Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Folha de S. Paulo


TV E RELIGIÃO
Rodrigo Vizeu


Tela crente


Uma das principais denominações evangélicas de Belo Horizonte, a Igreja
Batista da Lagoinha, bancou a instalação de TVs LCD de 32 polegadas em todas as
celas de uma prisão da cidade.


Os aparelhos ficam praticamente o tempo todo sintonizados na emissora da
igreja, a Rede Super.


Os presos do Ceresp (Centro de Remanejamento do Sistema Prisional) São
Cristóvão não têm a opção de desligar a TV -no máximo podem tirar som e brilho
na hora de dormir- e o controle de canais é feito na sala do diretor, Luís
Fernando de Sousa, membro da igreja.


Em funcionamento desde 3 de outubro, o sistema é considerado um sucesso pelo
governo mineiro, que o está levando para outras unidades.


Segundo Sousa, as TVs levam tranquilidade às dez celas do local e deixam os
detentos ‘amparados espiritualmente’. Ele disse que a igreja propôs a
instalação.


‘Você chega na cela e está todo mundo quietinho, de olho na TV. Mudam a forma
de conversar, falam ‘bom dia, senhor diretor, tudo bem?’ É gratificante.’


O diretor contou que a Rede Super fica no ar ‘24 horas, praticamente’. A
preferência, disse, não foi imposição da igreja, mas escolha ‘natural’, já que a
Rede Super não tem ‘pornografia nem apologia ao crime’. O canal exibe os cultos
da igreja.


Ele disse que abre espaço para as emissoras católicas Rede Vida e Canção Nova
e, recentemente, para a TV Justiça e para um canal educativo. Um preso disse à
Folha, porém, que são raros os momentos sem a Rede Super.


Sousa descartou exibir outros canais por terem ‘muita droga e crime’ e
passarem programação ‘não salutar’.


Outro argumento é que o Ceresp é um centro de triagem e os presos costumam
ficar lá só cerca de uma semana. ‘É o tempo que tenho para plantar a semente’,
disse.


Sousa guarda em sua sala uma coleção de DVDs que exibe para os presos, por
passarem ‘mensagem boa’.


São filmes bíblicos na maioria, mas também sobre vida animal e sucessos como
‘À Espera de Um Milagre’, que se passa em uma prisão e emocionou os detentos, de
acordo com Sousa.


‘O cara está preso e vou passar ‘Fuga de Alcatraz’?’


MULHER NUA E GUGU


O diretor disse que só tem ouvido elogios, mas, ao visitar o local, a Folha
viu que o projeto não é unanimidade.


O preso Marcelo Corrêa disse sentir falta de poder mudar de canal: ‘Queria
ver o que acontece no mundo’.


O Ceresp abriga presos célebres, como Sérgio Sales (primo do goleiro Bruno),
Thales Maioline (chamado de ‘o ‘Madoff mineiro’) e membros da torcida organizada
Galoucura, do Atlético-MG, suspeitos de matar um torcedor do Cruzeiro.


Roberto Augusto Pereira, o Bocão, presidente da Galoucura, disse sentir falta
de assistir a notícias e jogos de futebol. ‘Mas já adianta para passar o tempo’,
afirmou.


Entre os satisfeitos com a programação evangélica está Denison Balbino, preso
sob suspeita de tráfico de drogas, que disse ter se reencontrado com a religião
graças à TV.


‘A religião é um fator de refreio social. A gente aprende isso em
sociologia’, afirmou o diretor Sousa.


Ele rechaça ceder aos apelos de liberar a programação. ‘Eles não têm
instrução, não estão preparados para escolher o que é bom, vão querer ver
programa com mulher nua e o do Gugu’, afirmou.


Sousa disse não acreditar que restringe a liberdade dos presos e que faz o
mesmo que prisões que obrigam os detentos a trabalhar ou estudar.


O subsecretário de Administração Prisional de Minas, Genilson Zeferino, disse
que a parceria com a igreja é ‘fantástica’ e que as TVs são uma ‘peça
fundamental na humanização’ dos presos.


