O anúncio feito pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, de que a a definição do modelo econômico que será adotado no Brasil par a tecnologia da TV digital foi adiado para o final deste mês ou início de março é o principal destaque desta quarta-feira no que diz respeito a notícias sobre mídia e imprensa. Todos os jornais reproduziram o anúncio do ministro, que de certa forma já era esperado por quem acompanha mais de perto as negociações em torno da TV Digital.
A crise gerada a partir da publicação das charges do profeta Maomé também continua repercutindo. O Estado de S. Paulo publica um artigo assinado em conjunto pelos primeiros ministros da Turquia, Recep Tayyip Erdogan e Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, sobre a crise.
Leia abaixo os textos desta quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.
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Folha de S. Paulo
Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006
TODA MÍDIA
Vaivém digital
‘E ‘o governo anuncia mais crédito para a casa própria’, anunciou a Globo à tarde. ‘Pelos cálculos’, para este ano eleitoral, R$ 18,7 bilhões. Tem mais:
– Estudo da indústria da construção mostra que o Estado mais rico tem o maior déficit habitacional… A Prefeitura de São Paulo oferece até ajuda, que pode chegar a R$ 5 mil, para quem voltar à cidade de origem.
Como destacou o blog de Fernando Rodrigues, no UOL, a cerimônia do pacote contou com a projeção de uma reportagem que foi ao ar no último dia 17 no ‘Jornal Nacional’. Um trecho, acessado no site do telejornal:
– Em 2002, último ano do governo FHC, os recursos para habitação chegaram a R$ 5 bilhões. Em 2004, o governo Lula emprestou R$ 6,2 bilhões. Em 2005, o investimento em habitação foi recorde, R$ 9,2 bilhões. O ano de 2006 vai ser de mais um recorde.
Mais à frente, na reportagem:
– A prioridade continua sendo a população de baixa renda.
À tarde quase toda, ontem, na manchete do Globo Online:
– Habitação: mais crédito, menos imposto.
Já na Folha Online:
– Lula nega uso eleitoral ao lançar pacote da construção.
Mas veio a noite e, pelo jeito, Lula não devia ter usado a reportagem do ‘JN’ na cerimônia.
No ‘JN’ de ontem, a Globo mudou de tom e foi acintosamente crítica ao uso eleitoral. Nem destacou na escalada o grandioso plano de habitação.
Fez mais. Seguiu os exemplos da revista ‘IstoÉ’ e da estatal TV Cultura e transmitiu longamente os ataques de FHC a Lula.
Para registro, como noticiou a Folha Online no início da noite, antes do ‘JN’, o governo adiou para o mês que vem a decisão sobre o padrão de TV digital.
‘UMA CALMA’
Soldados da ONU, liderados pelo Brasil, escoltam as urnas
Segundo o enviado da BBC, ‘não houve nada mais sério de violência das gangues’. Segundo o blog do ‘Washington Post’, ‘uma calma desceu sobre Port-au-Prince’, a capital do Haiti.
Ao contrário do que prenunciou, entre outros, o ‘New York Times’, nada de horror na eleição haitiana, ao menos até o fechamento da coluna. Mas o mesmo enviado da BBC se mostrou ‘impressionado com o tamanho das filas’. Sinal de que os haitianos queriam votar, arriscou, mas também do atraso na abertura das urnas -aliás, efeito da distribuição das mesmas por mulas, não helicópteros, decisão tomada de última hora pela ameaça de furacão.
Na manchete do site do ‘NYT’, então, ‘Haitianos lotam locais de votação na primeira eleição em seis anos’. O pleito estava no alto dos sites do britânico ‘Financial Times’ ao francês ‘Le Monde’ e ao argentino ‘Clarín’, para além dos canais de notícias. Do blog do ‘WP’:
– O Haiti é um lugar espantoso, no sentido de que ele sempre surpreende até os observadores experientes.
Um e outro
Prosseguem os editoriais na controvérsia das charges sobre o profeta Muhammad, mas o jornal americano ‘San Francisco Chronicle’ e o blogueiro de mídia Jim Romenesko foram atrás da opinião de quem faz, afinal.
O célebre Garry Trudeau, da tira ‘Doonesbury’, garante que nunca faz ‘imagens do profeta’:
– Nem vou usar [na tira] qualquer imagem que venha a fazer ironia com Jesus Cristo.
Já Ward Sutton, que desenha no ‘Village Voice’, quer os dois:
– A liberdade de expressão é parte crucial de uma sociedade livre. Eu deveria ser capaz de fazer piada tanto com Muhammad quanto com Jesus Cristo.
Software livre
Microsoft e Mozilla estão em conflito aberto, no restrito clube dos navegadores (leia no caderno Informática). Mas o Brasil, pelo jeito, não quer mais entrar.
Na manchete do ‘Valor’, anteontem, ‘Banco do Brasil desiste do software livre verde-amarelo’. É o alardeado Freedows, esforço que ‘ruiu silenciosamente no semestre passado’.
Mas, calma, é apenas um dos projetos para software livre. O resto continua. Aliás, sites como Carta Maior e Brasil de Fato vêm de anunciar adesão ao software livre para seus novos portais.’
CHARGES POLÊMICAS
Atos contra charges matam mais 4 afegãos
‘Em novos protestos contra a publicação na Dinamarca de charges sobre o profeta Muhammad, quatro pessoas foram ontem mortas por policiais ou militares da Otan que protegiam a base de Maymana, no norte do Afeganistão. Anteontem, protestos semelhantes em Cabul já haviam provocado outras quatro mortes.
O premiê dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, disse em Copenhague que os protestos já provocam uma ‘crise global’. Ele voltou a lançar um apelo por calma, diálogo e tolerância mútua.
Com os incidentes de ontem, sobem para nove os mortos no Afeganistão, onde, em Maymana, manifestantes armados com fuzis e granadas tentaram invadir instalações militares. Houve troca de tiros e lançamentos de granadas e bombas de gás lacrimogêneo.
A Otan enviou mais 150 soldados britânicos para reforçar a segurança, e dois jatos de ataque americanos sobrevoaram a cidade. Os funcionários não-essenciais foram removidos.
A onda de protestos tem como razão a publicação, em setembro, de charges no jornal dinamarquês ‘Jyllands-Posten’. Os primeiros atos ocorreram em 26 de janeiro na Arábia Saudita, em que manifestantes pediam o boicote a produtos da Dinamarca.
Rasmussen reiterou que a liberdade de imprensa em seu país impede que o governo controle conteúdos veiculados pela mídia e que por isso não pode se desculpar publicamente por eles.
O presidente George W. Bush telefonou ao premiê dinamarquês para exprimir ‘apoio e solidariedade’. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, os dois governantes concordaram com o fato de a crise precisar ser superada por meio do diálogo.
Na sexta-feira passada, provavelmente sem contar com o crescimento do movimento, o Departamento de Estado havia se solidarizado com os muçulmanos que se sentiam ultrajados pelas charges, em iniciativa interpretada como gesto na direção do mundo islâmico, onde a imagem americana está deteriorada.
