Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Globo prepara há um ano programa sobre o mar


Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 22 de março de 2010


 


TELEVISÃO


Andréia Michael


Na surdina, Globo prepara há um ano programa sobre o mar


‘Há cerca de um ano, Mariana Ferrão e Ernesto Paglia têm viajado a costa brasileira para gravar reportagens para o jornalístico ‘Globo Mar’, que estreia no dia 8 de abril.


A atração, que irá ao ar antes do ‘Jornal da Globo’, mostrará a cada semana os repórteres em busca de histórias do que eles chamam de ‘Amazônia azul’.


‘Não é um programa sobre praias, mas sobre a vida no mar que poucos conhecem’, conta Ferrão, que já gravou em lugares como Atol das Rocas (RN), ilha dos Lençóis (MA), Santa Catarina e Cabo Frio.


Acompanhados por um biólogo marinho, os dois se revezarão na apresentação e mostrarão, em dois blocos de dez minutos cada um, uma viagem de uma semana, do embarque ao desembarque.


Os assuntos variam de esportes aquáticos e pontos turísticos a plataformas de petróleo e curiosidades de culturas locais.


Entram também bastidores, como ter de dormir com roupa de mergulho numa noite fria ou ser atacado por insetos num mangue. ‘Não são videocassetadas, mas tem pinceladas de humor. Elas ajudam a colocar o público na situação. Nessas horas, damos voz a toda a equipe e ganhamos em diversidade.’


No barco, a produção divide o espaço com convidados como remadores, um pantaneiro que nunca vira o mar e um chef que enfrenta o desafio de cozinhar em alto-mar, com as panelas presas no fogão.


APURAÇÃO


Vai ao ar hoje o quadro ‘Proteste Já’, do ‘CQC’ (Band), que denuncia o desvio de um televisor doado a uma escola e havia sido embargado. A prefeitura de Barueri desistiu da ação.


ISCA


Mas o desembargador Marrey Uint determinou ao Ministério Público que investigue o caso. Escreveu: ‘Se o bem doado estivesse onde deveria estar, a agravada não teria procurado o Poder Judiciário. […] Estaria em rede nacional, colhendo os aplausos da sociedade pela seriedade e correção de conduta’.


APRENDIZADO


James Cameron, o diretor de ‘Avatar’, estará em Manaus nesta semana a convite do apresentador João Doria Jr., da Record. Quer ver a floresta de perto e passear de helicóptero.


BANDEIRADA


Na quinta, um ‘BBB’ (Globo) ganhará um apartamento de R$ 200 mil. No sábado, haverá, como em 2009, prova do líder patrocinada pela Super Bonder. Os ‘brothers’ serão içados até um carro pendurado.


FILA


O Canal Rural (RBS), que exibe 400 leilões de gado ao ano, tem lista de espera para pregões. Em 2009, faturou 8,5% a mais com essas transmissões.


FOCAS


Os recém-formados Eliane Scardovelli e Theo Ruprecht são os novos integrantes do ‘Profissão Repórter’ (Globo), que volta em 6/4. Vieram do programa de estágios. No ano passado, os reforços foram eleitos em um concurso no blog.’


 


 


Lúcia Valentim Rodrigues


TV pirata


‘O maior pirata da internet mora em algum lugar entre a Itália e a Suécia. Nunca foi processado. Mas nem por isso divulga seu nome verdadeiro.


Atende pelo pseudônimo de NovaKing e é responsável pelo site EZTV, que coloca no ar 120 episódios de séries por semana (incluindo na conta as versões normais e em alta definição).


O endereço funciona no limite da legalidade dos países onde está hospedado, mas não deixa de fazer pirataria ao liberar os programas, de que não detém os direitos autorais, para fora do território americano.


O site Torrent Freak, especializado em cobrir assuntos como a troca de arquivos, estima que atualmente o EZTV seja responsável por 90% dos downloads de seriados.


A popularidade do site vem da confiança na qualidade do conteúdo, com porcentagem muito baixa de arquivos falsos ou com vírus -principal temor de quem baixa arquivos na web.


NovaKing acha esse tamanho exagerado. Mas percebe o crescimento da procura, que para ele está ligado ‘à sólida base de voluntários ajudando a espalhar cada novo seriado’.


