Tuesday, 12 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Google aumenta a sua
competição com a Microsoft


Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Globo


Quarta-feira, 7 de junho de 2006


TV DIGITAL
Mônica Tavares


Fórum euro-latino debate TV digital


‘BRASÍLIA. A Coalizão DVB, responsável pelo padrão europeu de TV digital, lançou ontem o Sistema Euro-Latino-Americano e Caribenho de TV Digital (DVB-LAC). Segundo o diretor da Philips, Walter Duran, o fórum não está condicionado à escolha do padrão de TV digital que será implantado no Brasil:


– A resposta é não. Por isso, criamos o fórum para a América Latina – disse ele.


Segundo Duran, Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai já sinalizaram fortemente que não vão adotar o padrão japonês. Ele afirmou que as empresas têm interesse em participar do sistema internacional de TV digital. Elas estão dispostas a investir R$ 100 milhões ao ano em pesquisa e desenvolvimento na área de TV digital no país, caso seja adotado o padrão europeu.


Para o diretor da Philips, o governo brasileiro ainda não tomou a decisão sobre qual padrão será usado no país. O representante da Comissão Européia (CE), Paulo Lopes, também acredita que a decisão do Brasil ainda não foi tomada.


– Continuamos a fazer nossa proposta. Acreditamos ter a melhor proposta. Estamos dispostos a sentar à mesa para melhorá-la – afirmou Lopes.


No próximo dia 20, em São Paulo, será realizado um workshop para decidir a estrutura do DVB-LAC e montar o plano de ação. Entre as instituições convidadas para o encontro estão a Universidade Católica do Chile e dois centros de pesquisa da Argentina.’


PUBLICIDADE
O Globo


Prêmio de Propaganda O Globo na 10 edição


‘F/Nazca, Agência 3 e DPZ foram as agências com mais peças selecionadas, ontem, na primeira etapa do 10 Prêmio de Propaganda O Globo. Houve mais de 200 anúncios inscritos, publicados nos jornais O GLOBO, ‘Extra’ e ‘Diário de S.Paulo’ no período de setembro de 2005 a fevereiro de 2006. Os finalistas estão concorrendo ao GP 10 Prêmio em oito categorias: Varejo, Serviços, Anúncios de oportunidade, Classificados, Imóveis, Indústria, Serviço público comunitário e Turismo.


– Este é um dos prêmios de que mais gosto, porque homenageia o trabalho de verdade, aquele que é feito pela agência e que o povo vê – afirmou Rodolfo Sampaio, vice-presidente de criação da Publicis e presidente do júri, formado por 14 grandes nomes de agências de publicidade e anunciantes.


Todas as peças finalistas poderão ser vistas a partir de amanhã no site www.oglobo.com.br/infoglobo. Este endereço eletrônico também já está recebendo inscrições para a segunda etapa da premiação, que contemplará trabalhos veiculados entre março e agosto de 2006, a serem julgados em outubro. Eles concorrerão ainda ao GP Cases de Resultado, ao GP Jovens Criativos, ao GP Melhor Aproveitamento do Meio Jornal e ao GP Globo Online, criado este ano para prestigiar campanhas veiculadas simultaneamente nos meios jornal e online.


– Nestes dez anos, o Prêmio de Propaganda O Globo se tornou um dos mais prestigiados e respeitados do mercado. É um bom momento para comemorarmos com o Globo Online, que também faz dez anos – afirmou Sandra Sanches, gerente-geral de Marketing do Globo.’


INTERNET
O Globo


Google cria seu Excel


‘SÃO FRANCISCO. Intensificando o ataque aos negócios centrais da Microsoft, a Google Inc. planeja tornar disponível uma versão experimental de um programa de planilhas, que promete ser simples e fácil de repartir os dados online. A empresa disse que o programa gratuito, chamado Google Spreadsheets, poderá ler e criar arquivos no mesmo formato usado pelo Excel, o software concorrente da Microsoft, que está instalado em milhões de computadores.


A previsão era de que o programa de planilhas estivesse disponível ontem. O serviço é outro passo na marcha da Google na direção de criar seu próprio universo tecnológico como opção aos softwares dos computadores pessoais, atualmente dominados pela Microsoft. A iniciativa chega alguns meses depois de a Google ter comprado uma pequena empresa do Vale do Silício, a Upstartle, criadora de um processador de texto com base na internet chamado Writley.


Os executivos da Google disseram que o programa permitirá que dez pessoas editem simultaneamente uma planilha online e o façam usando o programa de mensagens instantâneas do site Google. Segundo a empresa, o serviço será inicialmente oferecido para um número limitado de usuários.’


TELEVISÃO
Lilian Fernandes


Quando a lei e a coragem andam de braços dados


‘Os traficantes de drogas já voltaram à Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, mas, graças a dona Vitória, nome fictício da aposentada que ousou filmar sua movimentação, os moradores do local tiveram alguns meses de tranqüilidade. A história abrirá a série ‘Casos de Justiça’, hoje, às 18h, na TVE Brasil. Cada edição de meia hora lembrará um episódio em que a Justiça teve papel atuante.


– Teremos histórias conhecidas e outras, não. Em todas, a Justiça foi parceira das pessoas, e a coragem delas as fez dar a volta por cima depois de passarem por situações trágicas – conta Cláudia Castello, da Lumem Produções, um dos quatro diretores da série.


Caso Pedrinho é narrado por testemunha do seqüestro


‘Casos de Justiça’ tem estilo documental. Sempre que possível, o protagonista narrará sua história, e ela será complementada por outras entrevistas. No caso de dona Vitória, que está inscrita no Programa de Proteção à Testemunha, quem puxa o fio da meada é Fábio Gusmão, repórter do ‘Extra’ que tornou público o seu drama.


