Thursday, 14 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1314

Keila Jimenez

‘Quatro homens, uma mesa-redonda, algo para beber e para comer. Em debate: futebol? Não. O assunto é sexo, amigos, carreira, filhos, mulheres e relacionamento, o papo preferido deles. Parece brincadeira, mas esse é recheio de Mulheres Al Dente, que estréia hoje, à meia-noite e meia, na RedeTV!

Produção independente, a atração promete ser uma mesa-redonda sobre o modo de vida do homem moderno. Na condução do debate estão o chef Roberto Ravioli e o empresário Carlito Gini, que sempre receberão um ou mais convidados especiais por semana. No primeiro programa, o ator Jonas Bloch é o eleito para debater o tema ‘Mulheres no século 21, Homens no século 19’, seja lá o que isso quer dizer.

Gravado em uma cozinha, especialidade de Ravioli, o programa ainda contará com reportagens e enquetes nas ruas feitas pelo cineasta Henrique Manzoli.

‘A idéia é ser um bate-papo informal sobre assuntos que interessam aos homens, usando a culinária como pano de fundo’, fala Roberto Ravioli, que já participa como culinarista de programas como o Mais Você , de Ana Maria Braga.

Apesar do nome, Ravioli assegura que Mulheres Al Dente tem a pretensão de não ser machista.

‘Em todas as conversas o Henrique irá para as ruas ouvir a opinião das mulheres sobre os assuntos, nos interessa muito o que elas têm a dizer’, garante Ravioli. ‘O programa será bem-humorado, as mulheres também vão gostar.’

Seguindo a mesma linha de Pra Você, de Ronnie Von, na Gazeta – Ravioli garante que não conhecia o programa do Príncipe da Jovem Guarda – a nova atração da RedeTV! terá também gravações fora do País e dicas de receitas dadas por Ravioli.

‘Falaremos sobre sonho de consumo, amigos, traição, solidão, esporte, moda, cultura, o que não falta é assunto para homens’, fala ele. ‘Vamos também falar muito sobre as mulheres, só não vamos tentar compreendê-las. Aí, não dá certo. Esse foi o erro dos meus casamentos.’’



ENTREVISTA / ADRIANE GALISTEU
Carol Knoploch

‘‘Sou chata, crítica e cruel’’, copyright O Estado de S. Paulo, 10/10/04

‘Adriane Galisteu é uma das figuras mais fotografadas do show biz, mas arrumar espaço na sua agenda para uma boa conversa não é tarefa fácil. Desta vez, a reportagem do Estado venceu pelo cansaço para que ela desse aqui, em primeira mão, os detalhes sobre sua troca de canal, da Record para o SBT, onde estréia no próximo dia 18. Foram dezenas de telefonemas até que a loira nos encaixasse em sua agenda.

A entrevista abaixo, um resumo de duas horas de bate-papo, ocorreu na última quarta-feira, às 21h30, em seu apartamento em Higienópolis. Foi clicada na noite anterior, quando fazia uma campanha publicitária. Posar para fotos sem maquiagem e cabelos feitos, nem pensar. Bobagem dela: quando conversou com o Estado, praticamente de cara lavada e após um dia inteiro de reuniões no SBT, estava linda. De calça jeans, camiseta e cabelos presos.

Como pano de fundo, Adriane deixou rolar no telão a partida entre Fluminense e Grêmio daquela noite. Queria conferir a atuação do namorado, Roger. A cada gol, e foram 5 (Fluminense 3 a 2 Grêmio; um deles de Roger), a entrevista era interrompida para que pudesse conferir as imagens.

Adriane, que já teve nove diretores somando os programas Superpop (na RedeTV!) e É Show (Record), trabalhará agora com Nilton Travesso. Charme com Adriane Galisteu será diário, das 15h30 às 16h30, ao vivo e nos moldes de Hola Suzana!, de Suzana Jiménez – a Hebe Camargo da Argentina. Nesta semana, ela e sua equipe farão testes e algumas gravações. A faz-tudo Paulinha, o repórter Zé Luiz e o ator Eduardo Martini, que já fazia quadros de dramaturgia no É Show, estarão com Adriane nessa nova empreitada.

A atração terá musicais, games, entrevistas, moda, etc. O público poderá ganhar dinheiro pelo telefone participando de uma brincadeira. Convidados famosos ou anônimos também poderão ganhar dinheiro em jogo no estúdio. ‘Não sei ainda quanto poderei gastar, mas estou a fim de gastar’, comenta Adriane, que, em um segundo momento, poderá trocar de horário e voltar para a noite. Seu contrato é de 4 anos.

Estado – Conte sobre o programa.

Adriane Galisteu – O foco é a diversão, o entretenimento. Um programa diário e ao vivo demora um mês e meio para entrar nos trilhos. Existe uma adaptação natural: à casa, ao cenário, à equipe. Tenho de me acostumar com o público do SBT e com o horário também. O programa será solto, livre. Acontecerá de tudo. Ninguém reinventará a roda, não terá supercriações.

Estado – Quais são os quadros?

Adriane – Cada dia o programa terá um jeito. Um dia teremos humor, entrevista e música. Em outro, jogo, entrevista e moda… Na sexta-feira, por exemplo, quero colocar os erros da semana. Teremos uma câmera a mais só para registrar os bastidores, as gafes. Games rápidos para interagir com o público poderão acontecer a qualquer hora. A dramaturgia terá um bloco inteiro em um dia da semana. Será uma comédia, em que eu interpretarei a personagem principal, uma moça do povo, briguenta, engraçada, ainda sem nome, e que será casada com o Eduardo Martini. Também quero levar atores para o meu programa para que eles mostrem parte de seus espetáculos em cartaz. Não vou entrevistá-los. Eles vão interpretar.

