Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Libby é considerado
culpado no Caso Plame

 

Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 7 de março de 2007


CASO PLAME
Folha de S. Paulo


Ex-assessor de Dick Cheney pode ser condenado a até três anos


‘Lewis ‘Scooter’ Libby, 56, ex-chefe-de-gabinete do vice-presidente Dick Cheney, foi ontem considerado culpado por um júri americano por obstrução de Justiça, falso testemunho e de mentir sob juramento.


Ele poderá cumprir pena de um ano e meio a três anos de prisão. A sentença será conhecida em 5 de junho. Ele ontem foi fotografado para a abertura da ficha criminal e teve registradas suas impressões digitais


Trata-se do mais alto funcionário da Casa Branca a se tornar réu na recente história dos Estados Unidos, em meio a uma rede de intrigas destinada a se vingar de um diplomata americano, que em 2003 contestou a versão do presidente George W. Bush de que Saddam Hussein tinha planos de fabricar a bomba atômica.


Uma das porta-vozes da Casa Branca, Dana Perino, disse que Bush estava ‘entristecido’ por Libby e por seus familiares.


A presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, afirmou que o processo ‘forneceu um retrato constrangedor do círculo íntimo do governo’.


‘Urânio para Saddam’


Tudo começou quando a CIA, o serviço de inteligência, enviou em 2002 ao Níger o diplomata Joseph Wilson, para verificar se o governo local estava vendendo urânio a Saddam. Wilson concluiu que a informação não procedia. Mesmo assim, a Casa Branca manteve a versão de que Saddam se abastecia do combustível naquele país africano.


Indignado, o diplomata publicou em julho de 2003 artigo em que acusava a entourage de Bush de distorcer os fatos para justificar a invasão do Iraque.


Wilson é casado com uma ex-agente da CIA, Valerie Plame, então lotada no setor de inteligência nuclear. Alguém na Casa Branca teve a idéia de, para se vingar de Wilson, ‘queimar’ a mulher dele. Revelar seus vínculos com a CIA inutilizaria sua carreira. A identificação de um agente secreto por um funcionário do governo é crime.


O trabalho foi feito por Libby, em conversas reservadas com jornalistas. Quando o escândalo eclodiu, há três anos, ele foi interrogado pelo FBI, a polícia federal, e disse que, ‘por não ter boa memória’, não se lembrava com quem conversara e de quem recebera ordens.


O promotor Patrick Fitzgerald interrogou jornalistas que publicaram ou receberam informações sobre Plame. Judith Miller, então repórter do ‘New York Times’, ficou 85 dias presa pela recusa em revelar a identidade de seu informante.


O caso rapidamente se transformou em um grande escândalo. Conforme Fitzgerald aprofundava suas investigações, ficava claro que o primeiro escalão americano se comportava com arrogância e era até capaz de cometer um delito -revelar a identidade de uma agente da CIA- para, de modo mesquinho, se vingar politicamente de seu marido.


Outros informantes


Fitzgerald apurou que também participaram da operação de ‘queima’ de Valerie Plame o então subsecretário de Estado Richard Armitage, e que o colunista Robert Novak, depois de receber dele a informação, a confirmou com Karl Rove, assessor político de Bush.


Um dos advogados de Libby, Theodore Wells, afirmou durante o processo que seu cliente se tornara o bode expiatório, numa operação destinada a proteger Rove, que não poderia ser afastado da Casa Branca por sua condição de homem-chave na campanha para a reeleição do presidente, em 2004.


Ontem Wells se declarou ‘desapontado’ e disse que pedirá que o julgamento seja anulado. Caso isso não aconteça, ele entrará com recurso na Justiça Federal, onde o processo tramita.


Com agências internacionais’


VIOLÊNCIA & MÍDIA
Marcelo Coelho


O caso Janine


‘Comento a polêmica em torno do artigo de Renato Janine Ribeiro, publicado no Mais! de 18/2. Ainda que previsível, a indignação provocada pelo seu texto me pareceu desmedida.


Não é todo dia, por certo, que um intelectual confessa achar ‘que é pouco’ castigar com a pena de morte os assassinos de uma criança.


‘Não paro de pensar que deveriam ter uma morte hedionda (…) Imagino suplícios medievais, aqueles cuja arte consistia em prolongar ao máximo o sofrimento, em retardar a morte’.