Segundo Cláudia, os casos serão abordados a partir de ângulos pouco explorados. O de Pedrinho, seqüestrado numa maternidade de Brasília, é contado pela tia de uma menina que nasceu no mesmo dia e local. Maria Eugênia Ayres contou que a seqüestradora Vilma Martins a abordou no berçário para saber de que criança ela era parente. Mais tarde, Maria Eugênia a viu saindo do hospital com uma sacola – na qual estava Pedrinho, embora ninguém soubesse.


Também serão mostradas histórias como a da deficiente visual Ethel Rosenfeld, que lutou pelo direito de entrar com seu cão-guia em lugares públicos, e a do iatista Lars Grael, que teve uma perna decepada ao ser atropelado por uma lancha.


‘Casos de Justiça’ surgiu como um projeto da TVE, da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) e da Amaerj (Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro). A Lumem, contratada para realizá-lo, já tem 21 programas prontos. Os telespectadores serão incentivados a sugerir novas histórias.’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 7 de junho de 2006


IMPRENSA / EUA
O Estado de S. Paulo


‘The Times’ lança edição diária nos Estados Unidos


‘Desde ontem, o antes venerável bastião do jornalismo britânico, o The Times de Londres, tenta agradar às antigas colônias ‘rebeldes’ com uma edição americana diária. O Times tem 218 anos, mas seu brilho tradicional parece ter sido ofuscado desde que foi comprado em 1981 pelo rei dos tablóides e magnata da mídia, o australiano Rupert Murdoch.


A ação exploratória do The Times no mercado jornalístico dos EUA acontece poucos dias depois do lançamento pela BBC de um canal noticioso 24 horas no ar que pretende competir com a CNN, MSNBC e Fox News.


‘É uma idéia ilusória de organizações noticiosas britânicas com esperança de vender nos EUA’, diz Bonnie Brownlee, da Escola de Jornalismo da Universidade de Indiana.


CREDIBILIDADE ESTRANGEIRA


Mas outros enxergam oportunidades num mercado de mídia americano no qual predomina a retração dos negócios.


Muitos americanos encaram as fontes de notícias domésticas, sejam jornais ou redes de televisão, como tendenciosas, disse Paul Rossi, editor da The Economist para a América do Norte. Em tal vácuo, periódicos britânicos com reputação sólida podem encontrar um nicho.


‘Creio que existe uma crescente demanda nos EUA por um ponto de vista externo’, disse Rossi. ‘Especialmente desde o 11 de Setembro, as pessoas estão percebendo as ligações entre as coisas que acontecem nos EUA e o mundo lá fora. Estão reconhecendo a necessidade de uma visão global.’’


TV DIGITAL
Gerusa Marques


Europeus querem adiar decisão sobre padrão digital


‘Representantes do padrão europeu de TV digital apoiaram ontem a proposta do ministro da Cultura, Gilberto Gil, de adiar para o ano que vem a escolha do padrão tecnológico que será adotado no Brasil. Assim como Gil, os defensores do padrão da Europa acham que o assunto deve ser desvinculado das pressões eleitorais.


Numa tentativa de ainda sensibilizar o governo brasileiro, que já deu indícios de que adotará o padrão japonês, os europeus reforçaram ontem suas ofertas, criando um projeto de integração tecnológica digital para a América Latina, Caribe e Europa (Fórum DVB-LAC).


O secretário executivo de relações com a América Latina da Comissão Européia, Paulo Lopes, disse que essa é uma decisão muito importante para ser tomada apenas observando os aspectos políticos. Segundo ele, a escolha do padrão de TV digital terá impacto nos próximos 20 anos e, por isso, precisa ser bem analisada. ‘É uma excelente proposta (a do adiamento) e temos esperança de que vai ser considerada pelo governo brasileiro’, disse Lopes.


O diretor-executivo da Philips para a América Latina, Walter Duran, disse que o ideal é que a definição do padrão fique para depois das eleições, já que há pressões ‘de alguns interessados’ para que a escolha seja tomada em ano eleitoral. Já as emissoras de TV, que defendem o modelo japonês, querem que a escolha seja anunciada o mais rapidamente possível. ‘Essa decisão é pior que casamento: não tem divórcio’, brincou o executivo, no lançamento do Fórum DVB-LAC. Segundo ele, tomar uma decisão errada em questões tecnológicas pode representar prejuízo para o País.


Tanto Duran quanto Lopes acreditam que o governo brasileiro ainda não decidiu, mesmo com o convite do Palácio do Planalto ao governo japonês para que uma delegação seja enviada ao Brasil para assinar o acordo de implantação da TV digital no País. ‘A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) declarou que não tem pressa. Isso significa que a decisão não está tomada’, disse Lopes.


O governo brasileiro, segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, havia sugerido que a delegação do Japão viesse esta semana. Mas, segundo fontes ligadas às indústrias, a visita ficará para o fim do mês, por questões relacionadas à agenda de empresários e representantes do governo japonês.


Nesse acordo, os japoneses se comprometeriam com a continuidade dos estudos de viabilidade para a instalação de uma fábrica de semicondutores e com a incorporação de tecnologias desenvolvidas no Brasil.’


FOTOGRAFIA DIGITAL
Renato Cruz


Câmeras digitais passam a ser feitas no País e preço diminui


‘O mercado brasileiro de câmeras fotográficas digitais ganha escala, o que justifica a produção local e derruba preços. Ontem, a Kodak anunciou a montagem do modelo Easyshare C360 em Manaus. A máquina, que saía por R$ 1,3 mil ano passado, passou a custar R$ 900 com a fabricação no Brasil. ‘Repassamos para o consumidor a vantagem da Zona Franca’, afirmou Fernando Bautista, diretor-geral da Divisão de Fotografia da Kodak Brasileira. ‘O Brasil é o único País autorizado pela matriz a montar máquinas fora da China.’