O trabalho não é remunerado, e eles não aceitam doações. Funcionam com dinheiro próprio. ‘Seria ir contra o motivo pelo qual começamos o site. Todo mundo que participa concorda com a natureza não lucrativa do que fazemos.’


O site começou há quatro anos e oferecia links para encontrar os programas via chats.


Agora ele alimenta fontes como o PirateBay e Torrentz, fazendo o milagre da multiplicação dos arquivos, que ficam disponíveis mesmo se o provedor estiver fora do ar. A assinatura de origem aparece entre colchetes ou em outra cor quando se procura os episódios.


NovaKing diz que isso só aconteceu algumas vezes e nunca propositalmente. ‘O site falhou por problemas técnicos, azar e ocasiões esporádicas, porque, com o dinheiro que investimos, há momentos que temos dificuldades com os servidores. Seriam necessários mais servidores, mas, por enquanto, é o que podemos manter.’


‘O modelo de distribuição de hoje é obsoleto. Vemos uma grande lacuna entre o que a TV mostra e o que o público quer. Simplesmente estamos tapando esse buraco enquanto a ideologia mercadológica não alcança o futuro.’


Ele defende que as grandes corporações têm de melhorar a tecnologia para fornecer conteúdo. O iTunes mostra que há formas de fazer isso e gerar retorno financeiro. ‘Tem de haver novos jeitos de permitir ao usuário escolher como e se ele vai pagar por algo. Isso pode ser alcançado com bônus, assinaturas, anúncios nos sites e sistema para pagar por episódio assistido. Os torrents são só mais uma dessas alternativas. Se a indústria quer ser competitiva, não deveria trancar para fora as mudanças tecnológicas. Deveria explorar como usá-las a seu favor.’


Sem contar muito como o EZTV funciona, diz que normalmente os programas vão ao ar na medida em que são exibidos na TV americana. ‘Mas, quando tem seriados fortes -’24 Horas’ e ‘Lost’-, outros que tenham menos procura sofrem atraso. A demanda determina o que sai primeiro.’


Conta que o site também tem conteúdo autorizado: ‘Muitas empresas nos procuraram para poder levar conteúdo para um público alvo grande. Poder acessar séries em alta qualidade quando e onde quiser significa que mais pessoas vão migrar para a internet para ver TV’. Isso já é realidade.


Outro lado


Enquanto isso, as grandes emissoras tentam diminuir o impacto da internet nos negócios. Rusell Kline, vice-presidente de operações da Sony para a América Latina, diz que o canal luta contra a pirataria ‘para aumentar a qualidade dos programas disponíveis’.


Ele nega que ‘Lost’ tenha estreado com o menor atraso da história em relação aos EUA por causa dos downloads. ‘Foi apenas nosso compromisso de oferecer o melhor conteúdo o mais rápido possível.’


Kline diz que a internet pode ser complementar à TV e que ‘estão desenvolvendo modelos para os parceiros e afiliadas’.


O problema é que se as TVs demorarem muito para se mexer, vão acabar sofrendo tanto quanto a indústria fonográfica.


Para Ernesto, codinome de um dos maiores especialistas em troca de arquivos, do Torrent Freak, ‘os downloads deixam claro que ninguém mais precisa perder um episódio de um programa’. ‘Isso cria uma base de fãs muito mais devotada. Barreiras geográficas são coisa do passado. Estúdios deveriam lançar seus programas no mundo todo de uma vez ao invés de atrasar a transmissão fora dos Estados Unidos.’


É isso ou sofrer com as consequências da pirataria.’


 


 


Ronaldo Lemos e Pedro Mizukami


EZTV vive de demoras na distribuição


‘A janela que separa a exibição de novos episódios do seriado ‘Lost’ no Brasil de sua estreia nos EUA foi reduzida. O espectador brasileiro espera apenas duas semanas (aumentou em uma semana após a reprise da estreia no Carnaval), se for assinante de TV a cabo. Seria um prazo razoável. Ou será que não?


Grupos como o EZTV sobrevivem nas lacunas das janelas (ou atrasos) de distribuição, que se tornaram artificiais com a internet. Difícil escalonar a exibição no tempo quando o contexto tecnológico viabiliza o acesso imediato.


Enquanto os norte-americanos têm acesso gratuito a episódios completos de ‘Lost’ no site da rede ABC, tão logo exibidos na TV, o Brasil fica de fora (o site só funciona por lá). Isso expõe um nó a ser resolvido: acordos de licenciamento limitados geograficamente, em contraste com a rede que teima em ser global. O problema é o mesmo com música, cinema, videogames ou literatura. Mas são os seriados de televisão os grandes estandartes dessa questão.


