‘O ‘New York Times’ não poderia ser mais cruel ou preciso: a primeira reação do presidente Bush à tragédia em Nova Orleans foi um discurso com a eloqüência e a importância de uma celebração do Dia da Árvore perante uma platéia de escoteiros.
A reação quase unânime dos formadores de opinião e da classe política fez soar despertadores na Casa Branca, e o governo americano começou a se mexer, com todas as dificuldades impostas pela sua incapacidade de prever uma tragédia reiteradamente anunciada. E tudo influenciado pela seqüência aparentemente inexorável de erros políticos e militares no Oriente Médio. Destaque-se o fato de que há ligação concreta entre uma coisa e outra: a Guarda Nacional, corpo de reservistas que normalmente deveria ser mobilizado para ajudar no socorro a Nova Orleans, está com substancial parte de seus efetivos matando e morrendo no Iraque.
É desse tipo de coincidência que muitas vezes se produzem as mais óbvias lições da História: por exemplo, que raramente estão a salvo de surpresas desagradáveis os governantes com idéias fixas e mentes estreitas.
É sempre bom aprender com nossos erros: melhor ainda, aprender com erros alheios.
As trapalhadas de Bush bem poderiam ser motivo de meditação para o presidente Lula. No momento, um furacão de denúncias começa a fazer vítimas (não inocentes como as americanas, mas nenhum exemplo é perfeito) no Congresso e na classe política. Como a maioria esmagadora é de membros e aliados do governo, é ele, no fim das contas, a principal vítima. Possivelmente, a pessoa do presidente será poupada. Mas não seu prestígio, sua capacidade de liderar e agir: estão desaparecendo na enxurrada das águas podres. Diferentemente do que acontece nos EUA, o pior ainda não passou. Lá, o desafio é reconstruir. Aqui, essa tarefa só pode começar de fato quando o nível das águas baixar e for possível ter uma idéia precisa sobre o que dá para salvar, sobre como libertar dos escombros a autoridade e a força moral do centro do poder.
Nos EUA, Bush começa a se recuperar – mal e mal, dentro dos limites possíveis a um chefe de governo sem atributos de estadista. Aqui, ainda sequer sabemos se o furacão começa a perder forças e que rumo tomará.
O único pronunciamento público do presidente teve emoção demais, pedido de perdão – e nenhum anúncio de ações concretas. A ele nada se seguiu, vindo do Planalto: é como se a crise política se limitasse ao mau comportamento de parte do PT, um pedaço do Congresso e meia dúzia de vivandeiras que se locupletaram em campanhas eleitorais.
Até agora, Lula fez apenas o seu discurso do Dia da Árvore. Faltam-lhe, por enquanto, vontade e forças para encarar o olho do seu furacão pessoal.’
KATRINA NA MÍDIA
O Estado de S. Paulo
‘Jornal local noticia e vive a calamidade ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 6/09/05
‘ODISSÉIA: Jim Amoss, editor do jornal The Times-Picayune, enfrentou uma terrível decisão na terça-feira passada. Cerca de 240 empregados e alguns membros de suas famílias, incluindo um bebê de 6 meses, haviam passado a noite nos corredores da sede do jornal em New Orleans. O edifício ainda estava de pé, mas o estacionamento estava submerso e a água estava subindo os degraus da entrada. Quando a água começou a subir mais, Amoss tomou a decisão. ‘Precisamos sair enquanto ainda é possível’, disse ele. O que se seguiu foi uma odisséia para os funcionários do Times-Picayune, que procuraram uma sede fora de New Orleans enquanto tentavam publicar o jornal – inicialmente online e, depois, em papel. O jornal, que normalmente tem tiragem de 270.000 exemplares, teve de fazer a maior cobertura de sua história sem eletricidade, telefone e lugar para trabalhar. Com leitores espalhados pelo sul, o jornal transformou seu site, o www.nola.com, numa válvula de escape para os inúmeros relatos da tragédia, com notícias, informações cruciais e um fórum sobre desaparecidos. A peregrinação já foi acrescentada ao folclore do Times-Picayune, que serve a New Orleans desde 1937 e cuja história inclui o escritor William Faulkner.’
