AGRESSÃO
‘Um jornalista de Iguatu (CE) e outros quatro homens afirmam que foram espancados após distribuírem panfletos noticiando uma denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra o prefeito Agenor Neto (PMDB), na semana passada.
Entre os agressores, segundo as vítimas, estavam funcionários da prefeitura, que negam a acusação.
Segundo o jornalista Vicente Araújo, que trabalha para políticos da oposição, eles foram abordados, por volta das 23h, por oito pessoas. Três dos suspeitos foram filmados junto com as vítimas por câmeras de vigilância da delegacia de Iguatu, horas antes das agressões. Entre eles, é possível identificar o chefe da guarda municipal.
Araújo diz que o grupo foi levado a um terreno, onde foi espancado, queimado e humilhado. ‘Urinaram na minha cara.’
No dia 2, outro jornalista havia sido espancado em frente à rádio em que trabalha após ter noticiado a mesma denúncia.
A delegacia de Iguatu informou que está investigando as agressões.
O prefeito não falou com a reportagem.’
INTERNET
Maioria na AL aceita pagar por jornal on-line, diz pesquisa
‘Uma maioria inequívoca de 85% dos consumidores ainda defende que o que consome na internet permaneça gratuito. Mas, quando indagados se considerariam pagar por determinados conteúdos, uma parcela significativa afirma que sim. E a América Latina é a região na qual mais gente se diz disposta a gastar para ler um jornal ou uma revista de boa qualidade: respectivamente, 52% e 57%.
Os números, um instantâneo do humor do consumidor em um momento de transformação no mercado de mídia, estão em um relatório divulgado nesta semana pela Nielsen, uma das principais empresas de pesquisa do mundo, sediada em Nova York. São produto de uma sondagem com 27 mil pessoas em 52 países feita entre setembro e dezembro de 2009.
Nas últimas semanas, o ‘New York Times’ e uma série de jornais europeus, como o francês ‘Le Figaro’, anunciaram que tornariam exclusivo ao menos parte do conteúdo para leitores pagantes. O movimento segue a decisão de Rupert Murdoch, dono do ‘Times’ de Londres e do ‘Wall Street Journal’, e o aumento das tarifas do percursor ‘Financial Times’, que viu a receita on-line subir 30%.
A pesquisa da Nielsen expõe um cenário distinto conforme o tipo de conteúdo: cultural, noticioso e social. Pelo primeiro grupo, existe mais gente disposta a pagar: 57% por filmes (somado quem já pagou a quem aceita pagar, já que todos são considerados pela Nielsen ‘clientes potenciais’); 57%, por música; 51%, por jogos; e 50%, por programas e séries de TV.
Já com os ‘conteúdos sociais’, nascidos na rede, o sinal se inverte: somente 28% aceitam sites de relacionamento e podcasts pagos. E apenas uma em cada quatro pessoas aceita gastar para ver vídeos caseiros (no caso dos blogs, a proporção é de uma em cinco).
A maior incógnita paira então sobre os conteúdos noticiosos, hoje num andar intermediário. Afinal, os custos de produção são altos como no primeiro caso, mas a farta oferta gratuita -em sites abertos ou em blogs e agregadores de notícias, que por vezes infringem direitos autorais- torna o consumidor mais reticente.
‘Embora produzidos de forma profissional e normalmente a custo elevado, muito do que é ofertado em sites noticiosos virou um produto básico’, afirma o relatório.
‘Se a maioria desses sites fechar a maior parte de seu conteúdo, 79% dos entrevistados dizem que deixarão de visitá-los, dando por certo que podem obter as informações em outro lugar sem custo.’
Para 71%, o conteúdo noticioso precisa ser significativamente melhor do que está disponível de graça para que se cobre por ele. Mas só um terço acha que a qualidade permanecerá igual se não houver cobrança (a mesma parcela crê que ela piorará, e outro terço não soube avaliar).
A América Latina é a região onde há mais gente disposta a pagar por conteúdo on-line, seguida do Oriente Médio/África/Paquistão e da Ásia/Oceania (a Nielsen não forneceu dados específicos da pesquisa sobre o Brasil). Na América do Norte e na Europa está a maior rejeição à cobrança.
A Nielsen atribui essa escala a dois fatores: a internet penetrou antes nos EUA, no Canadá e na Europa (logo, esses consumidores se acostumaram por mais tempo a não pagar); e a ‘classe média emergente global’ está na América Latina, na Ásia e no Oriente Médio e África. ‘Historicamente, quem entra na classe média tem maior inclinação que os demais a investir em novas tecnologias.’
Pesa, por fim, o abismo digital geracional. Os mais dispostos a pagar são os jovens de até 20 anos, que cresceram usando a rede. Essa abertura diminui conforme se avança gerações.’
TELEVISÃO
Série explora a evolução sexual da nossa canção
‘Analisada à exaustão pelos estudiosos do pop internacional, a equação entre som e libido foi pouco investigada no âmbito da MPB. O programa ‘História Sexual da MPB’, que estreia primeira temporada (seis episódios) na quarta-feira, no Canal Brasil, se dedica a esse serviço.
Lançado pelo jornalista e produtor Rodrigo Faour em 2006, o livro homônimo que originou a série já é programa de rádio pela MPB FM do Rio, no ar há quase três anos.
‘Minha proposta é fazer um programa moderno, para que a MPB não fique com Jesus Cristo e Virgem Maria no altar da igreja’, diz Faour. ‘Quero que as pessoas mais jovens descubram artistas que, de outra forma, achariam que é coisa de velho ou cafona.’
Modelo para as mulheres
Nessa primeira leva, 32 artistas foram entrevistados. Medalhões como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Ivan Lins e Erasmo Carlos dividem cena com figuras da velha guarda, como João Roberto Kelly, Waleska (a ‘Rainha da Fossa’), Doris Monteiro, Miltinho e Tito Madi.
Além de se debruçar sobre a temática sexual das letras das canções, Faour aborda o comportamento extramusical, analisando o impacto que a aparição deste ou daquele artista causou no público.
Dá exemplos, defendendo que cantoras hoje menosprezadas, como Simone, Fafá de Belém e Vanusa serviram de modelo à mulher brasileira na década de 70 tanto quanto Gal Costa e Rita Lee. ‘Quem tem menos de 30 anos, acha que Simone é uma cantora brega que gravou músicas de Natal. Não imagina que Fafá foi um novo padrão de mulher para as brasileiras. Nem que Vanusa foi a primeira cantora feminista do Brasil, uma mulher tentando sair da relação fracassada’, diz. ‘É importante não ficar naquela visão da classe média em que só são relevantes Chico e Caetano.’
A primeira temporada concentra-se principalmente na era do rádio e na MPB dos 70, sem jogar muita luz ao que veio depois. Para a segunda, Faour pretende avançar no tempo e enfocar a geração do pop-rock dos 80, de Marina Lima, Cazuza, Renato Russo, RPM, Ultraje a Rigor.’
TV americana testa 60 novas séries
‘As emissoras norte-americanas anunciaram anteontem a ‘semana dos pilotos’, quando testam novos roteiros de séries para setembro/outubro na TV aberta de lá.
Ao todo, serão 31 dramas e 29 comédias de NBC, CBS e ABC, as principais redes dos EUA.
Entre as novidades, estão produções de Jerry Bruckheimer (‘The Whole Truth’ e ‘Chase’) e David Shore (‘Rockford Files’). A maioria dos projetos não sobrevive.’
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