Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Mario Lima Cavalcanti

‘Fico feliz em ver que a cada dia parece crescer a sintonia entre os veículos convencionais e online, no Brasil ou fora dele. Uma das provas disso foi quando nesta segunda-feira, 19, navegando por sites especializados em mídia digital, percebi que as primeiras notícias já denunciavam de cara a relação: o WSJ.com (braço virtual do Wall Street Journal) colocando online a edição de fim de semana do jornal; o ABCNews.com inaugurando uma série de weblogs; a Associated Press comercializando conteúdo multimídia para veículos digitais. O que esses fatos têm em comum? O cruzamento de mídias e o investimento no potencial online.


Sejam ou não por motivos comerciais, ações como essas tendem a continuar surgindo. Correr para a Internet pode parecer óbvio hoje em dia, mas parando um pouco pra pensar, há cerca de cinco ou seis anos as mídias eram ainda discutidas e levadas de forma isolada (em relação ao online) e permuta de conteúdo e recursos (no sentido de aproveitar o que cada mídia tem a oferecer de melhor) poderia significar uma descaracterização do tradicional.


Ainda analisando fatos, vamos perceber que quase diariamente essa relação se mostra mais íntima. O New York Times está estreando o ‘TimesSelect’, um novo serviço de assinatura com o objetivo de abrir um canal maior entre seus leitores e mais de 20 colunistas do jornal. Além de apresentar um arquivo extenso de notícias e reportagens, o novo serviço aposta em clubes de fidelização, cursos online (o colunista Paul Krugman, por exemplo, vai ministrar aulas a distância sobre finanças internacionais) e reuniões mensais em salas de bate-papo para acalentar a aproximação.


Outro jornal norte-americano, o The Oregonian também pode ser apontado como um bom exemplo. Sua edição de domingo foi redesenhada recentemente e agora, além do slogan arrojado ‘Notícias de alta definição’, faz chamadas destacadas para os jornalistas do jornal que possuem weblogs, frisando ser mais um meio e uma maneira mais fácil de o leitor estar sempre em contato com quem escreve no veículo.


Enfim, parece que a ficha caiu de vez. Tradicionais e digitais já andam de mãos dadas e se falam mais. Há muito para ser explorado, certamente, e sempre existirá. Mas os primeiros passos na selva das possibilidades já foram dados.


Em tempo:


Apesar do bom momento entre veículos online e convencionais, parece que tem gente presa no tempo. Vale uma boa lida no artigo desta semana do colunista Marcelo Russio, ‘Existe jornalismo na Internet?’, que fala sobre a fraca adaptação dos estádios e clubes de futebol à mídia digital e a precariedade das salas de imprensa dessas entidades.’




Merval Pereira


‘A voz digital’, copyright O Globo, 24/9/05


‘A falta de manifestações de massa expressivas numericamente neste processo de crise política que já entra no quarto mês é uma das muitas peculiaridades do nosso momento político. O próprio presidente Lula reconheceu recentemente que se fosse outro presidente já estaria com a popularidade abaixo de zero, uma admissão de que os crimes de que seu governo é acusado são realmente graves. Ao mesmo tempo que as pesquisas de opinião apontam para uma degeneração de sua popularidade – 50% dos eleitores que votaram em Lula já não votariam mais – o povo não está mobilizado para grandes manifestações de protesto, embora aqui e ali surjam sempre passeatas como a de quinta-feira no Rio, que reuniu cerca de mil pessoas no Centro.


O arquiteto Ricardo Várzea, leitor da coluna, pergunta se não estaríamos vivendo um momento de transição, ‘no qual as grandes demonstrações de rua seriam substituídas, pelo menos em parte, pela audiência das transmissões televisivas diretas, pelos blogs políticos, orkut, ICQ, etc., que tomam cada vez mais a atenção dos cidadãos, principalmente dos jovens, os grandes freqüentadores de passeatas em todos os tempos’.


Ele lembra que os depoimentos importantes das CPIs reúnem pessoas em frente das televisões nas vitrines das lojas, nos bares e restaurantes ou nos próprios locais de trabalho, como se fossem jogos do Brasil na Copa do Mundo. Embora esse processo já tenha passado de seu auge, e alguns observadores acreditem até mesmo que a seqüência de depoimentos já está cansando a opinião pública, o grau de interesse continua alto, o que pode ser constatado pela audiência dos canais a cabo como a Globonews e a TV Senado.