CHINA
Antonio Gonçalves Filho
‘China em quadrinhos ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 7/09/05
‘No autobiográfico Terra Vermelha, Rio Amarelo: Uma História da Revolução Cultural (Edições SM, 64 págs., R$ 26), premiado como melhor livro de não ficção na Feira do Livro de Bolonha deste ano, o chinês Ange Zhang conta como foi crescer durante o regime de Mao Tsé-tung na China, marcado por mudanças radicais provocadas por sua Revolução Cultural. Filho de um escritor famoso, oficial do Exército Vermelho e autor da letra da Cantata do Rio Amarelo, talvez o hino mais popular entre os chineses, Ange Zhang era um adolescente, em 1966, quando a Guarda Vermelha invadiu sua casa, lacrou a biblioteca do pai e o mandou para o campo a fim de ser ‘reeducado’ contra os ‘vícios capitalistas’.
Ingênuo, Ange Zhang passou a adolescência repetindo slogans como ‘abaixo os contra-revolucionários’ até ser, ele mesmo, acusado de ‘bastardo’, filho de um ‘inimigo do povo’ – o pai, como outros intelectuais, foi colocado na lista negra, humilhado publicamente e preso. Com a morte de Mao, em 1976, a Revolução Cultural chegou ao fim. As escolas foram reabertas e os proscritos do regime, soltos. Em 1989, quando trabalhava como cenógrafo visitante do Centro de Artes Banff de Alberta, o governo canadense ofereceu asilo aos chineses e Ange aceitou a oferta. Hoje é um cenógrafo consagrado, além de autor premiado.
Seu ingresso no Canadá, conta ele, foi uma segunda ‘reeducação’. Sem dominar a língua e tendo de assimilar conceitos e autores desconhecidos, Zhang passou por maus momentos – nada comparável ao sofrimento de outros chineses que, em 1878, foram excluídos de todos os serviços públicos do Canadá. Vítima do preconceito de políticos conservadores, preocupados em agradar aos eleitores racistas, seus conterrâneos só não foram expulsos do país porque a Canadian Pacific Railway estava sendo construída e os canadenses precisavam da mão-de-obra barata.
Para quem passou pelo turbulento regime maoísta, a história da primeira geração de imigrantes chineses no Canadá não apavorou Zhang. Afinal, ao ser mandado para a província de Shanxi e ‘reeducado’ por lavradores, ele não imaginava que pudesse, um dia, sair de lá. Saiu. E é essa história que ele conta no livro e na entrevista exclusiva concedida ao Estado.
Terra Vermelha, Rio Amarelo: Uma História da Revolução Cultural trata não só da transformação da China sob Mao como denuncia doutrinas e ideologias radicais. Era seu propósito produzir um relato para alertar as novas gerações ou simplesmente escrever a autobiografia?
Acredito que a história já tenha mostrado o certo e o errado. Em meu livro, tentei contar a vida de um garoto comum que passou por uma experiência extraordinária durante seu período de reaprendizado social promovido pela Revolução Cultural de Mao. Esse menino ingênuo, cheio de idéias revolucionárias, teve seu mundo destruído pela realidade, sendo seguido em seu destino pela família e seu amado pai. Apesar disso, ele persegue o sentido de tudo isso e supera o medo, a confusão mental e a solidão, descobrindo a si mesmo e encontrando coragem para correr atrás da felicidade. Quis contar essa história de maneira sincera e honesta. Espero que os leitores possam encontrar alguma mensagem útil no livro, do mesmo modo que a encontrei em minha experiência existencial .
O estilo das ilustrações é caracterizado por um desenho anguloso de cores saturadas, lembrando em muitos aspectos a escola formal dos pôsteres de propaganda do regime maoísta. Por que você escolheu fazer uma paródia deles?
Como cenógrafo, sempre tento encontrar um estilo que sirva à peça encenada. O rígido pôster de propaganda é uma peça de grande apelo visual, representativo da severa carga ideológica do regime maoísta. Visualmente, era o oposto do estilo clássico, elegante, sentimental; ou seja, negava sentimentos humanos. Decidi usar esse estilo para manter vivo o peso dos elementos desse período histórico, expressando, ao mesmo tempo, minhas idéias a respeito.
