rádio e TV
5 Criação da Secretaria de Democratização da Comunicação, diretamente subordinada à Presidência
Trechos do documento da campanha de Lula que trata das Comunicações
A democratização dos meios deve ser entendida como um ponto fundamental para o aprofundamento da democracia no Brasil
O governo deve assumir o compromisso com um plano vigoroso de democratização da comunicação social’
CONGRESSO DE JORNAIS
Evento debate mercado de comunicação
”Para discutir as inovações e tendências do mercado de comunicação, a ANJ (Associação Nacional de Jornais) realizará, de amanhã a quinta, no WTC Hotel, em São Paulo, o ‘6º Congresso Brasileiro de Jornais’, o mais importante evento da indústria jornalística brasileira.
A abertura coincidirá com o encerramento da 1ª Cúpula Latino-Americana de Líderes de Jornais e com a posse da diretoria da ANJ para o biênio 2006/2008. O evento reunirá mais de 300 executivos, jornalistas, proprietários de jornais, publicitários e anunciantes. Os trabalhos serão divididos em cinco ‘palestras gerais’ e debates e painéis simultâneos.
Timothy Balding, que dirige a WAN (Associação Mundial de Jornais), com sede na França, e Eduardo Tessler, diretor da Innovation International Media Consulting, falarão sobre o tema ‘Últimas tendências e inovações na indústria de jornais: circulação, publicidade, aspectos digitais etc. O que está acontecendo no mundo?’. O moderador será Jorge Fergie, sócio-diretor da McKinsey & Co.
Na quinta-feira, o tema ‘Para onde vai o Brasil? Qual é o papel dos jornais nessa trajetória?’ será debatido por Otavio Frias Filho, diretor de Redação da Folha, Sandro Vaia, diretor de Redação de ‘O Estado de S.Paulo’, Marcelo Rech, diretor de Redação de ‘Zero Hora’, e Josemar Gimenez, diretor de Redação do ‘Correio Braziliense’ e do ‘Estado de Minas’. O moderador será o antropólogo e ensaísta Roberto DaMatta.
Martha Stone, gerente de Projetos Especiais da Associação Mundial de Jornais, falará sobre ‘Inovações em Circulação’, com moderação de Luiz Alberto Albuquerque, diretor de Mercado de Leitor do ‘Correio Braziliense’. As ‘Inovações em publicidade’ serão apresentadas por Eamonn Byrne, diretor de Negócios da WAN, tendo como moderador Walter de Mattos Júnior, diretor-presidente do ‘Lance!’.
Daina Ruttul, diretora nacional de pesquisa da Ipsos Marplan, fará palestra sobre o tema ‘Quero comprar – 2ª Onda!’, com moderação de Geraldo Leite, diretor da ANJ.
Serão debatidos ‘cases’ brasileiros, como a criação da rede regional ‘Bom Dia’ e as estratégias do ‘Jornal de Londrina’. Mark Porter, diretor do ‘The Guardian’, mostrará as mudanças no jornal londrino.
Os jornais populares serão analisados por Júlio César Sampaio, diretor da Resultado Consultoria, tendo como debatedores Maurício Toni, diretor de ‘O Dia’, do Rio de Janeiro, e Christiano Nygaard, do Grupo RBS, do Rio Grande do Sul. Ricardo Gandour, diretor-executivo do ‘Diário de S.Paulo’, será o moderador.
Um painel apresentará as experiências das revistas editadas pelos jornais ‘A Tribuna’, ‘Correio Braziliense’, ‘Correio Popular’, ‘O Globo’ e Folha.
Entre os debates sobre novas tecnologias, Peter Kuisle, vice-presidente executivo da MN Roland, da Alemanha, fará exposição sobre ‘Mediavolution: risco e chances para o futuro’, tendo como moderador Paulo Novaes, diretor da Infoglobo.
Também em palestras simultâneas, serão discutidos a interação dos leitores com os jornais, a educação, indicadores de desempenho, estratégias de distribuição e transformações no design de jornais.’
ELEIÇÕES 2006
Ética, de Paulo Betti a Chaui
‘O avanço do favoritismo de Lula começa a remover certos embaraços morais de quem o apóia. Isso ficou claro na última semana entre os artistas: passaram do silêncio constrangido ao ataque desabrido. ‘Não dá para fazer política sem sujar as mãos’, disse o ator Paulo Betti; ‘Não estou preocupado com a ética do PT. O partido fez o jogo que tem que fazer para governar’, emendou o músico Wagner Tiso, ambos convidados para o convescote com Lula no apartamento do músico-ministro Gilberto Gil.