‘Pode-se dizer que estamos assistindo a um processo que, acompanhado apenas por manifestações de rua menores aqui e ali, se acentua irremissível e diariamente. Nada temos, até agora, que nos lembre os comícios das Diretas ou as marchas dos caras-pintadas. No entanto, os próprios fatos insinuam caminhos de reparação nacional cada vez mais evidentes’, comenta Ricardo Várzea.


Também o sociólogo Hamilton Garcia, professor da Universidade do Norte Fluminense, diz que ‘são as instituições democráticas, entre elas a mídia, que oferecem as condições para que o atual movimento popular anti-impunidade possa, eventualmente, evoluir para o impedimento do presidente.


São elas que oferecem os espaços (CPIs) e as informações (imprensa e TV) para que as convicções se formem e, potencialmente, deságüem em mobilizações sociais’. Ele lembra que ‘não se deve crer que as lideranças políticas, sobretudo as parlamentares e de oposição, mantenham convicções sem levar em conta as da opinião pública’. As duas análises mostram que estaríamos vivendo uma transição nesse novo mundo tecnológico, que no Brasil ainda se baseia muito no sistema de comunicação de massa tradicional, mas já sofre influências das novas tecnologias, que representariam a sociedade civil global que está se formando, segundo a definição do sociólogo Manuel Castells, da Universidade Southern Califórnia, nos Estados Unidos.


Segundo ele, ‘a sociedade global tem agora os meios tecnológicos para existir independentemente das instituições políticas e do sistema de comunicação de massa’. Essa nova maneira de encarar o mundo em que vivemos, tentando preencher o que Castells define de ‘vazio de representação’, a fim de legitimar a ação política, é o que faz surgir ‘mobilizações espontâneas usando sistemas autônomos de comunicação’. Internet e comunicação sem fio, como os telefones celulares, fazendo a ligação global, horizontal, de comunicação, provêem um espaço público como instrumento de organização e meio de debate, diálogo e decisões coletivas’, ressalta Castells.


A campanha, através de mensagens de telefone celular, que acabou ajudando a derrotar o primeiro-ministro Aznar na Espanha depois do atentado terrorista em 2004, já é um exemplo clássico da potencialidade de mobilização dos novos meios de comunicação. Na internet brasileira, já começa a circular uma campanha pelo voto nulo nas próximas eleições que, para pavor dos políticos, pode ganhar terreno diante da desilusão com a atuação deles. A voz rouca das ruas de que falava Ulysses Guimarães passaria a ser a voz da decepção.


Embora seja muito difícil de acontecer, existe a previsão no Código Eleitoral, em seu artigo 224, de que se mais da metade dos votos forem nulos, será convocada nova eleição de 20 a 40 dias depois. Há, porém, várias dúvidas que deverão ser esclarecidas por uma consulta formal do deputado Miro Teixeira, do PT do Rio, que em questões eleitorais costuma descobrir novidades que têm influência importante nos pleitos. Foi ele o autor da consulta que resultou na verticalização dos votos na eleição de 2002.


Ele lembra, por exemplo, que como a Constituição diz que será eleito presidente o candidato que for mais votado, excluídos os votos nulos e em branco, a norma do código eleitoral não pode prevalecer, só havendo possibilidade de anulação das eleições para deputado, vereador e senador. As regras para eleição de governador e prefeito seguem as de presidente.


Há também a dúvida sobre que candidatos poderiam concorrer num segundo pleito. O presidente do TSE, ministro Carlos Veloso, acha que os candidatos que não tenham sido causadores diretos da anulação do pleito poderiam concorrer novamente. Mas Miro Teixeira diz que se a campanha do voto nulo fosse vitoriosa, seria sinal de que o eleitorado estaria rejeitando todos os candidatos, que teriam sido os causadores da anulação do pleito.’




MUDANÇAS NA FOLHA
Juca Kfouri


‘De volta à trincheira’, copyright Folha de S. Paulo, 26/9/05


‘‘E nenhuma sensação de que já vou tarde’.


Esta é a última linha da coluna que escrevi nesta Folha, em 21 de novembro de 99, quando me despedi para trabalhar no ‘Lance!’.


Quase seis anos se passaram, e é com imensa alegria que volto.