Ainda ontem, o governo dinamarquês aconselhou seus cidadãos a deixar a Indonésia, onde bandeiras dinamarquesas foram queimadas em três cidades e a embaixada recebeu ameaças.
Apelos por moderação têm sido lançados pela mídia árabe. O jornal saudita ‘Okaz’ afirmou que ‘o uso da violência, que espalha o caos e destrói edifícios, apenas prejudica a imagem do islã’.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em visita a Dubai, exortou ‘aqueles que têm autoridade ou influência a iniciar o diálogo que leve a uma aliança de civilizações baseada no respeito mútuo’.
A União Européia redigiu uma advertência a 19 países do Oriente Médio, salientando que eles são obrigados pelo Tratado de Viena a proteger instalações diplomáticas. A reação se deve a atos de vandalismo contra as embaixadas dinamarquesas na Síria e no Líbano. A advertência partiu da chanceler austríaca, Ursula Plassnik.
No Iraque, foi lançado um apelo pelo assassinato de dinamarqueses e pelo boicote a produtos do país. Atos públicos ocorreram no Iêmen, no Djibuti, em Gaza e no Azerbaijão. Manifestações reuniram 10 mil pessoas em Bangladesh, enquanto, no Niger, elas teriam reunido uma multidão dez vezes maior, segundo a Reuters.
No Cairo, estudantes saíram às ruas pelo segundo dia consecutivo. Eram cerca de 10 mil, disseram testemunhas. Não foram registrados atos de vandalismo. Em Amã, na Jordânia, uma demonstração silenciosa reuniu mil diante de uma confederação sindical.
O ato mais insólito de ontem ocorreu no Estado de Kano, na Nigéria, onde deputados estaduais queimaram em plenário uma bandeira dinamarquesa e votaram um projeto que cancelou o contrato de compra de 50 ônibus produzidos por aquele país. Com agências internacionais’
Márcio Senne De Moraes
Porta-voz refuta envolvimento da Otan nas mortes
‘Os protestos contra os militares noruegueses saíram do controle depois que os manifestantes começaram a arremessar granadas e a atirar contra e as forças da Otan. Porém os soldados da aliança militar só atiraram para o alto, e as quatro mortes são de responsabilidade da Polícia Nacional Afegã.
A afirmação é de Cosimo Argentieri, porta-voz da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança), comandada pela Otan. Leia trechos de sua entrevista, por telefone -de Cabul-, à Folha.
Folha – Como se desenrolaram os protestos contra os noruegueses?
Cosimo Argentieri – Na manhã de hoje (ontem), houve protestos em Maymana, no norte do Afeganistão. Tivemos de enfrentar os manifestantes, que se tornaram violentos em frente à base de nossa Equipe de Reconstrução Provincial. Quando eles tentaram invadir o complexo militar, soldados da Isaf aplicaram medidas para conter a invasão, como o uso de gás lacrimogêneo, numa tentativa de dispersar a multidão.
Todavia os manifestantes se tornaram ainda mais hostis. Inicialmente, eles começaram a atirar pedras cada vez maiores contra os soldados da Isaf e contra prédios públicos situados na redondeza. Em seguida, eles começaram a atirar e a jogar granadas contra a Isaf e os prédios públicos. Nossos militares tiveram, então, de reagir à violência dos manifestantes e atiraram para o alto. Obviamente, eles não atiraram na multidão.
Já enviamos reforços de Mazar-i-Sharif para para proteger o campo de pouso. Conforme a violência foi aumentando e os manifestantes começaram a atirar granadas contra os prédios públicos e a Isaf, porém, membros da Polícia Nacional Afegã, que davam apoio à operação, passaram a agir. O problema é que ao menos um policial afegão perdeu o controle e começou a atirar na multidão.
Folha – A controvérsia em torno das charges sobre Muhammad pode minar seriamente sua missão?
Argentieri – Não nos sentimos ameaçados, pois nossa missão aqui é muito mais abrangente. A médio e longo prazos, não haverá efeito negativo nenhum. Afinal, estamos aqui para ajudar na manutenção da segurança e para contribuir para a reconstrução e para a estabilização. Assim, não há relação entre as duas coisas.’
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Jornal iraniano lança concurso sobre Holocausto
‘O jornal de maior circulação no Irã, o ‘Hamshahiri’, anunciou ontem o lançamento de um concurso de charges sobre o Holocausto, como retaliação à publicação por jornais europeus de charges sobre o profeta Muhammad.
Segundo o jornal iraniano, o concurso quer ‘testar os limites da liberdade de expressão’, evocada no Ocidente para justificar a agressão contra o profeta.
O encarregado do concurso, Davoud Kazemi, disse à Reuters que os 12 vencedores terão suas charges publicadas e receberão em ouro o equivalente a US$ 280.
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo iraniano, disse ontem que as charges do profeta fazem parte de ‘uma conspiração sionista’. O embaixador do Irã no Brasil, Jafar Hashemi, indagou: ‘Se fosse a imagem de Jesus Cristo, como reagiria o Ocidente?’.
O Irã vem adotando a negação do Holocausto como política oficial. O presidente Mahmoud Ahmadinejad qualificou recentemente de ‘mito’ o extermínio de 6 milhões de judeus pelo nazismo.
Manifestantes cercaram pelo segundo dia consecutivo a Embaixada da Dinamarca em Teerã e atiraram pedras e coquetéis molotov contra o prédio.
Em Copenhague, o ministro das Relações Exteriores, Per Stig Moeller, telefonou para o chefe da diplomacia iraniana e exigiu que suas instalações recebam das autoridades locais a proteção prescrita pelas leis internacionais.
O ministro iraniano do Comércio, Masoud Mirkazemi, anunciou que estavam suspensos todos os contratos com empresas dinamarquesas. O Ministério da Saúde anunciou o cancelamento da compra de equipamento médico da Dinamarca.
Até agora, os apelos ao boicote de produtos dinamarqueses eram lançados em atos públicos e não tinham a dimensão oficial.
Em Praga, onde se encontrava ontem, o comissário europeu para o Comércio Exterior, Peter Mandelson, disse que o Irã precisaria pensar duas vezes antes de oficializar o boicote, pois este seria automaticamente estendido aos 25 países da União Européia. A UE reage em bloco quando se trata de questões comerciais.
‘Um boicote seria prejudicial para os dois lados, para os europeus e para os iranianos’, afirmou Mandelson. Com agências internacionais e a Sucursal de Brasília’
Joól Kotek
Liberdade de expressão tem limites
‘DO ‘LE MONDE’ – A idéia da caricatura é engrossar o traço, exagerar certas características para torná-las tão visíveis que a realidade à qual se refere se torne mais perceptível e ganhe, ela própria, maior visibilidade.
E é nisso que consiste todo o problema. A atualidade não se torna necessariamente mais legível quanto se representa o profeta Muhammad -e, por meio dele, o islamismo- com os traços do terrorismo. É algo bastante duvidoso. Ao retratar o islã coroado com o símbolo global do mal, o caricaturista manifestamente traiu sua missão. E vem daí a compreensível indignação de muitos muçulmanos.