O elogio nesses termos da realpolitik petista provocou muita grita indignada. Não seria para tanto. Os artistas só fizeram levantar o véu da hipocrisia do debate eleitoral. Disseram o que qualquer eleitor de Lula que não seja incauto, lunático ou movido por má-fé já sabia.
Mas os artistas ofuscaram uma outra defesa da reeleição de Lula, esta mais ‘elevada’, feita por Marilena Chaui. Em palestra no Rio na última quinta-feira, a filósofa primeiro se recusou a tratar com a imprensa burguesa. Como de hábito, também não disse palavra sobre o PT, Lula ou o mensalão. Foi a homenagem involuntária que prestou ao tema do ciclo de que participava: ‘O Esquecimento da Política’.
O que fez então Chaui? Mostrou à platéia por que, segundo o filósofo Espinosa, do século 17, a boa política se dá quando a esperança vence o medo. Ou seja: depois de mais de 20 anos debruçada sobre seu pensador predileto e mais de mil páginas dedicadas às ‘nervuras do real’, Chaui termina por colocar Espinosa no colo de Duda Mendonça.
Pior: a versão filosofante do slogan publicitário aparece com quatro anos de atraso, como se entre a fantasia vendida em 2002 e hoje não existisse o estelionato político operado pelo lulismo. A esperança, aqui, está a serviço do obscurantismo tarefeiro, não do pensamento.
No livro sobre ‘O Silêncio dos Intelectuais’, que acaba de sair, Francis Wolff escreve que ‘nunca os intelectuais falaram tanto para dizer por que não dizem nada’. É verdade. Chaui precisa ouvir Wagner Tiso e aprender com Paulo Betti.’
Mauro Paulino
Já ganhou?
‘QUINTA-FEIRA , Clóvis Rossi iniciou sua coluna dizendo que ‘salvo o imponderável, Lula já está reeleito’, refletindo o sentimento predominante de que a eleição está decidida e, provavelmente, terminará no primeiro turno. Por sua vez, Alckmin assegura que vai para o segundo turno e que, então, a correlação de forças será outra.
O último Datafolha mostrou que as chances de a primeira hipótese estar correta foram ampliadas. Desde a volta das eleições diretas, em momento algum um presidente havia atingido maioria absoluta de aprovação popular. As taxas de rejeição aos candidatos nunca estiveram tão próximas, o que reduz as chances de mudança.
Dos eleitores de Lula, 80% se dizem totalmente decididos contra 67% entre os de Alckmin. São informações contundentes a reforçar o favoritismo de Lula. A pesquisa mostrou ainda que Lula chega a 37% das menções espontâneas, reveladoras de um possível piso de votos mais seguros. Em 1998, FHC, vitorioso na disputa pela reeleição, só chegou a esse patamar às vésperas da votação, no dia 2 de outubro, quando atingiu 38% das citações espontâneas. Em momento semelhante ao da atual campanha, FHC era citado espontaneamente por 24% dos eleitores, taxa 13 pontos inferior à que Lula obtém agora.
Por fim, um último dado fortalece os argumentos dos que apostam no desfecho rápido da eleição: entre os 49% que apontam Lula após serem apresentados à lista de candidatos, 73% já haviam dito, espontaneamente, que querem votar no petista, taxa 20 pontos maior que entre os eleitores de Alckmin (53%). Esses números retratam a dimensão do desafio imposto à campanha do PSDB nesse momento. Porém, apesar desse abismo, uma recuperação de Alckmin não chega a ser improvável. Um exemplo de reação se deu na eleição passada, quando José Serra partiu 14 pontos atrás de Ciro Gomes e, na TV e no rádio, ao explorar uma falha do adversário em que, durante uma entrevista, chamou um ouvinte de ‘burro’, o ultrapassou rapidamente. Serra foi para o segundo turno.
Em maio de 1998, Lula reverteu uma desvantagem de 17 pontos após os eleitores serem informados que FHC chamara os aposentados com menos de 50 anos de ‘vagabundos’. Mais tarde, o presidente recuperou-se e venceu.
Mesmo na atual disputa Alckmin já esteve empatado com Lula em simulação de segundo turno. Foi em dezembro de 2005, quando a lembrança das acusações de corrupção no governo ainda eram fortes.
