Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Folha de S. Paulo

OFENSAS & AMEAÇAS
Kamila Fernandes

Lupi diz que contestará na Justiça ataques a sua honra

‘O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), afirmou ontem ter contratado um advogado para entrar na Justiça contra quem tiver atacado sua honra. Um dia após ter se licenciado da presidência do PDT, ele disse que o próprio partido e a AGU (Advocacia Geral da União) também irão atuar para processar possíveis ofensores, mas não detalhou quais seriam os potenciais alvos na Justiça.

A gestão de Lupi tem sofrido denúncias de favorecimento a ONGs (organizações não-governamentais) ligadas a políticos e dirigentes do PDT e da Força Sindical, cujo presidente é o pedetista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.

Por causa dessas denúncias, Paulinho ameaçou processar a Folha e ´O Globo` em 20 Estados do país. Lupi afirmou que respeita a posição de Paulinho, mas que não agiria como ele. O ministro afirmou ainda que tem sido perseguido e que deixou a presidência do PDT na noite de anteontem para não constranger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de nunca ter sido cobrado por ele para tomar essa atitude.

A seguir, alguns trechos da entrevista concedida ontem pelo ministro na sede do governo do Piauí:

PERGUNTA – Paulinho, o presidente da Força Sindical, disse que vai entrar com várias ações contra a Folha e ´O Globo´. O que o sr. acha disso?

CARLOS LUPI – Essa é a opinião dele. Eu acho que ele tem o direito, pela defesa de sua honra, de fazer o que quiser. Não posso cercear o direito dele de fazer as ações por se julgar ofendido. Eu não faria.

PERGUNTA – O sr. ou o PDT vão apoiar o Paulinho nessas ações?

LUPI – Não, ele vai entrar como pessoa física ou como entidade sindical. O PDT não tem nada a ver com isso.

PERGUNTA – Uma das principais denúncias feitas contra a sua gestão é sobre convênios feitos com ONGs ligadas ao PDT. Como explicar isso?

LUPI – Todas elas participaram de audiência pública, com licitação. A entidade tem que fazer um projeto para execução, e isso é assim em qualquer Estado. Eu não posso nem vetar nem privilegiar ninguém. Quem ganhar leva.

PERGUNTA – Licenciado da presidência do PDT, como será agora sua atuação no partido?

LUPI – Continuo pedetista, com as mesmas idéias, com a mesma filosofia. Apenas estou licenciado para evitar que usem isso contra o presidente Lula, contra o ministério e contra o PDT. Considero que essa decisão [da Comissão de Ética] é antidemocrática, fere a Constituição. Sempre perguntei: por que só eu? Por que só o PDT? Acho que foi perseguição.

PERGUNTA – Lula pediu para o sr. deixar a presidência do PDT?

LUPI – Em nenhum momento. Ao contrário. Saí por livre e espontânea vontade, ninguém me pediu. O partido me deu total apoio, o presidente me deu total apoio, estou saindo para evitar constrangimento.

PERGUNTA – O sr. pretende entrar na Justiça contra alguém?

LUPI – Entrarei na Justiça contra tudo o que atingir a minha honra. Noticiário, não. Já tem três setores trabalhando nisso: o PDT, eu contratei um advogado pessoa física e a Advocacia Geral da União. Mas aquilo que atinja minha honra. Quando minha honra for atingida, onde ela for atingida, vou procurar as ações de ressarcimento de danos morais.’

 

Paulinho critica reportagem sobre convênios do Trabalho

‘Leia a carta do deputado e a resposta do jornalista

Leia a seguir a carta endereçada à Folha pelo deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, e a resposta do jornalista Fernando Canzian:

´Eu leio a Folha de S.Paulo todos os dias, juntamente com outros jornais, para me informar. Posso assegurar que até outro dia eu tinha a Folha como um veículo pautado pelo bom senso e pelo bom jornalismo. No momento, sinto-me inseguro como fonte e como leitor: como acreditar num jornal que tem em seus quadros pelo menos um jornalista, Fernando Canzian, que quase todos os dias insiste em publicar erros e insinuações malévolas a meu respeito e à entidade que presido?