Mas no mesmo artigo, depois desse chocante desabafo, Janine afirmou claramente: ‘Não consigo, do horror que sinto, deduzir políticas públicas, embora isso fosse desejável’. Seria o caso de defender a pena de morte, a prisão perpétua, a redução da maioridade penal? ‘Não sei’, escreveu Janine.


Os críticos mais inflamados não levaram em conta esse ‘parágrafo das dúvidas’. Janine foi tomado como um defensor da pena de morte e da tortura medieval. Com muitos agravantes: trata-se de um filósofo, um professor de Ética na USP, e um ‘homem público’, dado o fato de ser diretor da Capes.


Começo por essa última circunstância. Se o artigo tivesse sido escrito por um governador ou um coronel da PM, o caso seria bem diferente. Autoridades públicas têm a obrigação de separar o que é da ordem de seu sentimento subjetivo e o que pertence à esfera de sua ação prática. Cabe-lhes, de fato, ‘deduzir políticas públicas’ de suas convicções.


Devem ademais calar-se, quando há o risco de que seus subordinados ‘deduzam’ providências reais a partir dos sentimentos privados que tenham vontade de expressar. Mesmo se fosse numa conversa particular, um governador que dissesse ‘imaginar suplícios medievais’ para punir criminosos estaria cometendo uma impropriedade gravíssima.


Mas um intelectual, mesmo se diretor da Capes, não é ‘homem público’ nesse sentido. Sua função pública é discutir, levantar problemas. Muitas pessoas consideraram, entretanto, que Janine não deveria fazer desabafos; poderia dizer o que disse numa roda de amigos, não na esfera pública.


Acho equivocada essa opinião. Nada mais brasileiro do que tolerar, por exemplo, o machismo em piadinhas de botequim, para depois assumir pose politicamente corrreta em seminários e palestras.


E Janine não fez apenas um desabafo. Ele levantou um tema complicado: qual a relação entre o seu sentimento pessoal, feito de raiva e desejo de vingança, com sua opinião teórica a respeito da pena de morte ou da tortura?


A questão é importante, e merece ser discutida. É nesse ponto que discordo de Janine. Nossos sentimentos, dos quais cabe tratar sem hipocrisia, não têm como se traduzir em políticas públicas coerentes. Janine parece querer diminuir o espaço entre uma coisa e outra. Mas isso, a meu ver, tende a ser impossível.


Dou um exemplo. Janine pode querer, agora, que os assassinos de João Hélio sofram imensamente na prisão. Mas se aparecer no jornal uma descrição dos ‘suplícios’ a que foram submetidos, imagino que a sensibilidade de Janine reagiria com o mesmo horror com que reagiu ao assassinato.


No artigo de domingo passado, rebatendo os críticos, Janine afirmou que ‘calar em público os sentimentos que se referem à vida pública induz à idéia do intelectual como quem pensa sem paixões, a esconder a face oculta de nossa comum humanidade’.


Mas pensar é, a meu ver, pensar sem paixões. Pelo menos, resulta de uma paixão particular, feita de compromisso com a verdade, com a lógica, não do que há de mutável nas nossas disposições emocionais. As emoções do público, entretanto, voltaram-se contra Janine. Será que não se voltaram, na verdade, contra aquilo que todos nós sentimos dentro de nós mesmos? Nosso desejo de vingança deve ser calado: que Janine se cale, então…


E não apenas nosso desejo de vingança. Que seja reprimida, também, a sensação que temos de fraqueza, de imobilismo, de impotência diante da barbárie. Sem dúvida, aplicar de verdade as leis vigentes já seria uma grande coisa. Mas desconfiamos que dizer isso é chover no molhado, e que repetir pela milésima vez a defesa de leis que não funcionam pode muito bem traduzir-se em frieza e indiferença na prática.


Esse é o ponto em que Janine tocou, e que torna o seu texto difícil de ser suportado.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Direitos humanos


‘Por falar em prender e arrebentar, a BBC Brasil deu que ‘o Departamento de Estado divulgou o relatório anual de direitos humanos, em que afirma que forças policiais do Brasil cometeram uma série de abusos, [como] espancamentos e torturas de pessoas presas’. As outras passagens destacadas ontem na BBC:


– As retaliações feitas pela polícia às rebeliões em prisões de SP exemplificam um contínuo padrão de impunidade… Esquadrões da morte ligados a oficiais da lei mataram… Devido ao anonimato conferido pelo veículo, nenhum dos oficiais foi julgado por incidente envolvendo o Caveirão [no Rio]… Na maior parte, os violadores de direitos humanos ficaram impunes.