Como todas as outras religiões, o islã, enquanto tal, é uma religião de concórdia, portadora de valores positivos, algo que as duas charges incriminadas parecem negar. Pessoalmente, as dez outras -a maioria de qualidade medíocre- não nos parecem escandalosas, apesar de algumas delas representarem o profeta Muhammad. Para um ser moderno que sou, o problema não consiste tanto no fato de se ter ousado representar o profeta, mas na maneira como este foi retratado em duas dessas charges.
Não creio, com certeza, que seja o caso de proibir as duas charges por esse motivo. Um Estado democrático não pode cogitar censurar seus caricaturistas. A liberdade de imprensa e de opinião não é negociável.
Poderíamos perguntar se seria o caso de publicá-las, apesar de tudo. Creio que não.
Se é preciso renunciar a qualquer idéia de censura, isso não significa que seja preciso também renunciar a qualquer idéia de limites. Os limites devem existir, evidentemente, mas devem ser fixados apenas pelos profissionais ou pelos tribunais.
Portanto, cabe unicamente aos caricaturistas e às redações determinar se o desenho é de fato a caricatura de uma verdade, ou seja, um exagero, mesmo que excessivo, ou se é uma representação totalmente falseada, caluniosa, em suma, que não apenas não acrescenta nada ao debate mas também o envenena.
Basta lembrar as caricaturas do nazista Stürmer ou da revista hutu ‘Kangura’ para se convencer dos estragos que podem ser provocados por desenhos publicados pela imprensa e que não ousaríamos qualificar como caricaturas. Esses desenhos foram verdadeiros estímulos ao crime.
Assim, é desnecessário dizer que o caricaturista pode zombar das religiões (e o islã é uma), mesmo de maneira exagerada ou excessiva -isso faz parte de suas liberdades-, mas apenas se não fizer o seu lápis mentir.
Esse deveria ser o código de conduta de qualquer ilustrador de imprensa, mesmo da imprensa árabe, e sobretudo árabe, já que, por paradoxo, a caricatura contemporânea árabe é a mais intolerante e parcial deste novo século.
O que dizer, de fato, senão que muitos caricaturistas da imprensa árabe-muçulmana traem sua ética muito mais do que o fazem seus colegas ocidentais? O retrato que incansavelmente pintam dos israelenses e dos judeus não passa de mentira e pura falsificação. O judaísmo é representado, mais freqüentemente do que se desejaria, como uma religião do ódio, e os judeus, como bebedores de sangue e assassinos de Cristo.
Se acreditarmos na imprensa árabe de hoje, são os judeus os imperialistas que manipulam os Estados Unidos e a Turquia, como se os dois países não fossem mais do que meras marionetes a seu serviço exclusivo.
Ao tirar da cartola o episódio da crucificação de Jesus e a acusação medieval do crime ritual, os caricaturistas anti-semitas não intensificam nenhum traço, não ressaltam nenhuma característica real. Eles apenas reproduzem os mitos anti-semitas, no resto do mundo condenados e relegados ao esquecimento. Será que esses desenhos nunca foram condenados por nenhum importante intelectual árabe?
Joël Kotek é historiador da Universidade Livre de Bruxelas e co-autor de livro sobre a caricatura árabe contemporânea e de ‘La Carte Postale Antisémite’.’
STONES CENSURADOS
Stones acharam censura ‘ridícula’, diz porta-voz
‘Os Rolling Stones acharam ‘ridícula e desnecessária’ a decisão da organização do Super Bowl (final do futebol americano nos EUA) de cortar o microfone do vocalista, Mick Jagger, em trechos com conteúdo sexual explícito durante o show no intervalo do evento, disse uma porta-voz da banda. Segundo a organização, a banda concordara com a medida. A porta-voz confirmou e, indagada se eles não relutaram com mais veemência (ameaçando cancelar o show, por exemplo), respondeu que houve negociações e que o grupo ‘claramente não estava feliz’.’
TV DIGITAL
Padrão de TV digital deve sair em março
‘A definição do modelo econômico que será adotado no Brasil com a tecnologia da TV digital vai acontecer somente no final deste mês ou no início de março. A informação é do ministro Hélio Costa (Comunicações).
De acordo com o ministro, o decreto nº 4.901 estabelecia que a apresentação do relatório do CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) com todos os estudos realizados sobre o assunto teria de ser feita até 10 de dezembro.
Com esse documento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria que decidir sobre o modelo até sexta-feira, dia 10, mas o relatório ainda não está pronto.
‘O processo foi atrasado porque o dinheiro só começou a sair em julho e a partir daquele momento o projeto começou a ser desenvolvido’, disse Costa.
O ministro afirmou que o relatório deve ficar pronto no início da semana que vem. Assim, segundo ele, a decisão só deve ser tomada em 20 ou 30 dias por causa do Carnaval e da viagem de Lula à África, iniciada ontem.
O relatório agora pode ser concluído, já que o governo ouviu representantes japoneses, europeus e americanos sobre as características de seus sistemas de TV digital. Ontem, o governo se reuniu com os representantes dos EUA.
Segundo Costa, os representantes norte-americanos disseram que em julho, com a melhora da portabilidade (que permite a recepção de dados em aparelhos portáteis) e mobilidade (em um carro, por exemplo), seu sistema será melhor que o dos europeus.
‘Perguntei se eles estavam fazendo testes, e eles disseram que não’, afirmou Costa, que já manifestou sua preferência pelo padrão japonês e em nenhum momento disse que o padrão americano seria melhor que o japonês.
Os enviados dos norte-americanos também ofereceram a conversão de royalties em investimentos, mas não em sua totalidade, enquanto os japoneses abriram mão de 100% dos royalties. Os europeus também se propuseram a investir os royalties em pesquisa no Brasil.
Além disso, europeus e japoneses ofereceram financiamentos, respectivamente, de até 400 milhões e de até US$ 300 milhões. Os americanos, de US$ 150 milhões. O sistema norte-americano tem outro complicador: ficará pronto somente em julho.
O governo pretende decidir rapidamente o padrão para fazer experiências em junho e estreá-lo comercialmente em 7 de setembro, com a transmissão de uma partida da seleção brasileira.’
JK NA GLOBO
Minissérie ‘JK’ terá lesbianismo platônico
‘Juscelino Kubitschek (1902-1976) teve uma amante por quem uma outra mulher foi apaixonada. É o que contará a minissérie ‘JK’ (Globo), que retrata o presidente mais popular do país.
Esse triângulo ‘lésbico-presidencial’ é fictício. Na trama de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, envolverá duas personagens que não existiram: Marisa (Letícia Sabatella, que sintetiza as amantes de JK) e a jornalista Ana Rosemberg (Camila Morgado).
Ana Rosemberg será uma jornalista paulista (judia e comunista, como a Olga que fez no cinema) que vai ao Rio de Janeiro, então capital da República, trabalhar na cobertura de política.
Ana irá morar na pensão da baronesa do Tibagi (Natália Thimberg), onde conhecerá Marisa. Elas ficam muito amigas. Ana manterá sua paixão em segredo até o dia em que Marisa lhe diz que, para tentar esquecer JK, irá se casar com Sampaio (Hugo Carvana). Ana recomenda-lhe que não se case, que isso irá arruinar a sua vida. E se declara, o que deixa Marisa assustada _ela foge. A jornalista revelará sua dor cortando os cabelos (Camila realmente cortará os cabelos em cena).
