Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Marqueteiros transformam
Alckmin em ‘Geraldo’


Leia abaixo os textos de segunda-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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O Globo


Sexta-feira, 23 de junho de 2006


ELEIÇÕES 2006
Flávio Freire


PSDB apresenta Geraldo na televisão


‘SÃO PAULO. Depois dos duros ataques desferidos nas últimas semanas por dirigentes do PSDB e do PFL ao governo Lula e ao presidente, o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, evitou ontem críticas a seu principal adversário na disputa ao Planalto. Em 20 minutos do programa partidário que foi ao ar em rede nacional de TV ontem à noite, Alckmin citou Lula apenas uma vez, preferindo apresentar sua gestão à frente do governo de São Paulo.


Logo na abertura, o comando do PSDB deixou claro que ainda tem a intenção de colar a imagem de Alckmin à de um homem de origem simples, assim como o presidente Lula.


‘Você sabe de quem estamos falando?’


‘Ele nasceu de família pobre, perdeu a mãe ainda criança, teve dificuldade para estudar mas não entregou os pontos’, disse a apresentadora, que ainda perguntou: ‘Você sabe de quem estamos falando?’. Desconhecido por 18% do eleitorado, segundo a última pesquisa Ibope – e candidato preferido por apenas 12% dos eleitores nordestinos, contra 60% de Lula, de acordo com o Datafolha – o ex-governador de São Paulo levou ao ar declarações de pessoas que se diziam mineiras e cearenses, por exemplo. A idéia era tentar mostrar que a aceitação a Alckmin ultrapassa os limites de São Paulo.


O programa demonstra que Alckmin pretende enfatizar aos eleitores de todo o país o que fez em sua carreira política. Foi lembrado que ele entrou na política como vereador, em Pindamonhangaba, aos 19 anos. Depois, foi prefeito da cidade, deputado estadual e deputado federal por duas vezes. Como destacou o locutor, Alckmin, na Câmara, ficou conhecido como o deputado do Código de Defesa do Consumidor.


Ao seu estilo, Alckmin – ou Geraldo, como destacou o programa – voltou às raízes para mostrar sua infância de dificuldades. Exibiu cenas da casa simples onde nasceu, a escola onde estudou e recebeu declarações de apoio e afeto de antigas professoras e amigos. Referindo-se a ele como ‘Geraldinho’, a irmã Cecília, uma de suas professoras, afirmou que o candidato tucano, quando criança, fazia parte da turma dos estudiosos.


Na segunda metade do programa, o PSDB enfatizou o trabalho realizado em São Paulo, mostrando obras no metrô e em hospitais. Alckmin disse que seu programa de governo será centralizado no tripé formado por saúde, educação e segurança pública.


Na única citação ao presidente Lula, o tucano apareceu na tribuna, também na convenção que homologou sua candidatura, criticando o atual governo. Ao afirmar que o Brasil só apresentou crescimento econômico superior ao Haiti, Alckmin criticou o presidente:


– O Brasil de Lula ficou para trás, apequenou-se.’


 


Adriana Vasconcelos


PSDB: Lula faz ‘gasto astronômico’ com publicidade


‘BRASÍLIA. O PSDB acusou ontem o governo Lula de fazer gastos exagerados com publicidade e patrocínio. Segundo o partido, 56 empresas estatais, entre elas Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios, gastaram de 2004 a março deste ano cerca de R$ 3 bilhões em campanhas de publicidade e programas de patrocínio. Os tucanos dizem estar convencidos de que parte desse montante é usado indevidamente para promover a candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Só a Petrobras, por exemplo, investiu nesse período R$ 1,1 bilhão.


– Isso foge a qualquer critério de razoabilidade. É um desperdício de recurso público. É um péssimo exemplo. Esse é um gasto despropositado. Temos que ter uma cultura de qualidade de gasto público – criticou o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.


Gasto de R$ 300 milhões nos três primeiros meses do ano


Os tucanos obtiveram esses dados depois de um requerimento apresentado pelo deputado Alberto Goldman (PSDB-SP) há quase dois meses. O parlamentar recebeu ontem a resposta do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest). O documento informa o gasto total de cada uma das 56 estatais com publicidade e patrocínio. De 2004 para 2005, esses gastos subiram de R$ 1,3 bilhão para R$ 1,4 bilhão. Só nos primeiros três meses deste ano, os investimentos somaram mais de R$ 300 milhões.


– São números astronômicos, que confirmam o que a gente vê no dia-a-dia em rádios, jornais e televisão. É inacreditável que uma empresa monopolista como a Petrobras invista mais de R$ 500 milhões em publicidade só em um ano, como em 2004 – disse Goldman.