Portanto, se Alckmin imprimir um tom de crítica à campanha, se Lula escorregar em alguma declaração pública, se peessedebistas bem avaliados se engajarem na campanha, se imagens do mensalão voltarem à tona, o quadro pode mudar.
Resta saber se essas possibilidades são prováveis ou ‘imponderáveis’.
MAURO PAULINO é diretor-geral do Instituto Datafolha’
TODA MÍDIA
Do Brasiill!!
‘Galvão Bueno voltou com o patriotismo aos berros:
– Olha o Felipe! Vá preparando o tema da vitória. Aí vem o Felipe! Felipe! Felipe! Felipe Massa do Brasiill!!
Voz embargada, ao ouvir a mensagem pelo rádio, ‘este menino tem valor, eu fico emocionado, ele tem valor’. E tome ‘depois de muito tempo o Brasil volta a vencer’, ‘e vamos ouvir de novo o Hino Nacional’, ‘obrigado pela emoção… Felipe Massa do Brasiill!!’.
NAS FAVELAS
O ‘El País’ iniciou no sábado e prosseguiu ontem uma série sobre ‘Crônicas da Vida’ no Brasil. Descreve coisas como ‘nas favelas do Brasil a polícia parece só mais um grupo; às vezes, menos armado do que os outros’. Sob o título ‘O segredo da felicidade’, afirma que o brasileiro não tem vergonha de dizer que é feliz, apesar de ‘1% ser mais rico do que metade dos 186 milhões de habitantes’. O enviado ouviu defesas rasgadas -e aéticas- de Lula.
LULA E O SILÊNCIO
Sob o título ‘Silêncio de Lula só faz o público brasileiro crescer em apreciação’, o ‘Washington Post’ de domingo conta como o petista vem evitando debates, ‘ignorando a mídia impressa, se distanciando de seu partido atormentado pelos escândalos’ -e liderando as pesquisas.
O enviado Monte Reel foi até Campo Limpo, periferia de São Paulo, para um comício, abordou bandeiras como Bolsa-Família e relatou os embates de Lula com a mídia.
E AS NUVENS
Já o ‘Wall Street Journal’ de sexta-feira relatou, na coluna de Mary Anastasi O’Grady assinada do Rio, ‘nuvens escuras de pessimismo sobre as cabeças brasileiras’.
Sob o título ‘Brasil, ainda o país do futuro’, diz que Lula ‘não destruiu instituições como Kirchner, apesar da admiração por Fidel Castro’, mas que o país precisa ‘desesperadamente de atitude pró-mercado’. Deu por contra-exemplo a ‘atitude de seu governo com a propriedade intelectual da indústria farmacêutica’.
ATÉ O CAFÉ
O ‘Observer’ de Londres escreveu ontem sobre ‘a promessa de dinheiro graúdo no mercado de commodities’:
– Esqueça ouro e petróleo: as commodities nas quais investir no futuro são coisas como trigo, açúcar e algodão.
De novo é a China que demanda, dos citados ao café -que seduz’chineses mais sofisticados’. Em síntese, na ironia britânica, ‘se cresce, é provável que dê lucro’.
JEB E O ETANOL
Já o site do ‘Financial Times’, na ‘agenda da América Latina’, destacou ontem que um blog estreou no final da semana na Flórida, com uma longa entrevista em que o governador Jeb Bush, irmão de George, o presidente, diz:
– Os Estados Unidos devem fazer do Brasil um aliado em energia, para tirar a carta do petróleo das mãos de Hugo Chávez… Devem retirar a tarifa de 54 cents sobre o galão de etanol importado do Brasil.
E o presidente ‘aparentemente gosta da idéia’. O blog se chama The Fueling Station -o posto de abastecimento.
FAZER AS UNHAS
O ‘New York Times’ de ontem apontou a crescente ‘desmedicalização’ das cirurgias plásticas no país todo, com as operações se assemelhando a ‘ir ao shopping’:
– Antes só dizíamos do Brasil, que ‘fazer plástica no Rio é como fazer as unhas’. Agora é assim em Nova York.
Sem piadas, despacho da AP relatou como a morte de uma brasileira ‘expôs as cirurgias ilegais na comunidade’.’
TELEVISÃO
Horário eleitoral dobra ibope da TV paga
‘Apesar das reprises e da escassez de lançamentos, a TV paga mais que dobrou sua audiência com a propaganda eleitoral na TV aberta.