A Sony foi pioneira na fabricação de câmeras digitais em Manaus. Segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), existem quatro empresas com autorização. Somente duas estão produzindo: a Sony e a Jabil, para quem a Kodak terceirizou a montagem de suas máquinas. A Elgin, distribuidora das máquinas Canon, e a Flex também têm projetos aprovados, mas ainda não começaram a fabricar as câmeras digitais.


Ano passado, foram vendidos 2 milhões de câmeras digitais no País, o dobro de 2004. Para este ano, a previsão é de cerca de 3 milhões de unidades. Em outubro de 2004, 34% dos lares brasileiros tinham câmeras com filme e 2,4% câmeras digitais. Em 2007, 19,5% devem ter máquinas digitais.


‘O digital está rompendo barreiras do passado no mercado de fotografia’, disse Richard Ford, diretor de Captura Digital para as Américas da Kodak. ‘Como fez há alguns anos com a música.’ Ele citou como exemplo o sucesso do iPod, tocador de música digital da Apple, que fez com que as pessoas se acostumassem com a música sem o suporte de disco ou fita.


Em 2005, as vendas de câmeras digitais ultrapassaram pela primeira vez as de máquinas com filme no Brasil. No entanto, 70% do faturamento da Kodak Brasileira ainda vem da tecnologia convencional e o restante, do digital. No exterior, o digital já se igualou ao filme. ‘Hoje, o consumidor pode compartilhar a foto sem imprimir, o que não era possível com o filme e faz uma diferença quântica na indústria’, afirmou Bautista.


A Kodak faz um esforço de popularização da câmera digital com a queda de preços. Até mesmo os modelos importados tiveram uma queda de 15% a 20% no valor.


Ao lado disso, quer fazer com que as pessoas se acostumem a imprimir a foto digital. ‘Queremos mostrar ao mercado que imprimir fotos digitais não é complicado nem caro’, apontou o diretor de Fotografia da Kodak. A C360, fabricada em Manaus, vem com uma promoção em que o consumidor paga a impressão de 30 fotos digitais e ganha mais 70.


A foto digital mudou os hábitos das pessoas. ‘Elas clicam e salvam quatro vezes mais fotos com o digital’, afirmou Ford, que, apesar do nome, é brasileiro. ‘Antes as pessoas tinham dificuldade para achar as fotos convencionais guardadas na caixa de sapatos. Hoje, com cinco vezes mais fotos gravadas no computador, pode ser ainda mais difícil.’ A Kodak vê aí uma oportunidade, e procura conquistar mercado com o sistema Easyshare, que inclui as câmeras, impressoras domésticas e software de tratamento e organização de imagens.


Para enfrentar as mudanças trazidas ao mercado pelo digital, a Kodak tem fechado parcerias estratégicas. Uma delas foi com o Skype, a empresa mais famosa de telefonia via internet. ‘O cliente pode enviar um álbum de fotos para alguém e contar a história dele via VoIP’, disse Ford. VoIP é a sigla em inglês de voz sobre protocolo de internet.


Outra parceria foi com a fabricante de celulares Motorola. ‘Todas câmeras digitais e celulares com câmera têm patentes da Kodak’, disse Bautista.


O objetivo do acordo é facilitar a impressão de fotos tiradas pelo celular. O acordo ainda não está sendo aplicado no Brasil.’


INTERNET
The New York Times e Efe


Google faz um novo avanço nos domínios da Microsoft


‘O Google, maior site de buscas na internet, deu ontem mais um passo em direção ao terreno da Microsoft, ao lançar uma versão de testes de sua planilha eletrônica, que concorrerá diretamente com a Excel. O programa, denominado Google Spreadsheets, pode ser baixado gratuitamente da internet. Segundo a empresa, ele permitirá aos usuários ler e criar arquivos no mesmo formato usado pelo programa da Microsoft.


A planilha eletrônica é mais um avanço do Google em sua marcha para criar seu próprio universo tecnológico como uma alternativa ao negócio dos softwares para computadores pessoais, hoje dominado pela Microsoft. A iniciativa vem apenas alguns meses depois de o Google ter comprado uma pequena empresa chamada Upstart, criadora de um processador de texto, também online, denominado Writely.


E, à medida que o Google se move em direção aos domínios da Microsoft, a empresa de Bill Gates tenta adicionar componentes online aos seus softwares e aumentar suas ofertas de programas via internet. A Microsoft vem trabalhando duro para desafiar o domínio do Google nos serviços de busca via internet e conquistar uma fatia da generosa publicidade que esses serviços recebem.


‘O Google está disposto a jogar para amedrontar a Microsoft’, disse David Card, analista do centro de estudos Jupiter Research. ‘Mas o grande público não utiliza as tabelas, e não acredito que os diretores técnicos (de empresas) vão abandonar o Excel para substituí-lo por um aplicativo acessível na internet e não integrado ao disco rígido de seu computador.’


LIVROS


Ontem, o maior grupo editorial francês, La Martinière, apresentou uma denúncia de ‘cópia’ e ‘ataque ao direito de propriedade intelectual’ contra o Google, que pretende digitalizar milhões de livros e colocá-los na rede.


A ação, apresentada num tribunal de Paris, procura proteger principalmente três das editoras do grupo – a francesa Le Seuil, a suíça Delachaux et Niestlé e a americana Abrams.


A denúncia se dirige tanto contra a versão francesa do Google como contra o grupo internacional, que já deu os primeiros passos dentro de sua polêmica estratégia batizada Google Book Search.


O criador do mais famoso site de busca da internet pretende agora colocar na rede 15 milhões de obras procedentes de bibliotecas dos Estados Unidos e da universidade britânica de Oxford, sem pagar direitos.