Sei que não cabe a mim avaliar a capacidade profissional dos profissionais que uma empresa contrata. Mas eu mandaria um bom profissional do ramo fazer um ´checking` nas reportagens que este senhor assina. Aproveito para informar que estou enviando cópia desta carta para o ombudsman. Os leitores precisam saber que tipo de ´informação` estão consumindo.

Muitos jornalistas desta casa sabem com que carinho e respeito eu sempre os atendi, pessoalmente e por telefone. Agora, no entanto, não posso me calar diante da insidiosa campanha movida por este jornalista, que se baseia em ´denúncias` e ´informações` de fontes ocultas, mas que eu conheço bem. Sei muito bem o que fiz e faço, e o que faz a entidade que presido.

Durante toda a minha vida pública, de dirigente de entidades ligadas aos trabalhadores, mantive uma amizade baseada na cordialidade, no respeito e no fraternal diálogo com o saudoso sr. Octavio Frias. Homem democrático, generoso, tolerante, de espírito voltado para o bem público, o sr. Frias inclusive era meu conselheiro. Quantas vezes ele me alertou para erros que eu poderia cometer. Aprendi com o sr. Frias a ser sensato e ponderado. Sou grato pelo carinho com que me orientou. Ele não temia dialogar com os movimentos sociais, pois via neles um pilar importante para a democracia.

Muitas vezes fui duramente criticado pela Folha de S.Paulo por determinadas posições políticas. Aceitei as críticas por acreditar que o debate de idéias e o contraditório estão na base da democracia. Mas como aceitar as mentiras e os erros propagados por este repórter? Ele insiste em repetir, como uma espécie de Goebbels, as mesmas mentiras que tenta transformar em verdade: que a Força Sindical é ´ligada` a ONGs que estariam ´ligadas` também a meu partido, o PDT, ONGs estas que fazem convênios com o Ministério do Trabalho, cujo ministro, Carlos Lupi, é também do PDT.

Reafirmei através de minha assessoria e em carta enviada à Folha que a Força Sindical não tem nenhum convênio com o ministério nem ´ligação` com qualquer ONG. Um dos institutos educacionais que conveniou com o ministério aluga instalações em sindicatos de qualquer central sindical aos quais presta serviços. Um desses é o dos Metalúrgicos de São Paulo, proprietário do Palácio do Trabalhador, na rua Galvão Bueno, 782, em São Paulo. A Força Sindical aluga, neste prédio, um andar inteiro (o 9º). O tal instituto -que, sim, no passado prestou serviços à Força- legalmente aluga três andares. O que a Força Sindical tem a ver com isso?

O mesmo repórter insiste em repetir sempre que a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos, CNTM, filiada, sim, à Força Sindical, apresentou ao MTE proposta adequada, aliás, de assumir totalmente a gestão de duas unidades de atendimento ao trabalhador hoje geridas, APENAS FINANCEIRAMENTE, pela Prefeitura de São Paulo e, NA PRÁTICA, pela Força Sindical, com a qual esta prefeitura tem um ´termo de cooperação` assinado pelo então prefeito José Serra e por mim, e em pleno vigor, até 2009. Um erro no estudo preliminar em que se baseou o pedido levou a Folha a concluir, insensatamente, que a proposta contém um valor ´superfaturado` (expressão da Folha) para os serviços hoje prestados (parcialmente) pela prefeitura. Tanto a CNTM quanto o Ministério do Trabalho já esclareceram o assunto, mas a Folha insiste em repetir que o valor é ´superfaturado´. Pior: vários jornais copiaram a Folha e repetiram o erro brutal!

Chega-se ao exagero de publicar um infográfico no jornal de domingo (3 de março) com o título ´O caminho do dinheiro´. Vejam só o absurdo: o infográfico apresenta claramente o Ministério do Trabalho como início da fonte do dinheiro, em seguida os nomes das entidades executoras dos convênios e, finalmente (com destaque de cor), o símbolo da Força Sindical. Tudo induz o leitor a pensar que o dinheiro chega à Força Sindical. Sejamos razoáveis: é a mais completa mentira!