Nos primeiros cinco dias de horário eleitoral gratuito, entre 15 e 19 deste mês, o público dos canais pagos entre 20h30 e 21h20 cresceu 124% em relação à semana anterior. Saltou de 965 mil telespectadores por minuto para 2,16 milhões em todo o Brasil, segundo projeção a partir de dados do Ibope.
Ou seja, quase 1,2 milhão de telespectadores trocaram a TV aberta pela TV paga durante o horário eleitoral noturno. No país, há cerca de 14,3 milhões de telespectadores de canais pagos, distribuídos em 4,1 milhões de domicílios.
A ‘nova’ audiência, de 2,16 milhões de espectadores, é excepcional para a TV paga. Significa que 15% dos assinantes sintonizaram em canais pagos entre 20h30 e 21h20. Isso só ocorre em eventos especiais na TV paga, como Olimpíadas.
O crescimento da audiência da TV paga neste ano foi maior do que em 2004, quando atingiu 83%, e menor do que em 2002, quando subiu 169%. Mas, neste ano, o número absoluto de telespectadores é maior (cerca de 350 mil).
O aumento da TV paga é coerente com a queda da TV aberta. Só na Grande São Paulo, 3,2 milhões de pessoas desligaram a TV ou usaram o televisor para outras mídias na primeira semana de horário eleitoral.
PONTAPÉA Globo gravou sexta-feira, próximo a Manaus, as primeiras cenas de ‘Amazônia’, minissérie que contará a história do Acre. As cenas tiveram Werner Shunemann, Tarcísio Filho, Victor Fasano e Matheus Nachtergaele. Os quatro interpretam intelectuais que enfrentam militares bolivianos.
PARA EXPORTAÇÃO 1O ator Bruno Campos, que interpretou o marido de Glória Pires no filme ‘O Quatrilho’, está no Brasil para divulgar ‘Nip/Tuck’, série de ficção sobre cirurgia plástica exibida pelo canal Fox, cuja terceira temporada estréia no dia 12.
PARA EXPORTAÇÃO 2 Campos entrou para o elenco fixo de ‘Nip/Tuck’, como um cirurgião plástico. Ele é brasileiro, mas vive nos EUA.
AVAL PRESIDENCIALA Anatel deve aprovar nesta semana a compra da operadora de cabo Way TV, de Minas Gerais, pela Telemar _o que as TVs pagas consideram ilegal.
TRUQUE F.C.Ao contrário do que divulgou a ESPN Brasil na sexta-feira, o Campeonato Espanhol de futebol não é exclusivo do canal. A Sky/DirecTV também comprou o torneio (aliás, antes) e informa que transmitirá os principais jogos, como os de Real Madrid e Barcelona, deixando as ‘sobras’ para a ESPN.
SÓ PAGANDOA Sky/DirecTV comprou os direitos do Espanhol também para TV aberta em toda a América Latina (por US$ 40 milhões). Mas nenhuma rede aberta brasileira topou pagar o que ela pediu para repassá-los.’
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O Estado de S. Paulo
Segunda-feira, 28 de agosto de 2006
ORIENTE MÉDIO
Palestinos soltam jornalistas em gaza
‘AP e Reuters – Radicais palestinos libertaram ontem em Gaza dois jornalistas da TV americana Fox News que tinham sido seqüestrados no dia 14. O correspondente americano Steve Centanni, de 60 anos, e o cinegrafista neozelandês Olaf Wiig, de 36, mostravam-se apenas cansados após duas semanas de cativeiro onde, segundo eles, foram vendados, amarrados em posições desconfortáveis e forçados a declarar-se convertidos ao islamismo sob a mira de armas. Eles foram soltos horas após vencer o ultimato do desconhecido grupo Brigadas da Sagrada Jihad – apresentado num vídeo divulgado quarta-feira -, que dava 72 horas para que os EUA soltassem os muçulmanos de suas prisões.
‘Estou bem, saudável e em boa forma e muito feliz por estar livre’, disse Centanni à Fox News. Centanni contou que ele e Wiig foram forçados a dizer, num vídeo, que estavam se convertendo ao islamismo. ‘Pensei: ‘Meu Deus, estou num armazém remoto com um gerador barulhento, poderiam simplesmente atirar na minha cabeça e ninguém escutaria’, disse. ‘Isso (declarar-se convertidos) foi algo que achamos que deveríamos fazer, pois eles tinham armas e não sabíamos o que estava acontecendo.’