Segundo Alcides Nogueira, a inspiração vem de Nelson Rodrigues e retratará ‘situações que refletem aspectos dos anos 50’. ‘Mas em nenhum momento haverá explicitação de lesbianismo. Nem a própria Ana consegue nomear o que sente’, diz.
OUTRO CANAL
Revelação 1 Júlia, a heroína de Glória Pires em ‘Belíssima’, finalmente vai descobrir que não foi responsável pelo acidente de avião que matou seus pais, o que lhe causa pesadelos. A culpa foi de Bia (Fernanda Montenegro). Isso mudará seu perfil psicológico.
Revelação 2 Ao chegar em casa, Júlia flagrará o marido, André (Marcello Antony), na cama com a filha, Érica (Letícia Birkheuer). Mas, sentindo-se mais forte, irá expulsar os dois de casa e destituir André da presidência da Belíssima. Tudo isso vai ao ar no dia 18.
Rebatismo ‘Copacabana’ é o novo nome provisório da novela que Gilberto Braga escreve para a Globo exibir em 2007, às 21h. A trama, que já se chamou ‘Folhetim’, já tem nome definitivo, mas a emissora tentará mantê-lo em sigilo até três meses antes da estréia.
Amostra A Net, a partir de sexta, oferecerá a seus assinantes de tecnologia digital conteúdo interativo de ‘Big Brother Brasil 6’. Quem tem ‘pay-per-view’ do ‘reality show’ terá pelo controle remoto acesso a perfis, notícias e enquetes. Só não poderá votar. A Globo quer fazer isso em 2007, com a TV digital terrestre e aberta.
Menos Esta coluna exagerou: não foi Luís Malavolta quem colocou o repórter César Tralli (Globo) dentro de um carro da Polícia Federal, registrando a prisão de Flávio Maluf. Malavolta monitorou a cobertura, mas o mérito pelo ‘passeio de viatura’ foi de Tralli.’
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O Globo
Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006
CHARGES POLÊMICAS
Irã faz concurso de charges sobre Holocausto
‘TEERÃ e COPENHAGUE. Num dia em que os ataques contra alvos europeus em país de maioria islâmica causaram mais mortes de muçulmanos radicais, um jornal controlado pelo governo do Irã anunciou ontem que realizará um concurso internacional de caricaturas sobre o Holocausto, numa vingança pela publicação de charges do profeta Maomé em jornais ocidentais. O líder supremo do regime teocrático iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, acusou Israel de ser o responsável pelas caricaturas.
O mais vendido jornal do Irã, o ‘Hamshahri’ (O Cidadão), da prefeitura de Teerã, anunciou ontem que abriu inscrições para um concurso mundial de charges cujo tema deve ser o Holocausto e a opressão americana no mundo. O presidente Mahmoud Ahmadinejad foi o prefeito da cidade até vencer a eleição nacional em junho. Aliados seus o substituíram. Ahmadinejad já disse em diversas ocasiões que o Holocausto é um mito.
‘Permite a liberdade de expressão ocidental tratar de temas como os crimes de EUA e Israel e um incidente como o Holocausto, ou esta serve só para insultar os valores sagrados das religiões do mundo?’, pergunta o diário, que publicará os 12 trabalhos vencedores em março.
Presidente da Fundação Holocausto protesta
Entre nove milhões e 11 milhões de pessoas morreram em campos de extermínio nazistas ou por meio de outras formas de execução em massa durante a Segunda Guerra Mundial. Cerca de seis milhões das vítimas eram judeus.
Ontem, a presidenta da Fundação Holocausto, Ala Guerber, criticou Teerã:
– Esta é uma ação coordenada para semear o ódio contra Israel e o Ocidente nos países muçulmanos.
O aiatolá Khamenei acusou ontem Israel de ter sido responsável pelas charges:
– O Ocidente condena qualquer negação do Holocausto judeu, mas permite o insulto de santidades islâmicas. (As charges) são uma conspiração dos sionistas, que estão furiosos pela vitória do Hamas (nas eleições palestinas).
As 12 charges de Maomé foram publicadas em 30 de setembro no jornal dinamarquês ‘Jyllands-Posten’, quatro meses antes da eleição do Hamas.
A União Européia reagiu ontem contra a decisão iraniana de proibir a entrada de produtos dinamarqueses.
– Um boicote a produtos dinamarqueses é, por definição, um boicote a produtos europeus – disse o porta-voz da UE, Johannes Laitenberger.
Pelo segundo dia seguido, a embaixada da Dinamarca em Teerã foi atacada. O mesmo ocorreu com a representação da Noruega. Ocorreram protestos também em Bangladesh, Paquistão, Egito, Iêmen, Djibuti, Gaza, Azerbaijão e Níger.
O protesto mais violento ocorreu em Maymaneh, Afeganistão. Trezentos radicais atacaram com pedras, armas e granadas uma base da Otan com soldados noruegueses. Quatro manifestantes foram mortos a tiros. Já são 11 os mortos nos distúrbios.
Grandes jornais de países, como Austrália, França, Japão e África do Sul publicaram as charges, mas não os EUA. Neste país, jornais como ‘Washington Post’ e ‘New York Times’ preferiram não publicá-las. O ‘Times’ explicou ontem que informar sobre os conflitos sem publicar as charges é uma ‘opção razoável’ para organizações que se abstêm de ‘ataques gratuitos’ contra símbolos religiosos.’
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Assassino de padre é preso na Turquia
‘TREBIZONDA, Turquia. A polícia turca prendeu ontem um jovem de 16 anos que seria o assassino de um padre italiano, morto durante uma missa em Trebizonda. O crime, ocorrido domingo, poderia ter sido cometido pelo fato de o jovem estar com raiva do Ocidente depois das publicações das charges de Maomé na Europa.
Testemunhas disseram que o padre Andrea Santoro, de 61 anos, estava terminando de celebrar uma missa quando um rapaz se aproximou, gritou ‘Alá é grande’ e disparou, fugindo depois do crime. O padre morreu na hora.
Segundo a TV turca NTV, o jovem teria afirmado no interrogatório que matou o padre por estar irado com as charges de Maomé. A versão, no entanto, não foi confirmada.
A imprensa turca denunciou ontem o descaso da polícia local, que não teria protegido o padre apesar de ele ter sofrido ameaças. Um grupo radical estaria disposto a ações radicais para impedir ‘proselitismo religioso’.
Há só 60 mil cristãos na Turquia, mas ataques por motivos religiosos são raríssimos no país.’
Thomas Kleine-Brockhoff
Ser tolerante com a intolerância
‘Semana passada, o jornal alemão ‘Die Zeit’, para o qual trabalho, publicou uma das controversas caricaturas do profeta Maomé. Foi a coisas certa a fazer.