Para o deputado tucano, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU) têm obrigação de tomar alguma providência para coibir o que classificou de uso eleitoral do dinheiro público:


– Estão jogando dinheiro fora e ninguém da direção dessas estatais é penalizado.


Petrobras tem o maior orçamento de investimentos


Goldman informou que pediu uma atualização desses números, pois suspeita que os gastos dos últimos dois meses possam ter crescido significativamente.


Apenas quatro das 56 estatais foram responsáveis por R$ 2,4 bilhões dos R$ 3,1 bilhões investidos entre janeiro de 2004 e março deste ano. Liderando esse ranking está a Petrobras, que em 2004 gastou R$ 429,2 milhões e, em 2005, R$ 545,6 milhões. Nos primeiros três meses deste ano o orçamento da empresa com publicidade e patrocínios chegou a R$ 129,1 milhões.


Em segundo lugar aparece a Caixa Econômica Federal, com gastos de R$ 586,4 milhões no mesmo período. Em 2004, os investimentos foram de R$ 242,9 milhões. No ano seguinte, a cifra subiu para R$ 300,3 milhões. Já no primeiro trimestre deste ano, foram desembolsados R$ 43,2 milhões. Na terceira colocação está o Banco do Brasil, que contabilizou gastos totais de R$ 539,2 milhões neste período, sendo que R$ 273,1 milhões em 2004, R$ 215,5 milhões em 2005 e R$ 50,6 milhões nos primeiros três meses deste ano.


Procurada pelo GLOBO para responder ao PSDB, a Secretaria de Comunicação do Governo não retornou as ligações.’


 


INTERNET
Ronaldo D’Ercole


Acesso à banda larga avança 8% no país


‘SÃO PAULO. O número de usuários brasileiros de internet de banda larga (alta velocidade) cresceu 8% no primeiro trimestre deste ano. No fim de março, havia 4,36 milhões de internautas com acesso à banda larga no país, contra 4,03 milhões em dezembro. Os dados constam da pesquisa ‘Barômetro Cisco da Banda Larga’, realizada pela IDC Brasil em parceria com a Cisco Systems do Brasil, e revelam que houve uma desaceleração no ritmo de expansão desse acesso neste início do ano. No último trimestre de 2005, 580 mil novas conexões de banda larga foram contratadas, um salto de 16,8% em relação ao trimestre anterior.


– Essa desaceleração reflete certa sazonalidade, sim, mas também indica que, cada vez mais, os mercados das classes A e B estão se saturando – disse o presidente da Cisco no Brasil, Rafael Steinhauser, ao apresentar a pesquisa, ontem.


Apesar da desaceleração, o número de internautas que optam pela banda larga ainda cresce de maneira expressiva. Entre setembro de 2005 e março deste ano, foram 905 mil novas conexões de alta velocidade no país. Ano passado, 1,7 milhão aderiu à banda larga, alta de 73% sobre a base de 2004.


O levantamento confirmou que os usuários residenciais são os grandes consumidores da banda larga. Em março, eles respondiam por 86,3% das conexões, contra 13,7% de usuários corporativos (na maioria, empresas de pequeno porte).


Mesmo com a forte expansão do mercado nacional de banda larga nos últimos anos – em 2001, eram apenas 328 mil – a penetração desse serviço ainda é baixíssima no Brasil. Os 4,039 milhões de usuários de dezembro representavam 2,2% da população brasileira, muito abaixo de Coréia do Sul (68%), Estados Unidos (27%) e França (22%). Por isso, a IDC espera expansão de 48% nesse serviço este ano no Brasil, um pouco mais de dois milhões de novos usuários.


A pesquisa mostra ainda que apenas 7% dos usuários da banda larga dispõem de uma conexão superior a 1 megabyte (Mb), que contém recursos mais sofisticados. Já 21% estão entre 512 kilobyte (kb) e 51%, entre 256kb e 512kb.’


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 23 de junho de 2006


MINDLIN NA ABL
Beatriz Coelho Silva


‘Meu desejo é incentivar a leitura’


‘A eleição do empresário e bibliófilo José Mindlin para a Academia Brasileira de Letras (ABL), esta semana, confirma uma tendência da Casa nos últimos anos. Mais que a produção literária, privilegia-se o currículo do candidato em favor da cultura e da educação. Foi assim co m o cineasta Nelson Pereira dos Santos, eleito em março. Agora Mindlin consagra a fórmula. Afinal, pouca gente batalhou mais pela preservação de nossa memória e pela difusão de nossa cultura. Seja na vida privada, como colecionador de documentos e livros sobre o Brasil, na profissional, como presidente da Metal Leve, ou na vida pública. Sua passagem pelo governo paulista nos anos 70 deixou marcas perenes.


