Sunday, 24 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Folha de S. Paulo

PUBLICIDADE SUSPEITA
Frederico Vasconcelos

Nossa Caixa violou lei, diz Tribunal de Contas

‘Em decisão unânime, o TCE (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo) confirmou na última quarta-feira que a Nossa Caixa ‘violou a legislação’ e ‘afrontou os princípios da legalidade e moralidade’ em seus negócios com as agências de publicidade Colucci e Full Jazz.

Durante 24 meses, as agências receberam R$ 45 milhões a partir de ‘ajustes verbais’, pois não houve licitação para a renovação dos contratos com vigência encerrada em 2003.

Em dezembro de 2005, a Folha revelou que o Ministério Público Estadual abrira investigação a partir de denúncia anônima para apurar os serviços sem amparo legal das duas agências e o uso político-partidário da publicidade do banco oficial. O governo Geraldo Alckmin (PSDB) direcionou recursos públicos para favorecer deputados da base aliada.

A decisão do TCE esvazia a alegação do então candidato tucano à Presidência da República, de que houve apenas ‘mero erro formal’ do banco, já sanado, e sem nenhum prejuízo.

Ao rejeitar dois recursos do banco contra decisão da Primeira Câmara, o conselheiro-relator, Renato Martins Costa, sustentou em seu voto que houve ‘vício grave e irremediável, e não simples erro formal’.

Para o promotor Sérgio Turra Sobrane, que investiga os contratos de publicidade da Nossa Caixa , a decisão do TCE ‘é importante, porque oferece subsídios sobre os excessos na execução dos contratos’.

Ele vê ‘indícios seguros de prática de improbidade, com danos ao patrimônio’, como o ‘acréscimo indevido’ nos pagamentos à agência Colucci na vigência do contrato: 30,80% em relação ao montante originalmente pactuado, num valor superior a R$ 15,7 milhões.

O TCE sustentou que houve ‘impropriedades graves durante a vigência e após o vencimento dos contratos’, principalmente pela manutenção de pagamentos durante 24 meses sem contrato formal. O fluxo de dispêndios irregulares perdurou até setembro de 2005.

Campanha

O tribunal qualificou como procedimento ‘incompatível com o interesse público’ o fato de a Nossa Caixa ter gasto, em apenas oito meses, R$ 12 milhões com a Colucci e R$ 16 milhões com a Full Jazz, volume de recursos previsto para desembolso em um ano e meio. Essa despesa concentrada coincide com o período da campanha de reeleição de Alckmin, de março a novembro de 2002.

O TCE não aceitou as alegações de que a concentração de gastos se deveu a ações de marketing, como ‘Dia das Mães’, ‘início das aulas’, ‘pagamento de IPVA’, ‘Copa do Mundo’ e ‘lançamento de produtos’.

O tribunal acolheu o pedido do presidente do banco, Carlos Eduardo da Silva Monteiro, para que seu nome fosse excluído da relação das ‘autoridades que firmaram os instrumentos’ [contratos]. Mas o tribunal ressalvou que isso não implica ‘automática exclusão de eventual responsabilidade [de Monteiro] a ser apurada’.’



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Atuação foi regular, diz presidente

‘O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro da Silva, afirma que o TCE confirmou o acerto dos atos de sua gestão e que foi o próprio banco quem comunicou as irregularidades ao tribunal.

‘A execução foi regular. Todas as providências foram tomadas’, diz. ‘O TCE poderia mandar [o caso] para o Ministério Público, poderia aplicar multas ao ordenador de despesas. Mas não encontrou indício de nada’, diz.

‘A decisão do tribunal foi a de que é ilegal a execução do contrato após a vigência, exatamente como nós dissemos, e que todas as providências da área administrativas e disciplinar já foram tomadas’, disse Monteiro.

‘Se o contrato é legal, os pagamentos são regulares. Não há nada a devolver, não há multa nenhuma aplicada’, afirma

O presidente da Colucci, Oscar Colucci, disse que ‘a Nossa Caixa age contraditoriamente: perante o TCE, para evitar a condenação dos diretores, afirmou que as operações mantidas com a Colucci eram lícitas, ainda que as prorrogações dos contratos devessem ter sido formalizadas por escrito. Essa não formalização constitui mera irregularidade formal, não se justificando a aplicação de penalidade aos diretores. Em juízo, na ação proposta pela Colucci, o banco está sustentando exatamente o contrário, para fugir do pagamento do aviso-prévio’.

A presidente da Full Jazz, Christina Carvalho Pinto, disse que a remuneração da agência ‘ficou mais de 30% abaixo do previsto em contrato.’

A agência comprovou que alertara previamente o banco, em 2003, sobre o vencimento do contrato. Em nenhum momento a Full Jazz cometeu qualquer ato ilegal’, afirmou. A Folha não conseguiu ouvir o ex-governador Geraldo Alckmin.’