Porque tinha mesmo que voltar.


Não tenho sequer um motivo para me queixar desse período, ao contrário. Ter visto de dentro a consolidação de um corajoso projeto para implantar um diário esportivo foi uma experiência notável e rejuvenescedora.


Graças a uma política editorial de absoluta independência, o ‘Lance!’ está aí na trincheira pela modernização do futebol brasileiro. Seu editor, Walter de Mattos Jr., é hoje interlocutor obrigatório na luta por um futebol mais bem organizado, transparente (pobre palavrinha, tão espancada no Brasil), rentável e digno dos atletas que aqui nascem.


Luta que esta Folha trava ainda antes de o ‘Lance!’ nascer, oito anos atrás. E para a qual volto com disposição renovada, neste momento em que o país passa por mais uma faxina, tomara que verdadeiramente profilática.


O fato é que o futebol nacional progrediu nos últimos tempos, principalmente por tudo que aconteceu no último ano da gestão FHC, com a redação do Estatuto do Torcedor (que, é verdade, ainda não pegou como deveria) e com a Lei da Moralização (que também precisa ser aplicada com muito mais rigor), além do Brasileirão em pontos corridos.


Se nos primeiros quatro anos de FHC o esporte andou para frente com a Lei Pelé, nos três seguintes regrediu, com o estupro da mesma lei e com os ministros que se revezaram desgraçadamente, até a chegada de Caio Carvalho e a atuação brilhante do ‘ministro do Futebol’, José Luís Portella, principal responsável pelos textos legais que estão em vigor.


Infelizmente, no entanto, e embora o presidente Lula tenha tido a grandeza de assiná-los como as primeiras leis de seu mandato, eis que da assinatura para cá só houve retrocessos. Voltou a promiscuidade do governo federal com a cartolagem, numa política de acomodação onde a necessária ruptura, que contaria com o apoio da opinião pública, foi trocada pelo deslumbramento de um ministro fraco e fisiológico.


A Timemania, sem contrapartidas de mudança no modelo de gestão e responsabilização dos dirigentes, também chamada de ‘mensalão do futebol’, é apenas uma das faces dessa política deletéria, loteria que o Congresso Nacional não pode aceitar nos termos em que está posta.


Por um jogo da seleção brasileira no Haiti, o governo ajoelhou-se diante da CBF, denunciada fartamente em duas CPIs e até agora impune, como seus dirigentes. E tome mais escândalos no esporte, como os que envolveram o velho e bandido bingo para derrubar mais ministros, como já acontecera com Rafael Greca, ou como os atuais, fruto das relações com a Multiaction de Marcos Valério.


O cidadão-torcedor tem o direito de saber. E os jornalistas têm a obrigação de contar.


E os chefes?


Hoje a intenção da coluna era tratar de futebol, pelo menos aqui neste cantinho, já que o texto principal teria mesmo de ser, digamos assim, mais institucional. Como, no entanto, fazer de conta que não existiu a denúncia de ‘Veja’, principalmente por envolver um árbitro que, sabe-se desde 2003, falsificou um diploma do curso colegial (do colégio Antonio Afonso, de Jacareí) para apitar? E os chefes de Edílson Pereira de Carvalho, que permitiram que ele trabalhasse na CBF mesmo com tal passado, não têm culpa? Lembremos: os árbitros são escolhidos por sorteio, ou seja, só podem avisar os apostadores em cima do laço. Imagine se fossem escalados. Aí, os apostadores escolheriam os jogos que os malandros apitariam e eles influenciaram nas escalas.’




Folha de S. Paulo


‘Time de colunistas da Folha ganha os reforços de Juca Kfouri e Torero’, copyright Folha de S. Paulo, 25/9/05


‘A equipe de colunistas esportivos da Folha terá o reforço de Juca Kfouri e José Roberto Torero.


Kfouri, que estréia amanhã, escreverá duas vezes por semana. Conhecido pela expertise em vasculhar os subterrâneos do esporte, vai dedicar a coluna dominical a informações de bastidores.


‘O torcedor tem o direito de saber o que existe por trás da modalidade que ama. Pela tradição que criou neste tipo de cobertura, não existe lugar melhor do que a Folha para me abrigar’, declara.


