Wednesday, 18 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1318

Jornal do Brasil

‘ROMA – O jornalista italiano Enzo Baldoni, seqüestrado por guerrilheiros, há uma semana, no Iraque, foi assassinado, informou a rede Al Jazira. Os seqüestradores tinham dado um ultimato ao governo italiano que expirava ontem para que retirasse suas tropas em troca de Baldoni, colaborador da revista Diario.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, classificou como uma ‘barbárie’ o assassinato.

– Não há palavras para descrever um ato que não tem nada de humano e que, com uma tacada, cancela séculos de civilização para nos levar aos tempos da barbárie – destacou Berlusconi em um comunicado.’




JB EM CRISE
Ricardo Noblat


O que ocorre com a mídia’, copyright Blog do Noblat (http://noblat.blig.ig.com.br/), 29/08/04


Para os que perguntam por que os jornais tanto demitem:


a) a mídia, entre nós, está em crise – e a mídia jornal está em crise por toda parte.


b)são várias as razões:


* empresas inchadas e mal administradas (a esmagadora maioria);


* endividamento com base na crença de que se manteria a paridade do real com o dólar;


* investimentos que não deram o retorno esperado – no caso da internet praticamente nenhum retorno;


* e falta de crescimento econômico do país ou baixíssimo crescimento.


Diversos setores da indústria brasileira sofreram fortes ajustes nos últimos 10 anos. A mídia está sofrendo o dela de poucos anos para cá.


É inevitável que isso ocorra – embora se deplore, e com razão, a demissão de tanta gente.


Alguns grupos de mídias desaparecerão ou serão comprados por outros. Os que restarem deverão ficar mais fortes e mais profissionais.


No momento do ajuste brabo, cairá muito a qualidade do conteúdo oferecido ao distinto público. Mais adiante, e se a retomada do crescimento econômico do país não for uma bolha, se tentará resgatar a qualidade perdida.


O futuro da mídia no Brasil tem mais a cara do empresário Nelson Tanure, dono do Jornal do Brasil e da Gazeta Mercantil, do que a dos Marinho, dos Mesquitas, dos Frias e dos Civitas.


O jornalismo será tratado cada vez mais como um negócio igual a qualquer outro – sem essa de função social, de compromisso com os superiores valores cultivados pela sociedade, etc e tal.


Ao tentar montar uma rede de jornais e eventualmente de outros veículos de comunicação, Tanure procede como lá fora procedem os empresários da área.


Ao forçar a sinergia entre veículos que controla mesmo que à custa do emprego de tanta gente e do empobrecimento do conteúdo, Tanure segue a cartilha universalmente seguida pela mídia neste momento – e nada sugere que ela possa ser reescrita tão cedo, se é que um dia o será.’




Milton Coelho da Graça


‘Em busca de um jornal sem jornalistas’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 31/08/04


‘Com a saída de Dora Kramer e a mais recente leva de demissões no Jornal do Brasil, sua direção dá mais um passo para o sonho de produzir um jornal sem correr atrás de notícia. A ‘idéia’ atual é substituir toda a editoria de esportes pela compra do material produzido pela equipe do Lance e toda a editoria de economia por material da Gazeta Mercantil. Os companheiros da GM decidiram resistir mas o projeto continua.


Os sindicatos do Rio e de São Paulo ainda não tomaram qualquer medida efetiva, embora já exista pelo menos a sugestão de que pressionem políticos, professores, empresários e outros colaboradores gratuitos dos dois jornais a suspenderem o envio de seus artigos. Também há a proposta de pedir às federações de jornalistas de todo o mundo que não permitam a venda de matérias a jornais brasileiros que estejam demitindo sistematicamente.


O curioso é que o JB alega a imperiosa necessidade de cortar despesas para eliminar um prejuízo operacional que estaria agora um pouco acima de um milhão de reais por mês. Mas essa mesma ‘justificativa’ foi dada para os cortes anteriores, o que deixa evidente o fato de que cortar na qualidade do jornal não resolve o problema financeiro do veículo, apenas o agrava cada vez mais.


