Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Folha de S. Paulo

FUTURO DOS IMPRESSOS
Folha de S. Paulo

Para executivos, jornal é o mais confiável

‘Os jornais são o meio de comunicação mais confiável para os executivos brasileiros, que têm na mídia impressa sua maior fonte de informação, aponta pesquisa realizada pela agência de comunicação Máquina da Notícia.

Para 56% dos executivos das maiores empresas do país ouvidos na pesquisa, a mídia impressa (jornais e revistas) é a principal fonte de atualização e conhecimento. A razão para tal preferência, como indica o mesmo levantamento, está relacionada à confiabilidade desses veículos.

Avaliando com notas de 0 a 5 a credibilidade de cada um, os entrevistados deram 3,8 para jornal, 3,4 para revista, 3,3 para rádio, 3,2 para televisão e 3 para internet. ‘Os dados nos permitem dizer que os impressos são os favoritos porque consolidam e analisam as informações que interessam a esse público’, diz Luis Contreras, economista responsável pelo estudo.

Não só pelo conteúdo, mas também pela forma, jornais e revistas são a opção primordial dos empresários: 51% gostam mais de ler notícias no papel, enquanto 9% optam pela internet e 37% usam os dois.

Na opinião de Ricardo Pedreira, assessor de comunicação da ANJ (Associação Nacional de Jornais), essa pesquisa confirma o que sondagens feitas anteriormente pela entidade apontavam. ‘Formadores de opinião em todos os níveis e classes sociais preferem o jornal’, afirmou. ‘As notícias que eles trazem são mais detalhadas, apuradas com maior profundidade e, principalmente, contextualizadas. A informação de qualidade é o seu principal patrimônio.’

A pesquisa perguntou ainda o que mais influenciava a opinião dos entrevistados em relação aos fatos: 50% deles responderam que são as reportagens; 33%, colunas assinadas; e 15%, editoriais.

O levantamento ouviu 260 comandantes de empresas em todo o país.’

 

 

ELEIÇÕES / EUA
Daniel Bergamasco

Suspense do vice de Obama monopoliza mídia e piadas

‘Enquanto permanecia o mistério do democrata Barack Obama sobre quem escolheu para ser vice em sua chapa presidencial, o assunto virava a piada da semana nos EUA.

Nos últimos dias, eleitores de vários Estados americanos receberam trotes em mensagens no celular anunciando para o posto nomes como o do astro olímpico Michael Phelps e até o personagem de desenho Mickey Mouse.

A campanha democrata se apressou em informar que não divulgou seu cadastro de eleitores para ninguém. O trote vem por mensagem de texto, que é como Obama prometeu divulgar sua escolha para os simpatizantes que se inscreveram em seu site pedindo para serem ‘os primeiros a saber’.

Na TV americana, a escolha do vice era assunto prioritário, mesmo sem haver pistas do resultado. No dia anterior, Obama disse a jornalistas que já havia escolhido seu parceiro na corrida para a Casa Branca.

Nos bastidores, previa-se o anúncio para hoje, em comício em Springfield (Illinois), para esquentar a imagem do vice para a convenção democrata, que começa na segunda-feira, em Denver (Colorado). O vice fará discurso na quarta-feira, um dia antes de Obama ser oficializado como candidato.

O Partido Republicano, que faz sua convenção de 1 a 4 de setembro, em Saint Paul (Minnesota), também não divulgou o vice de John McCain. A expectativa é que o faça no dia 29.

Tocaia televisiva

Na esperança de que algo fosse antecipado, emissoras de TV enviaram equipes para a casa dos nomes mais cotados.

A CNN fazia passagens ao vivo das casas de Evan Bayh, senador de Indiana, Tim Kaine, governador da Virgínia, e Joe Biden, veterano senador por Delaware. Os dois primeiros representam Estados-chave, onde as pesquisas não mostram preferência partidária clara.

Já Biden, de um Estado claramente pró-democrata, é tido como experiente em questões internacionais, ponto fraco de Obama segundo pesquisas.

Havia ainda apostas no deputado Chet Edwards, do Texas, Estado que só perde para a Califórnia em número de votos no Colégio Eleitoral (são 34, contra 54 do Estado mais populoso do país). As perspectivas de que os democratas possam virar o jogo ali, contudo, são irrisórias, já que os texanos são republicanos fiéis. Ontem, Edwards disse que não falava com Obama havia dias.