‘ABSURDO’


O juiz Márcio Fraga, do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), disse considerar
‘imprópria e absurda’ a medida. Apesar de afirmar que as TVs podem tranquilizar
os presos, ele lembrou que o Estado brasileiro é laico.


 


Hélio Schwartsman


Pregação ininterrupta pela TV contraria liberdade de crença


Por qualquer ângulo que se analise, a iniciativa da Igreja Batista da
Lagoinha de, digamos, proporcionar programação televisiva de conteúdo espiritual
edificante aos presos esbarra em sérias controvérsias jurídicas.


A mais grave delas é que, na prática, todos os reeducandos ficam obrigados a
assistir à TV evangélica, 24 horas por dia. Isso, pode-se arguir, constitui uma
segunda pena, à qual não foram condenados pela Justiça.


Em termos mais precisos, a pregação religiosa ininterrupta pode violar o
princípio da liberdade de crença, assegurado pelo inciso VI do artigo 5º da
Constituição.


Por mais fiéis que a Igreja Batista da Lagoinha esteja a arregimentar na
região de Belo Horizonte, entre os presos existem representantes de várias
crenças, muitos dos quais podem sentir-se constrangidos com o proselitismo da fé
de que não comungam.


Do ponto de vista público, a situação não é mais tranquila. O acordo pelo
qual a penitenciária permitiu que a Igreja Batista da Lagoinha instalasse as TVs
pode ser interpretado como uma afronta ao princípio da laicidade do Estado (art.
19 da Constituição), que veda ao poder público estabelecer alianças com
igrejas.


Ainda que se admita que o acordo é apenas uma colaboração de interesse
público -hipótese em que seria permitido-, a penitenciária, em respeito ao
princípio da impessoalidade da administração, deveria ter oferecido a mesma
oportunidade a outras igrejas e -por que não?- empresas comerciais instaladas no
país.


Caso houvesse outros interessados em fazer o mesmo que a Igreja Batista da
Lagoinha, um processo licitatório precisaria ser aberto.


O fato de o diretor da prisão ser membro da Igreja Batista da Lagoinha apenas
reforça as piores suspeitas.


A laicidade, isto é, a separação total entre Estado e igreja, é a melhor
garantia de que poderosos não vão impor a terceiros suas opções religiosas
pessoais. É uma parte importante do pacote das liberdades públicas.


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Atriz salta de ‘Malhação’ a vilã da vez na tela da Globo


A roupa encurtou. O sotaque mineiro e a cantoria foram embora. Se viver a
patricinha Yasmin, de ‘Malhação’, foi fácil para Mariana Rios por conta das
semelhanças com ela, a ambiciosa Nancy de ‘Araguaia’ (Globo) tem lhe tirado o
sono.


Da menina que ficou conhecida na novelinha teen por bordões como ‘Jesus,
apaga a luz!’, sobrou só o rosto de boneca. Mariana agora é a vilã da vez, páreo
duro para Clara (Mariana Ximenes) em ‘Passione’.


Dias atrás, foi ao ar a cena em que Nancy chantageou Lima Duarte, o coronel
Max Martinez em ‘Araguaia’. Fez bonito em diálogo abusado e com ameaças de
ambos.


‘Quando li a cena que faria com o ‘seu’ Lima, achei que fosse explodir
naquele momento’, conta Mariana.


Considerada uma promessa na Globo, seu contrato já não é mais por obra, como
o de outras iniciantes. Ela assinou por quatro anos.


Apesar da garantia e do assédio de outras produções, diz não ter ainda um
novo papel certo para quando a novela acabar. ‘Estou querendo fazer e entender
mais essa personagem. Ano que vem a Deus pertence’, despista.