LARRY LÁ


O correspondente Larry Rohter surgiu ontem na pequena manchete do ‘New York Times’ (dir.), por conta da viagem de George W. Bush. Destacou a ‘mudança na agenda’, com ‘o plano de parceria energética para criar empregos e diminuir a pobreza e a desigualdade’. Significativamente, em vez de Celso Amorim ou outro, ouviu os ex-ministros Luiz Felipe Lampreia e Rubens Ricupero -e baseou neles o texto, do princípio ao fim. Foi manchete também no site.


‘WE CARE’


No ‘Washington Post’, saiu na pág. 11 o texto sobre Bush e sua mensagem, ‘we care’, nós nos importamos. O repórter Peter Baker não escondeu a ironia com o neopopulista que agora cita até Bolívar:


– Chávez? Não, Bush.


QUASE RISÍVEL


No site do ‘WP’, o colunista Dan Froomkin também deu a tentativa de ‘cooptar retórica populista’ por ‘quase risível’ e destinada ao fracasso. Sobre a garantia de um assessor, de que ‘não é turnê antiChávez’, só comentou, ‘Yeah, right’.


QUINTAL DE CHÁVEZ


O ‘Los Angeles Times’ foi além e deu, no título, que Bush visita ‘a América Latina, quintal de Chávez’. Como o ‘NY Times’, também o ‘LA Times’ diz que ‘as promessas de Bush não são páreo para os presentes reais de Chávez’.


PODEROSO


E tem o ‘Miami Herald’, com coluna de Peter Hakim, do Inter-American Dialogue, o mesmo de FHC. O texto diz que ‘a presença de Bush serve como um lembrete poderoso do quanto é significativo este país para a América Latina’.


‘GADGETS’


A foto de Lula com um Classmate da Intel (dir.), concorrente do OLPC de Nicholas Negroponte, que posou com ele há meses, andou pelo blog Circuito Integrado e até mesmo pelo Endgadget, um dos principais do setor no mundo -e que avisou que ‘os gadgets vão também trazer uma tradição dos países desenvolvidos: a guerra OS’, que opõe software livre e pago. Mas o melhor veio nos comentários, com uma série de piadas hilariantes sobre Lula, Brasil e Jesus na parede, o que levou à reação dos brasileiros -desacostumados ao bom humor na web.


EXABYTES


Do ‘Guardian’ ao Blue Bus, ecoou ontem um estudo da IDC, que, no dizer da AP, ‘somou tudo e determinou que o mundo gerou 161 bilhões de gigabytes ou 161 exabytes no ano passado’.


Equivale a três milhões de vezes a informação de todos os livros já escritos. Seriam necessários 161 bilhões de iPods Shuffle para armazenar.


UNDÉCIMO


E um estudo da comScore, na BBC, diz que em 2006 o número de internautas no Brasil saltou 16%, para 15 milhões, e o país é o 11º no mundo. Mas o crescimento foi abaixo dos outros Brics.


Na lista, em primeiro lugar vêm Estados Unidos, depois China, Japão, Alemanha e Grã-Bretanha. A Índia é a 8ª, a Rússia, 13ª, o México, 15º.’


TELEVISÃO
Laura Mattos


‘Paraíso’ tem pior estréia da década


‘‘Paraíso Tropical’ teve a pior audiência de estréia das novelas das oito da Globo desta década. O primeiro capítulo, exibido anteontem, marcou apenas 41 pontos de média, de acordo com dados prévios do Ibope.


Até então, a estréia mais baixa dos anos 2000 havia sido registrada por ‘Laços de Família’, de Manoel Carlos. Primeira novela das oito a entrar no ar nesta década, marcou 44 pontos no primeiro capítulo.


As cinco novelas anteriores a ‘Paraíso Tropical’ iniciaram com pelo menos 50 pontos no Ibope: ‘Páginas da Vida’ (50), ‘Belíssima’ (54), ‘América’ (56), ‘Senhora do Destino’ (51) e ‘Celebridade’ (50).