Como não ver tais atitudes como implacável perseguição política? A quem eu poderia recorrer, senão à Justiça, para tentar reparar esses erros que a Folha autoritariamente se recusa a admitir? Se eu, diante do sr. Frias, admitia meus erros, por que não pode a Folha, diante de fatos e argumentos, também admitir os seus?

No editorial de hoje (7 de março), finalmente, a Folha afirma que não estou ´interessado em participar de um debate a respeito do assunto´. Aceito, sim, o debate, mas de forma transparente e desarmada, ao contrário do que está fazendo o repórter Fernando Canzian.

Todo mundo sabe o quanto é difícil, para uma personalidade pública, entrar com ações judiciais contra órgãos de imprensa. Ficam marcadas para o resto da vida. Apesar disso, estou, sim, buscando reparações judiciais para evitar o linchamento público de minha pessoa e da entidade que presido, assim como dos mais de mil sindicatos filiados.

Não me recuso, jamais, a dialogar com a Folha ou qualquer outro jornal. Para dialogar com a Folha eu preciso, no mínimo, que o jornal, num esforço de bom jornalismo, admita os erros de seu repórter. Não porque estou afirmando que ele errou, mas determinando que um profissional isento verifique os fatos. A verdade, até onde eu sei, é uma só.

Cordialmente (de verdade),

Paulo Pereira da Silva

Presidente da Força Sindical

Resposta do jornalista Fernando Canzian – Nenhuma reportagem sobre o caso afirmou que a Força Sindical fez convênios diretos com o MTE. Apenas foram evidenciadas as relações entre as entidades e a Força. A central avalizou pelo menos três delas -duas operam no mesmo endereço da Força. Três dos convênios com o MTE acabaram sendo cancelados após reportagem.

Sobre a CNTM, filiada à Força e que faria parte do trabalho no endereço da central, a primeira proposta previa um custo 97% maior do que o Estado de São Paulo gasta com o mesmo trabalho. A proposta foi apresentada à Folha pela própria Força Sindical durante entrevista com assessores da central. Revelada a discrepância em reportagem, houve corte de 31% nos custos inicialmente previstos. Mesmo assim, Estado e Prefeitura de São Paulo são contra o convênio com a CNTM. A decisão cabe agora ao MTE.

Convênios desse tipo estavam suspensos desde 2003 em razão de acórdão do TCU. Havia suspeitas de irregularidades que envolviam a própria Força.

Eles só retornaram após a Resolução 560, do Codefat, órgão do MTE. A 560 foi assinada em novembro pelo recém-empossado presidente do Codefat, Luiz Fernando Emediato. Ele representa a Força no órgão.

Embora procurado diversas vezes nas três últimas semanas, o missivista nunca quis responder diretamente à reportagem.’

 

MENSALÃO
Folha de S. Paulo

À TV, Silvio Pereira diz que sonhava com jipão

‘O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira falou ontem sobre o Land Rover que recebeu de presente, em novembro de 2004, da empresa GDK. Segundo reportagem do ´Jornal Nacional´, Silvio disse a um diretor da empresa que tinha um sonho de ter um ´jipão, um jipe importado´.

Ontem, Silvio Pereira, réu no mensalão, foi à Subprefeitura do Butantã, em São Paulo, para acertar quais serviços comunitários terá de prestar para cumprir o acordo que fez com a Justiça Federal no final de janeiro deste ano. Em troca da suspensão do processo penal por três anos, ele terá de cumprir condicionantes nesse período, como a prestação de 750 horas de serviços comunitários. O processo poderá ser retomado, caso Silvinho não cumpra alguma das cláusulas do acordo.

Segundo a reportagem do ´Jornal Nacional´, foram dois os serviços propostos a Silvio. De segunda a quarta, ele trabalharia no atendimento ao público na recepção do prédio da subprefeitura. Nas quintas e sextas, andaria pelo bairro para identificar os problemas que a população enfrenta.

