Tuesday, 12 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Mãe se mata após dar
uma entrevista a CNN


Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


************


O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 15 de setembro de 2006


MÍDIA / EUA
O Estado de S. Paulo


Mulher se mata após dar entrevista à rede CNN


‘NYT E AP – Uma mãe se matou um dia após ser praticamente acusada por uma apresentadora de TV de assassinar seu bebê desaparecido. A americana Melinda Duckett, de 21 anos, havia sido duramente questionada sobre o fato por Nancy Grace, da CNN.


Melinda falou por telefone com Grace, uma ex-promotora pública e apresentadora famosa por seu estilo duro. A mãe pedia ajuda para encontrar seu filho de dois anos, Trenton, que havia sido, segundo ela, levado do berço enquanto ela assistia TV com amigos no andar de baixo da sua casa.


Na entrevista, gravada no dia 7, Grace perguntou a razão de Melinda não aceitar ser submetida a um detector de mentiras. Além disso, a apresentadora questionou-a por não querer dizer em quais lojas esteve no dia do desaparecimento. ‘Onde você estava? Por que não nos diz onde estava naquele dia?’, insinuou Grace, batendo na mesa de seu cenário. Poucas horas antes de a entrevista ir ao ar, no dia seguinte, Melinda se matou com um tiro, perto de sua casa em Leesburg, na Flórida.


A apresentadora estava repercutindo suspeitas da própria polícia, que classificou as respostas de Melinda no caso como ‘vagas’. Apesar disso, a forma como a entrevista foi conduzida foi criticada. ‘Nancy Grace e os outros, eles empurraram-na para o fim’, disse o avô de Melinda, Bill Eubank. ‘Ela e aquele bebê se amavam. Melinda não seria capaz de machucar um inseto.’


Grace se defendeu das acusações, na segunda, durante seu programa. ‘Não acho que o nosso programa seja culpado pelo que aconteceu com Melinda Duckett…Melinda cometeu suicídio antes mesmo de a entrevista ser transmitida.’ Em nota, ela lamentou a morte.


Grace foi promotora na Flórida antes de se tornar uma personalidade na mídia. Ela nunca perdeu um caso no tribunal, ainda que algumas de suas vitórias tenham sido revertidas em instâncias superiores.’


TV DIGITAL
Flávia Guerra


Gil anuncia fórum sobre TV pública


‘‘Já está mais do que na hora de a TV pública brasileira ter um programa político nacional. O setor no Brasil é um mosaico, formado por vários segmentos, mas é preciso tirar um retrato, identificar o rosto, descobrir o que realmente é a televisão pública no País. Por isso, vamos realizar o I Fórum Nacional do setor no fim deste ano’, anunciou ontem o ministro da Cultura, Gilberto Gil, durante a abertura do 1º Seminário Internacional de Televisão Pública, que ocorre nesta semana em São Paulo, na sede da TV Cultura.


Gil informou que o Fórum é fruto de uma parceria da Secretaria do Audiovisual, da Casa Civil e da Presidência. ‘Neste encontro, vamos discutir, formular e levantar questões cruciais que permearão um plano de desenvolvimento oficial para a TV pública brasileira’, afirmou o ministro ao ser questionado sobre o fato de a lei que fundamenta a TV pública ser datada de 1967 e necessitar ser revista. ‘De fato. Não posso afirmar com certeza se outros governos não sugeriram a discussão, mas esta pode ser considerada a primeira vez em que se debate realmente o assunto no Brasil.’


Gil dividiu a abertura do seminário com o presidente da TV Cultura, Marcos Mendonça, com o secretário estadual de Cultura, João Batista de Andrade, e com a secretária de Cultura de Minas, Eleonora Santa Rosa. ‘É preciso que haja uma política pública e oficial para a televisão brasileira. Tanto a pública, educativa e estatal, quanto a chamada TV comercial. Esse é um papel do Estado’, concluiu o ministro, que ganhou o apoio da platéia formada por profissionais da área.


‘É um momento importante para se discutir a política oficial. Temos uma legislação absolutamente superada e anacrônica. O setor necessita deste debate para poder criar mecanismos de ordem legal, de sustentabilidade, de relacionamento com o público. Há uma série de questões estratégicas que precisam ser discutidas’, declarou Mendonça. O seminário conta hoje com a participação de emissoras públicas internacionais como a BBC, a RTP de Portugal e a francesa TV5.’