Resolver esse problema é importante e difícil. As janelas contrariam uma demanda do espectador por acesso imediato, mas que vai além. Abrange a ‘portabilidade’ quanto aos canais de distribuição. O consumidor quer ver o programa no seu aparelho de televisão, mas também no computador, no celular, no iPod ou no iPad. O EZTV é um dos muitos grupos organizados na rede que surgem da impossibilidade de realizar oficialmente essas diferentes demandas.


Ao ocupar o espaço deixado pela ausência de alternativas oficiais, essas comunidades acabam moldando os hábitos e expectativas de boa parcela dos consumidores para o futuro.


Solucionar essa questão não é fácil. Depende de mudanças de práticas contratuais e licenciamento e, antes delas, de uma reorganização de modelos de negócio.


Existem hoje canais oficiais que vão nesse sentido, como o Hulu, Spotify, Lala, iTunes, Amazon e Steam. Juntos, são plataformas de teste que lideram uma renovação em curso. Mas todos enfrentam limitações regionais e de flexibilidade no acesso ao conteúdo.


A época é de inovação. O que está por vir vai ser moldado não apenas pelos canais de distribuição tradicionais, mas também pela atividade de grupos como o EZTV.


Competir com eles, no fim das contas, pode realmente valer a pena.


PEDRO MIZUKAMI é coordenador do projeto Game Studies do CTS-FGV’


 


 


Rodrigo Russo


Lázaro Ramos põe amigo para lançar 5ª temporada de programa


‘É quase um programa de um homem só. Criado, apresentado e com direção-geral de Lázaro Ramos, ‘Espelho’ chega hoje à sua quinta temporada, no Canal Brasil, trazendo como convidado Wagner Moura, companheiro de trabalhos e amigo pessoal de Ramos.


O papo aqui, carinhoso, é entre ‘Lazinho’ e ‘Waguinho’, o que deve saciar a curiosidade e o desejo de proximidade a seus astros que muitos telespectadores têm. Wagner conta que até já deu autógrafo a pessoas que o chamaram de Lázaro.


O ator também comenta seus personagens mais famosos -o Capitão Nascimento de ‘Tropa de Elite’, no cinema, e o protagonista da peça ‘Hamlet’, dirigida por Aderbal Freire-Filho- , defende o método da preparadora de elenco Fátima Toledo e confessa ao amigo que gostaria de viver apenas como cantor em uma banda de rock.


Além de um programa especial comemorativo da marca de cem episódios, a nova temporada conta com cinco diretores convidados: Anderson Quak (na direção-geral dos últimos 19 episódios da temporada, substituindo Lázaro), André Lavaquial, Cacau Amaral, Joyce Santos e Rodrigo Felha -o responsável pela estreia.


ESPELHO – 5ª TEMPORADA


Quando: hoje, às 21h30, no Canal Brasil


Classificação: livre’


 


 


TODA MÍDIA


Nelson de Sá


A mudança chegou?


‘O ‘Wall Street Journal’ destacou que as últimas semanas mostraram que mais e mais ‘Nações se recusam a marchar na batida dos EUA’. No subtítulo, ‘Líderes de Brasília a Pequim atiram flechas no governo Barack Obama’, mas ‘americanos negam que oposição esteja crescendo’. Na descrição do jornal, é toda ‘uma cadeia de recusas públicas’ aos EUA, passando também por Rússia, Turquia e Israel.


Timothy Garton Ash, professor de Oxford e Stanford, em coluna por vários jornais, ‘Não basta um Messias’, foi na mesma linha, denunciando a incapacidade dos EUA em lidar com a ‘ordem multipolar’ -e questionando o sistema político que permitiu ao Congresso paralisar a política externa.


Por outro lado, chegou enfim o ‘super domingo’ de Obama no Congresso, com a votação da reforma da saúde. E depois de um dia de manchetes on-line como ‘Votando por sua vida’, no irônico Drudge Report, o ‘New York Times’ anunciou que a ‘Câmara aprova marco legal que estende sistema de saúde a milhões’. No ‘Huffington Post’, ‘A mudança chegou’.