Mindlin nunca havia pensado na imortalidade, embora pertença à Academia Paulista de Letras desde os anos 90. ‘Sou mais leitor que escritor’, disse ao Estado, enumerando os livros de sua autoria, semi-autobiográficos, Uma Vida entre Livros, Memórias Esparsas de uma Biblioteca e Destaques da Indisciplinada Biblioteca de Guita e José Mindlin. Ele também não cumpriu o ritual de visitas. ‘Aceitei o convite, mas não me sentiria bem pedindo votos, embora o convívio com os acadêmicos seja um dos motivos para eu me candidatar. Os outros são a possibilidade de incentivar a leitura e a difusão da obra de grandes escritores. Os meus preferidos são Marcel Proust, Machado de Assis e Guimarães Rosa. Os dois últimos, por sinal, passaram por esta casa.’ Mesmo sem cumprir rituais, Mindlin teve recepção calorosa. Recebeu 33 votos dos 37 válidos, com um branco e duas abstenções, de Paulo Coelho e de Ariano Suassuna. E 27 colegas de imortalidade, um recorde, votaram pessoalmente e, depois, comemoraram com o novo colega. Ele esperou a notícia com dona Guita, sua mulher há 68 anos e mãe de seus filhos, três moças e um rapaz. Duas, Diana e Betty, estavam lá com os pais.


Mindlin recebeu a notícia com humor. ‘Sou o mais novo imortal e devo também ser o mais velho’, comentou. Mas, aos 91 anos, sua vitalidade é de 60 e a receita, muito pessoal. ‘É preciso gostar da vida, ter senso de humor, esquecer a idade e não ter juízo. Faço tudo que é proibido a um homem de 90 anos e vivo muito bem.’ O amor aos livros, expresso até na gravata com estampa de uma estante, vem da infância. A coleção de obras raras começou na adolescência.


Aos 13 anos, comprou o Discurso sobre História Universal, de Jacques Bossuet, uma tradução portuguesa de 1740. ‘Havia uma bibliografia e não sosseguei enquanto não consegui comprar todos os livros’, lembra. Pouco depois, tornou-se redator do Estado. ‘Entrei em maio de 1930 e fiz 16 anos em setembro. Acho que fui o redator mais novo do jornal. Uma experiência fantástica, porque era época da Revolução de 30 e o doutor Júlio Mesquita Filho, um dos líderes, me encarregava de passar instruções para seus aliados de outros Estados em inglês, para evitar a censura.’


Pouco depois, entrou para a Faculdade de Direito e lá conheceu dona Guita, uma história de contos de fadas. Ela era o sonho de muitos futuros advogados, mas ele se declarou antes de todos. ‘Eu o tinha visto na platéia do teatro e achado interessante. Logo depois ele veio falar comigo’, conta Guita. O amor aos livros os uniu e ela não se contentou em incentivá-lo como colecionador. Tornou-se conservadora de livros e documentos antigos. ‘Até hoje, quando o preço de uma obra me assusta, ela me faz comprá-la’, diz ele. ‘Foi assim que adquiri a primeira edição de Os Lusíadas, o item mais precioso do acervo.’


A coleção é a maior do País e uma das maiores do mundo, mas ele não a considera completa. Ainda faz aquisições e os livreiros e caçadores de obras raras o têm como cliente preferencial. ‘Há um certo exagero’, corrige Mindlin, modesto. ‘Tenho 38 mil títulos catalogados, metade deles da coleção Brasiliana (livros e documentos sobre o Brasil, do século 16 em diante). Como um título pode ser um folheto ou uma enciclopédia, não sei quantos volumes são.’ Se sua biblioteca é enorme, sua meta é espalhar outras pelo Brasil afora. ‘Em São Paulo já temos uma em cada cidade’, comemora. Esse amor à literário levou-a à Secretaria de Cultura no governo de Paulo Egydio, em plena ditadura, da qual era ferrenho opositor. ‘Eu fiquei em dúvida, mas meus amigos me lembraram que, seria pior se o cargo ficasse com alguém a favor. Como não dependia disso para viver e podia ir embora quando quisesse, aceitei. Melhorei as condições da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e criei a carreira de pesquisador, reivindicações antigas dentro do governo.’


Leitor voraz que já devorou 8 mil títulos, Mindlin prefere ficção, mas não liga para os best-sellers do momento. ‘Prefiro que o tempo me dê a dimensão exata do livro.’ Passa horas escrevendo e diz ser capaz de se concentrar na escrita e prestar atenção na conversa a seu redor. ‘Aprendi quando era redator do Estado, pois sempre tinha alguém querendo contar um caso.’ Sua preferência pela ficção não o tenta a inventar uma história. ‘Não é coisa que se faça porque se tem vontade ou por encomenda’, justifica. ‘Mas, na minha vida, as coisas boas aconteceram por acaso. Quem sabe ainda não me arrisco na ficção?’’