O argumento da direção do site de buscas para publicar as obras livres de direitos é que a empresa não tem a intenção de plagiá-las, mas sim de divulgá-las.’


TELEVISÃO
Taíssa Stivanin


Como mexicana, Cristal vale


‘É uma teoria antiga da TV: para cativar o telespectador, é preciso acostumá-lo a assistir a um programa no mesmo horário. É assim com o Jornal Nacional, a novela das 9 e até mesmo as mesas-redondas de domingo. Silvio Santos não liga muito para a fidelização da audiência (mesmo que não mova seu próprio programa da grade aos domingos há 20 anos). O patrão não hesitou em modificar sua programação mais uma vez ontem, com a estréia do jornal SBT São Paulo, seguido de SBT Brasil e da novela Cristal, que entra na programação na ingrata tentativa de tentar desestabilizar o crescimento da Record, principalmente na teledramaturgia – Cristal bate de frente com Prova de Amor. No ar às 19 horas, a novela é uma das muitas tramas mexicanas adquiridas da rede mexicana Televisa, em um pacote que tem validade até 2008. Cristal tem trama melosa, a menina-pobre-que-engravida-do-patrão-rico, que vai virar padre. Mas a estampa é moderna, uma coisa meio Manoel Carlos – caso o Leblon ficasse nos Jardins. A menina pobre enriquece como estilista e está atrás da filha que abandonou no passado. A protagonista, Vitória, é vivida por Bete Coelho. A filha, Cristina, por Bianca Castanho, que intepreta sua terceira mocinha na casa (quem disse que Silvio não gosta de fidelização da audiência?)


Com Herval Rossano e Del Rangel à frente da direção, a novela traz uma produção decente, mas pelo menos no primeiro capítulo não se percebem abusos no orçamento – originalmente a novela é cara, com locações em Miami e elenco de quase 80 pessoas. Alguns cortes de edição ficaram meio bruscos, como a cena em que Vitória dá à luz e Ângelo, o pai da criança, é ordenado padre. Nada muito tosco. Cristal, para padrões mexicanos, até que é uma boa novela.’


Keila Jimenez


RBTI dribla a torcida


‘Estreou com polêmica nos Estados Unidos um novo canal de língua portuguesa para brasileiros: a RBTI. A novidade, que chegou a anunciar na imprensa internacional ser um mix de programas da Band, da Rede Mundial e do SBT, está longe disso. A rede de Silvio Santos faz questão de frisar que nunca negociou programação com o tal canal e que a divulgação de que ele exibirá programas como Domingo Legal, Charme, SBT Repórter e novelas do SBT não passa de uma grande mentira.


A Band também nega ter negociado ou vendido qualquer atração à RTBI.


O canal, que surgiu como um concorrente da Globo e da Record Internacional, está também anunciando aos quatro ventos que transmitirá a Copa do Mundo em português – como o resto é falso, isso também tem causado dúvida na imprensa internacional.


Procurada pelo Estado, a Globo Internacional informa que não sabe informar se o novo concorrente exibirá de fato a Copa.


Sintonizado no 598 da Dish Network, o RBTI tem preço atraente. Para quem já assina a Globo e a Record Internacional o canal sairá por apenas US$ 5 por mês. A Globo Internacional custa em média US$ 19 mensais.’


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 7 de junho de 2006


COPA 2006
Juca Kfouri


Chacrinha e a bolha


‘A BOLHA durou poucas horas. Enquanto cercada de mistério e de informações desencontradas, ocupou espaços generosos na imprensa nacional. Ora eram cinco bolhas, espalhadas pela planta dos pés e pelo calcanhar do Fenômeno, ora era só uma. O número e o lugar variaram de acordo com a assessoria de Ronaldo e o médico do Brasil. Ora a bolha tinha sido causada por uma costura na chuteira do craque, ora não havia costura na chuteira, informações que se alternavam caso a fonte fosse a empresa que a fabricou ou o médico da CBF. Ora Ronaldo não poderia jogar futebol na terça-feira, ora poderia, como acabou acontecendo, para esvaziar a bolha. Mas a bolha se transformou no maior caso antimarketing dos últimos tempos, maior que a CPI da CBF/Nike, porque as chuteiras sob suspeita foram motivo de preocupação para um público maior do que o das CPIs. E, para piorar as coisas, a equipe desta Folha ouviu do fabricante que o novo modelo era igual ao anterior, com mudança só de cor, o que torna incompreensível a diferença de preço entre a Mercurial Vapor II e a III, razão pela qual virou piada, de Mercurial Vapor Blue para Mercurial Cromo Red. E pensar que tanto o peso, outro motivo de controvérsias, quanto a bolha de Ronaldo poderiam ser esclarecidos com duas medidas prosaicas, tais como pesá-lo diante da imprensa e mostrar seus pés, assim como a chuteira, com ou sem a costura. Prevaleceu, porém, a teoria do Chacrinha, que não veio para explicar, mas sim para confundir. É claro que sempre se poderá alegar o direito à privacidade do paciente, discussão que só engatinha na medicina esportiva brasileira, embora já seja tema de seminários. Fosse essa a razão e bastaria ser claro a respeito. Cada jornalista que tratasse de fazer suas investigações. O distinto público saberia que, por compreensíveis justificativas éticas, as fontes oficiais não falariam do tema. Mas optou-se pela confusão.’


 


Marcelo Coelho


Pra frente, Brasil


‘VIRO A esquina e vejo que a padaria de costume embandeirou-se da noite para o dia. Em cada cruzamento, os habituais vendedores de bala passaram a oferecer bonés, fitinhas e camisetas do Brasil. Nas calçadas, a população veste uniforme. Cruzo com Ronaldinho Gaúcho onde quer que eu passe.