RICOS EM DÍVIDA


Na home do ‘NYT’, ‘FMI avisa nações ricas sobre dívida’, EUA inclusive. Em Pequim, o ‘número 2’ do Fundo declarou que a crise deixou ‘cicatrizes profundas no balanço fiscal das economias avançadas’, que vão exigir resposta dos governos ricos a partir do ano que vem.


Ele não cedeu à ‘pressão dos EUA’ e evitou questionar o valor do yuan.


NOTA BAIXA


A Associated Press analisou que o mercado financeiro reage com ‘bocejos’ à ameaça de corte na nota da dívida americana, feita por agências de risco. Mas citou avaliação da instituição americana Council on Foreign Relations, de que ‘é um pouco assustador’.


CHINA VS. EUA


Na home do ‘WSJ’, ‘China avisa EUA contra sanções’. O ministro chinês do comércio disse que Pequim ‘não vai fechar os olhos’ para eventuais retaliações adotadas com o argumento de que sua moeda está sobrevalorizada.


Já o ‘Financial Times’ destacou que a ‘comunidade empresarial dos EUA’ pró-China não consegue mais conter as sanções no Congresso.


AMEAÇA AMERICANA


A nova ‘Newsweek’ traz o artigo ‘Apoiando-se em Lula’ ou ‘Pressionando Lula’ (no original, Leaning on Lula), de James Rubin, que foi subsecretário de Estado de Bill Clinton. No subtítulo, ‘Aliados que se negam a sancionar Irã devem, eles também, pagar’. O texto cita a Turquia, mas se concentra no Brasil, até encerrar:


‘Boa vontade e respeito nem sempre são o bastante. Algumas vezes, até países amigáveis precisam entender que vão pagar um preço por desafiar os EUA. Muito provavelmente, essa ação vai funcionar. O Brasil vai ajustar sua posição. E o resto do mundo vai perceber.’


BRASIL & EUA


De FHC, sobre Joaquim Nabuco, sexta na Folha:


‘Que o presidente Lula não me ouça, e não estou falando do Irã, mas quem sabe Nabuco não estivesse já delineando naquela época para o Brasil uma relação mais estreita com os Estados Unidos, que desse espaço para o país se afirmar mais em sua área de influência.’


NOVO TOM


Na Agência Brasil, ‘Brasil deve assumir novo tom no debate sobre programa nuclear do Irã’. Nesta semana o chanceler Celso Amorim se reúne com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica e ‘deve reafirmar o apoio aos iranianos, mas vai defender que assumam ações mais transparentes e encerrem as dúvidas’.


LULA LÁ


Saiu no ‘Times’, ecoou na BBC Brasil e chegou a ser manchete do UOL, ‘Lula pensa em comandar ONU, diz jornal britânico’. No texto, de correspondentes no Brasil e nos EUA, ‘a ideia teria sido levantada pelo presidente Sarkozy na reunião do G20 em Pittsburg’. Fechando o texto, ‘Lula, porém, tem tomado posições que ofendem Reino Unido e EUA, que poderiam vetar’.


Por outro lado, o atual secretário-geral, o coreano Ban Ki-moon, passou os últimos dias voltado, como Lula, ao conflito no Oriente Médio. No alto do UOL, ‘Secretário da ONU critica bloqueio israelense a Gaza’.’


 


 


DIA DA ÁGUA


Folha adota cor azul no Dia Mundial da Água


‘Hoje, Dia Mundial da Água, todo o primeiro caderno da Folha foi publicado na cor azul para marcar o lançamento do Movimento Cyan, uma campanha da AmBev pelo uso consciente e sustentável da água.


O diretor de sustentabilidade da AmBev, Sandro de Oliveira Bassili, 39, diz que a preservação do meio ambiente é crucial para uma empresa que trabalha com a água: ‘A gente tem um sistema de gestão ambiental integrado. Temos metas de redução do consumo de energia e do consumo de água. Economizamos 14 bilhões de litros de água só nos últimos sete anos. Já temos um resultado interno muito bom, mas achamos que precisamos passar as portas da fábrica. A água é fundamental, precisamos fazer com que as pessoas deem valor à água’.


Com esse objetivo, a empresa lançou dois projetos ambientais (um de proteção de nascentes e um estudo em parceria com a USP/São Carlos para reduzir o consumo na sua cadeia produtiva) e uma campanha na mídia para que as pessoas valorizem a água: ‘A gente ficou muito feliz quando a Folha aceitou a proposta. Vai ser uma campanha de muito impacto’.