Quando as charges foram primeiramente publicadas, em setembro, na Dinamarca, ninguém na Alemanha tomou conhecimento. Se os desenhos tivessem sido oferecidos a nós, não os teríamos publicado. Pelo menos um deles parece igualar o Islã ao islamismo radical. Esta é exatamente a direção que ninguém quer que o debate sobre fundamentalismo tome – embora a natureza da charge política seja o exagero. Não teríamos publicado por um senso de moderação e respeito à minoria muçulmana em nosso país. Pessoas da mídia julgam o bom gosto o tempo todo. Não mostramos fotos sexualmente explícitas ou de cadáveres depois de um ataque terrorista. Tentamos manter o racismo e o anti-semitismo fora do jornal. A liberdade de imprensa é acompanhada de responsabilidade.
Mas o critério muda quando o material considerado ofensivo se torna notícia. Por isso vimos corpos caindo do World Trade Center. Por isso vimos fotos de Abu Ghraib. Nesses casos, publicamos o que não publicaríamos. A própria natureza do discurso é encontrar parâmetros do que é culturalmente aceitável. Parece estranho que a maioria dos jornais americanos controle seus leitores evitando charges que o mundo inteiro comenta. Publicá-las não é endossá-las. O que importa é o contexto.
Vale lembrar que a controvérsia começou com uma tentativa de escrever um livro infantil sobre a vida de Maomé. Artistas se recusaram a ilustrá-lo, temendo por suas vidas, o que chamou a atenção do jornal dinamarquês ‘Jyllands-Posten’. Um editor encomendou as caricaturas. Queria ver se os chargistas se auto-censurariam. A mídia européia ignorou a história. Só publicou as charges depois que a confusão se formou e a questão era menos relacionada a respeito religioso do que a liberdade de expressão.
Grande parte das reportagens americanas sobre a briga fez parecer que os europeus não haviam entendido – de novo. Eles lutam com a imigração, com a religião, com o respeito às minorias. E, no fim, suas cidades queimam, como aconteceu em Paris. Bill Clinton chegou a identificar um ‘preconceito antiislâmico’. Virou o argumento de cabeça para baixo. Nessa jihad sobre o humor, a tolerância é desdenhada por pessoas que a exigiam. Governos autoritários que dizem falar em benefício das minorias muçulmanas reprimem sistematicamente suas próprias minorias religiosas. Radicalizaram o que de início era uma questão difícil. Agora pedem não respeito, mas submissão. Querem que muçulmanos na Europa vivam sob regras muçulmanas. Clinton quer aconselhar ser tolerante com a intolerância?
Sexta-feira, o Departamento de Estado achou apropriado intervir. Condenou a publicação das charges como um inaceitável incitamento ao ódio religioso. É peculiar os EUA – que gostam de se ver como lar da liberdade de expressão – sugerirem a jornais europeus que não as publiquem.
THOMAS KLEINE-BROCKHOFF é chefe da sucursal do ‘Die Zeit’ em Washington’
INTERNET
Pergunte ao Google
‘Custei a me curar da mordida de inveja que sofri na semana passada, quando por aqui passaram dois meninos com pouco mais de 30 anos e uma fortuna de US$ 11 bilhões cada, graças a um negócio do qual, se tivessem me chamado para sócio no início, eu recusaria por considerar a idéia sem futuro. Como iria sobreviver uma empresa que se propunha a buscar gratuitamente respostas para todas as dúvidas de seus usuários?
Hoje, apenas sete anos após ser fundada numa garagem, a tal empresa vale cerca de US$ 100 bilhões, mais do que a Coca-Cola e a General Motors, e ameaça a supremacia da poderosa Microsoft, de Bill Gates, o primeiro e o maior bilionário às custas das relações virtuais. E pensar que no meu tempo ‘virtual’ era o oposto de real, o que ainda não existia ou só existia potencialmente, ou seja, algo que não poderia tornar alguém rico, a não ser em tese, virtualmente.
A realidade agora é que, sem Google (sua pronúncia é quase a de uma onomatopéia: gúgal), não se vive aqui e, pelo jeito, nem na China. Seus serviços são indispensáveis em todo o mundo. Não conheço jornalista, escritor, professor que não recorra a esse instrumento de busca. Outro dia me surpreendi recolhendo nele informações sobre… mim mesmo. Descobri que até aí ele sabe mais do que eu. Sabe, guarda, não esquece e fornece para quem quiser. Levei um susto quando fui informado que meu nome aparece 78.400 vezes. Em matéria de personagens, vê-se que não é seletivo. Ninguém é perfeito.
Um dos adeptos da mania, o cronista Ricardo Freire, confessou: ‘O Google sabe tudo o que eu não sei e se lembra de todos os detalhes que me escapam no momento. Virei um googledependente.’ Faço minhas suas palavras: ‘O Google (…) se transformou na minha biblioteca, no meu oráculo, na minha lista telefônica, na minha memória auxiliar.’
Querendo flagrar uma lacuna (e deve haver muitas), corri lá para ver se já constava a palavra inventada pelo cronista no fim de semana. Em 0,04 segundo, o gúgal me respondeu à sua maneira: ‘Resultados 2 de 2 para googledependente’. As duas citações eram da revista ‘Época’.
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É importante reafirmar o que tem sido dito nesses últimos dias pelos mais sensatos – que a liberdade de imprensa não foi feita para acobertar ofensas de qualquer natureza, inclusive ou sobretudo as religiosas. Mas é evidente também que esses excessos não justificam uma desenfreada onda de reações violentas como a que se está assistindo. Nada mais atual do que a advertência do Mahatma Gandhi, profeta da não-violência: ‘olho por olho, e o mundo acabará cego’. Se é que já não começou a ficar.’
Matilde Ribeiro
Racismo na internet
‘A rede mundial de computadores é uma fonte indispensável de acesso ao conhecimento, democratização da informação, alternativa para as relações interpessoais e atualização dos acontecimentos diários na política, economia, cultura, ciência e tecnologia. Neste mesmo universo positivo da subjetividade de cada pessoa, que interage e revela suas ações cotidianas, percebemos a manifestação de posicionamentos racistas e discriminatórios contra negros e negras, indígenas e judeus.
O paradoxo do acesso à informação e da intransigência de convivência com a diversidade étnico-racial é uma agenda que inspira a participação de ativistas sociais comprometidos com a luta anti-racista e aqueles que aspiram a um mundo mais justo e inclusivo. No Brasil, temos casos de intolerância étnico-racial expressa na internet através de blogs, sites e páginas de relacionamento contrários às políticas de ações afirmativas para negros e a valorização da cultura judaica. Num visível desrespeito à liberdade de expressão, sites que incentivam o fortalecimento desses segmentos são alvo de hackers e recebem ameaças, quando não extraídos do ar.
Na medida em que são disseminadas as novas tecnologias de comunicação e informação, instituições governamentais e sociedade civil intensificam a agenda de articulação internacional. Um exemplo é a incorporação dessa temática nas ações do Escritório das Nações Unidas do Alto Comissariado dos Direitos Humanos sobre racismo na internet. Essa movimentação internacional contempla as deliberações da III Conferência contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas e foi abordada na quarta sessão do Grupo de Trabalho Intergovernamental durante o seminário Racismo na Internet, na Suíça.
Representando o Estado brasileiro, apresentamos casos e as ações empreendidas junto ao Judiciário, para garantir que a internet seja um mecanismo de interação e não propagadora de intolerância racial.