Sinto-me num labirinto de espelhos. Nenhum reflete o meu rosto, mas pouco importa. Sai de campo o PCC, entra a seleção. O paralelo não é tão gratuito quanto parece. Mais do que em eventos como a Virada Cultural e a maratona que ocupou as ruas de São Paulo no último domingo, trata-se agora de uma reconquista do território.


Se andar pela cidade continua tão perigoso como antes, a simbologia verde e amarela nos muros e no asfalto vem substituir virtualmente a presença física dos cidadãos que, com prudência, se fecham dentro de casa para assistir ao noticiário esportivo na TV. Claro, o fenômeno se repete em toda Copa do Mundo, mas a febre agora me parece maior.


É também maior, sem dúvida, o favoritismo da seleção. Mas o que com certeza cresceu de quatro anos para cá é o consumo popular: camisetas, tinta e bandeirinhas ficaram mais em conta.


Não sou economista, mas acho que, além da categoria dos ‘bens duráveis’ (automóveis, geladeiras) e ‘não-duráveis’, deve haver uma terceira, a dos bens ‘nada duráveis’, vendidos nas lojinhas de um real e nas bancas de camelô: brinquedinhos chineses que quebram em menos de um dia, canetas luminosas que não funcionam, óculos escuros com armação feita de chiclete ressecado, suportes de celular montados a partir de espirais de caderno escolar jogado fora…


Aliás, nem sei se usam cadernos nas escolas da rede pública. Só sei que certa vez entrei numa dessas lojas de bobagens e acabei levando um produto que me pareceu útil: uma luminariazinha portátil, com lâmpada minúscula, numa armação que dobrava em três, acoplada a uma espécie de pregador de roupa. Serviria, em tese, para você prender num livro e ficar lendo de madrugada, sem perturbar quem estiver dormindo ao lado. Custou cinco reais e durou dois dias: é que as pilhas não paravam no lugar e o interruptor não interrompia nada, a não ser minha leitura.


Não fiquei frustrado: a coisa era bonitinha e tive o prazer de optar, no momento da aquisição, entre o modelo verde, o roxo e o azul. Uma necessidade minha foi atendida: não a de ler de madrugada, mas a de consumir alguma coisa; não a de iluminação, mas a de ofuscamento por meio de um prazer fugaz, colorido e cintilante. Ainda nesse gênero de produtos, ia falar nas fitinhas do Bonfim. Mas seria um erro: são a coisa mais durável que existe, e até seria boa idéia fabricá-las bem frágeis, para que nossos desejos fossem realizados mais depressa. Mas, nesse caso, santo Expedito resolve. Esqueci-me também dos relógios de dez reais e dos walkmen mais baratos ainda. O fato é que, com quase nada no bolso, o cidadão pode consumir como nunca antes; natural que, neste mês, retribua essa alegria cobrindo-se com as cores do Brasil.


Quanto aos bens duráveis, torna-se até justo, nesse quadro, que sejam pagos em prestações a perder de vista. Ainda que escorchantes, os juros estão mais baixos do que na última Copa, os aparelhos de DVD e os computadores baratearam muitíssimo e a recompensa de possuí-los hoje não deixa de justificar um endividamento eterno.


Nem falo dos cartões de crédito, cuja popularização se tornou, provavelmente, um dos motores da economia e fonte de dramas pessoais comparáveis aos do jogo legalizado. Seria tema de outro artigo.


Um sistema muito ‘pós-moderno’ de prazer imediato e dívidas impagáveis para o futuro acaba impondo para todo mundo novas relações com a história, com o modo em que compreendem o passado, o presente e o futuro. O teórico americano Fredric Jameson escreveu bastante sobre o tema, e o caso vale tanto para o Brasil quanto para os EUA, onde o endividamento da população é gigantesco. A euforia de JK, como a brasilidade dos anos 70, visava um processo de desenvolvimento econômico a longo prazo. Essa perspectiva, mesmo aos mais fervorosos entusiastas de Lula e do Banco Central, hoje parece irrealista.


O futuro -nas eleições como no futebol- se resume ao velho adágio de não mexer no time que está ganhando. Mesmo que os bancos sejam quem ganhe mais, estamos todos -para lembrar a marchinha da Copa- ‘unidos num só coração’.’


 


VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO
João Antonio Garreta Prats


A revoada dos corvos


‘SÃO PAULO viveu uma grande tragédia. Numa verdadeira ação terrorista, criminosos desencadearam covardes ataques a policiais, matando mais de 30 integrantes das Polícias Civil e Militar. À repugnância pelas vis ações de uma facção criminosa, somaram-se a perplexidade e a consternação da sociedade com as famílias daqueles que morreram somente porque escolheram a proteção dos cidadãos de bem como profissão.