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O processo: distribuição de investigações provocou demora

‘As investigações sobre as irregularidades da Nossa Caixa foram instauradas pelo Ministério Público Estadual em 27 de dezembro de 2005 e distribuídas em várias instâncias, o que contribuiu para a demora na tramitação dos processos. A decisão do TCE desta última quarta-feira deverá resultar no ajuizamento de eventual ação de improbidade administrativa, definindo-se as responsabilidades, o que só deverá acontecer no início do próximo ano.’



POLÍTICA CULTURAL
Vinicius Torres Freire

Contra a cultura

‘LIVRO DE ARARA e filme brasileiro costumam levar aquela logomarca verde-amarela da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. A bandeirinha auriverde indica que uma empresa pagou menos imposto por ter ‘dado o maior apoio’ a uma iniciativa dita cultural. A empresa ainda faz propaganda grátis de si mesma ao posar de mecenas com dinheiro público.

Em muita sala de espera de empresa e banco há livro de arara na mesa de centro. Livro de arara, floresta, Pantanal e de fotografia de pobres, com aquelas fotos de senhoras pardas, lenço na cabeça, à janela da casa de taipa num sertão qualquer, fitando o infinito da sua desgraça.

Mas colegas desta Folha têm revelado que livro de arara já era. As várias leis pró-cultura e empresas públicas financiam cada vez mais o entretenimento de ricos e suas empresas: Cirque du Soleil, ‘Fantasma da Ópera’, show pop, série de TV, festa de livros em Parati, quase tudo besteira. Ainda que não seja besteira, por que subsidiar ricos?

Há subsídio para fabricar e comprar TV, ‘home theater’ e celular.

Por que não para filme, festa literária ‘al mare’ e show teatral? Cinema é indústria, assim como as fábricas paulistas e as múltis da Zona Franca de Manaus, por exemplo, que levam muito mais subsídio.

Mas a tese da generalização da teta não vai nos fazer bem, não.

‘Neste país’ de cinemas e teatros com nomes de bancos e bancos com nomes como Kandinsky Dali Personality Premium, ou uma tigrada dessas qualquer, parte do mecenato privado é bancada pelo governo. ‘Projetos culturais’ e muita ‘responsabilidade social’ socialite levam ‘apoio’ de empresas, não da pessoa física. É mais fácil reduzir a conta do imposto. Ainda mais fácil é o subsídio na veia.

Sim, trata-se de privatização à matroca de fundos públicos. O caldo da cultura sugado pelo marketing privado é bancado pelo crioulo, direta ou indiretamente. Talvez se faça coisa prestante com o subsídio. Mas a lei da cultura criou uma nova geração de cracas nas paredes do Estado, como ocorreu com ONGs, organizações sociais, empresas de publicidade etc.

As cracas sugam dinheiro público escasso por meio dessas parcerias público-privadas obscuras.

Em 2005, foram R$ 677 milhões pelos canos da Lei Rouanet. Foi menos de 0,2% da receita federal disponível. Mas foi o orçamento da Embrapa, a empresa de pesquisa da tecnologia agropecuária, que sustenta a maior parte do saldo do comércio externo do país.

A Capes gastou menos do que isso para bancar metade das bolsas de pós-graduação do país. O dinheiro federal para complementar a miséria per capita gasta em educação básica não tem passado de R$ 400 milhões anuais.

Para quem vai o dinheiro? Cerca de dois terços fica no eixo Rio-SP.

Um supersucesso do cinema nacional é visto por 3 milhões de pessoas, 1,5% da população. Quase tudo no Brasil acaba na mão do 1,5% mais rico e bem relacionado.

O pior problema cultural do país é a imensidão de pessoas que não sabe ler ou fazer regra de três. Isso não quer dizer que se deva, sem mais, passar a faca na lei da ‘cultura’ e destruir empreendimentos.

Ou deixar múltis da diversão livres para pagar jabá e sufocar o negócio nacional. Ou largar bibliotecas e patrimônio histórico às traças.

Mas, francamente, não se trata aqui das alturas do espírito, mas de negócios, na maior parte dos casos.

Negócios com verba pública. É preciso saber o quanto rendem para o interesse público, se rendem.’



PERFIL / REYNALDO JARDIM
Ferreira Gullar

Profissional do desafio

‘POUCAS PESSOAS encontrei, na vida, capazes de topar desafios como certo cara chamado Reynaldo, que conheci há muitos e muitos anos.

Sei que ele nasceu em São Paulo, mas, aos 30 anos de idade, estava no Rio de Janeiro e foi procurar a condessa Pereira Carneiro, então proprietária do ‘Jornal do Brasil’. O referido jornal, naquela época, era um mero veículo de anúncios classificados, e quase a totalidade de sua matéria jornalística era transcrita da Agência Nacional, órgão de divulgação do governo federal. Reynaldo propôs à condessa melhorar o suplemento feminino, e a condessa topou.