11 pontos


Marcou o ‘Programa Silvio Santos’ (SBT) no domingo (19). Ficou em 2º lugar no
ibope Uma entrevista com Lula, em 1989, foi reprisada na atração


17 pontos


Registrou a final da terceira edição de ‘A Fazenda’


A pior média de decisão das três edições do reality da Record. Foi ao ar na
terça-feira, dia 21


TUITADAS


@DaniloGentili Desabafo: Só porque assinei com a Rede TV! para 2011 não me
chamaram pra festa do CQC hoje, mesmo eu tendo ajudado a construir tudo aquilo.
Ok. Bola pra frente.


O humorista fazendo piada sobre saída do ‘CQC’, depois desmentida pela
Band


Luiz Fernando Carvalho indica


‘Altas Horas’ (Globo)


‘É um programa híbrido, que flui muito bem. Atualmente, é o mais articulado
da TV aberta. Tem até a Laura Muller [sexóloga], que responde, de forma simples
e bem humorada, questões relacionadas ao sexo, onde muitos programas
especializados derrapam’, diz o diretor (foto) de produções da Globo como
‘Afinal, o Que Querem as Mulheres?’


GRACINHA


Vai ao ar hoje a esperada homenagem do ‘Domingão do Faustão’ (Globo) a Hebe.
No palco, a loira aproveitou para tietar o jogador Neymar


Telona Os fãs dos desenhos ‘Bakugan’ (Cartoon) e ‘Cavaleiros do Zodíaco’
(Band) podem começar a comemorar. As duas animações devem ganhar
longas-metragens em breve. ‘Bakugan’ deve estrear antes no cinema. Baseada no
animê homônimo, a produção está na mira da Universal Pictures e de Harald Zwart,
diretor de ‘Karatê Kid’, para virar filme. Já ‘Cavaleiros do Zodíaco’ tem uma
versão em computação gráfica a caminho. Tudo mantido no maior suspense.


com SAMIA MAZZUCCO


 


Vanessa Barbara


Legal essa parada rude


Na última terça-feira, 21 de dezembro, a Record exibiu a final do reality
show ‘A Fazenda’. Após três meses de confinamento num sítio, o modelo Daniel
Bueno, 33, ganhou o prêmio de R$ 2 milhões.


É quase o mesmo valor que recebeu o embriologista britânico Robert G.
Edwards, 85, vencedor do Prêmio Nobel na categoria Medicina ou Fisiologia. Ele
faturou 10 milhões de coroas suecas (R$ 2,5 milhões) por duas décadas de
pesquisa que tornou possível a fertilização in vitro.


A carreira de Daniel Bueno começou na seleção gaúcha de caratê, na qual foi
faixa preta. Aos 22, foi contratado por uma agência de modelos e trabalhou para
grifes como Calvin Klein e Giorgio Armani. É mais conhecido, porém, por ter
namorado a atriz Luana Piovani.


Já Edwards começou seus estudos nos anos 50. Seu esforço possibilitou o
nascimento de 4 milhões de pessoas e representou uma revolução no tratamento da
infertilidade.


Para a comissão do Nobel, o britânico conseguiu vencer ‘desafios monumentais’
no campo da ciência. Mesmo com a dificuldade de obter patrocínio, Edwards
conseguiu elucidar incógnitas da biologia, como os momentos certos para a
extração do óvulo e da sua fertilização e fecundação.


Bueno, por sua vez, demonstrou comprometimento com os afazeres rurais.
Durante os 86 dias de programa, destacou-se pela diligência e por tomar para si
a ordenha da vaca Estrela, proferindo frases como: ‘Dona Estrelinha! Como é bom
ver a senhora!’.


Logo de início, ele admitiu: ‘Pra ser sincero, eu não me acho um cara
talentoso. Mas sou muito esforçado’. Um de seus maiores momentos foi quando teve
de tomar um banho gelado e exclamou: ‘Legal essa parada rude’.


Mas o melhor diálogo não foi obra dele e de nenhum dos outros finalistas (o
ator Sergio Abreu e a assistente de palco Lisi Benitez, a ‘Piu-Piu’). Foi Luiza
Gottschalk que perguntou ao cabeleireiro Carlos Carrasco: ‘Milho é verdura?’. Ao
que ele respondeu: ‘Não. É um amido’.