 


INTERNET
Renato Cruz


Varejo virtual deve crescer mais de 40%


‘O varejo virtual deve crescer 41,4% este ano, para R$ 14 bilhões, segundo estudo da Lafis Consultoria. ‘Houve uma melhora no cenário econômico interno, ao mesmo tempo em que ocorre uma desmistificação da compra online e do uso do cartão de crédito na rede’, afirmou Bruno Leite, analista da Lafis. Ano passado, o aumento foi de 32%, atingindo R$ 9,89 bilhões, de acordo com o índice medido pela e-Consulting e pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net). O número inclui automóveis, turismo e leilões.


A Americanas.com, maior varejista da internet, registrou receita bruta de R$ 316,4 milhões no primeiro trimestre, um crescimento de 110% sobre o mesmo período de 2005. O Submarino, segundo maior, teve um aumento de 56% na receita bruta, para R$ 154,7 milhões. ‘O varejo online no Brasil ainda é muito baixo’, disse Leite. ‘Ele corresponde a 0,6% do que é movimentado no mundo, enquanto o comércio eletrônico entre empresas no País responde por 2,6% do total mundial.’


De olho no potencial do mercado varejista, o HSBC prepara o lançamento de um sistema de pagamento de compras pelo celular, chamado M-Ca$h. O projeto-piloto, com seus 27 mil funcionários, começou no último dia 10 e vai até 31 de julho. ‘Queremos atender os consumidores que hoje imprimem boleto ao fazer compras pela internet ou que sentem insegurança total’, afirmou Arno Brandes, executivo sênior de Novas Tecnologias do HSBC.


O serviço funciona com qualquer modelo de celular, mesmo pré-pago, de qualquer operadora. O cliente entra no site do banco, cadastra o número do celular e uma senha e define o limite de pagamentos pelo aparelho, de até R$ 1 mil por dia. Depois, é só fornecer o número do celular na hora de pagar a compra. Ele recebe um telefonema comum, de uma máquina de atendimento automático, que pede a senha. ‘Ninguém consegue autorizar o serviço sem o telefone e sem a senha’, explicou Brandes.


No piloto, o serviço começou com a Americanas.com, Shoptime (que pertence à Americanas.com) e Saks.com. Em agosto, o serviço deve ser oferecido à base de clientes com novas lojas participantes. ‘Até o fim do ano, queremos ter também grandes redes físicas como parceiros’, disse o executivo do HSBC, acrescentando que, na sua visão, 120 mil das 250 mil empresas que são clientes do banco têm potencial para adotar o celular como meio de pagamento.


A Fnac elegeu a loja virtual como prioridade de crescimento no Brasil este ano. ‘Hoje, o site fatura menos que qualquer uma das seis lojas físicas’, afirmou Jerome Pays, diretor da Fnac.com.br. ‘Ano que vem, o objetivo é que ele se torne o maior faturamento no País.’ A internet corresponde a cerca de 10% das vendas da subsidiária brasileira. Em 2007, deve chegar a 20% ou 25%.


‘O mercado está maduro’, explicou Pays, referindo-se aos concorrentes locais. ‘Este é um sinal importante para uma multinacional. Existem 70 milhões de brasileiros com poder aquisitivo que ainda não compraram pela internet.’ A Fnac.com.br existe desde 1999. No começo, vendia somente livros. O site começou a diversificar no ano passado e deve ser usado para testar novas linhas de produtos. ‘Ele tem livros que não estão no estoque na rede’, disse Pays. ‘O site serve como uma vitrine das lojas físicas, principalmente nas cidades onde ainda não estamos presentes.’


O comércio eletrônico entre empresas deve crescer 32,7% este ano, para R$ 355 bilhões, de acordo com a Lafis. A projeção tem como base o índice calculado pela e-Consulting e pela Câmara-e.net. ‘Nesta área, existe pouca resistência, principalmente entre as grandes empresas’, afirmou Bruno Leite.


Para 2006, a Lafis projeta aumento de 16,4% no total de usuários residenciais ativos (que usam a rede pelo menos uma vez por mês), atingindo 13,5 milhões. Ano passado, segundo o Ibope NetRatings, eram 11,6 milhões. ‘As vendas de computadores estão aquecidas desde o ano passado’, apontou Leite. ‘Houve apreciação do real e redução de impostos federais, o que levou a uma queda de mais de 25% no preço.’’


PUBLICIDADE
Carlos Franco


Brasil tem 21 peças na disputa de filmes no Festival de Cannes


‘O 53º Festival Internacional de Publicidade de Cannes entrou ontem na reta final ao divulgar a lista de finalistas na categoria filmes (Film), a mais disputada. O Brasil conseguiu colocar 21 finalistas na lista de 300. Os EUA colocaram 146. O Brasil é quinto em número de filmes na disputa. Em segundo lugar está o Reino Unido (64), seguido de França (30) e Argentina (29).