Ele então começou a adicionar, às receitas de bolo, poemas, crônicas e contos, de modo que, em breve, nascia um suplemento literário que logo se tornaria o mais revolucionário e polêmico da imprensa brasileira. O SDJB, como ficou conhecido, tornou-se o porta-voz da poesia concreta e, em seguida, do movimento neoconcreto, cujas obras e idéias mudariam o curso da arte brasileira.

Mas esse Reynaldo não era só o inventor e diretor do SDJB, porque, poeta que é, participou dos dois movimentos com poemas audaciosos, sem falar em seu ‘livro infinito’ e no balé neoconcreto, que, em vez de ser dançado por bailarinos, era-o por duas grandes placas de cor que se moviam no palco. Isso para não falar na música neoconcreta que ele tentou inventar.

A sala onde funcionava o SDJB fervia. Certo dia, apareceu lá um sujeito de cabeça raspada, dizendo-se o verdadeiro criador da arte neoconcreta; ao desatar a trouxa que trazia, deixou ver um amontoado de pequenas formas retorcidas, feitas com pedaços de lata de azeite. Pouco depois, surgiu ali uma moça que antes enviara alguns poemas de sua autoria, um dos quais terminava assim: ‘Ah, meus sapatos amarelo-girassol’. Reynaldo mandou chamá-la, publicou-lhe os poemas e fez dela sua secretária.

Um dia, a moça se tomou de fúria, quebrou a Redação, atirando no chão as estantes de livros. Mas nem todos os freqüentadores do SDJB eram assim; havia também os doidos mansos, como Mário Pedrosa, Clarice Lispector e mesmo Alexander Calder, que um dia apareceu lá.

O êxito obtido pelo suplemento levou a condessa a buscar a renovação do próprio jornal. O melhor dessa reforma -que não foi apenas gráfica mas estrutural- deveu-se a Jânio de Freitas, que contou com o talento de Amílcar de Castro, escultor integrante do grupo concretista do Rio. Diga-se, porém, a bem da verdade, que a renovação gráfica do jornal já havia sido iniciada por Reynaldo, no SDJB, e desenvolvida com tanta audácia que gerava conflitos com a direção da empresa, preocupada com o desperdício de papel. A gente chamava isso de ‘a guerra contra o branco’. Quando o SDJB morreu, ele criou o ‘Caderno B’, que se tornaria um padrão para os jornais brasileiros: a novidade consistia em reunir, num só caderno, todas as seções e matérias relacionadas a artes e espetáculos. Hoje, não há jornal que não tenha o seu ‘Caderno B’.

Em 1964, adveio o golpe militar, que obrigou muita gente a se esconder para escapar à repressão. Reynaldo, ciente da situação de alguns amigos, ofereceu-lhes o sítio que possuía em Nova Friburgo, para lá ficarem até que baixasse a poeira. Lá nos refugiamos, Jânio de Freitas, José Silveira e eu, mas, para nossa surpresa, poucos dias depois, chegou o Carlinhos Oliveira que, vindo da Europa, decidiu passar uns dias no sítio sem falar com o dono. Na apreensão em que estávamos, a presença do Carlinhos parecia-nos uma ameaça, o que nos fez abreviar a permanência ali. Reynaldo, ao saber disso, apenas caiu na gargalhada.

Um novo desafio se colocou para ele quando surgiu a idéia de fundar um jornal-escola para jovens e futuros jornalistas. Na verdade, tratava-se de formar jovens para resistir à ditadura. O novo jornal, ‘O Sol’, nasceu parecido com o SDJB: como encarte do ‘Jornal dos Sports’, mas durou apenas seis meses. Outros desafios se seguiram: Reynaldo dirige a revista ‘Senhor’, o ‘Correio da Manhã’ e, daí para diante, anda de cidade em cidade reformando jornais.

Mas esse cara de múltiplos talentos nascera poeta e, como tal, também se propôs desafios, chegando ao ponto de comentar em versos, numa estação de televisão, o fato importante do dia, como um cordelista da mídia eletrônica. E, mais recentemente, repetiu a proeza, publicando -e ilustrando -um poema por dia no ‘Caderno B’ do ‘Jornal do Brasil’.

Pois bem, esse sempre jovem cidadão, cujo nome por inteiro é Reynaldo Jardim, aniversaria quarta-feira próxima, dia 13. Completará 80 anos, e não há quem diga.’



TELES vs. TVs
Elvira Lobato

Anatel prepara medidas antimonopólio

‘A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) prepara regulamentos para tentar impedir que a onda mundial de fusões entre as companhias telefônicas e das teles com as TVs por assinatura restaure o monopólio das telecomunicações no país, só que em mãos privadas. O órgão regulador avalia que a convergência de serviços é inevitável.