Daniel Bueno mostrou os peitorais na tevê e comemorou a vitória com Sérgio
Mallandro. Robert Edwards não compareceu à cerimônia do Nobel por problemas de
saúde.


 


Keila Jimenez


Quanto vale a audiência?


A todo momento toca-se a trombeta de que a TV vem perdendo público, que a
audiência mudou.


Mas a plateia que parecia inabalável em índices de 20, dez anos atrás não foi
tão afugentada, garante o Ibope. Ela mudou de canal, de preferências, de
horário, mas ainda registra boas bilheterias.


Em 2000, a novela das 20 horas da Globo, ‘Laços de Família’ -um dos programas
mais assistidos da TV brasileira- registrava média de 45 pontos de
audiência.


Na época, segundo o Ibope, cada ponto equivalia a 43 mil domicílios na Grande
São Paulo. Portanto, 1,935 milhão de domicílios estavam sintonizados na trama de
Manoel Carlos.


A dona do horário hoje, ‘Passione’ chega à média de 42 pontos, num universo
em que cada ponto corresponde a 60 mil domicílios. Levando a conta à risca: tem
2,5 milhões de domicílios em sua plateia. Público bem maior.


‘A população cresceu. Em quantidade, hoje há mais gente na frente da TV do
que há dez anos. Um ponto de audiência vale bem mais’, afirma a diretora
comercial do Ibope, Dora Câmara.


Mas o instituto reconhece as mudanças nos hábitos de audiência. A Globo,
ainda líder, enfrenta, ano a ano, o abalo da soberania, com o crescimento da
concorrência. Já as faixas horárias antes renegadas, como a madrugada, hoje têm
público mais farto e disputado.


‘As pessoas falam muito, mas o número de TVs ligadas quase não mudou nesse
período. A novela das 20h em 2009 marcava média domiciliar de audiência de 21%,
a mesma de 2000’, diz Dora.


‘Temos de prestar atenção no total de TVs ligadas. É o que mostra se há mais
gente vendo TV ou não.’ Se usarmos esse comparativo, a queda é irrisória.


Segundo medição na Grande São Paulo, o share (participação entre TVs ligadas)
da TV aberta em 2000 na média/dia (das 7h à meia-noite) era de 45%. Em 2001,
42%. Hoje, segue, até outubro, em 43%, a média de 2002, 2003, 2004 e 2007.


Se esse público congelou na poltrona, por que então a audiência da TV aberta
parece despencar ano a ano?


Segundo o Ibope, os hábitos dos telespectadores mudaram. A audiência se
pulverizou por outros canais, outros horários, abocanhando pontinhos das
imponentes médias das atrações líderes, concentradas no horário nobre, que
também mudou.


Nos 1990, a audiência começava a subir às 17h30. Hoje, a plateia noturna
ganha quórum às 19h e pode chegar ao seu pico depois das 22h, faixa que, anos
atrás, marcava o despencar do número de TVs ligadas.


Ao olhar para frente, o Ibope espera mais mudanças: aposta na demanda do
mercado por mapear melhor o público de cada região e na medição de audiência
móvel, em que o conteúdo será o alvo, independentemente da plataforma de
veiculação.


‘Daqui a dez anos, as pessoas não saberão mais em que tela (TV, iPad, PC)
assistiram a determinado programa. Vamos medir audiência por conteúdo’, diz
Dora. ‘A TV da sala não será mais o centro da captação. O Ibope já está pronto
para isso, é só o mercado pedir.’


 


Laura Mattos


Fim do ‘Rockgol’ faz Bianchi apostar em sátiras à TV


Marco Bianchi colocou a sua buldogue, Alberta, para trabalhar. A cadela virou
estrela de um reality show que acompanha tudo o que ela faz, que é ‘basicamente
nada’, como conta o dono.


‘O momento da eliminação é quando ela faz cocô’, explica o humorista, que
acaba de deixar a MTV.