Quando se esperava que fossem deixados de lado interesses menores e paixões políticas, alguns representantes de órgãos estatais e de organizações não-governamentais esforçam-se para desmoralizar os responsáveis por restabelecer a ordem. A atitude desejável seria o reconhecimento do heroísmo dos que sucumbiram e da extrema coragem dos que, para restaurar a paz, enfrentaram tão perigosos facínoras sem nem sequer poder chorar pelos companheiros tombados. Atraídos pelas luzes de setores da imprensa, interessados na fácil notoriedade e buscando tirar proveito da situação, eles pretendem fazer crer que a resposta das autoridades foi exagerada. Invertem completamente os valores. Saídos das sombras, clamam pela punição de agentes da lei por excessos dos quais nem sequer há indícios. Pedem a destituição dos responsáveis pelos órgãos de segurança. Exigem publicação de nomes de marginais mortos, ainda que isso possa custar a vida de mais policiais ou atrapalhar a punição dos que ainda estão soltos. Não lhes importa a apuração efetiva. Contentam-se com simples históricos de boletins de ocorrência e esboços de laudos. É que têm medo de que, passado o estrépito, não mais tenham palco para satisfazer seus egos e defender seus escusos interesses. São perigosos como corvos. Há um ditado espanhol que ensina: crie corvos, e eles lhe arrancarão os olhos. A Justiça não pode abrigar operadores que não tenham como missão precípua buscar a verdade. Entendemos que não há espaço para a busca da fama, da realização de sentimentos de satisfação pessoal, como vendeta e projeção na mídia -o que constitui aspecto que em nada auxilia na realização da persecução penal. Talvez haja excessos por parte da reação policial. Aliás, eles são até prováveis ante o clima que se instalou na cidade e no Estado durante o período em que os criminosos espalharam o terror e o medo. Ninguém pode compactuar com a impunidade, menos ainda o Ministério Público de São Paulo. Assim, se algum agente do Estado se desviou de suas atribuições, ele deve ser punido. Entretanto, parece-nos que o açodamento e a busca desenfreada pela capas de jornais e noticiários televisivos têm conduzido a injustiças que o tempo não é capaz de cicatrizar. Para ficar em dois exemplos recentes: Escola Base e Bar Bodega. Um outro aspecto temerário da divulgação precipitada: a própria investigação. Trata-se de princípio comezinho que a técnica investigativa envolva discrição e trabalho árduo. Nenhum criminoso agiria se soubesse ser investigado. Divulgar dados sem nenhum critério apenas traz prejuízo ao Estado e benefício aos delinqüentes, cônscios de cada passo da investigação. Por fim, quem se responsabilizará pela vida de agentes policiais infiltrados, promotores que se aprofundam nos casos e juízes que autorizam atos como a escuta judicial? Quem pode garantir que a divulgação de partes da investigação não comprometa outras ações igualmente importantes? Se, uma vez mais, os criminosos se safarem, estas pessoas que hoje apenas buscam holofotes virão a público e explicarão as suas culpas? O momento exige dedicação ao Estado e à sociedade e não a busca desenfreada de projeção. Não tenho dúvida da capacidade dos promotores e procuradores de Justiça de São Paulo. Não precisamos, como o Estado de São Paulo também não precisou, de ajuda externa. Temos em nossos quadros os melhores profissionais que este país já produziu. É por isso que os promotores de Justiça que atuam no Foro Central Criminal da Capital firmaram documentos recolocando as coisas em seu devido lugar. Hipotecaram solidariedade às famílias enlutadas e reconheceram a eficiência das Polícias Civil e Militar. Há a certeza de que, como sempre, aqueles que verdadeiramente se dedicam à garantia da paz e da ordem, cumprirão seus papéis, norteados exclusivamente pela lei. Passada a revoada dos corvos, prevalecerão os verdadeiros valores democráticos.


JOÃO ANTONIO GARRETA PRATS , 49, procurador de Justiça em São Paulo e Presidente da APMP (Associação Paulista do Ministério Público).’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Os baderneiros


‘Sites, rádios e televisões, todos correram a Aldo Rebelo após a invasão. No plantão da Globo:


– Os manifestantes do MLST pressionaram para ser atendidos, queriam entregar uma carta, mas Rebelo de imediato condenou a violência e ordenou aos seguranças que tirassem todos do prédio.


Fez mais, na manchete da Folha Online, ‘Presidente da Câmara manda prender líderes’, e depois, na escalada dos telejornais, como no SBT, ‘O presidente da Câmara manda prender os baderneiros’.


Na Jovem Pan, depois das prisões, ACM surgiu com o outro lado. Disse que Rebelo ‘agiu com covardia’ e deixou o Congresso ‘à mercê dos anarquistas’.


No Congresso, segundo o Globo Online, a pressão foi por ‘tropa de choque’.


Na TV Câmara, fim de tarde, José Múcio perguntava, ‘se virar moda, que segurança vamos ter?’. Ronaldo Caiado bradava que ‘o MLST é braço do PCC’. E Luciana Genro:


– O verdadeiro alvo da fúria, da raiva dos movimentos sociais deveria ser o Palácio do Planalto e não a Câmara.


A blogosfera brasiliense cobriu em tempo real, direto do Salão Verde. No blog de Ricardo Noblat, mais Aldo Rebelo:


– Tão logo os sem-terra invadiram, um grupo de deputados do PSOL procurou Rebelo. Queriam que recebesse Bruno Maranhão, líder do MLST e membro da Executiva do PT. Aldo foi até a ante-sala e disse a Maranhão: ‘Não o receberei, vocês serão presos’. ‘Foi um mal-entendido’, lamentou-se Maranhão.


De Fernando Rodrigues:


– Acabo de chegar do Congresso. Assisti a uma parte razoável da invasão. Quando a coisa começou a se acalmar, já no gramado, fiz uma pergunta a Maranhão: ‘Você é da direção do PT?’ ‘Sou. E vou ligar para o Berzoini agora’, respondeu, acionando seu telefone. Pouco depois, foi preso.


E de Josias de Souza:


– Maranhão já foi recebido pelo próprio Lula, fato que levou Geraldo Alckmin a responsabilizar o presidente pela baderna… Num esforço para se dissociarem da baderna do MLST, o governo e o PT reagiram por notas oficiais. Arlindo Chinaglia, líder do governo na Câmara, defendeu a expulsão de Bruno Maranhão.


PLANTÃO


Record(acima), Globo, Band e outras fizeram entradas ao vivo da Câmara nos intervalos, com as imagens das agressões e da ocupação do Salão Verde


ENCOSTA E PASSA


Antes da invasão, os destaques nos sites eram para o Ibope, com diferentes enunciados. Na Globo.com, ‘Lula encosta em Alckmin em São Paulo’. Na Folha Online, ‘Lula empata com Alckmin no Estado de São Paulo’.


No site de ‘O Estado de S.Paulo’, ‘Lula passa Alckmin em São Paulo pela primeira vez’. No iG, ‘Lula bate Alckmin em São Paulo’.