Segundo o diretor comercial da Folha, Antonio Carlos de Moura, 51, o jornal avaliou que o ‘posicionamento da Ambev tem natureza institucional’, pois visa a preservação de um recurso natural imprescindível, e para isso a empresa precisava atingir ‘um público qualificado e formador de opinião’.


Elaborada pela Loducca.MPM, a campanha pretende alertar a população para a necessidade de evitar o desperdício. Para Guga Ketzer, 34, vice-presidente e diretor de criação da agência, a grande dificuldade reside no fato de que, no Brasil, a água parece ser um recurso muito abundante, mas, paradoxalmente, ela é invisível: ‘Como ela é incolor, as pessoas não conseguem enxergar a água e não veem o seu valor’.


Daí a proposta de usar a cor azul (Cyan) para representar a água, a fim de que todos possam visualizá-la melhor e, assim, compreender a sua importância. Segundo Daniel Chalfon, 35, vice-presidente e diretor de mídia da Loducca.MPM, ‘a gente comete abusos porque ninguém presta atenção ao problema do uso da água. Fazer um movimento como esse, para despertar a atenção, requeria formatos mais ousados’.


‘A gente colocou isso para todo o mercado, e a Folha entendeu e abraçou a causa. Acho que é a primeira vez no mundo que um jornal muda de cor.’


Moura disse que a Folha decidiu aceitar o desafio ‘porque é reconhecida como um jornal inovador’. Com isso, o jornal reafirmou seu pioneirismo entre os veículos impressos: ‘A Folha sempre zelou por inovações no mercado publicitário. Isso demonstra a sua ousadia’.


Do ponto de vista industrial, a inovação exigiu vários ajustes para evitar prejuízos à legibilidade dos textos: ‘Nós fizemos um fundo azul de baixa densidade e sobre ele colocamos todos os elementos textuais para que a leitura ficasse bastante confortável’, disse Adalberto Fernandes, 52, diretor-executivo de Operações da Folha.’


 


 


VENEZUELA


Chávez nega intervenção na rede


‘O presidente venezuelano, Hugo Chávez, negou ontem que pretenda controlar a internet na Venezuela, como relatado por diferentes meios de comunicação internacionais desde que ele afirmou que ‘a internet não pode ser uma coisa livre’. Chávez ressaltou que o uso da rede no país disparou desde que ele assumiu o poder.’


 


 


INTERNET


Randall Stross


‘Efeitos de rede’ mantêm o Facebook renovado


‘O Facebook tem hoje mais de 400 milhões de usuários ativos, em comparação com 50 milhões em 2007. Se as redes sociais ainda pareciam um ambiente de casa noturna, para jovens urbanos badalados -em um dia o site é ‘da hora’, no outro não é-, poderíamos esperar que as multidões logo se cansassem.


Mas o Facebook não parece destinado a esse desfecho. O site habilmente copiou a estratégia de ‘efeitos de rede’ usada por outra marca que há muito tempo detém a posição dominante na indústria de informática: Microsoft Windows.


Os economistas usam o termo ‘efeitos de rede’ para se referir à forma como o valor de um produto ou serviço aumenta de acordo com o número de pessoas que o utilizam. Se você é 1 de apenas 10 pessoas no mundo que têm uma conta de e-mail, sua utilidade é limitada. Acrescente um bilhão de pessoas, e o valor prático de sua conta aumenta na mesma medida.


Um membro do Facebook desfruta dos benefícios imediatos quando cada amigo adere -são efeitos de rede diretos. Mas o usuário médio já tem 130 amigos, por isso, a não ser que o usuário seja incomumente sociável, os efeitos diretos não vão aumentar drasticamente além de um certo ponto.


Para um membro individual, os mais poderosos efeitos de rede podem ser indiretos, que vêm do enorme número de outras pessoas desconhecidas no mundo do Facebook. Essa massa, por sua vez, atrai fornecedores de produtos e serviços complementares.


Para o Windows, a enorme base instalada atraiu desenvolvedores de software terceiros, que por sua vez atraíram mais usuários. O iPhone da Apple teve ciclo virtuoso semelhante. Assim, também no Facebook desenvolvedores de aplicativos como FamilyLink, Marketplace e iLike’s Music criam um universo de software com aparentemente infinitas opções. E isso atrai mais usuários.