Porém, só na próxima semana será definido o que ele irá fazer, já que ontem Silvio propôs algo diferente. ´Minha idéia é fazer uma cozinha simples para poder ensinar às crianças, às mães das crianças carentes. E [fazer] a horta comunitária para crianças´, afirmou.

Sobre o carro recebido, Silvio disse que foi apresentado a um diretor da GDK, empresa que tinha contrato com a Petrobras. Em uma das conversas, regadas a uísque, segundo a reportagem, o ex-petista disse que sonhava em ter um ´jipão, um jipe importado´.

O diretor da GDK, segundo Silvio, disse que a empresa tinha vários carros daquele tipo. No encontro seguinte, o diretor apareceu com o carro, disse Silvio. ´O carro para mim foi um grande erro. Já paguei por ele, paguei caro demais´, afirmou.

Pressionado à época do escândalo do mensalão, ele acabou devolvendo o carro em 2005 e pediu desfiliação do PT. Silvio é acusado de ser o responsável pela distribuição de cargos do segundo escalão no governo Lula. Sobre o mensalão, ele repetiu ontem o que disse à imprensa no dia em assinou o acordo com a Justiça.

´Acho que tem uma responsabilidade minha sim. Fiz parte da direção [do PT] e essa direção cometeu alguns erros políticos, e eu, como membro da direção, também sou responsável por esses erros políticos. Acho que a decisão está na medida justa´, afirmou ontem.

O ex-dirigente disse, no entanto, que os erros se referiam a caixa dois. ´O principal erro foi ter entrado na vala comum, os crimes eleitorais, né? Não deve ter existido um único partido político no Brasil, nem hoje, que não tenha feito uso de instrumentos de caixa dois.´’

 

LITERATURA
Sylvia Colombo

Festa busca contextualizar Machado

‘Mal deu tempo de o Rio de Janeiro terminar de soprar as velinhas das comemorações dos 200 anos da chegada de dom João 6º, e já os cariocas começam a homenagear outro de seus mitos fundadores.

A partir do mês que vem, a efeméride dos cem anos da morte de Machado de Assis (1839-1908) vai encher as prateleiras das livrarias de reedições, coletâneas, novos -e não tão novos- estudos e documentos sobre a obra do mais importante autor brasileiro.

A Academia Brasileira de Letras, instituição da qual Machado foi um dos fundadores, prepara ampla programação de eventos gratuitos. A partir de segunda-feira, ela estará disponível pelo site www.machado deassis.org.br).

Duas das atrações chamam a atenção por se referirem nem tanto à sua produção mas ao modo como modelou seu estilo e criou seu universo.

´O Que Machado Leu` e ´O Que Machado Ouviu` prometem oferecer ingredientes para que sejam investigadas as raízes das influências do autor de ´Dom Casmurro´.

A primeira será um módulo dentro da exposição ´Machado Vive´, que será aberta no dia 20 de junho. Oferecerá um recorte crítico a partir da biblioteca de 800 volumes do autor. Depois, vai virar livro, em co-edição com a Biblioteca Nacional.

A segunda se dará por meio de uma série de concertos eruditos que evocarão as preferências do escritor e as reuniões do ´Clube Beethoven´, espaço criado por ele, no qual se ouvia música e se jogava xadrez.

Leituras

O poeta e crítico Ivan Junqueira, um dos coordenadores da homenagem, diz que a preocupação é distinguir o que Machado leu do que realmente o influenciou. ´Importantes mesmo foram Laurence Sterne, Diderot, Schopenhauer, Xavier de Maistre, Shakespeare, Cervantes e Dante.` Machado lia, a princípio, em francês. Depois passou ao inglês. No final da vida, aprendeu alemão e um pouco de grego, mas nunca chegou a ser fluente nessas línguas.

´Ele lia brasileiros e gostava de José de Alencar e Joaquim Manuel de Macedo, mas não se pode dizer que foram leituras que o influenciaram´, diz.