***


MP dá isenção fiscal a semicondutores


‘A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, informou ontem que a medida provisória em estudo no governo para incentivar a indústria de semicondutores – essenciais para a instalação da televisão digital – contemplará o setor com isenção fiscal. Será maior do que a isenção a ser concedida aos fabricantes de conversores de sinal analógico para digital. ‘Para ser competitivo, é preciso a isenção de impostos. Só assim vamos atrair investidores.’ O Brasil optou pelo sistema de TV digital do Japão.’


TELEVISÃO
Renato Cruz


Sky pode ir à Justiça contra Telefônica


‘A Sky pode ir à Justiça contra os planos da Telefônica de oferecer televisão por assinatura via satélite. ‘Eles estão tentando dar uma volta na lei’, afirmou ontem o presidente da Sky, Luiz Eduardo Baptista. ‘Sempre existem brechas na lei. Sorte que também existe a Justiça para a gente brigar.’ A Telefônica havia pedido uma licença de TV paga via satélite (DTH, na sigla em inglês) à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).


Antes de sair a licença, porém, a companhia anunciou um acordo com a DTHi, que já possui autorização para operar o serviço. A Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) solicitou que a agência barre a prestação do serviço pela Telefônica, pedindo que seja aplicado ao DTH uma proibição constante na Lei do Cabo e nos contratos de concessão. ‘O que vale é o espírito da Lei do Cabo’, disse Baptista. ‘Não pode ser a casa da mãe Joana. Se alguém não estiver satisfeito com a lei, tem que mudar a lei.’


Segundo fonte ligada à Telefônica, a proibição da parceria com a DTHi não teria sustentação legal. A opinião da operadora é que as empresas de TV paga estão querendo segurar a competição.


O presidente da Sky anunciou os planos da empresa após a fusão com a DirecTV. Com 1,4 milhão de assinantes hoje, a companhia quer chegar a 2 milhões até o fim de 2008. Novos pacotes divulgados ontem têm oito canais. A Sky faz 10 anos no Brasil. ‘Nossa idéia era comemorar os 10 anos com 10 novos canais’, explicou Baptista. ‘Os dois que estão faltando são da Bandeirantes.’


A empresa distribui os canais BandNews e BandSports para quem era assinante da DirecTV, mas eles não foram incluídos nos novos pacotes. ‘Fizemos uma proposta para eles em novembro de 2005’, afirmou Baptista. ‘Eles rasgaram e apostaram que o Cade iria impor condições melhores. Daí o Cade impôs menos e fizemos uma proposta de acordo com o Cade. Até ontem não haviam respondido.’


Para a Bandeirantes, porém, nem havia o que negociar com a Sky. A assessoria da empresa informou que a negociação é feita com a programadora Net.’


Cristina Padiglione


SBT vai às urnas


‘Na tarde de anteontem, enquanto a Globo definia no Brooklin o formato final de seu debate entre presidenciáveis, em 28 de setembro, os súditos de Silvio Santos acertavam, na Anhangüera, alguma participação no pleito da vez. O SBT desistiu de promover embate entre os presidenciáveis, mas garante que a cobertura da votação, no dia 1º de outubro, não ficará a cargo do programa do Gugu.


Carlos Nascimento comandará flashes durante a tarde da votação. Lá pelas 18 horas, um programete de 15 minutos, sob o comando de Ana Paula Padrão, dará uma geral sobre as previsões em todo o País.


Segundo o diretor de jornalismo Luiz Gonzaga Mineiro, Silvio Santos deixou a critério do jornalismo a decisão de realizar ou não o debate, ‘mas nós concluímos que não havia interesse’. ‘Nenhum debate até agora teve resposta do público. E eu não vou tirar a Hebe para botar no lugar um programa que não vai gerar interesse.’