Uma das propostas é separar em empresas independentes a infra-estrutura e a prestação de serviços das companhias telefônicas, como fez a gigante britânica British Telecom. A empresa de infra-estrutura venderia capacidade de transmissão a quem quisesse competir no mercado. Tal proposta depende da concordância das teles, que têm direitos assegurados em contratos de concessão.

Poderão ser criadas, ainda, operadoras virtuais, ou seja, companhias telefônicas sem redes próprias, que prestarão serviço alugando capacidade de transmissão das teles. Nesse caso, o órgão regulador terá de estabelecer condições de acesso às redes que viabilizem a atuação do novo competidor.

A portabilidade numérica é outra medida em estudo para forçar a concorrência na telefonia fixa. Ela permitirá que o assinante mude de operadora sem alterar o seu número.

Está em estudo ainda uma medida para forçar a diversificação de conteúdos na televisão por assinatura.

O superintendente de Serviços de Comunicação de Massa da Anatel, Ara Minassian, disse à Folha que até o fim de abril sai um regulamento que obrigará os sistemas de TV por assinatura via satélite (conhecidos pela sigla DTH, ou Direct-to-home) e os de transmissão pelo ar (MMDS) a exibir ao menos um canal de programação nacional independente.

Paralelamente, o Ministério das Comunicações formou um grupo de trabalho para formular uma política pública de TV por assinatura.

Segundo Minassian, na segunda metade dos anos 1990, o governo criou limites de concentração de licenças de TV a cabo e de MMDS, e, agora, a preocupação é com o conteúdo.

A fusão da Sky com a DirecTV acendeu o sinal vermelho. A empresa é responsável por 98% do mercado de TV via satélite no país e tem controle estrangeiro. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) autorizou a fusão sob a condição de que a Sky não tenha canais exclusivos.

A entrada das teles no mercado de TV por assinatura começou no ano passado, quando o grupo Telmex (controlador da Embratel) comprou 34% do capital da Net Serviços, das Organizações Globo, pelo equivalente a US$ 130 milhões. Em outubro, a Net comprou parte importante do capital da Vivax. Juntas, Net e Vivax somam 75% do mercado de TV a cabo.

Os concorrentes dizem que os mexicanos controlam a Net, mas, oficialmente, a maioria das ações com direito a voto continua com a família Marinho. A lei da TV a cabo exige controle acionário nacional.

Em reação ao avanço da Telmex, a Telemar propôs comprar a empresa de TV a cabo mineira Way Brasil, pelo equivalente a US$ 60 milhões. Na seqüência, a Telefônica entrou com pedido de licença de TV por satélite, na Anatel, e comprou uma participação acionária na TVA, do Grupo Abril. Os processos da Telefônica e da Telemar estão sendo examinados ‘com lupa’ pela Anatel, de acordo com Minassian.

Modelo da privatização

O ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros diz que o Brasil abriu o mercado de telefonia a capitais estrangeiros e privatizou a Telebrás, em 1998, na expectativa de que o monopólio daria lugar à competição.

‘Houve uma quebra de expectativa. O modelo previa que Telefônica, Telemar e Brasil Telecom competiriam no mercado da outra, o que não aconteceu’, diz o ex-ministro.

A Anatel tenta preservar o modelo desenhado na privatização. Para estimular a competição na telefonia local, autorizou a associação da Net com a Telmex. Com a Net, a Embratel conquistou a chamada última milha, ou seja, a conexão por cabos até a casa dos clientes, e passou a oferecer telefonia, acesso à internet e TV por assinatura no mesmo pacote.’



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Teles afirmam que disputa por TV paga é pela minoria de alta renda

‘O mercado de TV por assinatura no Brasil representa cerca de 5% do faturamento das concessionárias de telefonia fixa e cerca de 4,6 milhões de assinantes, contra 40 milhões de usuários de telefone. Por que, então, as teles lutam para oferecer TV paga?

A resposta é dada pelo presidente da Abrafix (Associação Brasileira de Concessionárias de Serviço Telefônico Fixo Comutado), José Fernandes Pauletti. Segundo ele, os 4,6 milhões de clientes em questão são os de maior renda no país.

Se a Embratel conquistar esses usuários por meio da Net, as teles perderão a clientela das contas telefônicas mais altas, afirma Pauletti. Segundo ele, a oferta de telefonia, internet e TV paga em um único pacote é um diferencial na competição entre as concessionárias.

Para o executivo, sobreviverão três operadoras de telecomunicações no Brasil, e duas delas já estão definidas: Telefônica e Telmex, que controla a Embratel.

Nesse cenário, ele crê que a Telemar se juntará à Brasil Telecom e que o governo aprovará tal fusão para garantir a sobrevivência de uma operadora brasileira no setor.

