Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Justiça mantém a
censura ao Caso Kroll

Os jornais continuam em clima de fim de ano, com edições magras e poucas notícias. Só nesta terça-feira, por exemplo, noticiaram a morte da professora Gilda de Mello e Souza, ocorrida no sábado, em São Paulo. Gilda era mulher do crítico Antonio Cândido e também importante crítica de literatura.


Além do obituário de Gilda, o destaque do dia está na Folha de S. Paulo, que informa o indeferimento pelo desembargador André Custódio Nekatschalow, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, do pedido de liminar em mandado de segurança impetrado pela Empresa Folha da Manhã para que fosse determinada a imediata restituição do direito de a FolhaOnline veicular informações sobre o Caso Kroll, que envolve o banqueiro Daniel Dantas, as empresas Brasil Telecom, Telecom Italia e figuras do primeiro escalão do governo Lula, além da própria Kroll.


Também na Folha é possível ler a negativa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) sobre a denúncia de irregularidades envolvendo a Nossa Caixa e políticos tucanos.


No Estado de S. Paulo, destaque para uma reportagem traduzida do The New York Times sobre a decisão de Mortimer B. Zuckerman de descontinuar a revista Radar após apenas três edições. ‘Zuckerman, um magnata das publicações e do ramo imobiliário que é dono também do The Daily News e U.S. News & World Report, disse numa entrevista que a Radar não conseguira atrair uma quantidade de publicidade suficiente para se manter à tona. ‘O clima está difícil para começar uma revista, dadas as condições da publicidade nesta época do ano’, disse’, segundo a matéria publicada no Estadão. É mais um caso de crise de veículs impressos no mundo.


Leia abaixo os textos desta terça-feira, 27/12, selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 27 de dezembro de 2005


ALCKMIN SOB SUSPEITA
Sílvia Freire


Alckmin nega irregularidades na Nossa Caixa


‘O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse ontem que não tem ‘procedência’ a acusação de que a Nossa Caixa favoreceu deputados estaduais de sua base de apoio com veiculação de publicidade do banco.


‘Não tem nenhuma procedência essa história de [benefício a] deputados. A Nossa Caixa já prestou os esclarecimentos devidos’, disse o governador.


A Folha publicou ontem que o Ministério Público de São Paulo vai investigar supostas irregularidades nos contratos publicitários da Nossa Caixa.


Durante um ano e nove meses, o banco operou com as agências de publicidade Colucci & Associados Propaganda Ltda. e Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda. sem cobertura contratual.


Segundo denúncia anônima encaminhada ao procurador-geral de Justiça de SP, Rodrigo César Rebello Pinho, as agências sacariam dinheiro adiantado da verba de publicidade do Estado. O valor das contas era de R$ 28 milhões.


Ainda segundo a denúncia, deputados alinhados a Alckmin seriam beneficiados por meio de anúncios da Nossa Caixa em revistas e emissoras de rádios e de TV ligadas a eles.


Nossa Caixa


Em comunicado oficial enviado ontem à Folha, o presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, informou que, em junho deste ano, ao ser informado de que o contrato com as agências estava vencido desde setembro de 2003, determinou imediata abertura de uma sindicância interna para apurar a irregularidade e de procedimento licitatório para a contratação de agências.


Segundo a nota, a sindicância já apurou que não houve pagamento às agências sem efetiva prestação de serviços; os preços pagos foram compatíveis com o mercado ou menores; e não há indícios de favorecimento a parlamentar.


Ontem, o governador repetiu três vezes que foi a própria direção da Nossa Caixa que comunicou ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) que os contratos de publicidade estavam vencidos.


‘A Nossa Caixa, que é uma empresa pública, tinha um contrato de publicidade que venceu. Prorrogou esse contrato por um período. Quando o presidente da Nossa Caixa percebeu que não tinha mais a cobertura do contrato, ele imediatamente cancelou, abriu nova licitação. Ele comunicou o Tribunal de Contas e abriu sindicância’, disse Alckmin, que afirmou que os contratos de publicidade da Nossa Caixa não são acompanhados pela Secretaria de Comunicação do Estado.


O líder do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Renato Simões, irá pedir ao TCE a instalação de uma auditoria especial para investigar contratos irregulares da Nossa Caixa com agências de publicidade.


Alckmin, que já declarou que é pré-candidato à Presidência da República, esteve ontem em Praia Grande, na Baixada Santista (SP), para inaugurar a base aérea da Polícia Militar e lançar a Operação Verão, que deve reforçar o policiamento no litoral paulista.’


