‘Márcio Garcia é muito bem-sucedido. No auge da fama- o malandro Marcos foi um dos grandes personagens de Celebridade -, Márcio trocou a Globo pela Record para apresentar o reality show Sem Saída e, no futuro, comandar um programa semanal. Aos 34 anos, o filho de um empresário da noite e de uma funcionária pública diz que mudou seu modo de ver a TV depois que o filho nasceu: ‘Pedro é vidrado em TV, ele merece ver coisa boa.’
Estado – Foi dinheiro que o levou a trocar de canal?
Márcio Garcia – Não, foi o desafio de fazer algo novo. A Globo tentou me segurar, mas a proposta da Record foi melhor.
Estado – Por que você mudou de ramo no momento em que estava no auge como ator?
Garcia – É bom mudar quando a gente está nesse momento. Pensei muito nas possibilidades que a Record me oferecia, na oportunidade de fazer programas com conteúdo, mas que também divertem. De a TV oferecer programas que despertem emoções e que ao mesmo tempo sejam dignos. Tem muita coisa na TV que não é digna, que dá vergonha de assistir.
Estado – É verdade que o comportamento dentro do ‘Sem Saída’ tem restrições (a fumar, a cenas sensuais)?
Garcia – O bom senso é que norteia o programa. A TV tem de mostrar boas condutas, dar exemplo. Violência, por exemplo, tem de ser exibida em horário adequado para proteger crianças e jovens. Depois que me tornei pai, minha cobrança em relação à TV mudou muito. Pedro só tem 1 ano e dois meses, mas é vidrado em TV, e ele merece ver coisa boa.
Estado – Os participantes do ‘Sem Saída’ erram muito no teste de conhecimento. Por quê?
Garcia – O nível de conhecimento é baixo, mas eles erram muito por nervosismo.
Estado – Quais foram os piores erros?
Garcia – São muitos: o destino do Titanic foi o oceano. João Paulo II incendiou Roma, o Pacífico banha o Rio de Janeiro, a capital do Japão é a Coréia. Fizemos os piores momentos do Sem Saída para exibir.
Estado – Quais são os planos da Record para você?
Garcia – Estou planejando meu programa semanal e, em algum momento, acho que vou fazer novela.
Estado – Você acha que tem mais talento como ator ou como apresentador?
Garcia – Não sei, tento fazer bem o que está na minha frente. Desde cedo comecei a correr atrás do meu.
Estado – Apesar de jovem, você é muito bom nos negócios. Com quem você aprendeu a administrar sua carreira?
Garcia – Fiz Administração de Empresas durante dois anos e meio. Mas desde cedo eu tive meu negócio. Eu e um amigo comprávamos tecido e dávamos para costureiras fazerem shorts e moletons. Eu vendia na faculdade, na praia, para os amigos. Com 18 anos comprei meu primeiro carro.
Estado – Que outros negócios você tem?
Garcia – Represento os relógios Storm of London, 30% da marca é minha. Tenho uma empresa de outdoor no Rio e estou para inaugurar o portal galáxia.TV. Eu não preciso da televisão para viver, mas não consigo viver sem ela.
Estado – Qual foi o seu melhor papel na TV?
Garcia – Gostei do primeiro, na novela Tropicaliente, e do último, o Marcos de Celebridade.
Estado – Em quem você se inspirou para criar o malandro de ‘Celebridade’?
Garcia – Em todos os cariocas sarados que a gente encontra pela praia, aplicando 171, pegando uma coisinha aqui e ali para sobreviver. Na praia, quem tem dinheiro são os gordinhos carecas, o michê faz pose, finge que está falando ao telefone.
Estado – As pessoas na rua ainda o identificam com o personagem?
Garcia – Muito, me chamam de michê, perguntam da cachorra. Deve ser pior para a Cacau (Cláudia Abreu). Imagine a cena: ela sai para passear com filho, o marido, e tem de ouvir: ‘E aí, cachorra?’
Estado – Qual é a sua maior ambição na carreira?
Garcia – Não tenho muita ambição. Quero trabalhar muito, tenho vontade de fazer cinema, fiz um roteiro com Alexandre Moreira de um romance policial. O protagonista é um policial que renega a profissão e passa a combater a corrupção. Minha ambição é não perder a minha essência. Quero tempo para curtir o meu filho, não posso abrir mão do meu sossego nem da minha paz.’
BIG BROTHER
‘Fórmula do ‘Big Brother’ está longe de se esgotar’, copyright O Estado de S. Paulo, 8/09/04
‘O Brasil está entre os países que mais edições de Big Brother já exibiram na TV. Ao lado dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Itália e da Espanha, o País já está em sua 5.ª edição da atração, que estréia em janeiro, na Globo.
No México, onde os participantes do BB são celebridades, o programa ainda está na 3.ª edição. Austrália, Bélgica e Suécia chegaram à 4.ª edição, enquanto a Dinamarca ainda colhe os frutos do terceiro Big Brother.
Na Inglaterra, onde a 5.ª edição já acabou, o Channel 4 já planeja a 6.ª edição, sem perder o fôlego para criar burburinho. A última edição britânica do reality show atraiu 6 milhões de telespectadores no dia em que exibiu cenas de sexo envolvendo dois participantes. A polêmica não parou por aí. O vencedor do reality foi um travesti chamado Nadia Almada.
Primeira vez – Se na Inglaterra já não há mais novidades na atração, há países aos quais o programa sequer chegou. A TV búlgara NTV acabou de comprar da produtora Endemol os direitos para produzir sua 1.ª edição da atração. É a primeira vez que o país exibe um reality show.
O Big Brother búlgaro seguirá as regras originais da atração – como ocorre no Brasil – e tem estréia prevista para 17 de outubro.
Já a Albânia continuará livre dos Big Brothers, por enquanto, mas não resistiu ao apelo de outro programa da Endemol: o game show Deal or no Deal chega ao país ainda este ano. A atração, que será exibida pela TV Klan, está prevista para ir ao ar diariamente durante um ano completo, sempre no horário nobre. Esse é o primeiro formato internacional a ser transmitido pela TV albanesa.
Deal or no Deal já está no ar em 20 países e tem formato muito parecido com o de Eu Compro Seu Televisor, apresentado por Silvio Santos no SBT. A rede brasileira, por sinal, está sendo processada pela Endemol, sob acusação de plágio.’
TV BANDEIRANTES
‘Datena ganha noticiário novo na Band’, copyright O Estado de S. Paulo, 8/09/04
‘Satisfeita com o desempenho de José Luís Datena na Olimpíada de Atenas, a direção da Band deu ao jornalista o comando do Esporte Total, atração que já foi de Jorge Kajuru. Em breve, Datena passará a apresentar o noticiário, que será dividido em três partes e deixará de se resumir ao território esportivo.
‘Vamos ter também um horário local para fazer a defesa dos interesses públicos dos cidadãos, além de mostrar o que está acontecendo nas principais praças do País’, diz o diretor de Jornalismo da Band, Fernando Mitre.
Segundo ele, Datena vai comandar minidebates durante o jornal. A população vai participar ao vivo e, eventualmente, o apresentador estará na rua para acompanhar o problema pessoalmente. O programa irá ao ar entre 11h45 e 1h15 – os 30 minutos finais serão locais.’