Após sua libertação, os jornalistas tiveram um emotivo encontro com seus colegas em um hotel de Gaza, onde também se reuniram com o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniye. Depois, foram para Israel. Antes, porém, eles pediram que os repórteres estrangeiros não fiquem com medo de ir à região. ‘Será uma grande tragédia para o povo palestino e especialmente para o povo de Gaza’ se o seqüestro acabar afastando a imprensa internacional dos acontecimentos, disse Wiig. ‘A história do povo palestino merece ser contada.’
Haniye, que é membro do grupo fundamentalista Hamas, disse que os seqüestradores não têm nenhuma ligação com a rede Al-Qaeda ou com grupos militantes palestinos conhecidos. Ele não revelou se foi feita alguma concessão aos seqüestradores para que libertassem os jornalistas.’
INTERNET
Internet busca aproximação com a TV
‘O executivo brasileiro Bruno Fiorentini acaba de deixar a presidência do portal Yahoo para a América do Sul com um desafio novo para o setor de internet: trabalhar a convergência de mídias no Yahoo 7, na Austrália. A empresa é uma joint venture recém-criada entre o site americano e um dos maiores grupos de mídia da Oceania, o 7.
A intenção é que o país seja uma espécie de laboratório da empresa de internet, que cada vez mais busca se distanciar de seu início como site de busca e diversificar sua atuação em informação. ‘O que o Yahoo quer é ser portal de conteúdo, com seus usuários gerando conteúdo e se integrando com a produção de mídia’, diz.
Segundo ele, um dos exemplos do que isso significa na prática é o programa Dancing with the Stars (em português, Dançando com os Astros). Na Austrália, o programa já testou possibilidades como interatividade dos internautas com os participantes e possibilidade de download de vídeos pelo celular. ‘Nossa grande missão agora não é só integrar conteúdos de TV e internet, mas ir além e pensarmos em produtos multiplataforma, que conversem entre si.’ Na Copa do Mundo, isto já foi testado. ‘Como a Austrália chegou à segunda fase da competição, um documentário para televisão foi feito com todo o trabalho desenvolvido anteriormente só para a internet.’
No Brasil e no resto do mundo, a empresa tem buscado parcerias e o site já mudou seu design para isso. Há dois meses, a página inicial foi modificada nos Estados Unidos, e na semana passada as mudanças chegaram ao Brasil. ‘Tudo visando dar mais ênfase às notícias e à nova proposta do Yahoo’, diz.
Fiorentini iniciou a operação do Yahoo no Brasil, em 1999. Na época, o site estreou no País na 16ª posição em número de visitas e hoje está no 4º lugar. Agora, ele espera criar na Austrália um modelo de negócio que possa ser recriado nas operações do Yahoo em todo o mundo. Para ele, as oportunidades neste setor de mídia são crescentes. ‘E, no Brasil, com certeza muita coisa vai acontecer. É certamente um mercado em que vamos buscar parcerias. ‘
Um dos principais concorrentes da empresa, o Google, também já testa experiências envolvendo televisão, porém com outro propósito. Segundo a revista de tecnologia americana Technology Review, a intenção é conseguir captar do aparelho do telespectador sons que identifiquem que tipos de programas ele assiste.
Com isso, o site será capaz de enviar conteúdos de interesse e até anúncios, tudo baseado no gosto da pessoa. Ainda não há definição sobre quando o produto, ainda em fase inicial de pesquisa, será lançado.
GLOBO
No Brasil, quem anda se movimentando neste sentido é a TV Globo. A emissora não quis dar detalhes de seus planos, mas está montando uma redação com cerca de 30 jornalistas em São Paulo para lançar um grande projeto convergindo televisão com internet, por meio de seu portal Globo.com.
O editor-chefe do programa Fantástico, Álvaro Pereira Jr, é um dos responsáveis pela formatação do projeto, que leva o nome de G1. A intenção é de que matérias sejam produzidas com recursos de televisão, mas com total interatividade com o público da internet.’
Ricardo Anderaos
Google na China e no Brasil
‘Em seu perfil do Orkut ele se identificava como Junior Spy. Participava de vários grupos sobre música eletrônica e baladas, nos quais fazia propaganda de seus ‘doces’ – gíria que identifica o alucinógeno LSD. No início deste ano ele conversou pela internet com o repórter Rodrigo Martins do Link, acreditando tratar-se de um adolescente interessado em seus produtos.