Fontes da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ouvidas pela Folha também crêem nesta hipótese, mas não de imediato.

O presidente da Vivax (segunda maior empresa de TV a cabo do país, em processo de aquisição pela Net), Chris Torto, afirma que é preciso fortalecer as empresas de TV paga antes de permitir a entrada das teles.

De acordo com ele, foi o que aconteceu nos Estados Unidos, onde as TVs a cabo passaram por forte processo de fusão entre elas. A Comcast, maior empresa de TV a cabo norte-americana, tem 23 milhões de assinantes, e a Time Warner, segunda colocada no ranking, tem 11 milhões.

‘Nos Estados Unidos, a competição é possível porque as TVs a cabo também são gigantes. No Brasil, as teles vão matar as TVs pagas e ficar com monopólio de mercado’, afirma o executivo.

O presidente da Abrafix admite que todas as operadoras de TV a cabo independentes acabarão por se juntar às teles, no cenário de concentração.

Anatel

A área técnica da Anatel já deu seu parecer sobre a compra da Way TV pela Telemar, mas o relatório é sigiloso.

A Folha apurou, no entanto, que o documento aponta os prós e contras para subsidiar a decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Um dos argumentos a favor do pleito da Telemar é que já existe uma empresa de TV por assinatura controlada por concessionária de telefonia local fixa no Brasil: a Image, do grupo Algar, da Companhia Telefônica do Brasil Central, do Triângulo Mineiro.’



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Teles passam por fusões e aquisições em todo o mundo

‘O setor de telecomunicações passa por um processo de concentração em todo o mundo. A pressão das companhias telefônicas para entrar no mercado de TV por assinatura, que acontece no Brasil, é reflexo disso.

O fenômeno acontece simultaneamente na África, na Europa, na Ásia e na América Latina. Nos Estados Unidos, as ‘Baby Bells’ -nascidas do desmembramento da AT&T nos anos 80- se reagruparam para enfrentar a entrada das empresas de TV a cabo no setor de telefonia e para ganhar escala.

Um levantamento obtido pela Folha mostra que, de janeiro a julho, foram registradas pelo menos 24 grandes operações de compra de empresas de telefonia fixa e celular.

Exemplo desse fenômeno na Europa é a oferta hostil de compra da Portugal Telecom (PT) pela Sonaecom, do conglomerado Sonae. A oferta está sendo examinada pela Autoridade de Concentração, o equivalente português ao Cade, e enfrenta resistência por parte da direção da PT, que recomendou aos acionistas a rejeição da proposta. Para a PT, o preço oferecido ( 11,1 bilhões) é baixo.

Se a fusão for autorizada, o comprador terá, por exemplo, de se desfazer da infra-estrutura de cabos da PT ou vender a rede de TV a cabo do grupo, para viabilizar a entrada de novos competidores no mercado. Ainda terá que facilitar a entrada de outra operadora móvel.

O resultado do processo em Portugal terá reflexos no Brasil. Como a Telefónica de España tem cerca de 9% do capital da PT, a empresa já declarou que deseja trocar as ações da ‘holding’ pela participação portuguesa no capital da Vivo.

Segundo especialistas, a onda de concentração no setor começou após o estouro da ‘bolha’ da internet, no início da década. As empresas se associam para ganhar escala e economizar custos, num processo que parece não ter fim.

Segundo o ex-ministro das Comunicações Juarez Quadros, com as fusões, as telefônicas ganham mais poder de negociação com os fornecedores de equipamentos, os quais também se juntaram para enfrentá-las.

Nos últimos anos, houve uma onda de fusões entre as indústrias: a Alcatel se uniu à Lucent; a Nokia se uniu à Siemens; a Ericsson comprou a Marconi; a Nortel fez parceria com a Microsoft, e a Motorola se associou à chinesa Huawei.

Um levantamento da Ericsson sobre as fusões e aquisições de maior porte anunciadas neste ano mostra quatro aquisições na África só em julho: em Uganda, na Nigéria e duas na Costa do Marfim. A expansionista, no continente, é a empresa MTN, da África do Sul.

Na América Latina, a disputa pelo domínio dos mercados se dá entre o grupo Telmex (do bilionário mexicano Carlos Slim Helú) e o grupo Telefónica de España.

Em 2004, a Telefónica comprou dez operações da BellSouth na América Latina. A Telmex fez o mesmo com as filiais da AT&T Latin America. Os dois grupos têm 70% dos assinantes de celular da região.

Mas a maior aquisição da Telefónica se deu na Europa, com a compra da empresa de celular inglesa O2, por US$ 31,5 bilhões. Foi a maior transação nesse setor nos últimos cinco anos na Europa.