CENSURA À FSP
Frederico Vasconcelos


Juiz nega liminar pedida pela Folha


‘O desembargador André Custódio Nekatschalow, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, indeferiu o pedido de liminar em mandado de segurança impetrado pela Empresa Folha da Manhã para que fosse determinada a imediata restituição do direito de a FolhaOnline veicular informações sobre a ação criminal que envolve o banqueiro Daniel Dantas, as empresas Kroll, Brasil Telecom, Telecom Italia e figuras do primeiro escalão do governo Lula.


Nekatschalow despachou ontem, em período de férias. O mandado deverá ter o mérito julgado pela 5ª Turma do TRF-3, da qual também participam os desembargadores André Nabarrete, Suzana Camargo e Ramza Tartuce.


Nekatschalow entendeu que ‘não há agressão a direito da impetrante [Folha] que exija providência em caráter liminar’.


No mandado, a Folha manifesta seu inconformismo com a decisão do juiz Sílvio Luis Ferreira da Rocha, da 5ª Vara Criminal, que ordenou a retirada da internet de páginas que contivessem informações sobre o caso Kroll -espionagem supostamente encomendada por Daniel Dantas. Posteriormente, a juíza substituta, Margarete Sacristan, restringiu o alcance da medida e proibiu a divulgação do conteúdo de interceptações telefônicas e telemáticas e de documentos bancários e fiscais dos denunciados. A Folha também considerou essa medida ‘inadmissível’.


Segundo Nekatschalow, ‘objetiva-se preservar tão-somente o sigilo judicial de informações que foram conteúdo de interceptação telefônica e telemática, além de elementos bancários e fiscais’.


O desembargador entendeu que ‘não parece despropositado que a atividade jornalística deva respeitar o sigilo’. Segundo ele, ‘a decisão judicial não encerra censura ou ‘censura branca’, como afirmado na petição inicial’.


Para Nekatschalow, tratava-se de tornar ou não efetivo o sigilo dos autos. Ou seja, ‘poderia a autoridade impetrada quedar-se inerte e assistir a divulgação de informações sigilosas’ dos autos’. ‘Ao contrário, a autoridade optou por fazer valer, na medida do possível, o sigilo primordial [o sigilo dos documentos apreendidos e as interceptações], instando a impetrante a respeitá-lo’.


A Folha sustenta que a decisão da 5ª Vara Judicial é ‘uma tentativa de manipulação de fatos do passado’ e ‘uma decisão que impede a divulgação futura’.’


MEMÓRIA / GILDA DE MELLO E SOUZA
Aldo Pereira


Pesquisadora escreveu sobre arte, literatura e moda


‘‘Para ser escritora’, aconselhou Mário de Andrade à prima que entrava na adolescência, ‘você precisa melhorar sua cultura’.


Ele era 26 anos mais velho, já nome na literatura brasileira e, para Gilda, um ídolo e mentor intelectual. Baseado na própria visão que tinha da ‘Paulicéia Desvairada’, não teria pensado Mário de Andrade que, afora matérias acadêmicas, a moça deveria enriquecer sua reflexão com a experiência de dramas e paixões da vida? Pois, sem tal vivência, teria ele próprio podido criar, por exemplo, ‘Macunaíma’?


Mas talvez ele também intuísse que aqueles grandes olhos curiosos não eram feitos para perscrutar o mundo por outras janelas que não a dos livros e da introspecção, na atmosfera nebulosa e abstrata das idéias. Além do mais, ainda que ela não fosse tão recatada por temperamento, como era, decididamente certos conselhos seriam impróprios para mocinhas de família, no interior paulista da década de 1930.


Mesmo a vida acadêmica ainda não figurava, na época, entre as preferidas vocações femininas. Mas, para Gilda, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas era, pelo nome, o caminho mais plausível rumo à carreira de escritora, na qual sonhava criar sabe-se lá quais romances.


Ritos de passagem


O redemoinho de idéias do ambiente universitário renovaria nela a visão do mundo e de si mesma. Na área de ciências humanas da Universidade de São Paulo fervilhavam teses, doutrinas e propostas que iriam ser decisivos na renovação do pensamento sobre a formação do país e na compreensão de seus problemas.


Mesmo bacharelada e licenciada em filosofia, em 1940 Gilda ainda não se definira como acadêmica. Chegou a publicar contos na revista ‘Clima’, referência de jovens intelectuais paulistas, como Paulo Emílio Salles Gomes e Décio de Almeida Prado, na primeira metade da década de 1940. Nesse grupo, ela conheceria o crítico Antonio Candido, com quem se casou em 1943. Mais e mais, contudo, ela se distanciava da ficção literária para envolver-se na produção e docência acadêmicas.


Fez opção definitiva naquele mesmo ano, ao assumir o cargo de assistente do sociólogo francês Roger Bastide, na cadeira de Sociologia 1 da USP.