A ex-pré-candidata democrata Hillary Clinton também aparecia cotada, apesar de a imprensa dizer que Obama nunca a considerou seriamente.

Acusada de não ter dado apoio enfático ao colega durante um comício na Flórida, ela se defendeu ontem: ‘Eu tenho feito mais do que qualquer pessoa já fez em minha situação [a de perdedor das primárias por margem pequena]’, disse.

Campanha suja

Enquanto o enigma sobre o vice de Obama tomava conta do noticiário, nos Estados-chave (como Flórida e Ohio) os candidatos levavam ao ar anúncios em que se acusavam mutuamente de elitistas e distantes do americano comum.

Em nova peça, McCain tenta novamente desconstruir a imagem do democrata com a frase: ‘Celebridades como Obama não precisam se preocupar com orçamento familiar’.

Já o democrata continuava a exibir o anúncio no qual dizia o mesmo de McCain, por ele ter declarado nesta semana não saber quantas casas tem. Obama contabilizou publicamente: são sete, contra ‘apenas uma’ dele.’

 

 

MÍDIA & POLÍTICA
Ruy Castro

Plataformas ousadas

‘RIO DE JANEIRO – Há momentos do dia em que você não está na plena posse de seus sentidos. Ao acordar, por exemplo. Leva alguns minutos para o cérebro chegar a um estado de alerta em níveis aceitáveis. Esta semana, ao ser despertado pelo rádio no horário da propaganda eleitoral gratuita, ouvi um candidato a vereador prometendo que iria lutar pelo combate à ejaculação precoce.

Num primeiro instante, ainda com um déficit de neurônios em ação, achei que era uma plataforma original. De fato, nada mais frustrante para a maioria dos eleitores do que a sensação de urgência e descontrole típica de quem sofre daquele problema. Um vereador que se empenhasse na erradicação dessa disfunção sexual não só estaria cumprindo sua obrigação de homem público, ou seja, trabalhando em prol da comunidade, como servindo de referência para seus pares na política.

Sim, porque, de repente, outro candidato a vereador poderia se empolgar e prometer destinar recursos para a pesquisa da cura definitiva do lumbago. Um colega seu, mais ambicioso, dedicaria seu mandato a tentar deter o deslocamento das placas de gelo que estão se desprendendo do Círculo Ártico. E um terceiro, modesto, se disporia a promover rifas e tômbolas em sua região para financiar a busca do avião do ‘band-leader’ Glenn Miller, desaparecido sobre o canal da Mancha desde a Segunda Guerra.

O rádio continuou falando, e só então me dei conta de que, assim que o dito vereador entrara no ar, eu voltara a dormir e tinha acordado no meio de uma entrevista com um médico sobre ejaculação precoce. Como não me dera conta de que cochilara, acordei achando que era a mesma pessoa no ar.

Errinho à-toa. Por ignorância ou má-fé, nossos candidatos à vereança vivem mesmo prometendo coisas que não são de sua conta.’

 

 

Raphael Gomide

Cabral quadruplica gastos com publicidade

‘O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), gastou no ano passado o quádruplo do previsto no Orçamento em ‘serviços de comunicação e divulgação’. Com o plano de empregar R$ 20,1 milhões no setor de comunicação e publicidade, o governo terminou 2007 com R$ 81,4 milhões liquidados. Em 2008, ano eleitoral, a previsão inicial orçamentária já pulou de R$ 22,9 milhões para R$ 49,4 milhões.

Em 2007, o Rio de Janeiro gastou mais em publicidade que São Paulo (R$ 77 milhões, segundo a assessoria de imprensa) e Minas Gerais (R$ 80,7 milhões). Somadas todas as despesas da Subsecretaria de Comunicação com as de publicidade, o valor chega a R$ 86,6 milhões. Os dados são do Siafem (Sistema Integrado de Administração Financeira dos Estados e Municípios).

Mais gastos, porém, estão previstos. Em 21 de julho, a Subsecretaria de Comunicação (subordinada à Casa Civil) concluiu nova licitação para contratar cinco agências de publicidade, no valor de R$ 100 milhões, com possibilidade de aditivar mais R$ 25 milhões.

