Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Laura Mattos

‘O horário político deste ano está sujeito a cair no ‘ranking das baixarias’ na televisão. Elaborada com base em reclamações de telespectadores, a lista é uma iniciativa da campanha Quem Financia Baixaria é contra a Cidadania, ligada à Câmara dos Deputados.

A propaganda eleitoral do primeiro turno vai de 17 de agosto a 30 de setembro, e a eleição será no dia 3 de outubro. Quem considerar que algum candidato ou partido tenha ‘desrespeitado os direitos humanos ou a cidadania’ poderá denunciar de três maneiras: no site www.eticanatv.org.br, pelo 0800-619619 ou por meio de carta cidadã (disponível nos Correios) endereçada à Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

A campanha pretendia monitorar o horário político, mas desistiu porque seria impossível assistir às propagandas de todas as cidades do país. Orlando Fantazzini (PT-SP), coordenador do projeto, achou melhor não eleger só os grandes municípios, a fim de evitar acusações de favorecimento político para candidatos petistas.

‘Por isso, vamos deixar a avaliação com o eleitor. O partido ou candidato que forem criticados receberão um comunicado, assim como acontece com as emissoras de TV. Poderão evitar a inclusão no ranking se estiverem dispostos a mudar’, diz o parlamentar.

A avaliação das denúncias será feita por entidades apartidárias ligadas à campanha. São cerca de 60, entre elas a OAB e a Unesco.’



Milton Coelho da Graça

‘Debate vira tititi entre jornalistas’, copyright Comunique-se, 16/07/04

‘Na mesma hora em que Brasil e México estiverem jogando pelas quartas-de-final da Copa América, a partir das 22h30 de domingo próximo (18/07), a Band estará realizando um debate entre os candidatos à Prefeitura do Rio, com a participação de cinco jornalistas: dois da Bandeirantes, mais Leila Youssef (jornal O DIA), Israel Tabak (Jornal do Brasil) e Lírio (revista Carta Capital).

Não só o horário é esquisito. A exigência de que os jornalistas apresentem antecipadamente suas perguntas causou algum espanto. E o espanto aumentou quando foi aceita por eles. Só a revista Veja, segundo uma fonte da emissora, teria recusado participar nesses termos.

Mas a questão mais discutida nas redações cariocas é a de dois vetos feitos pelas assessorias dos candidatos. Dácio Malta, ex-diretor de O Globo em Brasília e agora principal responsável pela comunicação do candidato do PT, Jorge Bittar, vetou o nome de Aziz Filho, indicado pela revista ISTOÉ. Dácio justificou o veto: Aziz publicara na semana anterior uma matéria com várias inverdades envolvendo Bittar e não teria dado justa atenção ao pedido de correção.

Aziz é o candidato favorito à presidência do Sindicato dos Jornalistas do Rio, o que demonstra seu prestígio entre os companheiros e o tititi que corre contra Dácio em todas as redações cariocas e bares adjacentes.

O segundo veto também está dando o que falar. Cid Benjamim, licenciado do Jornal do Brasil e ligado à candidatura de Jandira Feghali, candidata do PCdoB e do futuro PSOL (formado por dissidentes do PT), não aceitou que O DIA indicasse Alexandre Freeland, alegando que a mulher de Alexandre, Daniela Scholl, também jornalista, está trabalhando para a candidatura Cesar Maia.

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Nem a Reuters sabe se está legal

O sr. Sebastian, que se identificou ao telefone como ‘gerente da Reuters no Rio para a mídia’, não soube dizer se houve mudança na legislação sobre agências estrangeiras no Brasil. Até pouco tempo atrás, essas agências podiam atuar livremente no país mas só podiam ‘exportar’ notícias, não podiam distribuí-las. Um boletim chamado ‘Bússola’ é distribuído em aviões, contendo noticiário fornecido pela Reuters e o sr. Sebastian informou que ‘a agência tem mais de 60 clientes no país para esse tipo de serviço’.

Quando perguntei se a legislação havia mudado, ele não mostrou firmeza: ‘Imagino que sim’. Alguém tem melhores informações do que eu (e do que o Sebastian) sobre este assunto?’



O Globo

‘Adversários se unem para criticar Cesar Maia no 2º debate na TV’, copyright O Globo, 19/07/04

‘Num debate em que foi mais uma vez bombardeado pelas críticas dos adversários, o prefeito Cesar Maia (PFL), candidato à reeleição, aproveitou o encontro com Marcelo Crivella (PL), Luiz Paulo Conde (PMDB), Jorge Bittar (PT) e Jandira Feghali (PCdoB), promovido ontem à noite pela TV Bandeirantes, para sair da berlinda direcionando o ataque ao governo do estado, responsabilizando-o pelos problemas de segurança da cidade. O debate foi o segundo desta campanha, depois do realizado pela TV Globo.

Saúde e transporte foram os temas mais discutidos, além da segurança. Jandira chegou a sugerir a criação de uma secretaria municipal de Segurança. E Crivella propôs uma Guarda Municipal mais bem armada, ‘não com armas, mas com tecnologia’. Já no primeiro bloco, ao explicar porque gostaria de ser prefeito, Cesar disparou.

— Cada um de nós tem que fazer um reconhecimento, em especial as autoridades estaduais. A situação está fora de controle. Se assassinam chefes de família e mulheres em cada esquina todos os dias — disse ele, antes de convocar a governadora Rosinha Matheus (PMDB) e o secretário de Segurança Anthony Garotinho a aceitar a proposta do presidente Lula de intervenção federal na cidade. — Ele (Lula) me disse: ‘Preparei 2.000 dos melhores homens das Forças Armadas para atuar e intervir no Rio, patrulhando áreas de grande conflagração’. Vou fazer um apelo a governadora Rosinha e a Garotinho: tenham humildade. Aceitem a oferta do presidente.

Provocado por Cesar, Crivella concordou com a proposta, ao responder sobre se seria bom chamar esses homens.

— Seria bom usar o Exército para barrar a entrada de drogas, deixando a Polícia Federal na investigação — disse Crivella. — O Rio não deve recusar a oferta de soldados, mas é mais importante fechar as fronteiras.

Depois foi a vez de Cesar direcionar a mesma pergunta a Conde, ‘pessoa intimamente ligada ao governo Garotinho’.

— Eu não sou gigolô da segurança. Eu vou ajudar a governadora Rosinha e ao secretário Garotinho. Não faço demagogia em torno de segurança, como o senhor faz há 12 anos — respondeu o vice-governador.

Adversários exploraram problemas na Saúde

Os ataques a Cesar, no entanto, não foram anulados com a estratégia. Seus adversários também pareciam afinados em levantar a bola um para o outro. Crivella, por exemplo, pediu que Jandira — toda vestida de branco, como médica que é — falasse sobre a ‘situação calamitosa dos hospitais’. Jandira, por sua vez, perguntou a Conde sobre segurança pública, dando-lhe uma chance de falar sobre o trabalho do governo do estado. E Conde, ao perguntar a Bittar sobre o projeto Favela-Bairro, aproveitou para puxar para si a autoria do projeto.

Ao fazer uma pergunta a Crivella, o prefeito aproveitou para lembrar que cancelou a lei dos apart-hotéis, afirmando que mantém sua posição. O prefeito também defendeu as Apacs (Áreas de Proteção do Ambiente Cultural) no Leblon, Jardim Botânico e outros bairros.’