Já as segundas-feiras terão um sabor diferente. ‘Vou abordar os campeonatos e também a seleção brasileira, com os quartetos, quintetos e sextetos do Parreira’, brinca o jornalista de 55 anos (35 de profissão, com passagens pela Editora Abril, TV Globo, SBT, Rede TV!, TV Cultura, Lance!, rádio CBN, ESPN Brasil e pela própria Folha, entre 1995 e 1999).


José Roberto Torero promete explorar às quintas uma trilha incomum: a ficção inspirada no noticiário esportivo. ‘Já até bolei novos personagens’, conta, citando o trio Gaspar, Baltazar e Melquior. ‘O primeiro é o lógico, o segundo é o emocional, e o último é o doido.’ O escritor, jornalista e cineasta de 41 anos quer retomar criações antigas, como Zé Cabala, Lelê e Tico e Teco, desenvolvidas na Folha de 1998 a 2004.


Kfouri e Torero se juntam a Tostão, Soninha, José Geraldo Couto, Mário Magalhães e Rodrigo Bueno -um time capaz de explorar todas as nuances do futebol. Com os reforços, a programação das colunas será alterada.


Soninha escreverá às terças. O espaço de futebol internacional, assinado por Bueno, migrará para os sábados, e o de motor, por Fábio Seixas, para sexta. A coluna Boxe, de Eduardo Ohata, será editada a partir de 1º/10 na Folha Online (www.folha.com.br).’




MUDANÇAS NO ESTADO
Eduardo Ribeiro


‘Coisas que vêm por aí’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 21/9/05


‘Nesta quinta-feira (22/9) o jornal O Estado de S.Paulo chega às bancas e assinantes com um novo caderno, Paladar, que promete tratar com redobrado refinamento o tema gastronomia, em toda a sua amplitude. É uma pequena peça de uma engrenagem maior, que está efetivamente em processo de mudança, buscando adequar-se aos novos tempos.


O Grupo Estado quer mudar, precisa mudar e vai mudar, assim como quase todas as empresas jornalísticas de visão, num movimento que promete ser intenso nesses próximos dez anos.


No caso do Grupo Estado, que já investiu R$ 12,5 milhões na reformulação de seus dois jornais, o Estadão e o Jornal da Tarde, já começa a se pensar na união das equipes dos veículos impressos e online numa única estrutura para distribuição de conteúdo pelos vários produtos, seguindo o exemplo das mudanças anunciadas há algumas semanas pelo New York Times. É uma experiência, no caso do Grupo Estado, em estágio ainda inicial, que precisará de um trabalho forte, contínuo e persistente com toda a sua imensa equipe, inclusive para que não se repita o que houve na vez anterior, quando, ao contrário de resolver um problema, a decisão trouxe vários outros para a empresa, inclusive a completa desfiguração do Jornal da Tarde. Mas naquele tempo, a Internet não era nem uma pálida sombra do que é hoje, o que significa dizer que não havia uma ameaça ao negócio tão presente quanto hoje.


É importante, portanto, monitorar o que o Estadão vai fazer daqui para a frente, pois à medida que as inovações forem implementadas e derem certo acabarão contagiando todo o meio jornal.


Voltando ao início, no entanto, vamos falar um pouquinho mais do Paladar, suplemento que ganhou uma pequena equipe no jornal. A coordenação é de Ilan Krow, que acumulará a função com o Guia do Estado e o Divirta-se, tendo como subeditores (vindos do Guia) Luiz Américo Camargo e Miguel Icassatti, com reportagens de Lucinéia Nunes (transferida do Caderno 2), Michelle Alves de Lima (vinda do Guia) e Rita de Cássia Loyola (que era da Geral do Jornal da Tarde). Os críticos Saul Galvão e Dias Lopes, que escreviam às 6ªs.feiras para o Caderno 2, passam, agora, a escrever às 5ªs para o Paladar.


Sabe-se que há um outro suplemento do jornal na boca do forno, para sair, que também envolve um pequeno grupo de profissionais, mas as informações ainda são mantidas sob sigilo.


São, de certo modo, movimentos interessantes, mas há que se considerar que pode também acontecer mais lá na frente um enxugamento da redação, por conta dessa integração dos veículos. Hoje essa ameaça não está colocada, mas não é de todo despropositado que algo venha a acontecer.