Em meados dos anos 50, Gilda foi convidada por Cruz Costa para assumir o ensino de estética dentro da cadeira de Filosofia Geral. Aceitou. Foi nessa área que se projetou como intelectual e docente, tornando-se logo uma referência da faculdade na USP.


Em abril de 1969, poucos meses depois do AI-5, ela viria a assumir a direção do departamento de filosofia. Aceitou o cargo num momento extremamente delicado, quando a ditadura radicalizou a repressão e alguns dos nomes mais importantes da faculdade, como José Arthur Giannotti e Bento Prado Jr., foram cassados.


No início dos anos 70, Gilda criou a revista ‘Discurso’, publicação do departamento de filosofia que se tornaria logo referência nacional. Em 1972, ela se despediu da docência com uma aula sobre seus mestres franceses. O texto, intitulado ‘A Estética Rica e a Estética Pobre dos Professores Franceses’, foi publicado no livro ‘Exercícios de Leitura’. Nele, a ensaísta trata da influência que tiveram na formação da USP professores e intelectuais como Jean Maugüe, Lévi-Strauss e Bastide.


Um estudo pioneiro


O parentesco algo remoto de Gilda de Mello e Souza com Mário de Andrade (primo do pai dela) pode ter tido alguma influência na atenção que Bastide lhe concedia. Mas essa é uma conjectura gratuita quando se considera o mérito próprio da tese de doutoramento ‘A Moda no Século 19’, que Bastide orientou e ela defendeu em 1952, sete anos após a morte de Mário de Andrade. Mais plausível é que os três se atribuíssem créditos advindos de afinidades e atuação no mesmo fórum intelectual.


Apesar de vários teóricos haverem precedido Gilda no tratamento do assunto, em 1952 muitos intelectuais o desdenhariam como frívolo. Mas Gilda incorporou no trabalho o depoimento incidental de grandes nomes da literatura mundial e brasileira. Obteve então, desse material, um retrato dinâmico da roupa, não expresso na representação estática das fotografias e nos juízos baseados nelas.


Implicitamente, a tese de Gilda marcava sua renúncia às pretensões de uma carreira literária emulada pela do primo célebre. Agora, o redemoinho não mais a soltaria na corrente em que sonhara aventurar-se.


Aldo Pereira é jornalista e já exerceu cargos de direção e chefia em diversos jornais e revistas.’


Folha de S. Paulo


Ensaísta Gilda de Mello e Souza morre aos 86


‘A professora de estética da USP, ensaísta e crítica de arte Gilda de Mello e Souza, uma referência para várias gerações de intelectuais brasileiros, morreu às 15h15 do último domingo, aos 86 anos. Segundo a família, estava internada no Hospital Albert Einstein havia cerca de duas semanas, onde também ocorreu o velório. Seu corpo foi cremado na manhã de ontem, no Crematório da Vila Alpina.


Nascida em São Paulo em 24 de março de 1919, Gilda de Mello e Souza era casada desde 1943 com Antonio Candido, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Ela deixa três filhas: Marina, Laura e Ana Luísa. A causa da morte foi embolia pulmonar, mas ela já tinha complicações neurológicas havia três anos.


Ela se formou em filosofia na própria USP, em 1939. Em 1941, participou da criação da revista ‘Clima’. Entre suas principais obras estão ‘O Tupi e o Alaúde’ (1979), um dos trabalhos centrais sobre Mário de Andrade, e ‘O Espírito das Roupas’, uma análise estética, psicológica e sociológica sobre a moda no século 19. Este ano, ela publicou ‘A Idéia e o Figurado’ (ed. 34/Livraria Duas Cidades), que reúne sua produção crítica mais recente, com ensaios sobre Mário de Andrade e Fred Astaire, entre outros temas.


A seguir, professores e críticos ouvidos pela Folha falam sobre a importância de Gilda de Mello e Souza:


Franklin de Mattos, professor titular de filosofia na USP – ‘Estou muito abalado. Ela foi uma extraordinária e fina ensaísta. Teve vários ensaios importantes. Como professora do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, teve uma influência grande na formação de várias pessoas como Otília Arantes, Jorge Coli, Nelson Aguilar, José Miguel Wisnick e eu mesmo.’


Modesto Carone, escritor e tradutor – ‘A morte de Gilda de Mello e Souza representou uma perda muito séria tanto do ponto de vista subjetivo como no plano da cultura paulista e brasileira. Dona Gilda foi uma professora de estética muito querida pelos seus alunos da USP. Foi também uma ensaísta de qualidade excepcional -basta lembrar ‘O Espírito das Roupas’ e ‘O Tupi e o Alaúde’-, além de uma escritora exemplar, cujo estilo (inclusive o dos contos) vem de longe, da geração ‘Clima’, à qual pertenceram Antonio Candido, Paulo Emílio Salles Gomes, Décio de Almeida Prado e tantos outros que marcaram fundo nossa vida intelectual.’