Estado – Além do desafio, houve motivo para sair da Record?

Adriane – Queria que todos soubessem, incluindo os bispos, que não estou saindo por desgosto, insatisfação, tristeza. Tive uma relação ótima com a Record. Trocar a terceira emissora pela segunda é um grande passo na minha carreira. Quando deixei a RedeTV!, meu contrato estava em andamento. Desta vez encerrei o contrato.

Estado – E a segunda emissora está mais perto da primeira…

Adriane – Meu objetivo não é necessariamente estar na primeira. É estar em primeiro lugar no meu horário.

Estado – A Globo já lhe fez convite?

Adriane – Para trabalhar com o Luciano Huck. Muita gente comenta: ‘Poxa, você sairá da faixa nobre…’ Faixa nobre, para mim, é a faixa que dá certo.

Estado – Como está se sentido?

Adriane – Ansiosa e com medo. Medo do novo, do horário, de tudo. Mas feliz.

Estado – Vai ganhar menos?

Adriane – Não. Estou sete anos no ar, com o privilégio de nunca ter saído do ar. Claro que melhorei muito, mas sou um bebê na TV. Tenho muito a aprender, tendo em vista que estarei do lado de uma colega de trabalho que admiro muito (Hebe). Acho luxuoso, também, ter um patrão que faz a mesma coisa que eu.

Estado – O que achou do Silvio Santos? Foi ele que lhe fez o convite?

Adriane – O namoro com o SBT começou no início do ano. Mas o contato foi feito com o pessoal do meu escritório, não comigo. O Silvio Santos me ligou em agosto me perguntando se eu queria ir para o SBT. Quando retornei a ligação, disse que tinha interesse, mas que a gente poderia conversar a partir de 30 de setembro (término do contrato com a Record). Assinei o contrato na última segunda-feira. Já tinha encontrado com ele em outras ocasiões. Com 9 anos (fazia parte do grupo Meia Soquete) eu cantava no Domingo no Parque. Então, o tremor das pernas não rolou, mas o frio na barriga era inevitável. Só o vi três vezes. Ele é autêntico, genial. Eu o admiro.

Estado – Qual sua melhor qualidade como apresentadora? E o defeito?

Adriane – Não sei falar de mim. Sou chata, crítica e cruel. Não gosto de me assistir porque fico colocando defeito em tudo. Não preciso de nenhum crítico me dando zero porque eu faço isso sozinha (risos). Qualidade? Acho que sou natural. Meu objetivo é faturar, ter ibope e conteúdo – nada do tipo cabeça, digo qualidade. E isso é difícil. Até agora não consegui.

Estado – Ainda há preconceito porque você ficou conhecida como a namorada do Ayrton Senna?

Adriane – Hoje não. Em 1995, sim. Nunca escondi essa história e eu a carrego com muito amor. Era modelo. Fiquei um ano parada, lancei um livro e comecei a freqüentar programas de TV para falar da minha história. Foi aí que comecei a ser percebida. Mas, muito antes de namorá-lo, já queria trabalhar na TV. E minha estréia não foi imediata. Comecei na Gazeta, depois fui para a MTV, RedeTV! e Record. E é preciso ter talento para estar na TV.

Estado – Até onde quer chegar?

Adriane – Sempre quero mais.

Estado – Você gosta de TV?

Adriane – Além de jornalismo e esporte, gosto de programas trash. Mas aqueles que não têm a pretensão de não ser trash. Não há problema em ser pobre, brega ou intelectual. O negócio é ter um motivo. Meu programa pode até ter bunda, desde que tenha uma cara, um sentido. Gosto também daqueles leilões de tapetes e jóias, mas não compro nada. Em contrapartida, não gosto de enlatados, reality show e de violência.’



TV & TELEFONIA
Renato Cruz

‘TV Cidade oferece telefonia via rede de cabo’, copyright O Estado de S. Paulo, 9/10/04

‘Há alguns anos, o diretor-geral da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), Alexandre Annenberg, diz que TV a cabo é mais cabo do que televisão. Nunca isto foi tão evidente. A TV Cidade anunciou ontem o lançamento do serviço de telefonia, com tecnologia de voz sobre protocolo de internet (IP, na sigla em inglês), usando a infra-estrutura de cabos que distribui o sinal de TV. ‘A expectativa é muito boa’, afirmou o presidente da empresa, Marcos Henrique Costa.

A partir de segunda-feira, a telefonia começa a ser vendida em Salvador e Recife. No começo de 2005, deve estar disponível também em Aracaju e, durante o ano, ser levado para todas as 18 operações da companhia. Por estar em cidades turísticas, um dos focos principais da TV Cidade são hotéis, para quem a companhia pode oferecer pacotes que unem televisão, internet rápida e telefonia.

‘A solução baixa os custos em até 20%’, disse Costa. ‘Os hotéis podem baixar o preço do serviço telefônico ou aumentar a lucratividade.’ Por enquanto, a TV Cidade não tem plano de numeração próprio. Ela origina chamadas, por meio de uma parceria com a americana Net2Phone e de uma licença de Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), mas não recebe. A empresa aguarda uma autorização de telefonia fixa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para passar a ter seus próprios números e oferecer o serviço também para o cliente residencial.

A TVA também anunciou o serviço de telefonia IP, em parceria com a operadora Primeira Escolha. A Net, que terá a Telmex, dona da Embratel, em seu controle, também se prepara para lançar o serviço. A TV Cidade possui 26,5 mil assinantes de internet rápida, sendo 35% empresas. Para o fim do ano, ela pretende alcançar 30 mil clientes. Costa espera que de 10% a 15% assinem também a telefonia. A TV Cidade pertence aos grupos Silvio Santos e Bandeirantes, aos Diários Associados e aos fundos americanos Hicks Muse e Laif.’