Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ Folha de S. Paulo
Sexta-feira, 19 de janeiro de 2007
MÍDIA & CAPITAL EXTERNO
Promotor investiga se jornal tem controle de portugueses
‘Diretor diz que ‘Destak’ obedece à lei brasileira
‘O Ministério Público do Estado de São Paulo investiga eventual irregularidade na administração do jornal ‘Destak’, lançado em julho do ano passado em São Paulo.
A investigação atende a um pedido da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), que levantou a possibilidade de o jornal ser dirigido por estrangeiros, o que é proibido pela legislação.
O artigo 222 da Constituição Federal prevê que ao menos 70% de uma empresa jornalística pertençam a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos. A gestão, diz a lei, também cabe a brasileiros.
No caso do ‘Destak’, 70% das ações pertencem ao empresário André Jordan, brasileiro naturalizado há mais de dez anos, e 30% são de dois grupos portugueses.
O que chamou a atenção da ANJ foi o fato de o conselho de administração ser dominado por estrangeiros: são seis portugueses, que moram em Portugal, e um brasileiro.
O ‘Destak’, que alega ter uma tiragem de 200 mil exemplares, é distribuído de forma gratuita na cidade de São Paulo. A publicação não é auditada pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC).
O sócio majoritário, André Jordan, não integra o conselho de administração. Os conselheiros portugueses são ligados aos sócios minoritários: o Cofina, maior grupo de mídia impressa de Portugal, e o Metro News, que lançou o ‘Destak’ em Lisboa.
A eventual ilegalidade será apurada pelo promotor de Cidadania Túlio Tadeu Tavares.
O diretor editorial do ‘Destak’, Fábio Santos, disse que só se pronunciará sobre o caso após prestar esclarecimentos ao promotor. Disse, porém, que o jornal ‘foi constituído e opera no cumprimento rigoroso da lei e da Constituição do país’.’
MEMÓRIA / ART BUCHWALD
Richard Severo
Morre o humorista político Art Buchwald
‘DO ‘NEW YORK TIMES’ – O jornalista americano Art Buchwald, que zombou da insensatez dos ricos, famosos e poderosos por meio século e se tornou o colunista de humor mais lido de sua era, morreu na noite de quarta-feira, em Washington, aos 81 anos. A causa foi falência geral dos rins.
A coluna de Buchwald se tornou hábito cotidiano para uma ou mais gerações de leitores, especialmente para os políticos que ele costumava atazanar. Sua vida foi uma prova de humor diante do sofrimento, com capítulos em Paris, Washington e outros pontos do planeta.
Talvez nenhum ano da vida de Buchwald tenha sido mais notável do que o último. Em fevereiro de 2006, os médicos informaram que só lhe restavam algumas semanas de vida. ‘Decidi me internar, e desaparecer discretamente’, escreveu ele, três meses depois. ‘Por motivos que nem os médicos foram capazes de explicar, meus rins continuaram funcionando’.
Ele continuou a escrever sua coluna, e até publicou um livro no fim de 2006, ‘Too Soon to Say Goodbye’ (cedo demais para dizer adeus), mantendo o humor mesmo ao refletir sobre a morte, que sentia próxima.
Buchwald tinha leitores entusiásticos dos dois lados do Atlântico. Em seus primeiros anos de trabalho, se tornou o americano em Paris favorito para grande número de leitores, devido à sua coluna para a edição européia do ‘New York Herald Tribune’. Quando voltou da Europa para assumir uma nova coluna, dessa vez em Washington, conquistou popularidade ainda maior. No pico de sua popularidade, a coluna saía em mais de 500 jornais.
Um de seus maiores prazeres era criar ou estimular controvérsia, sempre com vigor, mas nunca com maldade. O mundo era louco, dizia, e seu trabalho era simplesmente um registro daquilo que via. Buchwald demonstrou tanta competência como observador que recebeu um prêmio Pulitzer em 1982.
No cenário mundial, ele via o teatro do absurdo, e fez um esforço para mergulhar nele. Visitou a Iugoslávia para perseguir cabras, foi à Turquia à procura de um banho turco, e descreveu seu espanto ao ser informado pelos turcos de que não existia nada parecido por lá.
Durante a Guerra Fria, marchou com mísseis e tanques em uma parada de 1º de Maio em Berlim Oriental. Em outra ocasião, alugou uma limusine com chofer para viajar pela Europa Oriental. Queria que as pessoas da região soubessem, aludindo a seu físico robusto, ‘que cara tem um capitalista inchado e plutocrático’.