José Mindlin, empresário e bibliófilo – ‘Fomos amigos de uma vida inteira. É um casal extraordinário, um à altura do outro, ela e Antonio Candido. Parece lugar-comum falar em perda irreparável para literatura, mas é disto que se trata quando pensamos em sua competência como crítica literária.’’


FIM DE ANO / CRÔNICA
Carlos Heitor Cony


O papa e Herzog


‘Gostei da homilia proferida pelo papa durante a missa do Galo, na medida em que me entediei com seu pronunciamento, no dia seguinte, na praça do lado de fora, quando disse o óbvio, as coisas que todos dizem em datas festivas ou marcadas por alguma tragédia.


Fim do terrorismo, cordura, compreensão entre os povos, respeito à pessoa humana etc. Só faltou falar sobre o valerioduto e o aniversário da morte do Herzog. Bem, é da praxe. Nada trouxe de novo, nem sequer revelou o homem que agora é Bento 16.


Na missa foi diferente. Falou o professor, o intelectual que deu sua aula e, além disso, anunciou como será o seu pontificado à frente da instituição 20 vezes secular, a mais antiga da história.


O novo papa não é um daqueles vidrinhos das farmácias de homeopatia, onde cada frasco tem rótulo, coincidentemente, em latim, como o veterano ‘alium sativum’ que curava meus resfriados infantis. Dizer que é conservador equivale a dizer que Lula é corintiano e Oscar Niemeyer bravamente continua comunista -daí minha admiração por ele. Rótulos podem marcar o homem, mas não o definem.


Na homilia da missa do Galo, o papa Bento 16 mostrou-se vertical, recusando a horizontalidade que está transformando a igreja numa ONG poderosa, em nível mundial, mas que não vai além das preocupações pontuais da realidade, daquilo que chamam de ‘mundo moderno’, mundo que sempre foi moderno para cada geração que se sucedeu ao longo da história.


O papa centrou-se no belo texto de Lucas. Definiu didaticamente cada palavra, sobretudo ‘paz’, ‘luz’ e ‘pastor’. Foi a pastores nos campos da Judéia que a luz veio de cima, verticalizando a mensagem. Um pastor naquele tempo nem podia prestar testemunho nos tribunais, não era nada. Apenas vigiavam rebanhos, deviam ser vigilantes, estar vigilantes para qualquer anormalidade. E a anormalidade veio de cima, em forma de luz. Sem olhar para cima, o que nos sobra é olhar a careca do Valério e a barba do Lula.’


INTERNET
Folha de S. Paulo


Google pode vender ações da AOL em 2008


‘O site de buscas Google, que comprou 5% de participação na America Online na semana passada, pode vender suas ações a partir de julho de 2008, segundo documentos enviados pela empresa à SEC (Securities and Exchande Comission, órgão regulador dos mercados norte-americanos).


O Google pagou US$ 1 bilhão pela participação na AOL, que é uma subsidiária da gigante de mídia Time Warner. O acordo entre as empresas prevê que, em julho de 2008, o Google pode requisitar uma oferta pública de suas ações da AOL. Nesse caso, a Time Warner tem a opção de comprar de volta as ações da AOL em dinheiro ou ações, segundo o acordo.


A compra de 5% da AOL pelo Google colocou o valor de mercado da divisão em US$ 20 bilhões. Essa definição pode ser importante caso a Time Warner decida vender a AOL, um pedido de vários acionistas, como Carl Icahn, que defende a divisão da Time Warner em quatro companhias.’


TELEVISÃO
Laura Mattos


Globo testa hoje drama sobre quarentões


‘Em meio ao boom de séries humorísticas, a Globo exibe hoje , às 21h55, ‘Os Amadores’, um drama sobre quatro quarentões.


É um dos cinco programas que o canal testa neste fim de ano e disputa uma vaga na programação de 2006. O diretor, José Alvarenga Jr. (‘Os Normais’, ‘A Diarista’), conta que está na torcida pela aprovação e que ‘Os Amadores’ ‘tem fôlego’ para virar série.


Na história, os protagonistas vão parar na UTI por diferentes razões, quase morrem, mas sobrevivem e acabam se conhecendo. Ao nascer de novo, resolvem mudar a vida em busca da felicidade. ‘Os Amadores’ são Cássio Gabus Mendes (o floricultor Marquinhos), Murilo Benício (Guilherme, cirurgião plástico), Matheus Nachtergaele (o escritor de auto-ajuda Jaime) e Otávio Müller (Tadeu, funcionário público).


O roteiro é de Mauro Wilson, também criador de ‘Quem Vai Ficar com Mário?’, com Thiago Lacerda, outro candidato a uma vaga na programação de 2006.