A decisão do Facebook de abrir seu site para desenvolvedores externos, em maio de 2007, foi um ‘momento transformador’, disse Charlene Li, da consultoria Altimeter Group. ‘Como o Facebook permite desenvolvedores em seu site, as pessoas que teriam desenvolvido outros sites de rede social hoje trabalham com o Facebook.’


Empresas, grupos sem fins lucrativos, órgãos do governo e celebridades usam as páginas do Facebook para divulgar dados. Os efeitos de rede também funcionam aqui: os usuários atraem nomes conhecidos, que, por sua vez, atraem mais usuários.


Os efeitos de rede, se suficientemente fortes, podem levar uma plataforma além do ponto de virada, acelerando seu crescimento. ‘Como mostra o Windows, quando um mercado com efeitos de rede tende para uma plataforma dominante, é difícil reverter isso’, disse Andrei Hagiu, professor assistente na Escola de Economia de Harvard.


O Facebook facilita a fidelidade de seus membros. Sites externos podem se tornar parceiros no Facebook Connect, oferecendo aos visitantes a capacidade de acessar com seu nome de usuário do Facebook e continuar interagindo com seus amigos mesmo quando não estiverem no site.


Mas ele introduz um risco estratégico. Conforme sua utilização aumenta, os membros podem passar menos tempo no site principal do Facebook, com possíveis implicações negativas para o modelo empresarial.


‘Levar sua rede com você é mais poderoso do que ter toda a atividade em torno de sua rede acontecendo em um lugar central’, disse Noah Brier, diretor da Barbarian Group, empresa de marketing digital.


Observadores da indústria analisam o horizonte em busca de um desafiante que poderia deslocar o Facebook, e Brier acredita que tem algo em vista: ‘Quem será o próximo Facebook?’, ele pergunta. ‘O Facebook Connect.’’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 22 de março de 2010


 


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Marili Ribeiro


Como fazer campanha publicitária pelo avesso


‘Pela segunda vez, a agência brasileira Nova S/B ganhou a concorrência da Organização Mundial de Saúde (OMS) para criar uma campanha global de combate ao consumo de cigarro. A disputa envolveu agências dos quatro continentes. Se o País já era reconhecido no mercado mundial por suas mensagens vendedoras de produtos e serviços, com essa nova vitória passa também a ocupar espaço no mercado da antipropaganda.


‘Os argumentos e as táticas são as mesmas aplicadas pelo marketing convencional para atrair a atenção do consumidor’, explica Bob Vieira da Costa, sócio e diretor da Nova S/B. ‘Apenas temos a preocupação de olhar o público alvo da ação como um não consumidor. Afinal, vamos vender um valor, um comportamento a ser compreendido e aceito.’


O trabalho desenvolvido para a OMS é um exemplo do que se convencionou chamar de Comunicação de Interesse das Pessoas (CIP), vertente dos negócios da propaganda da qual a NovaS/B é a precursora no País. A CIP veicula mensagens que mobilizam pessoas em torno de ideias de transformação do ambiente social e que valorizam compromissos das marcas e de seus produtos com a vida em sociedade.


Neste ano, o tema da campanha mundial da OMS é o universo feminino. O último trabalho feito pela agência brasileira foi dirigido aos jovens, o alvo preferencial das fabricantes de cigarro. As ações serão divulgadas em 200 países no dia 31 de maio, dia mundial antitabaco. Nos mercados emergentes, as mulheres têm sido as maiores vítimas ao apelo do charme do cigarro, como um elemento que vende uma mensagem de independência.


No Brasil, o fenômeno atinge especialmente meninas entre 11 e 13 anos, como detectou pesquisa qualitativa realizada pela Nova S/B. ‘Elas começam a fumar em grupo, porque querem ser aceitas e porque atribuem ao cigarro um elemento fashion’, explica Costa.


Influência. É consenso que a propaganda estimula o consumo de cigarros. A falta dela é uma das razões que fez cair pela metade o hábito de fumar no mundo todo, segundo pesquisa realizada pela International Tobacco Control (ITC), divulgada há duas semanas. O fenômeno se repete no Brasil, segundo o mesmo levantamento, o maior já produzido sobre o tema. Para chegar aos resultados, foram ouvidos mais de 1.800 pessoas em São Paulo, Rio e Porto Alegre, entre abril e junho de 2009.