A Revolução Cultural acabou e a China caminha, hoje, em outra direção. Capitalista, para ser mais preciso. Quais as suas impressões sobre a China contemporânea?
Chegamos ao ocaso desse período negro da história chinesa. A China mudou muito desde a Revolução Cultural. Todos nós, chineses, mudamos. Ainda estamos em busca de aprimoramento. A China contemporânea tenta novos caminhos, alguns bem-sucedidos, outros nem tanto. Fico contente ao ver muitas pessoas mudarem de vida e verificar que a China se torna, enfim, mais forte. E, finalmente, por ver que as mudanças continuam.
Como foi a mudança para o Canadá e o que ela representou? Um segundo programa de reeducação, como o do período da Revolução Cultural chinesa? Qual foi sua mais difícil experiência no Canadá?
Você tem razão. Começar uma nova vida no Ocidente foi como uma segunda reeducação, só que mais agradável. Meus amigos e eu sempre brincamos a respeito. O meu maior desafio foi mental, não físico. Cruzar a barreira da língua foi a experiência mais difícil. Nunca tive chance de estudar inglês na escola antes de desembarcar no Canadá. Como cenógrafo de teatro, tenho de me comunicar com muitas pessoas, não só para entendê-las como para me fazer entender, expor minhas idéias, o que não é nada fácil. É preciso muita coragem e acho que fui beneficiado pela minha primeira reeducação na China.
Seu pai morreu há dois anos cultuado pelo povo chinês. Seus parentes ainda moram na China. Qual é sua relação com a cultura chinesa? E com o governo?
Meu pai foi um grande homem. Infelizmente morreu sem ver meu livro publicado. Quando estive este ano na Feira do Livro de Bolonha, encontrei autoridades chinesas que conheceram meu pai e o respeitavam muito. Todos pareciam muito felizes com o prêmio que recebi, mas disseram que, embora gostassem de meu livro, ainda era cedo para publicá-lo na China, por tocar em questões delicadas. Quem sabe, no futuro, ele seja publicado e meus amigos possam comentá-lo.
Você criou o cenário da peça A Moon for the Misbegotten, de Eugene O’Neill. É muito diferente conceber projetos para peça ocidentais?
Quando estava desenhando o cenário, um colega meu cenógrafo virou para mim e confidenciou: ‘Ange, admiro realmente sua coragem, pois não poderia me imaginar trabalhando para a Ópera Chinesa com um diretor chinês e encarando uma platéia e críticos chineses.’ Bem, há uma tremenda diferença entre o teatro ocidental e o oriental. Minha chave de interpretação é tentar entender cada personagem da peça. Se você consegue chegar ao coração humano, então estou certo que o público vai entender meu cenário.
Sua carreira literária não deve se limitar a Terra Vermelha, Rio Amarelo. Você prefere trabalhar como ilustrador de livros infantis alheios ou vamos ler novos livros seus?
Há um momento na vida em que pensamos escrever. Não foi deliberado, mas achei interessante ilustrar minha história. Impedia-me o fato de meu texto não ser suficientemente forte, até mesmo porque sou artista, não um escritor. Porém, o reconhecimento crítico me incentivou. Tive ótimas resenhas e decidi produzir mais livros infantis, assinando texto e ilustrações.
O diretor chinês Dai Sijie, em Balzac e a Costureirinha Chinesa, retrata uma situação semelhante à descrita em Terra Vermelha, Rio Amarelo. Nele, um garoto violinista passa pelo mesmo processo de reeducação durante a Revolução Cultural. Qual a sua opinião sobre o filme?
Vi e gostei muito, especialmente do humor, não muito comum nos filmes chineses. Não conheci Dai Sijie, mas a sua história é igual à de milhões de jovens enviados para reeducação nos campos, durante o regime de Mao. Somos apenas dois em meio a uma multidão.’