Segundo Alvarenga, ‘Os Amadores’ aborda os problemas do cotidiano dos homens, ‘a dificuldade de estar sozinho no mundo e a necessidade de ter amigos’.


‘Adorei o texto porque é uma oportunidade de falar da minha geração’, diz o diretor, que tem 45 anos e está no terceiro casamento.


‘Minha mulher tem filhos de outro casamento. Minha ex-mulher vem a festas em casa com o novo marido. É a vida do homem de hoje, e o programa trata desse cotidiano moderno’, explica.


Apesar de falar da alma masculina, ‘Os Amadores’ difere do extinto ‘Sexo Frágil’ (cujo elenco era formado exclusivamente por homens) justamente por não ser um programa humorístico.


Diretor das comédias ‘Os Normais’ e ‘A Diarista’, Alvarenga gostou da idéia de trabalhar com uma história dramática. ‘Haverá humor, mas não é uma comédia. É diferente do que está sendo feito hoje na televisão’, afirma.


Ele já testou sua direção em dramas quando trabalhou em ‘A Justiceira’ (1997), série policial protagonizada por Malu Mader, e ‘Mulher’ (1998/99), sobre o dia-a-dia de uma clínica médica, com Eva Wilma e Patrícia Pillar.


Para 2006, além de continuar no comando de ‘A Diarista’, Alvarenga prepara um quadro para o ‘Fantástico’ e um novo seriado.’


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 27 de dezembro de 2005


MEMÓRIA / GILDA DE MELLO E SOUZA
O Estado de S. Paulo


Cultura perde a ensaísta Gilda de Mello e Souza


‘A professora Gilda de Mello e Souza, autora de O Espírito das Roupas – A Moda no Século 19, tese pioneira que provocou polêmica na Universidade de São Paulo em 1950, morreu sábado, às 15h30, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, em decorrência de problemas neurológicos. Cremada ontem, no Cemitério de Vila Alpina, a professora e escritora foi internada há dez dias com um grave quadro de desidratação. Prima em segundo grau do escritor Mário de Andrade e casada com o professor de literatura Antonio Candido desde 1943, ela deixa três filhas, a designer Ana Luísa Escorel e Laura e Marina de Mello e Souza, ambas professoras de História.


Nascida em São Paulo em 24 de março de 1919, a professora, uma das primeiras mulheres formadas pela Faculdade de Filosofia (1939), foi colaboradora da revista Clima e começou sua carreira traduzindo peças de Anouilh e Dumas Filho. Mas foi com a defesa de sua tese de doutoramento sobre moda, O Espírito das Roupas (lançada pela Companhia das Letras em 1987), que seu nome começou a cicular no meio acadêmico. A professora escreveu outros importantes estudos, entre eles O Tupi e o Alaúde: uma Interpretação de Macunaíma (1979) e Exercícios de Leitura (1980).


A tese O Espírito das Roupas teve como orientador o francês Roger Bastide. Nesse pioneiro estudo, a pofessora analisa não só a moda como o comportamento da sociedade do século 19, época em que a democracia, segundo a autora, anula os privilégios do sangue a e moda se espalha por todas as camadas, acelerando a variação de estilos. A despeito desse avanço, a tese, nos anos 1950, constituiu uma novidade para a época, especialmente porque as mulheres eram raras no meio acadêmico e preferiam adotar um modelo masculino.


Gilda de Mello e Souza, no entanto, lembrou que não escolheu esse tema como afirmação feminista. Numa entrevista, citou escritores como Balzac, que antes dela tentaram entender como a roupa funcionava como sinal de ascensão social, lembrando ainda a contribuição de outros analistas, entre eles o jornalista e escritor inglês Thackeray, autor da novela Vanity Fair.


Outro estudo controvertido da professora é O Tupi e o Alaúde. Sua interpretação difere radicalmente de outros ensaios sobre o Macunaíma de Mário de Andrade, em particular sobre o momento crucial dessa rapsódia literária. O episódio em que o herói sem caráter é devorado pela Uiara, conforme outras interpretações, revelaria a vitória dos valores nativos sobre a herança cultural recebida da Europa. Segundo a professora, é justamente o contrário. Sendo Macunaíma o representante dos valores nativos, a Uiara devoradora seria dona Sancha. Em outras palavras: Portugal. Um livro corajoso e apaixonado, como todos os textos da discípula de Bastide, que testemunhou com o marido o nascimento da USP.’


IMPRESSOS EM CRISE
Katharine Q. Seelye


Magnata das publicações fracassa pela segunda vez, do The New York Times


‘Mortimer B. Zuckerman desplugou da tomada a revista Radar depois de apenas três edições. Os funcionários tinham acabado de comemorar a publicação do terceiro número – ultrapassando os dois números publicados na sua versão anterior, em 2003 – e estavam tendo dificuldades para fechar a próxima edição.