‘Tenho dois tipos de doce, o shiva, que custa R$ 35 cada um, e o bike, que sai por R$ 25 a unidade’, revelou. Depois que o interessado faz um depósito numa conta bancária ‘fantasma’, a droga é enviada pelo correio. Se ele tem medo de ser pego? ‘Não tem risco. Uso proxy – software que permite navegar na web sem deixar rastros. E meus dados no Orkut são falsos. Ou você acha que eu iria me expor para acabar preso?’ Algum tempo depois da publicação da reportagem, em fevereiro, seu perfil desapareceu do site.
Nosferatu é o nome fantasia adotado por um rapaz que coleciona fotos de garotos seminus. Na comunidade ‘Amo Meninos de Cueca’ ele deixou um endereço que permitiu ao repórter conversar com ele pelo Messenger. ‘Tenho 27 anos. Eu adoro meninos novos. Acho os de 13 anos uma delícia’, teclou Nosferatu. ‘Você tem fotos de adolescentes?’, perguntou o repórter, que se fazia passar por um menor. Em resposta o pedófilo enviou instantaneamente uma foto pornográfica de dois garotos que aparentavam uns 13 anos de idade.
Em março, um mês depois da publicação dessa reportagem, o Ministério Público Federal de São Paulo recebeu mais de 14 mil denúncias contra o Orkut, rede de relacionamentos ligada ao Google.
De lá para cá houve várias reuniões para discutir o assunto entre representantes da Câmara, do Ministério Público e executivos do Google. Diante de um pedido para que a empresa colaborasse na investigação dos crimes, revelando os endereços dos computadores que administravam perfis e comunidades criminosas, funcionários da filial brasileira da empresa afirmaram que isso era responsabilidade da matriz nos EUA. Depois, quando finalmente apareceram por aqui funcionários norte-americanos, eles declararam que as leis de proteção da privacidade dos EUA não permitem acesso a esses dados.
Segundo o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Estado de São Paulo, Sérgio Gardenghi Suiama, a única empresa de internet que não coopera com a Justiça brasileira é a Google. Por conta disso, o Ministério Público Federal entrou semana passada com uma Ação Civil Pública exigindo que o Google Brasil forneça dados sobre usuários de comunidades que praticam crimes no Orkut. Do contrário, pede o promotor, deve ser multada em R$ 200 mil, mais uma indenização avaliada em R$ 130 milhões por danos morais coletivos.
A multa me parece desproporcional. Duvido que, no final, quando a ação for julgada, seja aprovada a punição solicitada pelos promotores. O caso levanta questões interessantes sobre o direito internacional. Numa rede sem fronteiras, como julgar casos desse tipo? Segundo a lei brasileira ou norte-americana? Quem sabe, no futuro, essa jurisdição seja entregue a tribunais internacionais.
Mas, por outro lado, a atitude da empresa me parece cínica. O mesmo Google que não quer colaborar com a polícia brasileira para achar criminosos no pequeno (para padrões mundiais) site de relacionamento Orkut, aceitou a imposição das autoridades chinesas e está censurando as buscas dos internautas no país de Mao Tsé-tung.
Isso atenta de forma muito mais grave contra a privacidade, os direitos humanos e a liberdade de expressão. Só que, nesse caso, o que está em jogo não é a segurança das crianças brasileiras, mas interesses comerciais da Google no gigantesco mercado chinês.’
Pedro Doria
Confidências virtuais
‘O quanto a internet nos muda o comportamento? Há por aí uma penca de cientistas sociais cheios de teorias – mas, na verdade, é muito cedo para dizer. É preciso que a geração criada com acesso à internet, uma trupe que está chegando agora à adolescência, fique adulta, se case, siga carreira, tenha filhos – viva uma vida como se a rede sempre houvesse existido. Aí dará para medir o seu impacto.
Não faz muito tempo, ouvi uma história curiosa que partiu de uma menina de 10 anos. Quando ela nasceu, os pais já tinham internet em casa. Ela ainda não sabe dos amores que terá, mas já começa muito lentamente a perceber o que há além da infância.
E a menina reclamava da própria timidez – é impossível chegar à porta da pré-adolescência sem uma pilha de inseguranças, mas todas as letras de rock do mundo estão aí para confirmar que nossa timidez parece sempre única, os outros são todos seguros.