Desde a década de 1960, o Brasil se esforça para construir um aparato legal para tratar da tecnologia da informação. A evolução da legislação de informática destinou-se ao atendimento de políticas de desenvolvimento industrial, centrado na fabricação de computadores e derivados. No entanto, a legislação para softwares e o uso de computadores e dos programas em atividades ilícitas somente agora começa a ser objeto de regulação específica.
Constata-se a vigilância da sociedade civil visando à agilidade do Estado em articular os organismos federais para responder afirmativamente a essas criminalidades, as quais geram jurisprudências e fomentam uma discussão latente na sociedade. Temos como desafio iminente a garantia dos direitos fundamentais de cada cidadão e cidadã e grupo étnico-racial, fazendo com que as vantagens das novas tecnologias de informação e comunicação sejam também aproveitadas na criação de redes educacionais e de sensibilização contra o racismo, para que estejamos irmanados num universo realmente sem fronteiras.
MATILDE RIBEIRO é secretária especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.’
TV DIGITAL
Governo adia para até 10 de março a escolha do padrão de TV digital
‘A escolha do padrão de TV digital que será adotado no país, marcada inicialmente para sexta-feira, foi adiada por 20 a 30 dias. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse ontem que houve um atraso na liberação de recursos para os consórcios que estão pesquisando a TV digital, o que acabou adiando a conclusão do relatório da Fundação Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Como a data de 10 fevereiro foi estabelecida por um decreto, será necessário outro prorrogando o fim do prazo para 10 de março.
A data também não poderá ser mantida por causa da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à África, esta semana. O governo analisa as tecnologias japonesa (ISDB), européia (DVB) e americana (ATSC).
Depois de se reunir ontem com representantes do padrão americano, Costa informou que eles apresentaram a sua proposta de mobilidade (TV no celular, por exemplo) e portabilidade (TV em ônibus, trens etc.). Uma das exigências do governo é que a TV digital permita os dois serviços e a alta definição (imagem de cinema).
– Eles (os americanos) conseguiram provar que em julho, quando estiverem em condições de apresentar seus sistemas de mobilidade e portabilidade, vão ser melhores do que os europeus. Esta é uma novidade – disse Costa.
Para o ministro, os americanos estão desenvolvendo um bom produto, mas que não está pronto. Os representantes, segundo Costa, estão dispostos a incorporar as inovações tecnológicas desenvolvidas pelo Brasil. Ele disse que é necessário testar a robustez e a capacidade dos sistemas de transmitir em longa distância. O teste deverá ser em São Paulo, por causa da grande concentração de edificações.
Os americanos propuseram financiamento de US$ 150 milhões para a indústria eletroeletrônica e estão dispostos a financiar os radiodifusores, por meio do banco de fomento Ex-Im Bank. Na semana passada, ministros ouviram os representantes japoneses e europeus.
Costa já entregou à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a minuta de projeto de lei modificando a Lei Geral de Telecomunicações (LGT), o que permitirá o telefone social.’
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O Estado de S. Paulo
Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006
CHARGES POLÊMICAS
Um apelo por respeito e calma
‘Com preocupação crescente, testemunhamos a escalada de tensões perturbadoras provocadas pela publicação, em jornais europeus, de caricaturas do profeta Maomé que os muçulmanos consideram profundamente ofensivas. Seremos todos perdedores se deixarmos de superar imediatamente essa situação, que só pode deixar um rastro de desconfiança e desentendimento entre ambos os lados. Portanto, é necessário fazer um apelo por respeito e calma e deixar falar a voz da razão.
No ano passado, quando nós, chefes de governo da Turquia e da Espanha, lideramos o lançamento dos trabalhos do Projeto da Aliança das Civilizações, agimos baseados numa firme crença: precisávamos de iniciativas e instrumentos para deter a espiral de ódio e confusão que, em si, constitui uma ameaça à paz e à segurança internacionais.
Os eventos infelizes que vemos agora só reafirmam nosso diagnóstico e nosso compromisso de buscar ainda mais apoio a essa causa.
Historicamente, a Espanha e a Turquia estiveram na encruzilhada entre o Oriente e o Ocidente. Por isso, somos bastante conscientes de que o modo como se conduz o contato entre diferentes culturas pode ser muito enriquecedor, mas também pode desencadear disputas destrutivas.
Num mundo globalizado, onde as relações e intercâmbios entre civilizações diferentes continuam a se multiplicar, e onde um incidente local pode ter repercussões planetárias, é vital cultivarmos os valores do respeito, da tolerância e da coexistência pacífica.
A liberdade de expressão é um dos pilares de nossos sistemas democráticos e não podemos jamais abandoná-la. Mas não existem direitos sem responsabilidade e respeito por sensibilidades diferentes. A publicação destas caricaturas pode ser perfeitamente legal, mas não é neutra e, portanto, deve ser rejeitada de um ponto de vista moral e político.
No fim, tudo isso se presta a incompreensões e deturpações de diferenças culturais que estão em perfeita harmonia com nossos valores compartilhados. Ignorar este fato normalmente abre caminho para a desconfiança, a alienação e o ódio, que podem resultar em conseqüências indesejáveis que todos temos de nos esforçar para evitar.
A única maneira de construirmos um sistema internacional mais justo é por meio do máximo respeito pelas crenças de ambos os lados. Estamos totalmente comprometidos com o respeito das normas da lei internacional e a defesa das organizações internacionais que a encarnam. Contudo, nem leis, nem instituições são suficientes para garantir a paz no mundo.
Precisamos cultivar a coexistência pacífica, só possível quando há interesse em compreender o ponto de vista do outro lado e respeito por aquilo que este considera mais sagrado. Estas são as premissas básicas e as principais metas da Aliança das Civilizações promovida pela Espanha e pela Turquia.
Recep Tayyip Erdogan e José Luis Rodríguez Zapatero são os primeiros-ministros da Turquia e da Espanha’
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Mais 4 afegãos morrem em protesto
‘REUTERS, AP E AFP CABUL Membros da força de paz internacional entraram ontem em choque com manifestantes afegãos que protestavam contra a publicação das caricaturas do profeta Maomé em Maymana, norte do Afeganistão. A polícia afegã abriu fogo contra os manifestantes que atacaram uma base controlada pelas forças norueguesas, matando quatro. Outras 18 pessoas ficaram feridas no confronto, 6 delas, soldados noruegueses.
O primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, disse que a Noruega não retirará os cerca de 300 soldados que o país mantém no Afeganistão, apesar do ataque a sua base em Maymana. Stoltenberg disse que seus soldados lidaram bem com a situação, apesar do incidente entre a polícia afegã e os manifestantes. A Grã-Bretanha deslocou soldados para reforçar a segurança na cidade.
Com as mortes de ontem, subiu para 11 o número de vítimas da violência desatada pela publicação das caricaturas. Na segunda-feira, cinco pessoas morreram no Afeganistão e uma na Somália. Outra morte ocorreu domingo no Líbano.
A Noruega foi o primeiro país europeu a reproduzir as charges de Maomé, publicadas originalmente em setembro pelo jornal dinamarquês Jyllands-Posten.