‘O humor de sua coluna não era do tipo que provoca gargalhadas’, disse o amigo Ben Bradlee, editor do ‘Washington Post’ na época de Watergate, ‘mas ele sempre nos trazia um sorriso aos lábios’. Tradução de PAULO MIGLIACCI’
TECNOLOGIA
Brasil tem iPod mais caro do mundo, diz pesquisa
‘Aparelho custa US$ 328 no país, US$ 105 a mais do que o do 2º colocado, a Índia
O Brasil é o lugar mais caro do mundo para se comprar um iPod nano. No país, o aparelho da Apple custa US$ 327,71, muito acima dos US$ 222,27 cobrados na Índia, o segundo pior colocado no ranking. O país mais barato é o Canadá, onde ele custa US$ 144,20.
Em 11 países, o preço do iPod é mais barato do que na China, onde são fabricados os aparelhos e, portanto, o custo do frete é zero. No país asiático, ele custa US$ 179,84. Os Estados Unidos são o quarto país mais barato: US$ 149,00.
Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Commonwealth Bank, da Austrália. A instituição usou o iPod Nano de 2 gigabytes para comparar moedas mundiais e o poder de compra em 26 países.
Procurada pela Folha para explicar o porquê de o Brasil liderar o ranking, a assessoria de imprensa da Apple disse que a empresa não se pronunciaria sobre o assunto.
Índice iPod
A intenção da pesquisa da instituição australiana é criar um concorrente ao índice Big Mac, criado há 20 anos pela publicação britânica ‘The Economist’. O levantamento da revista calcula a relação entre o preço do sanduíche do McDonald’s nos Estados Unidos e o seu valor em dólares em determinado país -o percentual resultante dá uma medida da relação entre as duas moedas.
Para o Commonwealth Bank, o índice iPod é muito mais preciso do que o Big Mac. Segundo a instituição, o levantamento que leva em conta o aparelho da Apple tem menos chances de sofrer distorções pelos custos e tarifas locais do que o seu rival.
‘A principal diferença entre o iPod e o Big Mac é que os sanduíches são feitos numa série de países, enquanto os iPods são fabricados em sua maioria na China’, disse o economista-chefe do Commonwealth Securities, Craig James.
‘Assim, um iPod nano deveria, de maneira geral, ter o mesmo preço em qualquer lugar do mundo. Se houver diferenças substanciais de preço, os consumidores comprarão em outros países, especialmente com o poder oferecido pela internet’, complementou James.
O economista afirmou que os resultados sugerem que a moeda norte-americana tem espaço para crescer contra uma série de importantes divisas. As exceções são os dólares de Hong Kong e do Canadá e o iene japonês.
A paridade do poder compra compara os preços de produtos em diferentes países e ajuda a mostrar, no mínimo, se uma moeda está desvalorizada em relação a outra.
Entretanto, os resultados podem ser influenciados por diferentes políticas de preços que a Apple pode aplicar em partes distintas do mundo, afirmou James. ‘Os resultados do índice iPod não fazem a alegria dos responsáveis por política monetária dos EUA. Eles querem que o yuan se aprecie, e não caia em relação ao dólar’, disse o economista. A comparação também sofre influência dos tributos, como o Imposto de Importação cobrado no Brasil.’
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Vendas de PCs crescem 9,5% no ano passado
‘DA FRANCE PRESSE – As vendas mundiais de PCs se expandiram 9,5% em 2006, com 239 milhões de computadores negociados, segundo a consultoria Gartner.
As norte-americanas HP e Dell continuaram a liderar o mercado no ano passado, com fatias de 15,9% cada uma. Em relação ao último trimestre, porém, a HP superou a rival, com participações de 17,4% e 13,9%, respectivamente.
As vendas mundiais da HP subiram 23,9% nos últimos três meses do ano passado em relação ao mesmo período de 2005. Já as da Dell caíram 8,7%.
A chinesa Lenovo ficou em terceiro lugar no quarto trimestre, seguida por Acer e Toshiba.’
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Skype deve ter plano para ligação feita no Brasil
‘O Brasil será um dos 24 países que participarão do novo plano de ligações domésticas do Skype, o serviço de telefonia pela internet, de acordo com a Associated Press.
Pelo novo serviço, chamado de Skype Pro, o usuário pagará uma mensalidade de 2 e uma taxa de cerca de 0,039 por cada ligação. Em compensação, ele poderá ligar para telefones fixo e celular do mesmo país em que mora sem ter que pagar os minutos falados, apenas a taxa inicial.