De acordo com a pesquisa, quase metade dos fumantes pesquisados (47%) confirmou que a advertência sobre os riscos de saúde faz com que pensem em parar de fumar. Um terço dos entrevistados reconheceu ainda que as imagens repulsivas nos maços de cigarro são um forte estímulo a suspender o hábito.


Desde 2000, a indústria do cigarro está impedida de recorrer à propaganda nas mídias de massa no Brasil. Por questão de sobrevivência, busca espaço em canais não vetados, como os games na internet, os eventos de moda e o cinema. O mercado brasileiro é dominado pelas marcas fabricadas pela Souza Cruz, que detém mais de 62% das vendas, e pela Philip Morris, com 14%. A primeira é atendida pelas agências DPZ e Ogilvy, e a outra pela Leo Burnett.


O assunto é tão fechado que nenhuma agência pôde se manifestar sobre o tema por recomendação das multinacionais. Juliana Barreto, gerente de relações com o mercado da Souza Cruz, lamenta que a comunicação com seus clientes só possa ser feita nos pontos de venda, ‘e, mesmo assim, com muitas restrições’, diz ela. ‘A companhia teve de se reinventar nos últimos anos para fidelizar seus clientes’.


A Philip Morris informa, por e-mail, que ‘entende que os fabricantes devem continuar a ter permissão para comunicar-se com fumantes adultos’, ao mesmo tempo em que diz respeitar as restrições impostas. Mais à frente acrescenta: ‘a capacidade de nos comunicarmos com fumantes adultos sobre nossas marcas é fundamental para que haja um mercado competitivo e para que os adultos fumantes sejam informados sobre o produto. Assim, nós acreditamos que a regulamentação deve atingir um equilíbrio entre restringir o marketing e permitir a comunicação com adultos fumantes.’


Nessa batalha, por enquanto, a antipropaganda parece estar ganhando rounds. A entrada da OMS com suas campanhas globais é fato relevante nesse sentido, em especial porque atrai patrocinadores como o empresário Michael Bloomberg, dono da agência de notícias que leva seu nome. Ele doa anualmente US$ 100 milhões para a campanha. A de maior impacto teve como garoto-propaganda o modelo que encarnou o cavaleiro dos anúncios da marca Marlboro, da Souza Cruz. No anúncio de 2000, em que o modelo aparece caracterizado como caubói, estava escrito: tenho câncer. Ele morreu.


Butiques. Depois dela, a OMS seguiu a mesma trilha adotada pela indústria do fumo em busca de reter a atenção do público. Tem convidado agências tidas como butique de criação no meio publicitário, caso da americana Crispin Porter + Bogusky, ou a inglesa Naked. ‘Em uma das concorrências, uma agência apresentou material impresso em que aparecia a sombra de uma criança fumando. Não era evidente que o personagem era uma criança, mas havia fortes indícios. Um muçulmano que estava na mesa de seleção dos trabalhos fez objeções ao mote apresentado pela agência, já que divulgar imagens de crianças fumantes é terminantemente proibido em países muçulmanos’, conta Costa.


A complexidade da missão está em criar uma campanha global, capaz de ser entendida por pessoas das mais diversas características socioculturais. São cartazes, banners, outdoors, filmes, spots e eventos para veiculação em 200 países. Logo, serão traduzidos em idiomas com árabe, mandarim, russo, hindu, além, é claro, de inglês, francês e espanhol. Cada país integrante da OMS planeja, a seu modo, a realização do Dia Mundial sem Tabaco, utilizando as peças publicitárias criadas, este ano, no Brasil.


O combate


No Brasil, as restrições ao marketing do cigarro começaram em 2000, quando foi banida a propaganda na mídia de massa


47% dos fumantes no País afirmam que as advertências os fazem pensar em parar de fumar


31% dizem que as imagens repulsivas nos maços de cigarros os tornaram mais inclinados a suspender o consumo do produto’


 


 


TELEVISÃO


Keila Jimenez


Gugu para de dar casas


‘A fórmula esgotou. Quadros como o Sonhar Mais Um Sonho, famosos por darem casas próprias aos inscritos, perderão espaço no Programa do Gugu para um novo projeto, com menos assistencialismo e mais entretenimento. É coisa para no máximo daqui a um mês. A repaginação da atração da Record – que vem de consecutivos empates em ibope com Silvio Santos no horário- investirá em duas novas vertentes: uma gincana ao estilo Corrida Maluca, que Gugu comandou com sucesso no SBT nos anos 90, e Gugu Vai Até Sua Casa. Nesse quadro, o apresentador levará uma versão pocket de seu programa, com palco, atrações musicais, provas e bailarinas, para a rua de um telespectador. Maluquice? Não, é Gugu retornando à formula que domina bem: o bom e divertido programa de auditório.