O avanço das teles sobre TV por assinatura, que se vê no Brasil, se repete nos países vizinhos. A Telmex comprou quatro redes de TV a cabo na Colômbia (duas compras foram feitas em junho) e já se tornou o maior provedor do serviço naquele país. A Telefónica oferece TV paga em El Salvador, Peru, Chile e, agora, Brasil.

Estados Unidos

Por determinação do Senado norte-americano, a AT&T foi desmembrada, em 1984, em sete empresas de telefonia fixa local, conhecidas como ‘Baby Bells’: SBC, Pacific Telesis, Ameritech, Bell Atlantic, Nynex, US West e BellSouth.

A AT&T permaneceu com o serviço de ligações de longa distância.

As três primeiras se juntaram na SBC, que, no ano passado, comprou a AT&T e adotou o nome da antiga empresa-mãe. Por fim, a AT&T comprou a BellSouth, que levou consigo a tele Cingular, de celular.

Bell Atlantic e Nynex se juntaram e criaram a Verizon, formando um segundo conglomerado, com telefonia fixa e celular. A Verizon comprou a MCI, de longa distância, antiga controladora da Embratel.

Outra fusão gigante uniu a Nextel (telefonia móvel) e a Sprint (longa distância), que fizeram acordo com TVs a cabo, para oferecer telefonia local.

Segundo o engenheiro Eduardo Tude, presidente do site especializado Teleco, a desregulamentação do mercado havida nos Estados Unidos permitiu o florescimento de novos competidores, que prestam serviços de telefonia usando as redes das teles, conhecidas pela sigla Clec (Competitive Local Exchange Carrier).

Em 2005, essas empresas somavam 31,5 milhões de usuários, contra 143,7 milhões das teles dominantes.’



ATOS & ENTREATOS
Rafael Cariello

‘Atos’ é mais explicitamente político que o filme original

‘Vai começar uma nova temporada de caça aos detalhes.

‘Entreatos’, o documentário de João Moreira Salles com os bastidores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2002, sai agora em DVD, acompanhado de material farto para a empreitada: ‘Atos – A Campanha Pública de Lula’ é um ‘extra’ de 140 minutos, a rigor um novo filme, cujo título é auto-explicativo.

Ocorre que os ‘sinais’ mais interessantes de ‘Atos’ não estão na presença de ‘fantasmas’ dos escândalos do governo Lula (e eles estão todos lá, de Paulo Okamoto a Freud Godoy) e nos possíveis significados que se possa adivinhar de sua relação com o atual presidente.

Os detalhes que importam têm a ver com a equipe de filmagem de João Moreira Salles, incluindo ele próprio, que nessa ‘seqüência’ aparece bem mais, na frente das câmeras, que no filme original.

Um deles dança alegremente durante um comício; outro se emociona e se identifica com um discurso de Lula; uma terceira usa um daqueles reloginhos com estrela vermelha sobre fundo branco e, nas suas negociações, explicita dificuldades impostas à equipe pela campanha petista; uma caminhonete dos documentaristas aparece com um adesivo pró-Lula colado ao vidro.

São detalhes curiosos. A isenção estará perdida? Se importam menos ‘fatos’, como o do adesivo, e mais relações, como a da emoção com o discurso, o resultado é um documentário político de grande sofisticação.

Em entrevista para o último número da revista de antropologia ‘Sexta Feira’, Salles afirma que, como a objetividade total é impossível, a saída para o documentário está justamente em explicitar a relação entre filmadores e filmados, no que chama de ‘filmes de encontro’.

‘Como nos documentários de Eduardo Coutinho: ele não filma o outro, ele filma o encontro com o outro’, diz o cineasta. Se a objetividade é o problema ‘epistemológico’ (sobre a capacidade de conhecer) por excelência do documentário, a imparcialidade é o caso específico desse problema num cinema de não-ficção sobre política.

É portanto um golpe de mestre de Salles e de Eduardo Escorel, montador de ‘Atos’, apresentar, por exemplo, um técnico da equipe que se emociona ao ver e rever a gravação do discurso em que Lula -também ele emocionado- diz que trabalhadores em posições hierárquicas inferiores não devem se envergonhar de suas funções.

Gravado dentro da van da equipe de filmagem, o rapaz diz que assistiu ao trecho do discurso do então candidato ‘a primeira vez, tecnicamente’. ‘Depois, eu vi com o coração.’

E que se emocionou com o fato de Lula ‘falar de o operário não ter vergonha de ser o que é’. ‘O cara varrer rua, e esse ser o serviço dele. Como eu sou assistente. Como o motorista.

Vou ter vergonha disso? [Isso] está acontecendo na minha vida, na vida do Claudinho, desses ‘Silva’ que são a gente’, diz.

Ah, sim. No discurso final de Lula no filme, ele diz a esses outros ‘Silva’: ‘Até agora as coisas foram fáceis. O difícil vai começar agora […]. Não trairei um só momento a confiança que vocês depositaram no PT e em mim’.