GOSTO DE CHINA


Na Folha Online, a coluna de Gilberto Dimenstein procurou então quebrar ‘o código de Lula’ e constatou:


– O mistério se desfaz a partir de contas avalizadas por Luiz Mendonça de Barros, consultor de Alckmin. Os números mostram, com nitidez, que a combinação de distribuição de renda com crescimento tem levado a população mais pobre a experimentar um gosto de China.


Em suma, ‘não é por ser nordestino, viver no palanque e falar a linguagem do povo’:


– Os mais pobres estão dizendo que sua vida melhorou.


TRÊS REFEIÇÕES


No Globo Online, o blog de Helena Chagas concorda:


– De onde vem a popularidade de Lula? Em pesquisa da Universidade Federal Fluminense com pessoas atendidas pelo Bolsa-Família, nos 27 Estados, uma das principais constatações é que 94,2% das crianças estão fazendo ao menos três refeições diárias.


Encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, a pesquisa vai direto para a propaganda de Lula.


NA CLASSE C


Tem mais. Na manchete do jornal ‘Valor Econômico’, voltado a empresários, ‘Computador popular chega à classe C e vendas disparam’.


Abrindo a reportagem, ‘a classe C, que já tem celular, está comprando agora o seu primeiro computador’. Por exemplo, ‘nas Casas Bahia, o número de peças vendidas no primeiro quadrimestre cresceu mais de 200%’.


De quebra, ‘outro efeito positivo: a redução do mercado cinza, dos computadores com peças contrabandeadas’.’


POLÍTICA CULTURAL
Folha de S. Paulo


Minc Distribui Prêmio Cultura Viva


‘O Ministério da Cultura entregou, ontem, no Rio, o Prêmio Cultura Viva a nove entidades. Com o objetivo de fomentar iniciativas de diversidade cultural, o MinC dividiu R$ 250 mil entre os premiados nas categorias de tecnologia sociocultural, manifestação tradicional e gestão pública. Concorreram ao prêmio cerca de 1.500 entidades. Entre os contemplados, que vêm de sete Estados, estão o Museu da Maré, do Rio, e a Mostra de Vídeos Ambientais na Região de Caparaó (ES).’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Cresce interesse do brasileiro por TV paga


‘O reaquecimento da economia nos últimos dois anos reavivou o interesse do brasileiro pela TV paga. Pesquisa inédita do Ibope para a PTS (empresa que monitora o setor) mostra que o índice de interesse em TV paga por quem não é assinante cresceu quatro pontos percentuais de 2003 para 2005.


No ano passado, 18% dos brasileiros não assinantes declararam que pretendiam ter TV paga nos próximos seis meses. Em 2003, quando o interesse pelo serviço foi o menor da história, eram 14%. O poder de sedução dos canais pagos, no entanto, já foi melhor. Em 2000, 45% sonhavam ter TV paga.


Os dados dão uma perspectiva razoável de crescimento da TV paga, após a crise de 2002.


A PTS estima, num cenário base, que o país fechará 2006 com um total de 4,5 milhões de domicílios assinantes (em 2005, foram 4,1 milhões). Em 2011, acredita a PTS, serão 6,5 milhões de casas vendo canais pagos, um crescimento de 45% em cinco anos. Há muito potencial de crescimento: 13 milhões de lares são hoje das classes A e B, o alvo da TV paga.


A pesquisa, que foi divulgada na semana passada para os clientes da PTS, mostra que a Globo News voltou a ser o canal mais ‘fundamental’ para o assinante, reflexo da crise política. A HBO (que entrou na Net e na Sky) passou a ser o segundo mais ‘fundamental’ (era o terceiro). O Discovery (primeiro em 2004) caiu para terceiro.


CLAQUE GLOBAL 1O Ministério da Cultura convidou atores da Globo para comparecerem a cerimônia hoje, no Palácio do Planalto, em que será anunciado um pacote de medidas que incentivam o cinema e a produção independente de TV no país. Entre elas, as redes poderão destinar 70% do que pagam de imposto pela importação de filmes, séries e formatos à co-produção de TV.


CLAQUE GLOBAL 2A Globo, que não tem simpatia pelo ministério de Gilberto Gil desde a tentativa de regular a televisão por meio da Ancinav, não moveu uma palha para incentivar seus contratados a baterem palmas para Lula.


SELEÇÃO VERDE Tem gente chamando a roupa dos jornalistas da Globo na Copa de uniforme de escoteiro.


SBT ESCORREGA 1Nenhuma das estréias do SBT conseguiu dar dois dígitos no Ibope _o que foi motivo de festa na Record, que se manteve vice-líder no horário nobre.


SBT ESCORREGA 2O ‘SBT São Paulo’, de Carlos Nascimento, deu 6,2 pontos. O ‘SBT Brasil’, agora às 18h30, marcou 6,6 (mais do que registrou na segunda anterior, às 20h). Mas ambos os telejornais ficaram em quarto lugar no Ibope. Perderam para Record e Band (‘Brasil Urgente’).


SBT ESCORREGA 3A novela ‘Cristal’ registrou 9,2 pontos e derrubou a audiência que o SBT vinha tendo às 19h, com ‘Rebelde’ _que foi para as 19h55 e caiu para 7,3. O novo ‘Aprendendo sobre Sexo’ não passou dos quatro pontos. E o ‘Hebe’ marcou seis.’