Antes disso vieram: ‘Mulheres Apaixonadas’ (45), ‘Esperança’, ‘O Clone’ e ‘Porto dos Milagres’ (todas com 47).


‘Paraíso Tropical’, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, pode ter sido prejudicada pela decepcionante audiência do último capítulo de ‘Páginas da Vida’, na sexta-feira.


A trama de Manoel Carlos terminou com 53 pontos, um a menos do que o penúltimo capítulo e dois a menos do que alcançara antes da fase final.


É normal que o primeiro capítulo de uma novela sofra uma queda de audiência em relação ao final da anterior. Na Globo, considera-se que há um ‘luto’ do telespectador, que resiste por um tempo à nova história.


A queda sofrida na troca de ‘Páginas’ para ‘Paraíso’, contudo, foi de quase 25%, acima das registradas anteriormente.


Foram 12 pontos de queda, o que corresponde a 666 mil domicílios na Grande São Paulo.


Autor de ‘Páginas’, Braga afirmou ontem à Folha, por e-mail, que não sabe calcular quanto tempo pode levar para recuperar os telespectadores perdidos. ‘Gostaria muito de saber responder, mas não sei. Só sei que estamos escrevendo uma boa novela, cuja história vai em crescendo. Espero que possamos recuperar os espectadores logo’, disse o escritor.


Rio de novo


O ‘Paraíso’ de Braga já deixou claro que nada tem a ver com as ‘Páginas’ de Manoel Carlos. A história é mais ágil, um thriller. A excessiva quantidade de cenas paradisíacas do Rio, contudo, pode ter dado ao público um ar de ‘déjà vu’ e prejudicado o ibope inicial. Saiu o Leblon, entrou Copacabana, mas era o mesmo Rio turístico, com a mesma MPB.


A direção de Dennis Carvalho chamou a atenção.


O ritmo é bom, o cenário, muito bem contruído. É impressionante o hotel cenográfico de Antenor Cavalcanti. O efeito de computador que insere imagens da praia na porta do hotel de mentira também está bem resolvido. O par romântico já começou com química, o vilão de Wagner Moura promete, e, por ora, nada indica que ‘Paraíso Tropical’ não recupere em breve o fôlego no Ibope.’


Gustavo Villas Boas


Internet revoluciona o rumo da televisão


‘O mercado de vídeos on-line entra em uma nova era. O BitTorrent fechou contrato com os estúdios de Hollywood para vender e alugar filmes pela rede. A Viacom -empresa por trás da MTV e da Paramount- vai ter conteúdo transmitido pela TV via internet Joost. E a liga de basquete NBA fez acordo com o YouTube, assim como a rede inglesa BBC.


Essas negociações mostram o movimento em busca de um bocado do bolo que teve como cereja o YouTube, no ano passado. E que deve crescer mais, de acordo com analistas.


No final de 2006, segundo uma pesquisa de mercado de alta tecnologia da In-Stat, havia no mundo 13 milhões de casas que acessavam regularmente serviços de vídeos. Esse número deve crescer dez vezes até 2010, conforme o estudo.


A empresa de análise de mercado de mídia e telecom Informa dourou esse dado: em 2012, o mercado de vídeo on-line deve gerar US$ 6,3 bilhões.


O Google mostrou apostar nessas previsões. Pagou pelo YouTube US$ 1,65 bilhão no ano passado. Ou, segundo o analista Robert Perck disse à Bloomberg, mais de cem vezes o que o site faturou em 2006.


Nova onda


Ter lucro com o conteúdo gerado pelo usuário, o forte do YouTube, ainda é um desafio. Por um lado, as empresas titubeiam em atrelar seus anúncios a um vídeo desconhecido. Por outro, os internautas podem reagir mal ao ver que suas férias no campo estão sendo bombardeadas por propagandas.


Mas, ao passo que os filmes na internet têm roubado audiência da televisão, é inevitável que produtores olhem para a rede, garantindo público aos seus anunciantes.


A jornada da Viacom é exemplar. Ela preparou o terreno pedindo a retirada de 100 mil clipes do YouTube. Na seqüência, anunciou um acordo com o Joost, que só vai ter conteúdo protegido e está em fase de testes para convidados.


A aposta tem motivação sólida. Por trás do Joost, estão os criadores do Kazaa -que fez bombar a troca de vídeos- e do Skype, de telefonia on-line.