ENTREATOS – LULA A 30 DIAS DO PODER

Direção: João Moreira Salles

Distribuidora: Videofilmes (R$ 49,90, em média)’



TELEVISÃO
Daniel Castro

Aguinaldo Silva, autor da novela que estréia no fim de 2007

‘O protagonista de ‘Duas Caras’, novela das oito da Globo que estreará no final de 2007, foi concebido pelo autor Aguinaldo Silva a partir da história de um ex-chefe da Censura Federal, órgão que durante a ditadura militar (1964-1985) dizia o que podia e o que não podia ser publicado ou exibido na TV.

‘A novela contará a história de um homem [Eduardo Moscovis] que dá um grande golpe numa mulher [Carolina Dieckmann] por quem fingiu se apaixonar. Ele foge, faz uma série de plásticas e se torna uma pessoa respeitável. Até que, dez anos depois, o seu verdadeiro passado volta, na figura da mulher que ele traiu’, conta Silva.

O escritor afirma que parte do personagem saiu de ‘um sujeito chamado Romero Lago, que, na década de 70, chegou a ser chefe da Censura Federal, até que descobriram que ele não era Romero nem Lago, mas outra pessoa, condenada por um crime gravíssimo’.

Já a idéia das cirurgias plásticas veio da história do ex-deputado e ex-ministro José Dirceu. Perseguido pela mesma ditadura da qual fez parte o falso Romero Lago, Dirceu se exilou em Cuba em 1969 e voltou ao Brasil em 1975, após mudar a aparência com cirurgias plásticas. Foi parar em Cruzeiro do Oeste (PR), onde viveu como Carlos Henrique Gouveia de Melo. Sua mulher, com quem teve um filho, só soube da verdade em 1979, quando Dirceu voltou a Cuba e a abandonou.

REVOADA 1Vários personagens da novela ‘Bicho do Mato’, da Record, deverão morrer nas próximas semanas. Descontentes com falta de estrutura e guinadas na trama, atores cujos contratos vencem neste mês estão se recusando a renová-los até março, quando a novela acaba. Assim, seus personagens terão que morrer ou desaparecer.

REVOADA 2 É o caso da atriz Denise Del Vecchio. Ela não é a primeira. Paulo Gorgulho já fez isso. Até Amandha Lee, que ainda se esforça para convencer como atriz, pediu para ‘morrer’.

RELANÇAMENTO O ‘Sítio do Picapau Amarelo’ abandonará em 2007 o formato de novelinha contemporânea. Voltará às histórias originais de Monteiro Lobato.

IRRITANTE O programa ‘Irritando Fernanda Young’ emplacará uma terceira temporada no GNT. A escritora renovou contrato com o canal pago da Globo.

ESTRATÉGIA A Globo se prepara para inscrever o maior número possível de programas no Emmy International de 2007. Com isso, espera ganhar prestígio no exterior e se capacitar para produzir programas fora do Brasil, afirma Octávio Florisbal, diretor-geral da emissora.

RUIVA Intérprete da misteriosa Valdete de ‘Belíssima’, a atriz Leona Cavalli está gravando ‘Amazônia – De Galvez a Chico Mendes’. Ela interpreta Justine (na verdade, Justina), uma das ‘atrações’ do cabaré da personagem de Vera Fischer.’



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Série ‘Heroes’ estréia no Brasil dia 2 de março

‘Sucesso de audiência nos Estados Unidos, a série ‘Heroes’ será exibida no Brasil a partir do dia 2 de março, pelo Universal Channel. Os episódios narram a saga de um grupo de pessoas de diferentes partes do mundo que descobrem ter habilidades extraordinárias. Criada por Tim Kring, ‘Heroes’ estreou nos Estados Unidos no dia 25 de setembro e já atraiu a atenção de quase 15 milhões de espectadores.’

Laura Mattos

Piada com Silvio Santos sobe ibope da Rede TV!

‘Uma garota com óculos de lentes grossas é escolhida na platéia e lança a Silvio Santos, ao vivo, a charada: ‘Qual é a diferença entre a mulher, o poste e o bambu?’ Ele não sabe, ela responde: ‘O poste dá a luz em cima, a mulher dá à luz embaixo.’ Silvio cai: ‘E o bambu?’ A pequena atrevida diz que ‘o bambu, você…’, e o apresentador dá sua típica gargalhada.

Depois de virar hit no site de vídeos YouTube (www.youtu be.com), essa pérola da televisão dos anos 80 entrou na atual guerra de audiência. Agora, contudo, o bambu rende ibope não para Silvio Santos, mas para a concorrente Rede TV!.

Esse é só um dos vídeos do YouTube exibidos pela emissora nas últimas semanas. Além de ter custo zero, o material extraído da internet atrai telespectadores e deve ganhar cada vez mais espaço na programação da Rede TV! e de outras redes. É tendência internacional. O famoso apresentador norte-americano Jay Leno, por exemplo, já surfa na onda.