No ano passado, as agências brasileiras haviam emplacado 20 filmes na lista de finalistas. As agências brasileiras melhor colocadas na lista são AlmapBBDO (com 4 filmes), Fischer América (3) e NBS (2). Com um comercial cada, ainda figuram F/Nazca, Duda Propaganda, Dez, Lowe, Giovanni FCB, Dentsu, Fallon, Carillo Pastore Euro RSCG, Age, Lew Lara, RC e Eugenio DDB.


Entre os filmes brasileiros, os destaques são ‘Traves’, da F/Nazca para Skol, que mostra as traves de futebol se movimentando em campo para impedir que os rivais argentinos marquem gol. Também está na lista de finalistas o filme ‘Maradona’, da Duda Propaganda, para o Guaraná Antarctica. O filme mostra o ex-jogador argentino cantando o hino brasileiro e vestindo a camisa do Brasil.


Neste ano, 4.806 filmes foram inscritos na competição. O Brasil trouxe 233. Jader Rossetto, vice-presidente da Fischer America e jurado brasileiro na categoria, considerou excepcional o resultado. A expectativa era de que o País teria entre 13 e 18 filmes entre os finalistas.


Dos filmes relacionados no short list, jurados e especialistas apostam que o Grand Prix e a Palme D’Or deverá ficar com ‘Bouncy Balls’, comercial criado pela Fallon de Londres para a linha de aparelhos de televisão Bravia, da Sony.


A Adidas foi escolhida anunciante do ano. A empresa, que comprou a americana Reebok, tem investido pesado em eventos esportivos ao redor do mundo, como as Olimpíadas de Inverno e a Copa do Mundo. Segundo a organização do festival, a escolha tem a ver com a decisão da empresa de continuar a apostar firme em propaganda ao redor do mundo.


POLÊMICA


Uma guerra de comunicados agitou ontem a delegação brasileira em Cannes. A Giovanni, FCB distribuiu nota rejeitando o leão de bronze conquistado por peça da agência na categoria de impressos (Press). O leão de bronze foi conquistado para a série de anúncios Ovo, Chupeta, Feto e Ursinho, criados para a Ipas, uma organização não-governamental de direitos da mulher, que defende o aborto.


A peça foi criada por ex-diretores da agência, que acabam de criar a agência Santa Clara, que tem conquistado contas que eram da Giovanni, como a Intelig. Fernando Campos, sócio da Santa Clara, rebateu a postura revanchista da Giovanni, FCB.


 


RÁDIO/PREMIAÇÃO
Andrea Vialli


Rádio Eldorado vence Prêmio Ethos


‘A Rádio Eldorado foi uma das vencedoras da sexta edição do Prêmio Ethos de Jornalismo, que contemplou, na noite de quarta-feira, iniciativas editoriais que abordavam o tema responsabilidade social empresarial. A Eldorado venceu na categoria Mídia Eletrônica Rádio, com a série de cinco reportagens ‘15 Anos de Defesa do Consumidor’, veiculadas durante o mês de março.


A série premiada corresponde a edições especiais do programa Observatório Eldorado, uma revista radiofônica que trata de temas da atualidade. ‘Na ocasião do aniversário de 15 anos do Código de Defesa do Consumidor, resolvemos fazer uma série especial sobre histórias de consumidores que tiveram dificuldades para resolver seus problemas com as empresas’, explica Sérgio Santos, editor-chefe da Rádio Eldorado.


Segundo ele, a emissora é muito procurada por consumidores inconformados com a demora das empresas em atender suas solicitações.’Ganhar um prêmio cujo tema é a responsabilidade social reforça o papel da rádio como prestadora de serviços. Usamos a força do veículo para ajudar o consumidor’, diz Santos.


A apresentadora do programa, Tatiana Ferraz, que recebeu o prêmio, foi pega de surpresa. ‘Não esperava ganhar, pois era um programa com viés mais crítico em relação ao papel das empresas’, conta. Além de Tatiana, a equipe responsável pela produção do programa é formada pelas jornalistas Renata Okumura e Luciana Freitas.


O Prêmio Ethos de Jornalismo existe há seis anos e foi criado pelo Instituto Ethos para difundir, entre os meios de comunicação, o conceito de responsabilidade social. Este ano, o prêmio contemplou, além de jornalistas, iniciativas editoriais. ‘Acredito na renovação das energias em prol da construção de uma sociedade mais justa. Por isso, contemplamos os veículos que mais contribuem para gerar mudanças na estratégia de negócios das empresas’, explicou Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos. A cerimônia de entrega foi na noite de quarta-feira, no Hotel Transamérica, em São Paulo.