Zuckerman, um magnata das publicações e do ramo imobiliário que é dono também do The Daily News e U.S. News & World Report, disse numa entrevista que a Radar não conseguira atrair uma quantidade de publicidade suficiente para se manter à tona. ‘O clima está difícil para começar uma revista, dadas as condições da publicidade nesta época do ano’, disse.


E mais ainda, acrescentou ele, os anunciantes programam seus dispêndios com meses de antecedência, tornando difícil para novas revistas quebrar o já estabelecido.


Maer Roshan, editor da Radar, um revista de cultura pop urbana, não foi encontrado para fazer seus comentários. Disse à sua equipe que a revista estava fechando, mas amigos disseram que ele ainda tentava mantê-la viva, ou ao menos publicar o quarto número, que deveria ter sido fechado na semana passada e estar nas bancas no final de janeiro.


Roshan andou procurando investidores para assumirem a revista de Zukerman, disseram amigos, mas não ficou claro se ele os reuniria a tempo para manter a revista sem Zuckerman. Zuckerman e Jeffrey Epstein, o financiador, comprometeram-se na primavera passada a investir US$ 25 milhões na Radar. Isso depois que Zukerman fracassou na compra da revista New York. E foi depois que a Radar afundou da primeira vez, quando ficou sem caixa depois de apenas duas edições.


Na época, Zuckerman disse que queria ressuscitar a revista porque acreditava em Roshan, que já trabalhou na New York e na Talk. ‘Sempre acreditei que um grande editor é o que faz a diferença’, disse ele ao The New York Times em abril, acrescentando: ‘Se não fosse Maer, não estaria fazendo isso’.


O primeiro número foi lançado neste inverno com uma porcentagem de publicidade baseado em 150 mil leitores. Entre artigos notáveis na revista, conhecida por sua abordagem irreverente dos mexericos e da cultura pop, estão uma reportagem sobre cientologia e Tom Cruise e uma matéria sobre os funcionários do Disney World.


Mas a Radar fracassou em captar anunciantes. Um membro da equipe da revista disse que Zuckerman, que andou reduzindo custos no U.S. News, parece ter ficado impaciente e dito a Roshan há um mês que ele devia encontrar um novo investidor.


Quatro compradores em potencial estiveram examinando a revista antes do Natal, mas nenhum deles estava pronto para fechar um acordo.’


INTERNET
Kieren McCarthy


IPv6, vem aí a internet turbinada, do The Guardian


‘LONDRES – Acabou-se o spam. Acabaram os golpes eletrônicos. Notícias, fotos e clips curtos enviados diretamente para seu telefone… ou seu refrigerador. Videoconferência que funciona de primeira, sem problemas. Ligações telefônicas gratuitas para qualquer lugar do mundo. Não, não é um ideal utópico, é a internet que algumas pessoas começarão a experimentar nos próximos 12 meses. Desconhecida de virtualmente todos, exceto os engenheiros de TI (tecnologia da informação), a internet está sendo aperfeiçoada para um sistema chamado IPv6 (de Protocolo de Internet versão 6). Assim como você moderniza seu telefone celular, computador ou qualquer aparelho moderno, a internet está passando por uma modernização vasta e gradual que transformará a maneira como ela opera e a maneira como interagimos com ela.


A mudança poderia ser comparada com a de tevê analógica para digital. Os benefícios dessa mudança são óbvios para os envolvidos, mas as pessoas terão que comprar novos equipamentos e a infra-estrutura da rede, em certos casos, exigirá uma reconstrução virtual. Ela também vai criar incompatibilidades entre o velho e o novo em alguns casos.


Mas a mudança para IPv6 é vista como inevitável, e grandes empresas como Microsoft e BT já fizeram a mudança. Ironicamente, os EUA, onde a internet foi desenvolvida, estarão entre os últimos países a avançar pelo tanto que investiu no sistema antigo.


A comunicação via internet funciona quebrando a informação – um e-mail, página, imagem, ou mesmo chamada de voz – em pequenas porções, chamadas pacotes. Usando um método combinado chamado TCP/IP (de Protocolo para Controle de Transmissão/Protocolo Internet), esses pacotes são enviados por miríades de rotas de um computador no mundo para outro em qualquer outra parte.


Cada pacote carrega uma etiqueta eletrônica que explica o que ele é e onde quer chegar. Computadores intermediários que manipulam os pacotes tentam enviá-los à máquina final. Ali, a informação é remontada usando o resto da informação do cabeçalho. O fato de que não tenha importância qual rota o pacote tomou de um computador para outro explica sua incrível capacidade de se expandir.