INTERNET
Robson Pereira
‘A internet no banco dos réus ‘, copyright O Estado de S. Paulo, 7/09/05
‘O blog Suicídio Coletivo está longe de ser um campeão de audiência na internet brasileira e já se passaram oito meses desde que foi atualizado pela última vez. Mas a simples existência de uma página como essa no Japão seria motivo de investigações policiais e destaque garantido nos telejornais noturno. E o motivo é simples: os japoneses estão convencidos de que a internet se transformou no principal elo de ligação entre vários casos de suicídios em grupo registrados em diferentes regiões do país nos últimos dois anos.
Só em 2005, pelos menos 60 novos casos passaram a integrar a macabra e dramática estatística, superando a marca de 55 mortes em grupo registradas ao longo do ano passado. A taxa atual já representa duas vezes os índices observados em 2000 e tem merecido artigos em publicações científicas também na Europa e nos Estados Unidos.
A polícia intensificou a vigilância em cybercafés e pontos públicos de acesso. Até mesmo provedores e empresas de telecomunicações deixaram de lado a postura defensivista e começaram a trabalhar em um conjunto de medidas para identificar endereços e internautas direta ou indiretamente ligados a sites ou serviços que supostamente possam servir de base para ações como estas.
Suicídios coletivos não são um tema novo para os japoneses. Em 2002, Clube do Suicídio, do cineasta Shion Sono, antecipou o problema. O filme passou despercebido por aqui, a não ser para os freqüentadores assíduos de festivais internacionais de cinema. Nas últimas semanas, voltou ao noticiário exatamente por abordar a suposta relação entre internet e mortes praticadas em grupo.
A fita, disponível em algumas locadoras, mistura ingredientes de horror e humor negro. A trama gira em torno de uma série de suicídios ocorridos em diferentes regiões do país, culminando com a tragédia de 54 adolescentes e jovens adultos que se atiram na frente de um trem numa movimentada estação de metrô. Só então a polícia descobre que as mortes que vinham sendo contabilizadas havia meses não eram fatos isolados. E que a principal pista para desvendar o mistério era um endereço na internet, freqüentado por vários entre suicidas.
O blog brasileiro não chega a tanto e inexiste ali qualquer apelo ou estímulo, por menor que seja, a atos como os que preocupam os japoneses. A página, disponível em www.suicidiocoletivo.blogger.com.br pretende ser ‘apenas’ um ‘manifesto contra o mundo’, conforme explica um certo Violently Happy, responsável pelo endereço. No entanto, por causa das circunstâncias, tornou-se bem mais do que isso.
ARRUMANDO A MESA
Há exatamente quatro anos, uma nota publicada neste espaço anunciava com sincero pesar a morte do disquete de 1,44 Mbytes e com justificável perplexidade o lançamento de um disco com capacidade para armazenar o equivalente a 50 gigabytes em dados. Fiz as contas na época e a conclusão era que em breve uma pilha de 75 CDs deixaria de ocupar espaços generosos em minha mesa, assim como centenas de disquetes haviam desaparecido no tempo. Acertei no atacado, mas errei no varejo.
Uma rápida olhada ao redor e a impressão que tenho é de que nestes quatro anos só a mesa permaneceu a mesma. Montanhas de disquetes sumiram, mas em seu lugar não vejo a tal ‘pilha de CDs’. É possível que também eles tenham iniciado a mesma trajetória dos velhos discos flexíveis rumo à lata de lixo, sem que eu tenha me dado conta disso.
Hoje, Ipods e outros tocadores de MP3 estão por todos os lugares e chegam a armazenar 20 mil músicas em uma área do tamanho aproximado ao de um sabonete. Não aconselho, mas daria para ficar 50 dias ininterruptos ouvindo música até que a primeira tocasse novamente. E a festa está apenas começando e não é preciso ter um desses walkmans moderninhos para participar dela. Mas, definitivamente, os CDs não foram convidados.
Na gaveta à direita, onde deveria ter uma pilha deles, vejo uma dúzia de cartões de memórias, que mais parecem os antigos disquetes, embora com algumas diferenças fundamentais: mudou o tamanho e mudou também a capacidade de armazenamento.
Em um único cartão, provavelmente com um quarto do tamanho dos antigos disquetes, existem cerca de quatro gigabytes em textos, vídeos, fotos e arquivos de MP3, entre outras tralhas, resultado de vários anos de trabalho, parte dele refletido semanalmente neste espaço. Precisaria de seis CDs (ou de quase 3 mil disquetes) para manter arquivada tamanha quantidade de dados.