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Revista prova: no Rio a coisa tá preta


A direção de O GLOBO deve estar refazendo cálculos sobre a nova revista dominical: a edição de estréia há três semanas teve mais de 40 páginas de publicidade, a deste domingo (29/8) teve pouco mais de 12. Como o parque gráfico do jornal não foi planejado para imprimir em papel couché, o miolo da revista tem de ser enviado para a Ediouro, que imprime as oito páginas em couché (incluem as capas), refila e grampeia a revista. Uma operação complicada que representa custos adicionais, mas O GLOBO confia que a revista incentivará o aumento da circulação e da receita de publicidade, embora infelizmente não tenha feito qualquer nova contratação para a redação.


Ainda não tenho os números da circulação nestes últimos três domingos e torço para que correspondam à expectativa, mas o resultado publicitário não é animador, ainda mais porque inclui duas páginas de publicidade do Governo do Estado e um anúncio pequeno do governo federal. Esse resultado é mais uma demonstração da crescente fraqueza do mercado publicitário do Rio de Janeiro e do estado da economia, segundo me disseram vários publicitários. E eles confirmam: a coisa está realmente preta no Rio.


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Um outro jeito de contar medalhas


1. E se o número de medalhas olímpicas fosse comparado com a população de cada país? Bahamas, com 300 mil habitantes, ganhou duas medalhas, mas vamos deixá-la ‘hors concours’ e levar em conta apenas países com mais de um milhão.


Com esse critério, um milhão de estonianos levariam o primeiro lugar com três medalhas (uma de prata, duas de ouro), seguidos por Austrália e Cuba, com o mesmo índice de 2,45 medalhas por milhão de habitantes. Depois teríamos Letônia (duas medalhas por milhão), Jamaica (1,66), Bielorússia e Bulgária (1,5) e Eslováquia (1,2). Estados Unidos (103 medalhas para 290 milhões), China (63 medalhas para 1bi 300 milhões) e Rússia (93 para 145 milhões) ficariam bem para trás.


2. Se a União Soviética ainda existisse, os EUA, com 103 medalhas, estariam amargando séria derrota. O velho império comunista teria levado 162 (Rússia 92, Ucrânia 23, Bielorússia 15, Geórgia 4, Usbequistão 5, Lituânia 3, Azerbaijão 5, Letônia 4, Cazaquistão 8, Estônia 3).’



Blue Bus

‘O que acontece no JB’, copyright Blue Bus, 27/8/04

‘Segundo as informaçoes do Sindicato do RJ distribuidas esta noite, o Jornal do Brasil, em situaçao insustentavel, está demitindo 80, sendo mais de 30 só na redaçao no Rio, para cumprir um projeto de Nelson Tanure de que a Gazeta Mercantil, também sua controlada, passe a responder por todo o material da editoria de Economia. Nao ha ainda, no entanto, numero fechado de demitidos. Segundo o vice presidente Paulo Marinho informou ao Sindicato, o JB precisa, na verdade, reduzir, de R$ 13,5 milhoes para R$ 10,5 milhoes, suas despesas totais mensais. Uma assembléia com a presença de todos os jornalistas do JB está sendo convocada para as 13:00, na sede do sindicato.’



Comunique-se

‘Demissão em massa no JB, GZM e InvestNews’, copyright Comunique-se, 26/8/04

‘O Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e InvestNews devem demitir, juntos, 80 funcionários das redações espalhadas pelo país, mas a maioria dos cortes ficará concentrada no JB. Foi o que disse o vice-presidente do Jornal do Brasil, Paulo Marinho, em reunião com o presidente e a vice-presidente eleitos do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio, Aziz Filho e Janice Caetano, na tarde desta quinta-feira (26/08). Segundo uma das fontes do Comunique-se, as demissões não vão atingir São Paulo.

Aziz contou à nossa redação que, segundo Paulo Marinho, o objetivo da empresa é reduzir a folha de pagamentos em R$ 1,100 milhão. ‘O cálculo está em torno de 80 jornalistas no total, sendo que só no JB nós, do sindicato, calculamos entre 30 a 40 pessoas. Estagiários também serão cortados’, disse o presidente eleito da entidade.