Foram inscritos 103 trabalhos e destes, escolhidos 16 finalistas. Entre os demais vencedores estão a revista Época (categoria Revista), jornal Valor Econômico (categoria Jornal), TV Salvador (categoria Televisão) e Envolverde Revista Digital (Mídia Digital). Não houve prêmio em dinheiro.’


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Saia ainda mais Justa


‘Não será uma, e sim duas as substitutas de Luana Piovani no programa Saia Justa, do canal pago GNT. Corre nos bastidores que os convites para integrar o time já composto por Márcia Tiburi, Mônica Waldvogel e Betty Lago já começaram a ser disparados.


Maitê Proença e Adriane Galisteu, ambas convidadas a integrar o time anteriormente estavam no planos do canal. Estavam porque Galisteu não foi liberada por Silvio Santos novamente – ele tinha impedido a ida dela da outra vez . Maitê ainda não acertou nada com o canal. Na lista das novas candidatas ao sofá do Saia Justa estão ainda Danielle Winits e Malu Mader.


Luana, que ficou durante um ano na atração, anunciou dias atrás sua saída para se dedicar a novos projetos. No ar desde abril de 2002, o programa já havia sofrido baixas anteriores com a saída de Rita Lee e Fernanda Young, que faziam parte da formação original da atração. Rita, por sinal, foi convidada a voltar.


Além de novas integrantes, o Saia Justa ganhará nova cara em agosto. Até lá, o GNT exibirá durante julho os melhores momentos deste último ano no ar.’


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Folha de S. Paulo


Sexta-feira, 23 de junho de 2006


ELEIÇÕES 2006
José Alberto Bombig


Alckmin vira ‘Geraldo’ e evita atacar Lula na TV


‘O candidato do PSDB ao Planalto, Geraldo Alckmin, deixou de lado ontem à noite os ataques diretos da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se apresentar em rede nacional de televisão como um homem ‘realizador’, ‘honesto’ e ‘de família pobre’.


Nos 20 minutos do programa partidário do PSDB nacional na televisão -entre as 20h30 e as 20h50-, o tucano falou pouco e quase não citou o nome de Lula. Em vez disso, sua equipe de comunicação preferiu enfatizar a biografia do candidato, pontuada por comparações subliminares entre ele e o petista.


Logo no início, um texto sobre a infância de Alckmin em Pindamonhangaba, interior do Estado de São Paulo, ressalta que ele ‘perdeu a mãe’ ainda criança e teve de contar com uma pajem, além da ajuda dos familiares, para poder concluir seus estudos.


Filho de um engenheiro agrônomo contratado pelo Estado, Alckmin perdeu a mãe aos dez anos. Mas, segundo seu biógrafo Acir Filló, ele teve uma ‘infância sem percalços’. ‘Se os pais não eram abastados, ofereciam-lhe o conforto e o auxílio necessários’, diz trecho do livro ‘Geraldo Alckmin, o Menino, o Homem, o Político’.


Formação escolar


O programa do PSDB, no entanto, ressalta as dificuldades de sua trajetória para enfatizar que ele conseguiu concluir o terceiro grau e se formar médico, em contraposição ao presidente Lula, que tem apenas o ensino fundamental completo.


A formação do tucano é utilizada na tentativa de vinculá-lo à área social, ponto em que Lula, segundo apontou pesquisa do Datafolha, tem larga aprovação do eleitorado, auxiliado por programas de transferência de renda como o Bolsa-Família.


Para marcar esse ponto do programa, uma mãe de Pindamonhangaba dá depoimento afirmando que o então médico anestesista bancou seu trabalho para salvá-la da morte.


Nordestinos que vivem em São Paulo também aparecem no programa de TV elogiando o candidato -uma tentativa de aproximar o tucano do eleitorado do Nordeste, onde Lula tem seus melhores índices de intenção de voto.


Outro ponto destacado pelo PSDB na televisão é o suposto apego de Alckmin ao trabalho quando esteve à frente do governo paulista (2001-2006).


Na semana passada, o vice do tucano, o senador José Jorge (PFL), afirmou que Lula bebe muito e não gosta de trabalhar.


Também em contraponto ao presidente petista, a carreira política do presidenciável do PSDB ocupa boa parte do programa -vereador, prefeito de Pindamonhangaba, deputado estadual, deputado federal, vice-governador e governador.


Nesse quesito, Lula, antes de chegar ao Planalto, ocupou apenas uma vaga na Câmara dos Deputados (1987-1991).


Propostas


Imagens do longo discurso de Geraldo Alckmin na convenção nacional do PSDB que homologou no último dia 11, em Belo Horizonte, sua candidatura a presidente também ganharam destaques, sintetizadas pela frase: ‘Igualdade, justiça e crescimento’.