Após 13 anos na emissora, oito deles no comando do semanal ‘Rockgol’ ao lado
de Paulo Bonfá, ele prepara um novo programa de TV. ‘Descontrole Remoto’ é o
nome de seu novo projeto, ao qual se dedica há três meses.


É uma sátira à TV. Um telespectador desbocado vê programas como o reality
‘Casa de Alberta’, leilão de galinhas, TV da Câmara dos Deturpados e
documentário sobre os gnus de Bostuana.


‘Sempre quis fazer humor não ligado ao esporte na MTV. Acabei ficando
restrito ao futebol e isso estava se tornando frustrante para mim’, diz Bianchi,
sobre a decisão da direção da emissora de acabar com o ‘Rockgol’.


Ele se define como um ‘clínico-geral do humor’. ‘Gosto da sátira do
cotidiano. Sempre deixo blocos de papel com canetas espalhados pela casa para
não perder piadas sobre algo cotidiano, uma situação rotineira.’


Para ele, as ‘chatices do dia a dia se tornam piadas’. ‘Rir das chatices é
uma forma de se vingar delas’, diz.


Em 2011, Bianchi, 38, completa 20 anos de carreira. Aluno da Escola de
Comunicações e Artes da USP, começou na rádio da universidade em um programa de
humor com Felipe Xavier e Paulo Bonfá. Os três foram depois para a 89 FM com o
‘Sobrinhos do Ataíde’, para o qual Bianchi criou vários personagens, como
Peterson Foca.


ENDEMOL


Para elaborar seu novo projeto, Bianchi contratou Flávio Mendes, que se
especializou em criação de formatos de programa na Endemol.


Além de criador e roteirista do ‘Descontrole Remoto’, Bianchi também
interpretará personagens. Ele está ensaiando com Sérgio Miranda, assessor de
imprensa do MAC (Museu de Arte Contemporânea), Guilherme Uzeda, ator, que já
atuou no ‘Terça Insana’, e André Carvalho, o Montanha, artista de circo.


Sua intenção é se associar a uma produtora independente e vender o programa a
uma TV aberta. Em tempos pré-Copa e Olimpíada no Brasil, não descarta a hipótese
de trabalhar com esportes, mas ‘Descontrole Remoto’, diz, é a ‘menina dos
olhos’.


 


Irreverência da ‘TV Pirata’ vai voltar ao ar


Quando Silvio Santos contratou Jô Soares, em 1988, a Globo precisou de um
novo humorístico. Foi quando Boni resolveu apostar na ideia de ‘chutar o balde’,
proposta pelo diretor Guel Arraes e o roteirista Cláudio Paiva.


Surgiu a ‘TV Pirata’ (1988/90), que revolucionou o humor na TV brasileira. Se
hoje soa natural um programa satirizar a televisão, na época isso era inédito.


‘Éramos da primeira geração que havia visto TV na infância, que tinha a
televisão como parte da formação. As anteriores vinham do rádio, do teatro’, diz
Paiva, 53.


Foi assim que surgiram quadros de paródia de novelas. Havia o ‘Que Gay Sou
Eu?’ (de ‘Que Rei Sou Eu?’) e ‘Fogo no Rabo’ (de ‘Roda de Fogo), com o famoso
Barbosa (Ney Latorraca).


Isso sem falar de criações de tempos pré-politicamente correto, como o
machista ‘TV Macho’ e ‘Black Notícias’, sobre negros. ‘Era uma época
pós-ditadura, ninguém tinha coragem de dizer ‘não pode’. O princípio era não
respeitar nada, porque a função do humor é justamente levantar a poeira.’


Para ele, foi um momento bem melhor do que o atual.


‘O politicamente correto torna o humor medíocre. Gerou censura e leituras
equivocadas. Estamos em uma fase burra na comunicação.’ Para Paiva, hoje Marcelo
Adnet é ‘um gênio’. ‘Tentei trazê-lo para a Globo, mas ele não quer sair da MTV
ainda.’


NA TV


TV Pirata


QUANDO 1º de janeiro, à 0h, no Viva


CLASSIFICAÇÃO 14 anos


 


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