Operação de Risco. Esta aí no mato, ao lado de um sujeito encapuzado, é Luciana Gimenez, que acompanhou o treinamento do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos, o Garra. Gravada na sexta-feira, a cena ainda não tem data para ir ao ar no Superpop, na RedeTV!


2012 é o ano de vencimento do contrato da Globo com o pacotão de filmes, desenhos e séries da Disney,


1 ponto de ibope é a média do Toda Sexta, de Adriana Galisteu, na Band


‘Você e Fátima são como o Cid Moreira e o Chapelin?’ De Rafael Cortez a William Bonner, em papo que irá ao ar hoje no CQC, da Band ‘A diferença é que eles não são tão íntimos’, responde-lhe Bonner


‘Se fosse bom, mandavam o Galvão (Bueno).’ Esse é o bordão do Repórter Roubada, novo personagem do Casseta&Planeta que, como o nome diz, só entra em fria.


A Globo e a parceira Telemundo dividiram o bolo na comercialização de El Clon, versão hispânica de O Clone, fruto da parceria dos dois grupos. A Telemundo já está vendendo a obra para a América Latina. A Globo ficou com Europa, Ásia e Oriente Médio.


A novela El Clon é uma das apostas de venda internacional da Globo na feira de audiovisual MipTV, que acontece de 12 a 16 de abril, em Cannes. A outra é a série Som & Fúria, da O2 Filmes.


A mesma O2, de Fernando Meirelles, negocia com a HBO a produção de uma nova temporada de Filhos do Carnaval para este ano.


A ex-MTV Luisa Micheletti assumirá ao lado de Erika Mader, em maio, o comando do programa Bastidores, do Multishow.


O que Rita Cadillac, o piloto Hélio Castro Neves, o ator Paulo Cesar Peréio e a ex-jogadora de vôlei Virna têm em comum? Eles integram os times de jogadores famosos do Pôquer das Estrelas, nova atração de Otávio Mesquita na Band. Com 13 episódios, a disputa é obviamente inspirada no torneios de pôquer com astros nos Estados Unidos.


Premissa da produção do Altas Horas, da Globo, para Luiza Possi ir à atração: que ela tope promover no palco um encontro, musical, com a amicíssima Maria Gadú.


Mesmo diante de inúmeras reclamações, a animação Charlie & Lola, da BBC, um dos maiores sucessos do Discovery Kids, não voltará mais ao canal. O contrato com os criadores da série, que venceu no ano passado, não será renovado. Resta esperar que outra emissora, paga ou aberta, tenha interesse pela terceira, e inédita, temporada da dupla.’


 


 


Gustavo Miller


Katy Perry se garante ‘plugada’


‘Dona de um dos Acústico MTV mais sofríveis dos últimos tempos, Katy Perry aprendeu que seus hits de verão não caem lá muito bem em versões desplugadas. Por isso mesmo vale a pena conferir na noite de hoje o Multishow Music Live da cantora. Sem violão ou quarteto de cordas, Perry mostra que I Kissed a Girl, Hot’n’Cold, Waking Up in Vegas e outros sucessos ficam bacanas, mesmo, sem a pompa dos acústicos.


O programa de hoje não fica apenas nos números musicais. Conta também um pouco da vida pessoal e da carreira da cantora americana de 25 anos, cujos primeiros passos foram dados no universo gospel – naquela época, ela usava o nome de batismo, Katy Hudson.


O estouro de Katy aconteceu em 2007, com a divertida faixa U R So Gay, em que fazia piada do estilo emocore de seu antigo namorado.


O single ‘polêmico’ a ajudou a lançar o álbum de estúdio One of The Boys, que logo chegou ao topo das paradas graças a mais um hit provocativo: I Kissed a Girl, aquela música em que ela comenta ter beijado uma cantora. E gostado.’


 


 


 


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