Apesar de criticado internamente no partido pela forma como foi apresentado no evento, já que o tucano leu o texto de 19 páginas durante uma hora, o discurso mostra suas propostas para áreas como saúde, educação e segurança, nervo exposto de sua gestão em São Paulo, especialmente após a recente onda de violência promovida pela facção criminosa PCC.


Segundo o candidato do PSDB, seus enfoques, se eleito, serão no ensino técnico e fundamental, na universalização do atendimento médico e no combate ao crime organizado.


As poucas críticas diretas ao presidente foram na economia: ‘O Brasil de Lula superou apenas o Haiti em matéria de crescimento’, afirmou Alckmin, em trecho do discurso.


Os principais cardeais do PSDB apareceram rapidamente na tela. Fernando Henrique Cardoso, o governador Aécio Neves (Minas) e o ex-prefeito José Serra surgiram apenas nas cenas da convenção.’


COPA 2006
Xico Sá


Tá tudo combinado


‘Amigo torcedor, amigo secador, estava tudo combinado ontem na Liberdade. O único lugar do mundo onde secar e torcer são a mesma coisa, o mesmo verbo. Se o Japão atacava, a comunidade japonesa ia à loucura, se o Brasil estava com a bola na área deles, os orientais e descendentes enlouqueciam da mesma forma. A arte zen de ver a Copa e tocar a vida.


Se os repórteres de TV pediam, eles faziam qualquer coisa, tocavam pandeiros, batiam tambores primitivos e até repetiam a vibração dos gols muito depois do ocorrido, muito depois do repeteco.


Sushi, sashimi, saquê, cerveja, cachaça, estava tudo combinado. E tinha mais jornalistas, repórteres, fotógrafos e câmeras do que gente de fato no Bunkio, o ginásio esportivo da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa. Aos 20min de jogo, a repórter da Globonews grava um boletim. A colônia não andava das mais vibrantes nessa hora. Ela pede, gesticulando como quem toca um pandeiro, para que o jovem japa, metade do rosto Brasil, metade Japão, toque.


Êêêêêê. A colônia se levanta. E, assim por diante, essa vibração metade verdadeira, metade ensaiada. Tudo combinado.


Agora a repórter da Record pede ânimo a outro nissei, é assim que funciona o espetáculo, nem sempre a realidade colabora, saco! Com a camisa 9 do Ronaldo, Ewerton Hirayama, 28, que trabalha no mercado financeiro, repete para as câmeras a vibração que deveras sente: gol do Brasil, 1 x 1. Mas, quando ele vibra para as TVs, o goleiro japonês nem se lembra mais do gol que havia tomado, faz tempo, além, muito além do repeteco.


Zen, a repórter da TV Cultura entende de futebol à vera. Largo o telão e vejo o jogo pelas suas unhas, bocas e gestos.


A dupla Ooi e Osako, da TV Tokyo, pelo que compreendi com meu inglês breaco, é a mais séria. Não desgruda de uma família composta por duas gerações que representam a imigração nipônica.


Não desgruda, só documenta, sem intervenções nem falas. A mesma família era o que havia de mais interessante para o estudante de jornalismo Bruno Diniz, 20, que fazia a sua primeira videorreportagem para a TV da Universidade Metodista.


Ele também sabia que o melhor é ver e ouvir na moita, sem teleguiar a existência, com a generosidade de um Eduardo Coutinho ou de qualquer outro grande documentarista. Uma coisa assim como pedir: vida, aconteça na minha frente!


Opa, lá no canto o Rodrigo Tabata, o jogador do Santos. Correria de luzes e microfones. O telão ficou nublado. Os japinhas chiaram. Apaguem as luzes. Opa, ‘se apagar vira suruba’, gracejou Carlos Tominaga, 23, rapaz que seguia todos os movimentos da imprensa, tipo marcação homem a homem.


Opa, esbarramos com o vereador William Woo, político da comunidade que distribui tabelas da Copa e santinhos. Nem aí para Ronaldos e Robinhos. É candidato a deputado federal pelo PSDB. ‘Sai da frente, palhaço’, berra um adolescente tão bêbado que não ouso perguntar o nome. O grito é na direção do político, não do inocente cronista que vos narra.


Opa, agora uma deusa, acho que é a Vanessa Handa, a linda garota nissei do mundo fashion. Não, não era. Mas também não era fraca. ‘Tenho até os mesmos hábitos que ela, faço academia, ioga e artes marciais’, afirma a deusa que atende pelo nome de Brenda Mori, 21. Prazer em conhecê-la. Dali por diante, entendi a arte zen de torcer por qualquer pátria, qualquer coisa.