A menina, porém, havia encontrado uma solução: o MSN, nome pelo qual o mensageiro instantâneo da Microsoft – o Messenger – ficou conhecido. (A menina não sabe do tempo em que usávamos ICQ.) ‘Coisas mais íntimas, eu só falo pelo MSN. Na escola, ao vivo, não dá para dizer.’ Impossível sequer desconfiar de quais são as coisas mais íntimas que uma menina de 10 anos esconde – a discrição recomenda não perguntar.
Segundo ela, isto é regra entre seus amigos e amigas. Forma-se um jogo. Quando se encontram no espaço público do colégio, conversam amenidades, coisas do cotidiano, elucidam dúvidas das aulas, comentam das férias ou mesmo do fim de semana. Aquilo que os aflige, comentam entre si. Só que virtualmente.
A princípio, não parece haver nada de novo aí – a internet sempre teve disso. Cheio de vontades ou pleno de angústias, o indivíduo assume um apelido, busca fóruns ou chats de gente igualmente aflita e conversa por horas a fio. Protegido pelo anonimato em diálogos com quem mora noutra cidade, Estado ou país, ele põe o coração na mesa e fala tudo o que sente.
É tão antigo que o ditado que melhor resume a internet saiu publicado pela primeira vez em 1992 – poucos anos, portanto, antes de o grande público saber o que era a rede. Foi num cartum da revista The New Yorker. Nele, um cachorro está à frente de um computador e diz a outro, que o observa: ‘Na internet, ninguém sabe que você é um cachorro.’ Moral da história, a loura de seios fartos que alimenta os sonhos do marmanjo pode muito bem ser um sujeito barbado e carrancudo do interior de Mato Grosso.
Mas é só na aparência que a história da menina de 10 anos é uma repetição do velho tema. Ela não se identifica por apelido; é pelo nome. E o retrato na tela do MSN não foi buscado em um canto da rede; é o seu. Não há, sequer, o anonimato da distância. As pessoas com quem conversa são seus amigos. (Até porque, cientes, seus pais acompanham cuidadosos seu uso da rede; respeitam sua privacidade, mas vigiam ainda assim para que converse apenas com conhecidos.)
Então qual é a diferença? Por que é mais fácil falar de coisas íntimas pela rede com quem se conversou de manhã e se conversará na manhã seguinte?
Traga a questão para o mundo adulto e os paralelos nos escapam. É claro que, num arroubo de audácia, talvez inspirado por uma cerveja, é possível que se declare um amor impossível por e-mail. Mas isto vem (quase) sempre seguido de arrependimento. É possível dizer umas poucas e boas para o chefe – e neste caso o arrependimento é certo. É a exceção, no entanto. Não se diz pela rede, para conhecidos, o que não se falaria pessoalmente. Ao menos, isto é raro.
É só que a menina de 10 anos, muito séria e ensimesmada, com a pose honesta de quem ensina algo que aprendeu sobre a vida, conta isso. As coisas íntimas, falamos pelo MSN. Não tem a rudeza do cara a cara, tampouco a surpresa. A confidência não é recebida por grito ou choque ou choro. Apara arestas, defende da reação do outro. E, quando vier o encontro do dia seguinte, bem, já passou um tempo e a reação nos é mais leve. Pensando bem, a menina é uma sábia e percebeu algo de óbvio sobre a internet.’
PROPAGANDA
Publicidade estatal em jogo
‘Três das contas mais cobiçadas do País vão entrar no centro das disputas do meio publicitário nas próximas semanas. A Petrobrás, o Banco do Brasil e os Correios devem renovar os seus contratos. Juntas, as três estatais movimentam mais de R$ 500 milhões em verbas publicitárias por ano.
As concorrências públicas ocorrem num momento em que o Congresso começa a discutir uma lei de licitação de publicidade de estatais, como subproduto das comissões parlamentares de inquérito dos Correios e do mensalão.
A concorrência mais adiantada é a do Banco do Brasil. Na semana que vem, o BB escolhe, entre três agências que já passaram por uma pré-seleção, as duas que vão atender parte da conta. Estão no páreo Lowe, Artplan e Master. Na primeira quinzena de dezembro é a vez dos Correios divulgarem o edital de licitação. A Petrobrás promete abrir concorrência até o fim de setembro.
O que seria um movimento rotineiro ficou em evidência depois que agências foram envolvidas no escândalo do mensalão. O publicitário Marcos Valério, que prestava serviços para os Correios, teve seu contrato rompido unilateralmente.