O contrato será assinado no início de setembro e valerá por um ano. Esse montante, que ainda não está empenhado e não consta no Orçamento, pode representar sozinho um acréscimo semelhante a toda a programação inicial, de R$ 22,9 milhões.

Segundo o subsecretário de Comunicação, Ricardo Cota, o contrato estabelece um teto, que não será necessariamente gasto. Ele prevê despesas de R$ 77 milhões para 2008 e disse que não pretende usar os aditivos de R$ 25 milhões.

Para modificar o Orçamento, Sérgio Cabral tem usado da prerrogativa do governador de remanejá-lo em até 20% do total, mediante autorização da Assembléia Legislativa. Como o Orçamento do Rio é de R$ 39,8 bilhões (do total, cerca de R$ 3 bilhões são relativos a investimentos), o chefe do Executivo pode recompor, em tese, R$ 7,96 bilhões.

Quando faz isso, o gestor tira os recursos de um campo ou programa de trabalho específico e passa para outro. Assim, uma outra área do governo perde dinheiro em benefício da publicidade institucional.

Para o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), cujo gabinete fez o levantamento a pedido da Folha, o acréscimo nos gastos de publicidade em ano de eleições ‘prejudica a imparcialidade do processo eleitoral’.

‘Há clara vinculação entre o governador e os diversos candidatos. Quando se põe publicidade do governo nos meios de comunicação, os candidatos do governo nos municípios ganham um empurrão forte. Os recursos devem ser gastos em campanhas públicas e não em propaganda de programas como o PAC ou de que o Diário Oficial está na internet’, disse o deputado, que é candidato a vice-prefeito do Rio na chapa de Fernando Gabeira (PV).

Com o crescimento de 305% do montante previsto no ano passado, e o aumento de 115% neste ano, até 13 de agosto, o Rio deve bater São Paulo e Minas Gerais, sem contar o novo contrato.

A licitação concluída no fim do mês passado vale por um ano, a partir de setembro. Definiu as cinco agências que vão administrar a conta do Estado, a maior do Sudeste.

Duas das empresas escolhidas, Agência 3 Comunicação Integrada Ltda. e Agnelo Pacheco Criação Com. e Prop. Ltda., já prestavam serviço ao governo do Estado durante a gestão de Rosinha Matheus.

Além delas, vão assumir a conta a PPR Profissionais de Pub. Reunidos Ltda., a Artplan Comunicação S/A e a 3P Comunicação Ltda.’

 

 

***

Para governo, propagandas são serviço público

‘O governo do Estado do Rio de Janeiro declarou à Folha que, ‘por determinação do governador Sérgio Cabral, todas as peças publicitárias da atual gestão são de serviço público’.

O subsecretário de Comunicação do Estado, Ricardo Cota, disse que a orientação do governador é a de não fazer ‘samba-exaltação pública’ e citou, como exemplos, as campanhas para doação de órgãos, preservação do patrimônio e redução de casos de gravidez precoce.

Cota disse que o valor de R$ 100 milhões -com aditivo de até R$ 25 milhões- do contrato com as agências de publicidade é ‘um teto’, que não será necessariamente gasto de maneira integral. Ele afirmou que não pretende usar o adicional previsto.

‘O contrato permite que sejam gastos R$ 100 milhões, mais um aditivo de R$ 25 milhões. Não quer dizer que vamos gastar todo o valor’, disse o subsecretário.

Para Cota, em relação ao governo de Rosinha Matheus, a gestão Cabral está reduzindo os gastos com publicidade. De acordo com o subsecretário, a ex-governadora gastou R$ 122,2 milhões em 2005 e R$ 91,4 milhões no ano seguinte.

‘É um valor alto? É difícil dizer, mas está dentro de uma realidade’, afirmou.

Segundo Cota, neste ano se gastou muito com campanhas de prevenção e informação sobre a dengue, em virtude da epidemia da doença.

Além disso, o subsecretário disse que o governo enviou à Assembléia Legislativa sugestão de R$ 68 milhões em gastos para este ano, mas a Casa só autorizou R$ 22,9 milhões. É nesses casos que o governo lança mão da prerrogativa de Cabral de remanejamento de recursos.’