Fazendo eco ao lugar-comum celebrizado pelo crítico norte-americano Harold Bloom, Junqueira chama Machado de ´milagre´, pelo fato de ter surgido a partir de um contexto social humilde. A mesma opinião é compartilhada pelo presidente da ABL, Cícero Sandroni: ´Era um brasileiro pobre, gago e epiléptico, que através do esforço pessoal e da leitura, se transformou´.

Releitura

Mas para que servem as efemérides senão para abrir portas a releituras? O pesquisador e ensaísta Ubiratan Machado, autor de ´A Vida Literária no Brasil durante o Romantismo` e que lança nos próximos meses um dicionário de mais de 2.000 verbetes sobre Machado, acha que se deve deixar de pensar que o surgimento de sua literatura tem algo de milagroso.

´Ele não era um pobrezinho. Primeiro porque ser mulato não era depreciativo, então. Alguns dos homens mais importantes do Império eram mulatos. O fato de seu pai ser um agregado, também não, pois isso era bastante comum. Ter nascido no morro tampouco era um drama. Na época, rico também vivia em morro. E, depois, quando tornou-se funcionário público, Machado passou a ganhar muito bem.´

Ainda, para ele, o tão celebrado autodidatismo também não é algo único no caso de Machado, pois muita gente formava-se assim naquela época.

´Enfim, milhares de pessoas enfrentam o que Machado enfrentou na vida. Não é isso que confere valor à sua literatura, e sim suas qualidades próprias.´

O estudioso também ressalta que a imagem soturna de Machado, que se solidificou com o tempo, foi a que predominou apenas nos últimos anos de sua vida, principalmente após a morte da mulher, Carolina, em 1904. ´Até então, ele havia sido um homem muito alegre e muito espirituoso´, conclui.’

 

RÁDIO
Laura Mattos

BBC Brasil festeja 70 anos da estréia em ondas curtas

‘´O Senhor Hitler entrou hoje à noite em Viena, no meio de um entusiasmo formidável. De pé, em seu carro aberto, respondeu repetidamente com saudações nazi às aclamações da multidão…` Foi essa a notícia que inaugurou, em 14 de março de 1938, as transmissões da BBC para o Brasil, por meio das ondas curtas do rádio.

Setenta anos depois, as OCs são coisa do passado. Desde 2004, não há mais transmissão da BBC Brasil pelas ondas curtas. No rádio, só permaneceram os boletins produzidos para CBN, Globo e Radiobrás.

O foco do serviço em português da rede britânica passou a ser produção de conteúdo jornalístico para novas mídias, concentrada no portal www.bbcbrasil.com, que em janeiro teve 4,2 milhões de visitantes, seu recorde de acessos.

´Neste ano, vamos ampliar o número de vídeos para a internet e devemos vender conteúdo para celulares. Já fazemos reportagens para o ´Jornal da Band´, mas buscamos mais parcerias na TV´, afirmou Rogério Simões, diretor da BBC Brasil.

Nesta semana, a comemoração do 70º aniversário terá eventos em Brasília e São Paulo, além da série de reportagens ´O Gigante Vizinho – O Brasil e a América do Sul´, produzida nos outros 11 países da América do Sul, a ser apresentada de segunda a sexta no portal e no ´Jornal da Band´. No Centro Britânico, em SP, serão realizados debates (ingressos já esgotados) com convidados como o correspondente da BBC na Venezuela, Carlos Chirinos, a correspondente da Al Jazeera em Buenos Aires, Lucia Newman, o ombudsman da Folha, Mario Magalhães, e o colunista do ´La Nación` Ferman Saguier.

Império britânico

Além da BBC Brasil, a rede opera em 31 línguas estrangeiras, a maioria por meio da internet. O serviço em árabe, que concentra o maior investimento, lançará em abril um canal de TV para concorrer com a CNN em árabe e a Al Jazeera.

Inaugurado em 2006, o escritório da BBC Brasil em São Paulo conta com oito jornalistas. Em Londres, são 14, além de correspondentes em Brasília, Washington e no Cairo.’