Para Mineiro, nem prestígio o encontro agregaria ao SBT. E se houver segundo turno, coisa que as pesquisas não indicam até aqui, haverá debate? ‘Ah, sim, aí temos possibilidade concreta’, fala. Faz jus ao nome, o diretor.


entre- linhas


O Canal Brasil estréia no dia 23, às 21h30, o documentário Os Sete Pecados do Capital, que contrapõe as opiniões de famosos e pessoas comuns sobre as relações humanas e a economia. Participam do programa João Pedro Stédile, FHC, Antonio Ermírio de Morais e Maitê Proença, entre outros.


A Globo decidiu o que fazer, caso algum político falte ao seu debate com candidatos à Presidência, no dia 28. O lugar do ausente ficará vazio, com uma placa com seu nome, e os demais participantes poderão fazer a pergunta que fariam a ele, caso o candidato estivesse presente.


Band faz cortes no jornalismo


A Band realizou um grande corte de pessoal no jornalismo da TV e da rádio anteontem à tarde. Na TV, boa parte dos cortes atingiu a equipe de esportes, com a saída de repórteres e comentaristas. O motivo seria a diminuição da cobertura da rede de grandes eventos esportivos, como a Copa dos Campeões da Europa e o Campeonato Espanhol de futebol. A Band perdeu os direitos de transmissão desses campeonatos. Os boatos davam conta que o jornalista Joelmir Beting estaria entre os cortes, fato negado pela assessoria de imprensa do canal.’


************


Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 15 de setembro de 2006


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Pior que ser corintiano


‘Na manchete do ‘Valor’ para o despacho de Sergio Leo, ‘Bolívia assume refinarias sem pagar Petrobras’. Ou ainda, ‘decidiu adquirir o controle das refinarias usando, como pagamento, ‘ganhos extraordinários’ que a empresa teria obtido’. Ou, no blog de Leo:


– Querem descontar os lucros do preço a pagar… Pelas contas que eles anunciaram, a Petrobras vai ter que entregar as refinarias e ainda dar um troco.


Após detalhar o caso e outros, encerra o blog:


– A Bolívia tem razão de querer mais controle sobre suas reservas e de tirar privilégios da elite racista do país. Mas a forma agressiva como faz é o caminho do precipício. (O pior é que torço pelo êxito do governo Evo Morales, o que é pior do que ser corintiano, até porque o fracasso terá conseqüências dramáticas…)


SURPRESA!


A ‘Economist’ decretou ontem, na capa e no editorial ‘Surpresa!’, que ‘o equilíbrio de poder econômico no mundo está mudando’ -e que isso, afinal, é ‘bom’:


– Algo dramático está acontecendo com os números, recentemente. O mundo emergente agora responde por mais de metade da produção global, medida em paridade de poder de compra [e não em PIB por taxas correntes].


Há ‘fraquezas em algumas histórias de crescimento’, diz, citando envelhecimento na China e escolas na Índia. Mas não, restrição nenhuma ao crescimento do Brasil.


‘Surpresa! O poder do mundo emergente’, diz a edição especial com 19 páginas sobre a nova economia global


O BRASIL NO BRIC


O texto que abre a ‘Economist’ especial, ‘Emergindo afinal’, mostra como os emergentes crescem às dezenas, todos juntos -e faz uma inusitada defesa, em especial, do crescimento do Brasil e da Rússia, entre os BRICs:


– A China e a Índia são vistos geralmente como os dois gigantes entre os quatro. É uma verdade, em termos de paridade de poder de compra, mas em dólares correntes tanto o Brasil como a Rússia produzem mais que a Índia. E, em taxas de câmbio de mercado, só a China e o Brasil estão entre as dez maiores economias do mundo.


AS MAIORES


Entre os principais jornais do mundo, só o francês ‘Le Monde’ deu mais atenção ao encontro de cúpula entre Brasil, Índia e África do Sul, ‘as maiores democracias do Sul’, no dizer da correspondente.


Na Índia, por outro lado, em meio a uma cobertura às dezenas, o ‘Hindustan Times’ destacou ontem que está tudo certo e vem aí, agora, ‘o primeiro filme indo-brasileiro’.


INOFENSIVO, NÃO


O ‘Financial Times’ publicou ontem longo artigo de seu editor de América Latina, Richard Lapper, avisando que o venezuelano ‘Hugo Chávez não é nenhum idealista inofensivo’, como se costuma dizer aqui e ali, na região.