Durante anos, o TCP/IP ficou parado na versão 4 que, mesmo não sendo perfeita (não se pode descobrir onde os pacotes se originaram porque seus cabeçalhos podem ser ‘parodiados’), funciona, e é fácil de implementar. Mas o IPv4, como ele é conhecido, está ficando obsoleto. A versão IPv6 oferece soluções para muitos problemas.’


O Estado de S. Paulo


Sites listam as palavras mais procuradas do ano


‘EFE – As cantoras Janet Jackson e Britney Spears e os atores Brad Pitt e Angelina Jolie aparecem entre os nomes mais procurados na internet este ano nos buscadores Google e Yahoo. As fofocas sobre a vida das cantoras e o romance do casal de atores disputaram o interesse dos internautas com o tsunami que atingiu a Ásia ou o furacão Katrina que atingiu os Estados Unidos. Na lista do Yahoo ainda estão o rapper 50Cent e o canal Cartoon Network. Já no Google, o site Orkut, a enciclopédia digital Wikipedia e Leonardo da Vinci aparecem entre os mais procurados. A lista completa está nos endereços www.google.com/press/zeitgeist2005.html e tools.search.yahoo.com/top2005.’


HQ
Karla Dunder e Ubiratan Brasil


Quadrinhos contam História


‘Gilberto Freyre gostava de dizer que sua obra-prima, Casa-Grande & Senzala, é a história da formação brasileira escrita através de sugestões plásticas. Para ele, a obra na qual detalhou as contribuições portuguesa, indígena e africana na evolução nacional nasceu com a predisposição para ser quadrinizada. Assim, ele participou com alegria da versão em HQ produzida em 1981. Na mesma época, o ilustrador e cartunista João Spacca de Oliveira, o Spacca, começou sua pesquisa sobre Santos Dumont, recolhendo material de arquivo de jornais e coleções sobre o aviador. O fruto dos dois trabalhos chega agora às livrarias, que recebem cada vez mais cuidadosos trabalhos em HQ: Casa-Grande & Senzala (Global) ganha nova edição e Santô e os Pais da Aviação (Companhia das Letras) revela a coragem de Spacca em colocar no papel suas idéias.


A adaptação da obra de Freyre foi cuidadosa. Realizado pelo antropólogo e historiador Estêvão Pinto, o texto em quadrinhos mantém-se o mais próximo possível do original. Idêntico cuidado teve o desenhista Ivan Wasth Rodrigues, que se baseou nas pinturas de artistas que retrataram os primeiros séculos de história do Brasil, como Jean-Baptiste Debret, além da técnica de ilustradores italianos como Giorgio Tabet e Fortunino Mantania.


Juntos, eles consumiram diversos meses de pesquisa – enquanto Pinto recebia a consultoria de Freyre sobre quais pontos da obra eram mais destacáveis, Rodrigues fazia ensaios em aquarelas até iniciar o desenho a traço em preto-e-branco, o mais comum dos quadrinhos. A solução também buscava baratear a obra, que teve suas três primeiras edições esgotadas.


A obra só voltou às livrarias em 2000, por ocasião do centenário de nascimento de Gilberto Freyre, e com os quadrinhos colorizados por Noguchi, que levou em consideração as aquarelas iniciais de Rodrigues, especialmente a pesquisa de cores das roupas e paisagens entre os séculos 16 e 18.


O livro seria o primeiro de uma coleção de clássicos brasileiros de ciências sociais em quadrinhos, projeto apoiado pela Editora Brasil América, a saudosa Ebal. Mas a morte do editor Adolfo Aizen e diversas crises econômicas engavetaram o projeto logo depois de seu primeiro volume.


Já Santô chega aos quadrinhos depois das tentativas de Spacca de contar a vida do pai da aviação tanto em filme de animação como em CD-ROM. Ele retrata o jovem rico, filho de fazendeiros de café, que tinha um enorme interesse pelo funcionamento de máquinas e sonhava voar. Tudo começa quando a família viaja para a França. O pai de Alberto não estava muito bem de saúde, precisava se recuperar, e nada melhor que os ares parisienses para isso.


Lá, o pai resolve vender sua propriedade no Brasil e dá mil contos de réis ao filho, a parte que lhe cabia na venda. Liberdade para ‘ver se ele se fazia homem’. E ainda aconselhou: ‘Prefiro que não se torne ‘doutor’. Fique longe do direito e da política. Siga o exemplo dos seus cunhados, os irmãos Villares, todos engenheiros.’ O filho seguiu os conselhos do pai, que não pôde ver Alberto voar.


O dinheiro financiou os sonhos e extravagâncias de Alberto. Primeiro foram os balões. Depois de algumas experiências e uns tantos tombos, veio o dirigível, que após várias tentativas conseguiu contornar a Torre Eiffel e por fim a criação e o sucesso do 14 Bis. Paralelamente, Spacca narra as peripécias dos irmãos Wright do outro lado do Atlântico.