ATÉ BREVE
Talvez tenha passado despercebida a mudança do e-mail lá em cima. Sai o robsonpe@agestado.com.br e entra em cena o robsonpereira@estadao.com.br, endereço onde a partir de hoje poderei ser encontrado. Depois de 228 semanas consecutivas e pouco mais de 20 mil linhas de texto, é hora de deixar a coluna. Levo no bolso alguns cartões de (boas) memórias e a certeza de que voltaremos a nos encontrar em breve em outras páginas do Estado. Aos amigos de sempre, o meu mais sincero agradecimento.’
Mariana Barros
‘Videoblog revela o cotidiano de internautas ‘, copyright Folha de S. Paulo, 7/09/05
‘Em vez de sentar-se em frente à TV para assistir ao seu programa favorito, muitos internautas têm assistido a produções divertidas em frente ao micro. São os videoblogs, também conhecidos como vlogs. Do Havaí às Filipinas, há mais de 1.200 deles, que já começam a ser vistos pelos canais de TV como possíveis concorrentes.
De olho nisso, alguns programas devem passar a ser veiculados também pela internet. A britânica BBC, por exemplo, anunciou que suas produções deverão estar disponíveis via rede no ano que vem. Já o âncora da rede americana NBC, Brian Williams, lançou o blog Daily Nightly (www.msnbc.msn.com/id/8045532), no qual emite opiniões que não vão ao ar no jornal.
Amadores
Boa parte dos autores de vioblogs integra o Vlog Map (www.vlogmap.org), onde está indicado o local de origem de cada produção. Com apenas um videoblog no mapa, os brasileiros ainda não marcaram presença entre os produtores, embora seja possível assistir a alguns vídeos em sites como www.videolog.com.br/blog, www.videolog.tv e www.programablog.cjb.net.
No resto do mundo, os blogs com vídeo já transformaram alguns de seus autores em celebridades instantâneas. É o caso do norte-americano Steve Garfield, um produtor de TV que fez de sua vida de casado uma mistura de ‘reality show’ e seriado cômico.
Os episódios de ‘Steve and Carol Show’ (stevegarfield.blogs.com/videoblog) trazem o dia-a-dia dele e de sua mulher, Carol. ‘No nosso ‘reality show’ tudo é real. Não há ilha deserta nem desafios, só as nossas experiências’, disse Garfield à Folha.
Questionado se esperava virar celebridade, Garfield disse que começou seu videoblog apenas para contentar sua mãe. ‘Sabe aqueles telefonemas intermináveis em que as mães querem saber tudo o que estamos fazendo? Ainda que eu ficasse 24 horas no telefone, não conseguiria explicar a ela o que facilmente posso mostrar com um vídeo’, disse.
Aos 80 anos, a mãe de Garfield, Millie, também mantém um blog (mymomsblog.blogspot.com) onde há alguns vídeos, como um em que ela reclama de uma embalagem de café solúvel.
Outra família que permanece unida até na hora de videoblogar são os Verdi. Enquanto Michael (michaelverdi.com) filma temas como uma conferência de videoblogueiros, sua filha Dylan (dylanverdi.com), 12, usa como cenários a Times Square e o Empire State Building, em Nova York.
Lingüiças
Até mesmo lingüiças podem virar tema de vídeo, como no gastronômico Crash Test Kitchen (www.crashtestkitchen.com).
Já o inglês Ian Mills, 18, fez uma espécie de promessa: publicar um novo vídeo a cada dia durante 2005 (www.noservicecharge.com/videoblog). Não faltam queixas sobre o quanto a tarefa é cansativa, mas Mills não desiste. Sua persistência sensibilizou os internautas, que fizeram doações para a manutenção do site (o custo mensal é de cerca de R$ 22).
Mais impressionante foi sua campanha para arrecadar fundos para viajar para Amsterdã. Em um vídeo em que finge que está chorando, Mills pede que o ajudem a juntar o equivalente a cerca de R$ 650, custo estimado da viagem. Seu embarque está previsto para o próximo dia 16.’