Ainda segundo Aziz, as editorias de Economia e de Internet do JB serão extintas. ‘Eles estão planejando que o pessoal da Gazeta produza as matérias. Também estão procurando uma outra empresa para escrever sobre esportes. O Paulo citou como exemplo o Lance!’.

Os critérios para demissão, de acordo com o que foi dito a Aziz, são salários e a sinergia que se pretende fazer com a Gazeta Mercantil.

O SJMRJ reuniu no saguão do prédio do JB, localizado no Centro do Rio, funcionários da redação para informar que a área jurídica da entidade vai dar início às ações na Justiça, já que a maioria está registrada como pessoa jurídica e não tem direito a FGTS, férias etc.

O Comunique-se ainda não conseguiu falar com Paulo Marinho, que está em reunião.’

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‘JB, GZM e InvestNews têm menos 64’, copyright Comunique-se, 27/8/04

‘Sessenta e quatro demitidos no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e InvestNews – 28 só no JB Rio e quatro na sucursal do diário em Brasília. Esse número corresponde a R$ 1,100 milhão da folha de pagamentos das empresas que pertencem ao empresário Nelson Tanure. O vice-presidente do Jornal do Brasil, Paulo Marinho, chegou a dizer ao presidente do Sindicato do Rio, Aziz Filho, que as demissões poderiam chegar a 80 nas redações das três empresas espalhadas pelo país.

Em assembléia realizada no início da tarde desta sexta-feira (27/08), jornalistas e sindicato decidiram realizar uma nova reunião na próxima segunda (30/08), às 11h, quando também será feita uma manifestação, às 15h, na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio, dando início a um movimento nacional do SJPMRJ, que vai pedir apoio da Federação Nacional de Jornalistas, da Associação Brasileira de Imprensa e dos sindicatos de todo o país.

‘Vamos tentar barrar o empresário Nelson Tanure, que tem a intenção de comprar os Diários Associados para implantar o que ele chama de ‘sinergia das empresas’, como ficou claro com a recente decisão de acabar com a editoria de Economia do Jornal do Brasil, que deverá ser produzida pelo pessoal da Gazeta Mercantil’, disse Aziz Filho, presidente eleito do sindicato do Rio. Segundo o dirigente sindical, estão na mira de Tanure o Correio Braziliense, Estado de Minas, Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco.

Aziz declarou que o objetivo de Tanure é ‘uma ameaça nacional aos empregos’ e que ‘corremos o risco de ter muitos jornais no Brasil com o mesmo conteúdo’.

Ele contou que a redação da Gazeta continua se recusando a fornecer conteúdo para o Jornal do Brasil e que nesta sexta-feira a direção está passando uma lista para que os funcionários assinem abrindo mão do 13º salário. ‘A direção também anunciou que a partir de agora os funcionários terão que pagar 45% do plano de saúde’.

O Comunique-se tenta, insistentemente, desde esta quinta-feira, conversar com Paulo Marinho, que ainda não retornou nossas ligações.’

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‘Jornalistas se recusam a produzir para Economia do JB’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 30/08/04


‘Em assembléia realizada na manhã desta segunda-feira (30/08) no Sindicato da categoria no Rio, jornalistas do Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e InvestNews decidiram que não vão produzir matérias para a editoria de Economia do JB. Quase 100% dos jornalistas das redações do Rio participaram da manifestação. Segundo o presidente eleito do SJPMRJ, Aziz Filho, na última sexta foram remanejados profissionais de outras áreas para fechar as reportagens de Economia porque quem pertence à GZM se recusou a fazê-lo.


Uma manifestação está marcada para 15h desta segunda, na Avenida Rio Branco, em frente ao número 110, no Centro do Rio, dando início a um movimento nacional contra a sinergia de empresas que o empresário Nelson Tanure, proprietário dos veículos, pretende fazer, segundo o sindicato.


O Comunique-se continua tentando conversar com Paulo Marinho, vice-presidente das empresas.’