O serviço também terá outras vantagens, como secretária eletrônica grátis. O Skype não anunciou a data do lançamento, mas a novidade já tem site: www.skype.com/products/skypepro/.
A empresa anunciou ontem a redução dos custos das ligações para países como Israel, República Tcheca e Hungria’
TELECOMUNICAÇÕES
Teles em TV paga ameaçam a competição, dizem operadoras
‘A entrada de empresas de telefonia fixa no mercado de TV por assinatura do país prejudicará a concorrência no setor de telecomunicações a longo prazo. Essa é uma das conclusões de estudo da consultoria Frost & Sullivan realizado a pedido da ABTA (Associação Brasileira de TVs por Assinatura).
O estudo, com base em experiências em sete países, insere-se em uma disputa entre as teles fixas e as empresas de TV por assinatura.
Em jogo está a ‘última milha’, ou seja, a conexão até a casa do consumidor e a possibilidade de oferecer serviço de voz (telefonia), acesso à internet e conteúdo de TV (por assinatura) em um mesmo pacote a clientes de renda elevada -perfil de quem tem TV paga no país.
Em 2006, Telemar e Telefônica adquiriram operações de TV por assinatura.
Apesar de gerar benefícios como a queda dos preços, a entrada ‘prematura’ das teles fixas no setor colocaria em risco a sobrevivência das operadoras de TV, diz o estudo. Uma das razões é que tais empresas dependem ‘excessivamente’ das receitas provenientes da TV paga.
Ameaçadas em seu ‘ganha pão’, as empresas de TV por assinatura não teriam condições de se fortalecer para atuar com serviços de banda larga e telefonia fixa, o que prejudicaria a concorrência do setor como um todo.
A ABTA pede a abertura gradual do segmento e medidas como compartilhamento de rede para incentivar a competição no setor.
O outro motivo que ameaçaria as operadoras é que, no Brasil, elas são proporcionalmente menores do que as teles do que nos países analisados, exceto a Itália. Esse fato fortaleceria o argumento da ABTA de que as empresas ainda não estão preparadas para concorrer com as teles.
O entendimento é contestado pelo presidente da Abrafix (associação que reúne as teles fixas), José Fernandes Pauletti. ‘Não entendo esse argumento de que, se entra mais empresa, acaba com a concorrência. É exatamente o oposto’, disse.’
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Telecomunicações 2: Telemar aciona Anatel sobre Way Tv
‘A Anatel vai ter que explicar à Justiça, até o dia 25, a demora para decidir sobre o pedido de aprovação prévia para que a Telemar assuma o controle acionário da Way TV, empresa de TV a Cabo de Belo Horizonte. Em um leilão público, a Telemar comprou a Way TV por R$ 132 milhões em julho.’
TELEVISÃO
Boris Casoy volta à TV na CNT
‘Boris Casoy assinou contrato com a rede CNT. Afastado da televisão desde dezembro de 2005, quando saiu da Record, deverá voltar ao ar em março.
O jornalista irá ancorar um telejornal de segunda a sexta, das 22h às 23h 22h. O nome provisório é ‘Telejornal do Brasil’, e o público-alvo, das classes A e B.
Na nova emissora, deverá ter liberdade para manter seu tom crítico, que criou o bordão ‘Isso é uma vergonha’, repetido por ele no SBT, onde trabalhou durante nove anos (‘TJ Brasil’) e na Record, de 1997 a 2005 (‘Jornal da Record’ e ‘Passando a Limpo’).
Em razão do horário, quando a maior parte do telespectador já tomou conhecimento das notícias do dia, seu programa terá um tom mais analítico.
A direção será de Dácio Nitrini, que já atuou como diretor de tejornais de Casoy.
A rede paranaense CNT, pertencente à família Martinez, passou a ser administrada por Nelson Tanure. Deverá ter o nome alterado para TV JB, referência ao diário carioca ‘Jornal do Brasil’, que o empresário comanda, além do paulistano ‘Gazeta Mercantil’.
Atualmente em São Paulo, a CNT pode ser sintonizada pelo canal 26 UHF ou por operadoras de televisão por assinatura.
A TV Record rescindiu contrato com Boris Casoy em dezembro de 2005 para criar na emissora um ‘clone’ do ‘Jornal Nacional’. Era mais um passo na estratégia de, em busca de audiência, copiar a programação da Globo. Deixou para trás o tom crítico do âncora, que apresentou o ‘Jornal da Record’ durante oito anos para colocar no ar um jornal menos editorializado. O governo teria reclamado da cobertura dada a temas desgastantes para o Planalto, como o caso Celso Daniel e a CPI do Banestado. Governo e emissora negam.’