 

TELEVISÃO
Bruna Bittencourt

Discovery investiga ação kamikaze

‘Um dos pontos mais intrigantes da Segunda Guerra é a ação dos kamikazes. ´Não era a maneira como nós deveríamos lutar´, diz um dos sobreviventes, ainda perplexo, sobre a ação dos pilotos japoneses que atiraram seus aviões contra navios dos Aliados em ataque suicida de 1944. O depoimento faz parte do documentário ´O Dia do Kamikaze´, produção na qual o Discovery Channel investiga esse capítulo da história e que estréia amanhã, às 20h.

O ano de 1944 foi o período mais intenso da ação dos kamikazes. No dia 25 de novembro daquele ano, o Japão encontrava-se em desvantagem na Guerra do Pacífico -um dos conflitos que a Segunda Guerra Mundial compreende- e aguardava o ataque em massa, pelo mar, dos Aliados. Foi quando o Japão optou pela estratégia radical, apesar das vozes contrárias.

Por que sacrificaram suas vidas? Lavagem cerebral? Ou a crença na tradição militar japonesa? Qual o efeito sobre o inimigo? Essas são algumas das perguntas que o documentário tenta responder.

Entre depoimentos, a produção norte-americana do Discovery impressiona pelas imagens da época, do Japão e dos ataques, além da inerente perplexidade do tema.

O DIA DO KAMIKAZE

Quando: estréia amanhã, às 20h

Onde: no Discovery Channel’

 

HISTÓRIA
Irineu Franco Perpetuo

OSB celebra a chegada da família real ao Brasil

‘Enquanto aquece as turbinas para o começo de sua temporada de concertos no Teatro Municipal, a Orquestra Sinfônica Brasileira celebra hoje, às 19h, no Rio de Janeiro, os 200 anos da chegada da corte portuguesa à cidade.

Sob a batuta do diretor artístico e regente titular Roberto Minczuk, a OSB faz a reinauguração da igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, com a ´Missa de Nossa Senhora da Conceição´, do maior compositor brasileiro do período colonial, José Maurício Nunes Garcia (1767-1830).

De caráter brilhante e festivo, com solos vocais de grande dificuldade técnica, e largas seções contrapontísticas, a partitura foi escrita em 1810, quando o compositor mulato ocupava a chefia da Real Capela -a orquestra da corte de dom João.

Depois de quase 200 anos, a missa só se fez ouvir novamente em Austin, no Texas, em 2005, após a partitura ter recebido edição crítica do musicólogo Ricardo Bernardes. A OSB pretende registrar a obra em CD. Outra homenagem da orquestra à efeméride será a execução, no segundo semestre, de obras inéditas lembrando a vinda da corte para o Rio, encomendadas aos compositores contemporâneos Edino Krieger, Marisa Rezende, Eurico Carrapatoso, Almeida Prado e Ronaldo Miranda.

Neste ano, a OSB já tocou na Sala Cecília Meireles, dia 1º, mas o início de sua temporada no Municipal está prevista para o dia 29, também com regência de Minczuk, e com solos da soprano australiana Elizabeth Whitehouse -em um programa que será repetido em São Paulo, em 6 de abril.

Ao todo, a orquestra carioca faz quatro concertos na Sala São Paulo, sempre com Minczuk; além de Whitehouse, haverá ainda Daniel Binelli (bandoneón, 23 de junho), Ping Peng (piano, 17 de agosto) e Yamandu Costa (violão, 25 de outubro).

Incluindo o maestro Kurt Masur e seu filho, o também regente Ken-David Masur, além de solistas como Kathleen Battle (soprano), Leila Josefowicz (violino), Antonio Meneses (violoncelo) e os pianistas Menahem Pressler e Arnaldo Cohen, a temporada carioca da OSB deste ano será mais curta.

´Como o Municipal fecha para obras de restauro em outubro, tivemos que fazer uma programação mais concentrada, terminando em setembro´, explica Minczuk.

Está prometido para o segundo semestre deste ano o final das obras daquela que deverá ser a nova sede da orquestra, a Cidade da Música, ambicioso projeto da prefeitura carioca na Barra da Tijuca, orçado em R$ 400 milhões.’

 

 

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