ISTOÉ EM CRISE

Comunique-se


‘ISTOÉ demite em São Paulo e Brasília’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 30/08/04


‘A revista ISTOÉ promoveu cortes nas redações de São Paulo e Brasília, além daqueles que já tinham sido feitos no Rio de Janeiro. Segundo fontes, na capital brasileira foram demitidos dois repórteres e dois fotógrafos. Já em São Paulo, estariam se despedindo da publicação 15 pessoas da redação, entre repórteres, editores, secretárias, e outros profissionais.


O Comunique-se não conseguiu falar com o diretor de redação, Hélio Campos Mello, até o fechamento desta nota.’



TANURE vs. DANTAS
Jornal do Brasil

‘Dantas responderá por calúnia’, copyright Jornal do Brasil, 30/8/04

‘O banqueiro Daniel Dantas, sócio fundador do grupo Opportunity, deporá, como réu, dia 10 de outubro, em processo criminal de denunciação caluniosa, aberto pela juíza substituta da 5ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Juliana Kalischten. A ação penal, proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, surgiu a partir de reabertura de um processo arquivado em junho de 2002, a pedido do vice-presidente do Jornal do Brasil, Paulo Marinho. Neste processo, Daniel Dantas fez contra Marinho e Nelson Tanure, presidente do JB, acusações falsas ‘consciente e voluntariamente’, na avaliação da promotora de Justiça Dora Beatriz Costa, que provocaram uma investigação do MP. Embora a iniciativa tenha sido de Marinho, trata-se de uma ação penal pública em que o Ministério Público se coloca como o principal ofendido. A pena prevista para o crime de denunciação caluniosa é de dois a oito anos de prisão.

Daniel Dantas, que está sendo investigado pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, sob suspeita de mandante de grampos e interceptação de e-mails, através da empresa Kroll, que chegaram ao primeiro escalão do Governo, pode ainda ser envolvido em outro processo decorrente de queixa-crime, também de Paulo Marinho, acatada pelo chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Álvaro Lins. Ele designou a delegada de repressão a crimes de informática, Andrea Menezes, para presidir o inquérito que investiga a autoria de crime de interceptação, referente ao grampo sofrido, em 2001, por Marinho. Naquela época, o empresário teve suas conversas, em seu telefone particular, gravadas em operação de investigação de crimes do narcotraficante Fernandinho Beiramar, a pedido do delegado Ricardo Domingues, recentemente condenado por crime de tortura e expulso da polícia.

Advogados de Paulo Marinho, Raphael Mattos e Ary Berger, explicam que, de acordo com a legislação brasileira, um grampo telefônico deve ser feito em 15 dias. Se, neste período, for constatado que não há envolvimento, a Justiça deve ser avisada e o grampo suspenso. Foi bem diferente o que aconteceu:

– O telefone de Paulo Marinho foi inserido nas investigações por denúncia anônima. Houve falsidade no pedido de interceptação do telefone e foi descumprido o prazo legal. Para culminar, as fitas do grampo, ao invés de inutilizadas por não conterem prova alguma contra o empresário, foram vazadas para a imprensa – afirma Mattos.

Na base tanto do grampo quanto da denúncia caluniosa pode estar a guerra que o grupo Opportunity trava com várias outras empresas pelo controle de companhias de telefonia privatizadas pela União. Guerra que também é o pano de fundo para os grampos e interceptações feitos pela Kroll.

Na denúncia, considerada falsa pela promotora Dora Beatriz Costa e transformada em processo na 5ª Vara Criminal, Daniel Dantas acusa Paulo Marinho e Nelson Tanure de terem feito ameaças, supostamente representando a TIW- que disputava com o Opportunity o controle da Telemig Celular e da Tele Norte Celular – e o empresário Luiz Roberto Demarco que move ação judicial de indenização contra o Opportunity nas Ilhas Cayman.

Na contratação da Kroll, a vítima foi a Telecom Itália que disputa com Daneil Dantas a retomada do controle da Brasil Telecom.’