O YouTube também dá seus pulos atrás de parcerias. As ligas norte-americanas de hóquei e de basquete têm acordo com o site. A NBA manda material exclusivo para o portal, mas incentiva os fãs a enviarem os próprios filmes. Já a BBC usará o site para promover suas mídias tradicionais.


O time inglês de futebol Chelsea já aderiu à onda, com um canal no YouTube. E 7 dos 16 finalistas da Copa dos Campeões da Uefa -como o Barcelona- mandaram representantes para um evento sobre transmissões pela internet na última quinta-feira, na Inglaterra.


Muitos meios


As empresas aproveitam a plasticidade da internet para exibir e enviar vídeos, além da convergência de recursos multimídia. Um exemplo: a Verizon, uma das gigantes da telefonia celular norte-americana, com 57 milhões de consumidores, exibe filmes do YouTube nos aparelhinhos mediante assinatura.


As gigantes dos computadores também mostram suas armas para entrar no mercado de vídeos da internet. Um dos recursos mais badalados do novo Windows Vista é o Media Center, que administra a integração entre o micro e a televisão.


A Apple aposta no AppleTV, que leva, sem fio, o conteúdo do iTunes (a loja on-line de conteúdo multimídia da empresa) à televisão.


Gerry Kaufhold, analista da In-Stat, disse que os portais gigantes buscam um caminho para que seus serviços sigam os usuários de tela em tela durante o dia. E resume: ‘O futuro da televisão está, lentamente, sendo definido on-line’.’


INTERNET
Juliano Barreto


Pacotes de proteção reforçam antivírus


‘Com velhos conhecidos e algumas novas armas, a indústria dos programas de proteção do PC terminou sua metamorfose. Depois de muitas promessas e brigas, McAfee, Microsoft e Symantec lançaram as versões finais de produtos que prometem cuidar do PC em todos os momentos, executando tarefas que vão da análise de sites fraudulentos até a desfragmentação do disco rígido. O antivírus não é mais a estrela da companhia. É considerado inútil quando trabalha sozinho. Hoje, para navegar tranqüilo, é preciso ter bloqueador de sites maliciosos, programa para filtragem de dados (firewall) e uma ferramenta para monitorar os e-mails.


Por isso, o McAfee Total Protection, o Norton 360 e o Windows Live OneCare exibem uma longa lista de atributos. No final das contas, o saldo dessa movimentação é positivo. Pela primeira vez em anos, as ferramentas de proteção existentes não foram apenas embaladas em caixas novas. Foram colocadas todas em uma caixa.


Temporão


Lançado na semana passada, e meses após os rivais, o Norton 360 foi avaliado com exclusividade pela Folha. Como principal novidade, o pacote traz a profunda facilidade de uso. Após instalado, o programa raramente exige alguma ação do usuário, pois suas atualizações e suas varreduras são feitas automaticamente durante períodos de inatividade do PC.


‘Se a minha mãe não entender a pergunta que aparece na caixa de diálogo, é porque essa escolha deve ser feita pelo programa’, resumiu o vice-presidente de engenharia da Symantec, Rowan Trollope. O comportamento independente do Norton 360 é conveniente para quem não tem conhecimento ou paciência para configurar as ferramentas.


Do contrário, principalmente para quem tem o Windows Vista, o pacote da Symantec pode ser substituído com vantagens por um de seus concorrentes ou até por produtos da sua própria fabricante. É mais fácil criar regras de bloqueio especiais no firewall do Vista, por exemplo, do que no novo Norton. Outro ponto fraco é a incompatibilidade com o Firefox -a barra que analisa os sites só funciona no Internet Explorer.


Evolução


Apesar de mais completo, o 360 é menos pesado do que os outros softs da linha Norton, pedindo 256 Mbytes de memória para funcionar. Isso, porém, não quer dizer que o pacote seja indicado para modelos básicos de micros. Nesse caso, combinar um antivírus leve, como o NOD 32, e um anti-spyware gratuito, como o Spybot Search and Destroy (www.superdownloads.com.br) já é suficiente.


O lançamento do Norton 360 no Brasil está previsto para este mês. Nos EUA, a versão para download do software, ou seja, sem caixa, custa US$ 70, contra os US$ 50 do Windows Live OneCare e os US$ 60 do McAfee Total Protection.


O jornalista JULIANO BARRETO viajou a convite da Symantec’


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