O primeiro-ministro da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, pediu ontem aos muçulmanos que evitem atos de violência, dizendo que o caso das caricaturas estava sendo explorado por radicais. ‘Precisamos resolver a questão por meio do diálogo, não da violência’, disse em entrevista coletiva. Ele também condenou os ataques contra embaixadas dinamarquesas.
‘Estamos enfrentando uma crescente crise global que pode escapar do controle dos governos e de outras autoridades’, disse Rasmussen, acusando ‘radicais, extremistas e fanáticos’ de atiçar o furor entre os muçulmanos para poder levar adiante os próprios projetos. Rasmussen recebeu um telefonema de apoio do presidente americano, George W. Bush, e o respaldo de países aliados da União Européia.
O jornal dinamarquês Jyllands-Posten desculpou-se pela publicação das caricaturas, mas muitos muçulmanos disseram que isso não era suficiente e pediram a punição do diário.
A onda de protestos se alastrou ontem para mais países, no Oriente Médio, Ásia e África.
No Irã, que rompeu relações comerciais com a Dinamarca, uma multidão atacou pelo segundo dia consecutivo com pedras e coquetéis molotov a embaixada dinamarquesa em Teerã. Um dos maiores jornais do Irã, o Hamshahri, lançou um concurso da melhor caricatura sobre o Holocausto, dizendo que queria explorar algo que fosse intocável para o Ocidente, como o profeta Maomé é para os muçulmanos. Segundo o diário, seu concurso é um teste para os princípios de liberdade de expressão do Ocidente. ‘Será que o Ocidente estende sua liberdade de expressão aos crimes cometidos pelos EUA e Israel, ou para um acontecimento como o Holocausto? Ou sua liberdade é apenas para insultar o que é sagrado?’, perguntou o Hamshahri num artigo.
Na Índia, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo contra centenas de manifestantes que protestavam em Srinagar, na Caxemira. Seis manifestantes e dois policiais ficaram feridos. No vizinho Paquistão, mais de 5 mil pessoas também protestaram na cidade de Peshawar (noroeste).
Na cidade palestina de Rafah, na Cisjordânia, mascarados atiraram numa fotografia do primeiro-ministro dinamarquês e queimaram uma bandeira da Dinamarca. Na cidade de Belém, centenas de palestinos, convocados pelo grupo Hamas, protestaram contra a publicação das charges na Dinamarca e sua reprodução por jornais de vários países europeus. Protestos também foram realizados no Egito, Níger, Nigéria e Filipinas.
O governo dinamarquês advertiu seus cidadãos a deixarem a Indonésia como medida de precaução. A Indonésia, com 242 milhões de habitantes, é o maior país muçulmano do mundo. A Dinamarca também está preocupada com seus 500 soldados no Iraque, pois militantes se disseram dispostos a seqüestrar e executar os dinamarqueses que encontrarem.
A União Européia intensificou a pressão para que os Estados árabes controlem os protestos, lembrando que os 19 países do Oriente Médio têm obrigação de proteger as missões européias.’
VENEZUELA
ENTREVISTA: Dono de TV venezuelana denuncia perseguição
‘Marcel Granier é presidente da Rádio Caracas Televisión (RCTV), um dos alvos preferenciais do governo de Hugo Chávez. De passagem por São Paulo, onde participou de um seminário no Instituto Fernand Braudel, Granier falou ao Estado sobre a situação da imprensa na Venezuela.
Está mais difícil fazer jornalismo na Venezuela?
Já ocorreram mais de mil agressões a jornalistas de diversos veículos nesses sete anos de governo Chávez. Os repórteres se sentem ameaçados por bandos chavistas, que os impedem de ter acesso às fontes. Nos atos públicos, os jornalistas da mídia privada não podem entrar. Institucionalmente, não há independência de poderes. Quando ocorre alguma denúncia de corrupção, por exemplo, os poderes fiscais não atuam e o jornalista que a fez se sujeita a condenações por calúnia e difamação.
Empresas de comunicação na Venezuela denunciam a intensificação do assédio governamental. Como isso se dá?
Nos últimos meses, o governo aprovou sete novos impostos às emissoras de rádio e TV. Esses impostos incidem diretamente sobre as receitas, aumentando custos operacionais. As emissoras que não falam bem do governo não têm acesso à publicidade oficial. Novas leis tornam as relações trabalhistas cada vez mais inflexíveis.
O governo Chávez alega que suas ações são uma reação a uma campanha dos meios privados…
No ano passado, Chávez teve quase 21 milhões de minutos de propaganda eleitoral. A oposição teve 800 minutos. Chávez fala, em média, 40 horas por semana. Hoje, há alguns telejornais de emissoras privadas que são mais elogiosos em relação a Chávez do que os das emissoras públicas. Essas, sim, têm muita propaganda da PDVSA (a estatal petrolífera), muita propaganda do Ministério da Informação, têm muito crédito, muitos dólares em cotações privilegiadas, lhes perdoam as multas, as dívidas, etc. Quando um país tem um governo com uma receita bilionária crescente, é jornalisticamente legítimo que se questione por que a pobreza aumenta, o desemprego sobe e os serviços públicos não funcionam como deveriam.
Durante o frustrado golpe de 2002, as TVs privadas mostravam desenhos animados enquanto chavistas enfrentavam policiais em Caracas. O que aconteceu naquele dia?
Há muito mito em torno disso. Primeiro, na TV venezuelana – assim como na de várias partes do mundo – há um espaço destinado à exibição de desenhos animados e programas infantis. Segundo, naquele dia, um sábado, nossos repórteres estavam impedidos de ter acesso às fontes e nossos links de microondas tinham sido cortados por bandos chavistas. Terceiro, nossa sede, na qual estavam 1.200 pessoas, ficou cercada e sob ameaça de ser incendiada. Nossa prioridade era nos defender da agressão.’
CHINA
Editor de jornal morre após ser espancado
‘Wu Xianghu, editor de um jornal chinês, morreu após ter sido espancado por cerca de 50 policiais por causa de suas reportagens sobre a corrupção na instituição, informou ontem um grupo defensor dos direitos humanos. Wu, que já tinha problemas no fígado, morreu no hospital em outubro depois que a agressão agravou seu estado de saúde.’
TV DIGITAL
Decisão sobre TV digital fica para depois do carnaval
‘A decisão sobre o padrão de TV digital a ser adotado no Brasil ficou mesmo para depois do Carnaval. Ontem, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse que serão necessários pelo menos mais 20 dias para que o governo estude as propostas oferecidas pelos japoneses, americanos e europeus e faça sua escolha.
Embora as discussões ainda não estejam concluídas, está cada vez mais forte a tendência de a escolha do governo recair no modelo japonês, que conta com o apoio de Hélio Costa e é também defendido pela TV Globo. ‘Infelizmente, vamos ter de adiar pelo menos por 20 ou 30 dias a decisão final. Até porque nós ainda temos o carnaval no meio do caminho, e a viagem do presidente’, disse Costa referindo-se à ida de Lula à África, onde fica até domingo.