Um dos resultados das CPIs foi o Projeto de Lei nº 7.356, do deputado José Eduardo Cardozo, do PT de São Paulo, que prevê a criação de critérios específicos para a licitação de agências de publicidade. ‘Estamos hoje diante da ausência de normas para o setor publicitário e, por isso mesmo, com o risco de alimentarmos um jogo de cartas marcadas’, diz Cardozo.
PROJETO
O projeto tem quatro pontos principais. O primeiro é proibir que os responsáveis por julgar uma licitação saibam quem são os autores das propostas. Também prevê a escolha da uma comissão julgadora de licitações por sorteio, com pessoas de uma lista pública.
O terceiro ponto prevê eliminar o efeito guarda-chuva, em que uma agência vencedora de uma concorrência subcontrata terceiros, abrindo espaço para acertos por fora. E, por fim, o projeto define limites para a contratação de pesquisas para evitar o uso eleitoral.O projeto está provocando debate no meio publicitário.
‘É um trabalho sério, mas ainda carece de uma visão mais publicitária’, avalia Renato Loes, presidente da Leo Burnett e um dos responsáveis pelo estudo da lei na Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap).
TERCEIROS
Ivan Marques, sócio-diretor da F/Nazca Saatchi & Saatchi, que tem parte da conta da Petrobrás, defende o aperfeiçoamento das regras, mas faz restrições sobre o ponto que fala dos terceiros. ‘As agências dependem do trabalho de profissionais como artistas, músicos, produtores de som, gráficas, entre outros, que não estão em seu quadro de profissionais’, diz Marques. ‘Normas rígidas demais podem atrapalhar o fluxo do trabalho.’
Paulo Caffarelli, diretor de Marketing do Banco do Brasil, defende a lei e diz que já fez algo parecido. ‘Nesta licitação, já instituímos uma escolha de agências através de uma comissão de funcionários que não sabiam quem eram os candidatos.’’
TELEVISÃO
Caboman se ofende
‘Mais um funcionário de bastidores da TV resolveu ir à Justiça reclamar por conta de constrangimentos que diz ter sofrido no ar. Desta vez a confusão envolve a RedeTV! e o extinto Noite afora, de Monique Evans.
A emissora foi condenada a pagar uma indenização por danos morais ao caboman Alexandre Peixoto dos Santos, que alega ter sido vítima de brincadeiras de cunho sexual na atração de Monique Evans. Em decisão expedida na semana passada, a Justiça determinou que a RedeTV! pague indenização de R$ 5 mil ao ex-funcionário. O pedido faz parte de uma ação trabalhista que Alexandre move contra a rede.
No processo, o caboman alega ter sido obrigado a enfrentar vexames no ar que lhe acarretaram, inclusive, problemas no casamento. Alexandre conta que era chamado de ‘Todinho’ no ar, por ser ‘marronzinho’, e por … bem, por termos que só Monique Evans sabe reproduzir.
Vale lembrar que em 1998, Fausto Silva e a Globo foram condenados a pagar uma indenização de R$ 50 mil a Ivanildo Raimundo da Silva, o câmera Gaúcho, que ficou conhecido pelas chacotas que sofria no Domingão do Faustão por nunca sorrir.
Os 7 pecados capitais no Fantástico
Tem ares de superprodução a nova série do Fantástico: Os Sete Pecados Capitais. Idealizado por João Falcão, o quadro trará pequenos monólogos sobre cada um dos pecados: luxúria, avareza, vaidade, ira, gula, inveja, soberba e preguiça. Apesar de ser mantida em sigilo pela emissora, a produção começou a ser gravada este mês e deve estrear em setembro.
Déborah Secco vai protagonizar o episódio sobre luxúria. Luana Piovani também está no elenco. O projeto concorria a uma vaga entre os especiais de fim de ano da Globo.
Entre-linhas
A consultora do autor Manoel Carlos, Cláudia Werneck, é a convidada de amanhã, às 17 horas, do chat do site de Páginas da Vida – www.globo.com/paginasdavida. Cláudia é presidente da ONG Escola de Gente, que desenvolve projetos de inclusão de grupos vulneráveis, e ajuda Manoel Carlos nos assuntos relacionados à síndrome de Down.
Com certo atraso, começa a ser veiculada uma propaganda com o ex-BBB Gustavo. Ele será o novo garoto-propaganda de uma marca de chuveiros. Para quem ainda se lembra, o ex-monge não era muito adepto à higiene pessoal.’
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