Com riqueza de detalhes, como a visita de Santos Dumont à princesa Isabel, o relógio de pulso criado por Cartier e o detalhe do design do chapéu panamá, inseparável companheiro do aviador, Spacca conta as façanhas dos primórdios da aviação e a decepção de Alberto com o uso de sua invenção para a guerra, o que o levou ao suicídio.


Um testemunho mais visceral acompanha o volume de Na Prisão (Conrad), mangá em primeira pessoa do japonês Kazuichi Hanawa. No final de 1994, ele foi preso por porte ilegal de armas. Julgado meses depois, foi condenado a três anos de prisão. Depois de conseguir liberdade condicional por bom comportamento, começou a colocar no papel o que se lembrava do ambiente e da rotina que viveu na penitenciária. Daí vem a surpresa.


Se, no Brasil, tal relato seria repleto de violência e maus-tratos, Hanawa retrata uma rotina marcada pela ordem, disciplina e pela quantidade impressionante de normas e regulamentos. E ele mostra que isso não resulta em um ambiente livre da opressão, pois tal procedimento beirando à perfeição leva ao lado mais cruel do aprisionamento: a perda da identidade. E, curiosamente, é justamente essa vida desprovida de ódio, beirando entre a indiferença e a frieza, que revela outra face dos problemas carcerários.


Uma crueldade bem mais amena e repleta de diversão marca outro importante lançamento do fim de ano: a republicação, pela Companhia das Letras, das aventuras do jovem repórter Tintim. Criado por Hergé, pseudônimo do belga Georges Rémi, ele marcou gerações: já vendeu 250 milhões de exemplares e foi traduzido para 26 línguas. Algo tão fascinante que Charles de Gaulle disse certa vez: ‘Meu único rival internacional é Tintim.’


Hergé criou um herói ingênuo, talvez pelo fato de o autor ter sido escoteiro na infância. A generosidade de Tintim o faz viajar o mundo para ajudar aqueles que precisam dele, mas ao mesmo tempo, é astuto e corajoso. ‘De certa forma, Tintim é o garoto que eu gostaria de ter sido’, disse Hergé.


O jovem de rosto redondo e topete louro encanta gerações, mesmo vestindo a mesma calça de golfista e o blue jeans dos anos 30. A primeira história foi publicada em 1929. Independentemente do tempo, o que atrai os leitores em suas histórias é a aventura. Tintim sempre viaja, vai a lugares exóticos, faz uma série de descobertas e encontra pessoas diferentes. Assim como nas brincadeiras de criança, Tintim é livre para fazer aquilo que desejar.’


TELEVISÃO
O Estado de S. Paulo


Globo testa hoje Os Amadores


‘Eles são quatro quarentões que recebem uma segunda chance na vida. Ou melhor, vida nova.


Marquinho (Cássio Gabus Mendes) é um floricultor sensível que acaba de ser largado pela mulher após 20 anos de casamento; Guilherme (Murilo Benício),um cirurgião plástico bem-sucedido que descobriu a traição de sua jovem esposa; Tadeu (Otávio Müller) é funcionário público, muito azarado, que fica viúvo pela segunda vez e, para completar a turma, ainda há Jaime (Matheus Nachtergaele), um escritor de auto-ajuda que precisa muito de ajuda, pois é pai solteiro de um filho que se tornou bad boy.


Quando o programa começa, nenhum dos quatro personagens se conhece. Por circunstâncias nada animadas, eles acabam se encontrando no CTI de um hospital. Todos muito próximos da morte.


Esse é o roteiro de Os Amadores, especial de fim de ano da Globo que vai ao ar hoje, após Belíssima. A sitcom faz parte dos projetos especiais da emissora que tentam uma vaga fixa na grade.


Uma das idéias da Globo seria encaixar temporadas da série nas noites de sexta-feira, após o Globo Repórter. Essa é uma das brechas a serem preenchidas pela Globo com novidades em 2006, já que Cidade dos Homens e Carga Pesada disseram adeus à programação.


Com texto de Mauro Wilson e direção de José Alvarenga Jr. (o mesmo diretor de Os Normais), Os Amadores quase ficou de fora do pacote de fim de ano da Globo por não ser necessariamente uma comédia. É uma mistura de drama e humor, com uma visão masculina de problemas do dia-a-dia.


Ana Paula Tabalipa , Patrícia Pillar também estão no elenco. Do projeto original, só a participação de Matheus Nachtergaele não estava prevista. Ele assumiu a vaga de Diogo Vilela, que foi para o especial de Miguel Falabella, Toma lá, Dá cá.’


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