Quando o dominical ‘Pânico na TV’ veiculou a piada do bambu (com um ‘piiiiiii’ no lugar do palavrão), o programa, cuja média gira em torno dos seis, sete pontos no Ibope, registrou pico de 13 (715 mil domicílios na Grande São Paulo).

Outro vídeo que fez a festa da Rede TV! (além do ‘Pânico’, o YouTube abastece o ‘TV Fama’ e o ‘Superpop’) foi o da briga entre o ator Dado Dolabella e o apresentador da MTV João Gordo (veja quadro ao lado). Ocorrida numa gravação de 2003, a confusão não havia ido ao ar pela televisão, mas foi liberada recentemente pelo Overdrive, novo canal da MTV na internet. Mais uma vez, a Rede TV! atingiu picos de audiência com produção alheia.

Inspirado pelo sucesso desse vídeo, o ‘Pânico na TV’ criou a série ‘brigas’, só com material do YouTube. Teve Piquet socando o chileno Eliseo Salazar numa corrida em 1982, Luana Piovani agredindo um paparazzo recentemente na porta de sua casa, um boxeador partindo para cima de Jorge Kajuru, ao vivo, na Band, em 2004, e uma agressiva discussão entre Datena e o cartola Eurico Miranda, na Record, nos anos 90.

Já o famoso vídeo de Daniela Cicarelli com o namorado na praia não entrou nessa festa da Rede TV!, que temia ser processada pela modelo. Claro que o ‘Pânico’ não perdeu a piada: fez um vídeo-paródia com o homem-berinjela, um de seus personagens, beijando um travesti, que acabou no YouTube.

‘É claro que essa é uma onda e surfamos nela enquanto pouca gente tem acesso à internet e, principalmente, banda larga’, diz Rosana Hermann, da equipe de criação do ‘Pânico’.

Especialistas afirmam que os retratados pelos vídeos e seus autores podem processar a Rede TV! e o YouTube por quebra do direito autoral e à imagem. ‘Trabalhamos na base da tentativa e erro. Colocamos o vídeo. Se alguém reclamar, tiramos do ar’, diz Hermann.

Colaborou LUCAS NEVES, da Reportagem Local’

Bia Abramo

Antunes Filho representa marco na TV

‘SE A TELEVISÃO hoje em dia impõe uma série de padrões ao chamado teatrão, já houve épocas em que a produção televisiva se voltava para o teatro em busca de técnicas narrativas, de prestígio cultural e, claro, de trabalho de qualidade com atores. Isso foi lá nos primórdios, quando a TV ainda não tinha linguagem própria e emprestava elementos aqui e ali do rádio, do cinema e do teatro.

Nos anos 70, época em que a TV já ensaiava seus passos em direção a uma dramaturgia própria, os teleteatros subsistiram como um espaço de experimentação e de exibição de textos menos convencionais do que aqueles que alimentavam as novelas.

Era o caso dos excelentes ‘Casos Especiais’, que eram exibidos pela Rede Globo, e da série de teleteatros dirigidos por diretores paulistanos então emergentes, como Antunes Filho, Antônio Abujamra e Ademar Guerra da TV Cultura.

Os 16 episódios dirigidos por Antunes Filho vêm sendo reexibidos pela Cultura num formato bem inteligente -os episódios são acompanhados de debates e comentários de críticos e especialistas ligados a teatro. A experiência de Antunes na TV, embora curta, representa um marco na dramaturgia televisiva.

Se os desafios enfrentados pelo diretor eram inúmeros -como fazer teatro no espaço claustrofóbico da TV? Como fazer TV sem parecer simplesmente teatro filmado?-, também são variadas as soluções encontradas pela inteligência e inquietude de Antunes para enfrentá-los.

Assim, cada episódio aponta experiências com a adaptação do texto, os cenários, a direção de atores etc. etc. que deveriam estar sendo cuidadosamente estudadas por quem faz TV hoje em dia.

E, ainda, embora os episódios até agora tenham um enraizamento forte na tradição teatral, seja por conta da adaptação de autores canônicos com Eugene O’Neil, seja na maneira de atuar, seja no confinamento característico da trama, Antunes se vale muito do cinema para fazer essa transposição de linguagens.

Na verdade, todos os episódios exibidos até agora -foram seis-, são notáveis pelo diálogo entre linguagens que estabelecem.

Além disso, é uma ótima oportunidade de ver atores e atrizes de aparições bissextas na TV, como Rodrigo Santiago, ou antes passarem pela máquina de moer carne das telenovelas, como um Antônio Fagundes jovem e magro ou um Raul Cortez mais radical, mais áspero.’



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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

Blog do Paulo Moreira Leite

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