O debate em torno do modelo de TV Digital ganhará novos ingredientes hoje durante a reunião no plenário da Câmara com representantes das emissoras de TV, da indústria de televisores, das empresas de telefonia e da sociedade civil. O debate permitirá aos deputados se posicionarem em relação a uma questão não menos polêmica. Eles querem deixar claro que a definição do modelo deve ser acompanhada do detalhamento sobre como será a participação da indústria nacional na fabricação de televisores. ‘O importante não é só definir a carcaça do carro. Se for o japonês, tudo bem. Mas e os componentes desse carro, serão também japoneses? Qual será a fatia da indústria nacional?’, questiona um parlamentar.
Os deputados também estão preocupados em garantir mercado para os softwares que estão sendo desenvolvidos no Brasil e que permitem a utilização da TV em funções próprias da internet, como acesso a e-mail.
A preferência pelo modelo japonês é explicada com o argumento de que atende às exigências do governo e apresenta vantagens tecnológicas sobre os demais. O interesse das emissoras de TV – exceto Bandeirantes – no padrão adotado no Japão está diretamente ligado à possibilidade de eliminar a interferência das empresas de telecomunicações na transmissão de conteúdos por meio de aparelhos celulares. E, exatamente por isso, as empresas de telefonia, que defendem a adoção do padrão europeu, não se dão por vencidas. Amanhã, os presidentes das operadoras apresentam à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, um documento com considerações sobre os três padrões.
Ontem, os representantes do padrão americano apresentaram ao governo as características do seu modelo e afirmaram que até julho têm condições de fazer a portabilidade (recepção de sinais em aparelhos portáteis, como telefones celulares) e a mobilidade (recepção de sinais em movimento, como numa tevê instalada em um automóvel).
Com a apresentação dos americanos, o governo brasileiro já tem em mãos as informações sobre os três padrões para tomar sua decisão.’
O Estado de S. Paulo
Sistema ainda não deslanchou na Europa
‘ASSOCIATED PRESS, BRUXELAS – A TV interativa está crescendo muito abaixo do esperado na Europa, de acordo com relatório divulgado pela Comissão Européia (CE). Vários países europeus estão muito aquém do objetivo de transformar a televisão analógica em digital até 2012.
Em 14 dos 25 países da União Européia (UE), menos de 10% dos telespectadores já têm TV digital. Em quatro deles – Eslovênia, Eslováquia, Lituânia e Luxemburgo – esse tipo de TV não chega nem a 1% das pessoas. Nos Estados Unidos, quase metade das residências tem um receptor digital.
Os donos de TVs analógicas podem comprar um equipamento para converter o sinal em digital, mas poucos consideram vantajoso fazer isso, por ora. Na Itália, um dos poucos países da UE em que as vendas de conversores são boas, a dificuldade em conectar esse aparelho à linha telefônica impede muita gente de usar todo o potencial da tecnologia interativa. Há 47 milhões de receptores digitais na Europa.’
TELEVISÃO
SBT volta ao normal em março
‘Silvio Santos deve desfazer em março a troca de horários maluca que promoveu em sua programação no fim do ano. Corre nos bastidores do SBT que o dono da emissora queria testar alguns horários e usou programas de renome da casa, como o de Hebe, para esse ‘teste’.
Nem a audiência, muito menos os apresentadores gostaram da troca. Agora, quem suplica pela volta dessas atrações aos seus antigos horários é o mercado publicitário. Isso mesmo. SS tem recebido reclamações de publicitários e anunciantes receosos com os índices baixos de ibope de alguns programas que mudaram de horário.
Um deles é o programa Hebe. A atração saiu das noites de segunda-feira, quando vinha registrando médias de 6 pontos – perdendo para Tom Cavalcante na Record, é fato -, e pulou para as noites de sábado. Hebe despencou para 2 pontos, assustando até os mais pessimistas com relação à mudança.
A troca do Charme, de Adriane Galisteu, das noites de quarta-feira para as de sábado, também foi desastrosa. A audiência do programa caiu muito e os anunciantes, que sempre foram muitos por causa da imagem da loira, também começaram a fugir.
Mas, de longe, nada é comparado ao que aconteceu com o Programa do Ratinho. As mudanças começaram no semestre passado e foram aos poucos dizimando a atração. Ratinho perdeu a identidade e boa parte de seu público. É claro que no quesito anunciantes seu programa nunca foi um exemplo, mas em audiência ele conseguia incomodar no horário noturno.
É para lá que ele deve voltar. Uma das idéias de Silvio Santos é retornar Ratinho para a faixa das 21 horas, com pitadas do mundo-cão que ele sempre gostou de fazer.’
Adriana Del Ré
A entrega do Grammy, no SBT. Gil concorre
‘Quem não perde uma edição do Grammy Awards, uma das mais importantes premiações da música, poderá conferir a cerimônia hoje a partir das 23 horas, pelo SBT, ao vivo de Staples Center, em Los Angeles. Como sempre, a emissora gosta de colocar apresentadores em seu estúdio, para encher lingüiça nos intervalos. O músico e produtor João Marcello Bôscoli será novamente o comentarista da noite, dando informações sobre os concorrentes e avaliando os vencedores. Ele dividirá as câmeras com a apresentadora Adriane Galisteu.
Entre uma concorrência essencialmente americana, há um representante brasileiro: mais uma vez, Gilberto Gil. Desta vez, o também ministro da Cultura tenta abocanhar o prêmio na categoria melhor álbum contemporâneo de world music, com seu trabalho Eletracústico. Em 1999, Gil ganhou seu primeiro Grammy em world music com o disco Quanta Live e disputou na mesma categoria, ao lado de Milton Nascimento, em 2002, com o CD Gil & Milton. Porém, naquele ano, a dupla foi derrotada pelo músico indiano Ravi Shankar, que, de quebra, interrompeu a invencibilidade que a MPB cultivava na categoria havia quatro anos.
A banda irlandesa U2 – que faz show em São Paulo, no final do mês, para os sortudos que conseguiram comprar seus ingressos – disputa nas principais categorias: Álbum do Ano e de Rock, com seu How to Dismantle an Atomic Bomb; e Canção do Ano, com Sometimes You Can’t Make it On Your Own. Um dos preferidos da noite, o U2 está em turnê com o novo trabalho e já vendeu mais de 10 milhões de discos com ele.
Na categoria Álbum do Ano, U2 vai concorrer com Chaos and Creation in the Backyard, de Paul McCartey; The Emancipation of Mimi, de Mariah Carey; Love, Angel, Music, Baby, de Gwen Stefani; e Last Registration, de Kanye West. Em Melhor Álbum de Rock, terá adversários fortes: Coldplay e seu ótimo X and Y; Foo Fighters, com In Your Honor, Rolling Stones, com A Bigger Band, e Neil Young, com Prairie Wind.
Como os espetáculos musicais são a alma do negócio também do Grammy, haverá algumas atrações extras. A cantora Madonna cantará com a banda Gorillaz, formada por integrantes de animação, idealizados por Damon Albarn, líder da banda Blur. Pela primeira vez juntos, vão protagonizar um dueto virtual. Artistas como Paul McCartney e Mariah Carey devem participar da cerimônia.’
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