O aviso foi específico e claro ao Brasil de Lula e ao Chile de Michelle Bachelet, que apóiam a Venezuela para o Conselho de Segurança.


JOBIM DÁ AS CARAS


O ex e talvez futuro ministro estava na manchete do portal iG, ontem -’Para Nelson Jobim, reforma política deve ser prioridade’. Ele declarou mais, em chat:


– A prioridade é a reforma política e alguns itens mais específicos da área financeira, como a questão fiscal dos Estados… [Sobre reforma política,] há coincidências entre o PMDB, o PSDB e o PT. A divergência está no PFL.’


TELEVISÃO
Folha de S. Paulo


Sky lança oito canais e dois pacotes de TV


‘A Sky lançou ontem dois novos pacotes de assinatura e oito novos canais, em comemoração do décimo aniversário da empresa. Os novos produtos circularão a partir de amanhã.


Os novos canais são: Animax, Discovery Travel, Disney Channel, Hallmark, TCM, The Golf Channel, TV Rá-Tim-Bum e VH1.


A empresa anunciou que investirá US$ 70 milhões, equivalentes a pouco mais de R$ 150 milhões, no processo de fusão com a DirectTV.


A união é um processo que começou em outubro de 2004 e precisa ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).’


Daniel Castro


Governo libera ‘10% de violência’ a criança


‘O Ministério da Justiça decidiu não mais atrelar a um horário de exibição a nova faixa de classificação indicativa, a de programas impróprios para menores de 10 anos, a ser instituída na TV em dezembro.


Hoje, os programas são classificados pelo ministério como livres ou impróprios para menores de 12, 14, 16 ou 18 anos, conforme a grau de sexo, drogas e violência. Atrações impróprias a menores de 12 anos não podem ir ao ar antes das 20h. Isso não mudará.


A nova faixa dos 10 anos, ao contrário do que esperavam as TVs, não será aplicada a programas vetados antes das 19h. Atrações que tiverem essa classificação poderão ir ao ar em qualquer horário. A classificação servirá apenas como alerta aos pais sobre o conteúdo.


De acordo com o Novo Manual de Classificação Indicativa, lançado pelo governo em julho, são programas impróprios para menores de 10 anos aqueles que tenham até 10% de sua duração ocupados por violência leve (como atos criminosos sem lesões corporais).


Além da nova faixa dos 10 anos, a portaria a ser editada em dezembro trará um conjunto de símbolos, informando a classificação indicativa, que todas as redes terão de usar durante a exibição do programa. A TV paga, hoje isenta de classificação, passará a fazer uma autoclassificação. A TV aberta continuará sendo classificada pelo governo.


BAND LIGHT 1A Band demitiu anteontem toda a produção do programa ‘Saca-Rolha’, exibido pela Play TV (ex-Rede 21). Os apresentadores Lobão, Mariana Weickert e Marcelo Tas também foram dispensados pela Band.


BAND LIGHT 2A Band não produzirá mais o ‘Saca-Rolha’, pouco rentável, mas o programa ainda tem uma chance. A Gamecorp, que tem o filho de Lula como sócio e que em maio assumiu a programação do canal 21, diz que estuda assumir a produção da atração.


BAND LIGHT 3A Band também demitiu profissionais do jornalismo _oficialmente, seis_, o que causou estranheza, porque nessa época de eleições o normal é contratar. Entre eles está o editor-chefe do ‘Jornal da Band’.


FICÇÃO APROVADA 1Membros do Ministério Público Federal do RJ acharam um tanto over, mas aprovaram a personagem de Renata Sorrah em ‘Páginas da Vida’. A atriz interpreta uma procuradora da área criminal que sofre ameaças do crime organizado.


FICÇÃO APROVADA 2Procuradores identificaram na vida real colegas de profissão tão imbuídos de espírito cívico e tão estressados quanto a Tereza de Renata Sorrah. Só acharam exagerado ela ser protegida por quatro seguranças _o normal são dois.


NO PRELOChega às livrarias neste final de semana o livro ‘A Arte de Reviver’ (Ediouro). Trata-se de uma compilação de crônicas escritas pelo autor de ‘Páginas da Vida’, Manoel Carlos.’


************