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O Estado de S. Paulo
Sexta-feira, 19 de janeiro de 2007
SUCESSÃO NA CÂMARA
Aldo, Chinaglia e Fruet farão debate na TV Câmara
‘Os três candidatos à presidência da Câmara dos Deputados vão se enfrentar em debate na TV, inaugurando uma nova forma de disputa na Casa. Aldo Rebelo (PC do B-SP), Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR) já confirmaram participação no encontro, que será transmitido pela TV Câmara. Ao anunciar o debate, Aldo, atual presidente da Casa, afirmou que essa será uma maneira de os concorrentes discutirem as idéias e as propostas para os dois anos de mandato à frente da instituição.
A data ainda não está definida, mas o embate deve ocorrer já na próxima semana. As regras e o formato do debate também não estão detalhados, o que deve ser feito pelos candidatos e por seus assessores.
Com aparente vantagem na disputa, Chinaglia corre o risco de ser o mais prejudicado no debate. Sua candidatura é a que remete ao escândalo do mensalão, a começar por ser ele do PT, o que deve colocá-lo na mira de pedidos de explicação sobre o caso. Seu favoritismo, porém, é ameaçado pela recente candidatura de Fruet, que acarretou uma debandada de tucanos que antes apoiavam o petista.
‘O debate é importante como forma de mostrar as contradições da Casa e os caminhos que podem ser adotados’, adiantou Fruet. Chinaglia, por sua vez, declarou não temer cair em eventuais ‘armadilhas’ de seus adversários.
O candidato tucano defendeu também a participação da população nas discussões sobre a escolha do presidente da Casa. Ele disse que os eleitores deveriam enviar mensagens a seus deputados para eles se posicionarem a favor de uma pauta positiva para a Câmara.
Fruet adotou uma campanha que, além de buscar os votos dos parlamentares, pretende atingir a opinião pública. Até mesmo a idéia de realizar o debate só surgiu depois que o grupo da terceira via o lançou.
O tucano propôs ampliar a discussão para além dos limites do Congresso e discutir temas que dizem respeito ao País. Entre as ações que pretende tomar nessa linha estão encontros com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). ‘A Câmara não pode falar só para seu umbigo.’
CRÍTICA
De Fruet, que foi atuante na CPI dos Correios e integrou o Conselho de Ética, é esperada a campanha mais crítica entre seus adversários, até por ser o representante da oposição e, dessa forma, ser visto como o nome independente do Planalto. Ontem, ele condenou a maneira como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trata a sucessão na Câmara.
Anteontem, Lula justificou o fato de não ter tomado partido de algum dos candidatos de sua base governista na disputa pela presidência da Casa dizendo que Aldo e Chinaglia são como seus filhos. No ano passado, no entanto, quando começaram as articulações para escolher o sucessor na Câmara, o presidente era a favor da reeleição de Aldo. A situação mudou após a entrada de um petista na corrida.
‘A relação com o Congresso não pode ser familiar, mas de respeito’, acusou o tucano. Fruet também criticou o fato de Lula estar esperando a eleição dos presidentes das duas Casas do Congresso para fazer a reforma ministerial.
‘Isso é uma distorção. Passa a impressão de que é para premiar aliados fiéis ou compensar aliados derrotados. Essa vinculação é um sinal muito negativo’, afirmou o candidato do PSDB. ‘A conseqüência disso é a falta de autonomia e de independência do Legislativo, que é tratado como se fosse um órgão do Executivo’, completou Fruet.’
BBB RACISTA
‘Big Brother’ perde patrocínio por racismo
‘A empresa de telefonia britânica Carphone Warehouse suspendeu ontem seu patrocínio ao programa Celebrity Big Brother na Grã-Bretanha por causa das acusações de que a atriz indiana Shilpa Shetty estaria sendo vítima de racismo. A decisão foi tomada depois de protestos na Índia contra o programa, no qual algumas participantes se referem a Shilpa como ‘cadela’ e zombam de seu sotaque. O Canal 4 informou que manterá o Big Brother no ar.’