Na área corporativa, uma notícia interessante vem da TAM – Transportes Aéreos. A companhia aérea, num movimento incomum para os dias de hoje, decidiu acabar com a terceirização de sua assessoria de imprensa, montando sua própria equipe, que ganhou três reforços em São Paulo e um no Rio de Janeiro. A gerente da área, Anahi Guedes, que se reporta ao diretor Mauro Guimarães, contratou dois profissionais experientes de fora – Fideo Miya (ex-Dinheiro, Jornal da Tarde e Gazeta Mercantil) e Rafael Ribella (que acaba de deixar o Estadão) – e efetivou a jornalista que já estava no atendimento, porém sob contrato da agência terceirizada – Tathiane Cavalcante; além de passar a contar com um reforço importante no Rio, Lúcio Ricardo Marques (ex-Varig). A equipe se completa com Mônica Hog, que já era da própria assessoria da TAM, lá permanecendo.


Um movimento semelhante, porém no campo editorial, também está sendo feito pelo jornal Diário do Grande ABC, de Santo André, que decidiu voltar a fazer internamente o Caderno Veículos, que havia terceirizado com uma editora externa, há cerca de dois anos. A estréia da nova versão está marcada para 1º/10, com edição de Sueli Osório (ex-Jornal do Carro, do Jornal da Tarde) e reportagens de Anelisa Lopes (ex-Caderno Máquina, do Agora São Paulo).


Na área do jornalismo público, estreou na última sexta-feira (16/9), na TV Senado, conforme informou a correspondente deste J&Cia em Brasília, Kátia Moraes, o programa Mídia, Poder e Sociedade. O documentário, com duração de 57 minutos e exibição às 22h, procura esclarecer as relações entre três entidades que ganharam novas formas e importâncias na virada do século. Com depoimentos de Alberto Dines, Franklin Martins, Mino Carta, Renata Lo Prete, Ziraldo, Sidnei Basile e Cremilda Medina, a TV Senado sai em busca do que influencia a imprensa e de como são produzidas as notícias, enfocando os interesses que se escondem por detrás delas. O programa é coordenado por Chico Sat’anna, com roteiro e direção de Aluízio Oliveira.


Outra coisa que vem por aí é a estréia, no sábado (24/9), 14 horas, do experiente Walter Silva, que os mais velhos também conhecem por Pica-Pau, na Rádio Cultura AM (1200 kHz), de São Paulo, com o programa Acervo Walter Silva. Para quem não pode escutar no sábado, haverá reprise às segundas-feiras, às 18 horas. O programa terá entrevistas, números musicais e shows que ele cobriu como jornalista ou que gravou como produtor musical. Na estréia, uma raridade: a primeira apresentação de Garota de Ipanema com Tom Jobim, Vinícius de Moraes, João Gilberto e Os Cariocas pela primeira vez no mesmo palco. A gravação é de 1962, em show realizado na Boate Au Bom Gourmet, no Rio. Além de Garota de Ipanema eles interpretam Samba do Avião, O Astronauta, Samba da Benção e Insensatez. Apresentador, jornalista e produtor musical, Walter Silva é um dos principais nomes da história do Rádio paulista. Durante anos comandou o Pick-up do Pica-Pau, registrando a maior audiência do rádio de São Paulo de todos os tempos.


Para finalizar uma notícia que certamente deixarão os jornalistas menos céticos, em relação à Justiça, e os patrões mais preocupados com a questão da precarização nas relações trabalhistas. A correspondente no Rio deste J&Cia, Cristina Vaz de Carvalho, informa que Clelmo Carvalho obteve na Justiça sua reintegração como funcionário da Agência JB, no cargo de subeditor, sob o regime da CLT. Ele venceu, na 18ª Vara do TRT da 1ª Região, uma ação iniciada em janeiro de 2004, contra sua demissão, alegando imunidade sindical, pois foi vice-presidente e diretor do Sindicato dos Jornalistas do Município. Demitido em fevereiro de 2002, permaneceu trabalhando como pessoa jurídica até dezembro do mesmo ano, o que caracterizou o vínculo empregatício. A sentença determina que, além da reintegração, sejam feitos os cálculos de salários e benefícios relativos a todo o período de estabilidade, tanto na Agência JB como na sucessora Editora JB. A reintegração ocorreu esta 3ª feira (20/9), com a presença de um oficial de justiça. O departamento de RH acatou a decisão, mas ainda não sabia como colocá-la em prática.’