Tom Cardoso


Esquecido, Germano Mathias batalha na TV


‘Germano Mathias espera comprar seu barbeador elétrico em breve. Isso se ele for um dos finalistas do programa ‘Rei Majestade’, do SBT, que toda quarta à noite reúne nomes esquecidos pelo grande público. Germano, mestre do sincopado, uma das vertentes mais sofisticadas do samba, conhecido nas rodas pelo epíteto de ‘O Catedrático do Samba’, torce para que o júri popular veja mais graça nele do que nos ‘nobres’ concorrentes: Beto Barbosa, Pepê e Neném, Roberto Leal e outras feras da nossa música. Coisas de Brasil. ‘Se ficar em terceiro lugar, embolso 40 paus (mil reais). Eu fico rico até o fim da vida’, torce o cantor de 72 anos e minguados dois shows por mês na agenda.


Germano, morador do Jardim Líder, bairro violento da periferia de São Paulo, já gravou um disco inteiro (‘Antologia do Samba Choro’, 1978) em parceria com o hoje ministro da Cultura, Gilberto Gil. Dividiram os créditos no disco, mas não chegaram a se encontrar. Na época, a Warner, gravadora de ambos, tentou promover o encontro da dupla em estúdio, mas o sambista, alegaram os produtores, havia sumido.


Pavão misterioso


‘Sumi, nada. Eu estava aqui pertinho, fazendo show na boate Cangaceiro, em Campinas’, lembra Germano. ‘O Gil é meu fã, sempre foi, mas depois que virou ministro subiu no pedestal. Eu mandei vários discos meus para Brasília, tentei conseguir patrocínio para shows, mas o Gil não está nem aí. Aliás, nem aqui. Vive viajando’, protesta.


Germano espera não precisar tão cedo da ajuda do ex-parceiro. Está cheio de planos para 2006. Em julho, vai ao Rio para receber uma homenagem especial do Prêmio Tim de Música. Ainda no segundo semestre deve ser lançada a sua biografia, escrita pelo advogado e pesquisador Caio Silveira Ramos. ‘Estou em plena forma’, garante o Catedrático, que gosta de repetir uma frase criada por outro sambista duro na queda, Moreira da Silva (1902-2000): ‘Tenho corpo limpo, sem varizes, e continuo afogando o ganso com cara de pavão misterioso’.


Cara de pavão misterioso Silvio Santos fez quando Germano ameaçou cantar ‘Minha Nega na Janela’, um dos maiores sucessos da carreira, no programa ‘Rei Majestade’. A letra do samba, sucesso de 1956, não é das mais elegantes: ‘Minha nega na janela / Diz que tá tirando linha / Eta nega, tu é feia / Mais parece macaquinha’. ‘Eu nunca fui racista. É mais uma brincadeira. Mas não sou louco de cantá-la hoje em dia. Os negros estão cheio de frescuras’, diz o ex-engraxate, que forjou o seu estilo cantando ao lado de sambistas negros na praça da Sé, centro de São Paulo. ‘Eu era o único branco. Mas tinha ritmo, sabia batucar. Hoje em dia tem muito cantor que finge, mas não consegue dividir. Acho que agora sou o último dos moicanos’, orgulha-se.


Não é papo. Contratado nos anos 60 pela gravadora Odeon, a mesma em que brilhava João Gilberto (um apreciador confesso da divisão do sincopado), Germano, o branquelo da zona Leste, enfeitiçou boa parte dos compositores cariocas. Todos queriam ser gravados por ele. Para Germano, Zé Kéti fez ‘Malvadeza Durão’. Nelson Cavaquinho dizia sempre que a melhor gravação para ‘História de Um Valente’ era daquele rapaz de São Paulo, que dividia o canto melhor que muito sambista do morro.


Morador do subúrbio, Germano tirou de letra a recente onda de violência que apavorou São Paulo nas últimas semanas. ‘Jamais tive problema com a polícia. Sou malandro, mas pacato. Só faço tipo.’’


INTERNET
Folha de S. Paulo


Google estaria preparando rival para o Windows, diz site


‘É pura especulação, mas pistas sobre a criação de um sistema operacional do Google voltaram a circular pela internet.


O responsável por levantar as novas suspeitas foi o editor do site OSWeekly (www.osweekly.com), Puru Govind, que fez uma análise detalhada do projeto Google File System, um sistema para armazenamento de dados supostamente usado para organizar tarefas internas do buscador. Em seu site, Govind afirma que não encontrou uso para o GFS na estrutura atual do Google e que o projeto só poderia servir para ser vendido como um sistema de armazenamento para empresas ou, então, usado em um novo sistema operacional.


O especialista destacou algumas características que o time de programadores do GFS busca incluir no projeto, como a inicialização automática, arquivos que podem ser usados por vários programas ao mesmo tempo e o uso de ‘padrões não tradicionais de acesso aos dados’.


Teoricamente, os benefícios dessas técnicas seriam enormes se fossem aproveitados por um sistema operacional, que poderia ser ligado instantaneamente e lidar com os arquivos de forma totalmente diferente. Hoje, quando uma música está sendo tocada pelo Windows Media Player, o usuário não pode mover ou renomear o arquivo. Seguindo o que o conceito de Snapshots do GFS promete, essa música poderia ser copiada ou movida enquanto tocada. O sistema de arquivos criaria um histórico de mudanças do documento sem interferir no seu funcionamento.


Apesar de todo esse potencial, o projeto do Google File System não é secreto. A página do seu time de desenvolvimento (labs.google.com) é aberta ao público em geral, embora não traga nenhuma informação clara sobre quais seriam seus planos de utilização no futuro.


Se o sucesso do Google é o principal ingrediente para a criação de boatos, muito mais fofoca deve vir pela frente. Um levantamento feito pela empresa de pesquisas Nielsen/ NetRatings (www.nielsen-netratings.com) mostrou que 50% das pesquisas na internet feitas nos EUA, em abril, usaram o Google.


Sobraram aos rivais Yahoo!, e MSN, 22% e 11% das buscas, respectivamente. Além disso, o estudo mostra que o buscador líder amplia seu domínio, com 34% de crescimento ao ano.’


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