 

 

TELEVISÃO
Marco Aurélio Canônico

O incrível Hulk

‘A memória, como se sabe, é traiçoeira. Quando colocada à prova, nossa lembrança nem sempre bate totalmente com os fatos. Essa sensação vai soar familiar para o público que, tendo assistido ao seriado ‘O Incrível Hulk’ na TV na década de 80, for revê-lo agora, quando ele é lançado em quatro caixas de DVDs (uma para cada temporada), num total de 21 discos. Quem lembraria que aquele monstro verde enorme e aterrorizante, que marcou uma geração de fãs, é na verdade um sub-Schwarzenegger (Lou Ferrigno), pintado de verde e com uma peruca horrorosa? Ou que as situações de ‘tensão’ que disparavam a transformação do dr. David Banner no gigante esmeralda incluíam coisas tão banais quanto um pneu furado e um sonho ruim? Rever ‘O Incrível Hulk’ hoje, 30 anos depois de sua estréia (a série original foi de 1978 a 1982) é uma experiência cruel. Se sujeitos musculosos como Ferrigno eram incomuns até o início dos anos 80 -daí o impacto de sua aparição sem camisa, dando realmente a impressão de algo incrível-, viraram lugar-comum pouco depois, e com muito mais massa do que ele tinha. Isso já é suficiente, aliás, para dar crédito aos dois filmes recentes sobre o personagem de HQ (o de Ang Lee, de 2003, e o de Louis Leterrier, de 2008), que preferiram usar efeitos especiais (e foram criticados por isso) em vez de um ator fantasiado. É verdade que o Hulk digital (especialmente o de Lee) é artificial, mas, revendo a série de TV, nada leva a crer que ficaria melhor com um humano. A parte da série de TV que sobrevive ao teste do tempo -e que também ficou na memória- é sua incrível carga dramática. David Banner (vivido pelo memorável Bill Bixby) é um personagem bastante atormentado, que enfrenta percalços incríveis em sua eterna fuga e ainda precisa lidar com a fera dentro de si. Para os fãs incondicionais, mergulhar nos velhos episódios pode ser uma boa experiência saudosista. Mas, com um pouco de senso crítico, vai ser também bem mais risível do que antes.

O INCRÍVEL HULK – 1ª A 4ª TEMPORADA

Com: Bill Bixby, Lou Ferrigno

Distribuidora: Universal Pictures

Quanto: R$ 99 (1ª temporada), R$ 130 (2ª e 3ª) e R$ 120 (4ª)

Avaliação: regular’

 

 

***

CONSELHO FRANCÊS PROÍBE PROGRAMAS PARA BEBÊS

‘O Conselho Superior do Audivisual da França proibiu a exibição de programas televisivos para crianças menores de três anos. De acordo com o conselho, a intenção é defender as crianças de riscos no desenvolvimento.’

 

 

Bruna Bittencourt

Sean Penn encontra Krakauer na TV

‘A série ‘Iconoclastas’ já reuniu para uma conversa o estilista Tom Ford e o artista Jeff Koons, o diretor Quentin Tarantino e a cantora Fiona Apple, entre uma longa lista de personalidades. O GNT exibiu o programa, produzido pelo Sundance Channel, no fim de 2006, e voltou a apresentá-lo, temporariamente, desde o último domingo. Neste segundo e último episódio, ‘Iconoclastas’ juntou Sean Penn e Jon Krakauer. Aventureiro que virou escritor, Krakauer é autor do best-seller ‘No Ar Rarefeito’, sobre uma escalada malsucedida ao Everest, e ‘Na Natureza Selvagem’, livro-reportagem sobre um jovem que decidiu largar família e emprego para viver cercado pela natureza, transformado em filme por Penn. No programa, os dois refazem o trajeto do rapaz no Alasca, destino final de sua aventura. Ali, atravessarão o rio que tem papel decisivo no período em que ele esteve na região e visitarão o ônibus abandonado em que ele viveu. O interessante é descobrir o processo que levou o filme à tela, entre elogios mútuos. ‘Ele é um Jack London para mim’, diz Penn, sem economia, sobre Krakauer.

ICONOCLASTAS

Quando: amanhã, às 21h

Onde: no GNT

Classificação indicativa: não informada’

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