MEMÓRIA / ART BUCHWALD
Humor perde o mestre da sátira Art Buchwald
‘Colunista morre dormindo, aos 81 anos, em sua casa em Washington
Ele costumava dizer que morrer é fácil. Difícil é estacionar em Washington. Bom, pelo menos Art Buchwald não precisa mais estacionar. O humorista norte-americano, cronista do jornal Washington Post, morreu na quarta-feira aos 81 anos de insuficiência renal, em sua casa, enquanto dormia. Buchwald, sempre brincalhão, dizia que só temia morrer no mesmo dia de Fidel, com receio de que a mídia reservasse mais espaço ao dirigente cubano.
A última brincadeira do humorista, que assinou por mais de meio século uma coluna no Washington Post, foi anunciar sua morte numa entrevista-necrológio filmada em vídeo e que circula pela internet. ‘Olá, sou Art Buchwald e acabo de morrer’, diz na entrevista o humorista, que escreveu mais de 30 livros, entre eles o recente Too Soon to Say Goodbye (Cedo Demais para Dizer Adeus), publicado pela Random House em 2006. Bem, o certo é que alguém lá em cima não concordou com o título e achou que Buchwald já estava fazendo hora extra aqui na Terra. Menos Luís Fernando Verissimo, que lamentou a perda: ‘Art Buchwald era um homem que tinha grande prazer pelas coisas da vida e soube transmitir esse prazer para o seu público’.
Nascido no estado de Nova York em outubro de 1925, Buchwald começou sua carreira nos anos 1940, quando passou a assinar colaborações em revistas como a Variety, para a qual trabalhou como correspondente em Paris. Associada automaticamente a seu nome, Paris entrou na vida de Buchwald com um cheque de US$ 250 que recebeu de bônus de guerra. Com esse dinheiro ele comprou uma passagem só de ida e, quando a grana acabou, começou a escrever. Em 1949, o New York Herald Tribune começou a publicar sua coluna Paris After Dark, leitura obrigatória no meio intelectual. Buchwald voltou aos EUA em 1962.
Detentor do prêmio Pulitzer, o humorista era publicado por 300 jornais em todo o mundo. Sua veia satírica não poupou principalmente os políticos. Buchwald, com problemas renais, recusou-se a fazer diálise e teve uma perna amputada em fevereiro do ano passado.’
TELEVISÃO
Band quer conquistar jovens
‘A Band aproveita a parceria feita com a Globo para os eventos futebolísticos e continua sua aposta nos esportes. Nesta segunda-feira, às 20h15, estréia na emissora a revista Band Esporte Clube, que faz parte de sua safra de novos programas esportivos. O programa abordará futebol, mas também outros esportes, radicais ou não.
Segundo a diretora-geral de Programação da Band, Elisabeta Zenatti, a proposta da atração é ‘ser um programa esportivo, mas que amplia os horizontes do esporte. Além da pura notícia, teremos comportamento e estilo de vida’, explica.
A revista será voltada ao público jovem, conquistado nos últimos dois anos nessa faixa de horário. Não por acaso, a escolha dos apresentadores atende a essa demanda: Luize Altenhofen, que sai do SporTV, e Guilherme Arruda.
‘Eles abordam todos os assuntos relacionados ao esporte com grande paixão porque são esportistas natos. Eles vão pesquisar e experimentar novos esportes’, conta Elisabeta. Só para constar: Luize é formada em educação física, surfa, faz pilates e luta boxe. E Guilherme pratica triatlo com freqüência.
O programa terá um ar jovem e descolado, a começar pelo cenário, um loft de tijolos com obras de artistas plásticos focadas no universo do esporte.
O programa fará ainda incursões pelo mundo da arte e da música, sempre relacionadas ao esporte. No quadro Eles também Gritam Gol, um músico assistirá a um jogo de seu time e fará uma música em sua homenagem. Outra idéia é pedir para que atletas criem uma obra de arte para ser exposta no programa.
O público poderá dar palpites e acompanhar as novidades do esporte por meio de um blog e também mandar fotos e vídeos para a revista eletrônica, que vai ao ar de segunda-feira a sábado.
Curtas
Premiada com o Emmy de melhor série de comédia em 2006, The Office chega esta semana em DVD.
A partir do dia 22, o Jornal Hoje, da Globo, apresentará uma série de reportagens sobre gastronomia em diferentes cidades e mostrará ao público os mercados municipais de São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e Florianópolis.
O Hallmark Channel reprisará a minissérie Elizabeth I, ganhadora de três prêmios Globo de Ouro. A atração, em dois capítulos, será exibida amanhã, às 22 horas, e no dia 21, à 0h10.’
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