Opa, Chacrinha não. O que faz o Abelardo Barbosa numa festa japonesa. Era o próprio, vestido a caráter. Tudo combinado. O Chacrinha paulista vai ao lugar certo do crime: onde houver flashes da Copa.


Chacrinha procura a TV como a bola procura o craque. Ama aparecer, somente isso, simples, divina comédia dos 15 minutos. Para ganhar a vida, no entanto, ele acorda de sonhos intranqüilos, em quase todas as manhãs, veste terno e gravata e vira o advogado Wilson Ribeiro, 66, causas cíveis.’


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Sobrenatural


‘E então Ronaldo voltou a ser Ronaldinho. Aliás, ‘RRRRRRRRRRonaldinho!’, na locução de Galvão Bueno para o primeiro gol, para os mais de 90% de ‘share’ de audiência da Globo. No segundo, os erres da locução caíram para a metade.


Mais erres do que o locutor, por muito mais tempo, o telespectador vai ouvir na propaganda da Nike, aquela que foi adiada do jogo anterior.


Na noite anterior ao jogo contra o Japão, no canal SporTV, também da Globo, o comentarista Telmo Zanini, contrariado por alguma razão, mal abria a boca durante a mesa-redonda.


Dizia se recusar a fazer uma crítica racional da seleção, ele que defendeu a saída de Ronaldo depois do jogo contra a Austrália, e repetia:


– A confiança no etéreo é que poderá nos salvar amanhã. O sobrenatural.


Fim de jogo, ontem, e estava certo. Foi irracional.


O locutor Galvão Bueno, que aposta no sobrenatural desde Ayrton Senna, mal se continha, depois de berrar o primeiro gol:


– Agora é o maior artilheiro brasileiro em Copas do Mundo! Estava igual ao Pelé, passou… Que sufoco, hein? Estava esperando para poder gritar o gol do Ronaldinho.


E depois de berrar o segundo do atacante:


– Não tem mais ninguém na frente dele! Ronaldinho já é o maior artilheiro em Copas do Mundo. Ao lado do alemão Gerd Mueller… Ronaldo!, Ronaldo!, Ronaldo!, grita o torcedor brasileiro aqui em Dortmund.


E fechando a transmissão do jogo, com alívio:


– É muito bom voltar a ver o Fenômeno sorrir. Ele que superou o trauma da final de 98, as contusões, as cirurgias, o descrédito antes de 2002… Ele volta a ser colocado em xeque antes desta Copa. E responde. Não tem mais ninguém na frente dele!


DE TORCEDOR


O repórter da Globo, ao vivo, logo depois do jogo, bate na cabeça de Ronaldo


Do repórter para o atacante, no túnel:


– Ronaldo, um prazer aqui de torcedor, de jornalista, de amigo. Dois gols, o maior de todos. E com quatro jogos aí para fazer mais unzinho. E do jeito que está vai, né?


Outras perguntas na mesma linha, até:


– E logo de cabeça, né? Você não é muito de fazer de cabeça. Todo mundo deu palmada em você, né?


E dá dois tapas na cabeça de Ronaldo, que diz:


– É, não sei, fazer gol de cabeça é difícil, mas o pior é a comemoração, que todo mundo dá tapa na cabeça.


VAMOS VER


Curiosamente, a Globo anunciou desde cedo que Ronaldo não jogaria. Que havia sido barrado. Daí, talvez, a má vontade de Galvão Bueno ao iniciar sua transmissão, depois de corrigir a notícia, ‘vamos ver se funciona a escalação do Parreira’.


O blog de Juca Kfouri, de sua parte, comemorou o anúncio da escalação de Juninho Pernambucano, postando ‘viva!!!’. Até apostou, ‘Parreira acertou em cheio’.


VIVA O GORDO


Fim de jogo e, do mesmo blogueiro, no alto da home do UOL, ‘só resta agradecer ao técnico pela ousadia’:


– Viva o gordo!


Na mesma linha, do comentarista José Trajano, na transmissão da ESPN Brasil, ‘uma vitória categórica, tudo está indo como Parreira queria’.


GORDO DE ALEGRIA


Na manchete de Copa da Folha Online, ‘Parreira mexe, Brasil goleia, e Ronaldo iguala recorde’. E no enunciado do portal Globo.com, ‘Brasil vence e convence’.


No exterior, as manchetes dos sites de futebol foram até mais entusiasmadas. Nos espanhóis ‘As’ e ‘Marca’, respectivamente, ‘Brasil volta a ser Brasil’ e ‘Ronaldo estréia e entra para a história’.


No argentino ‘Olé’, a piada de sempre, no enunciado ‘Gordo de alegria’.


LUZ VERDE


Enquanto a Globo monopoliza o país com a Copa, segue o noticiário sobre a escolha do padrão de TV digital por Lula. No título do site Pay-TV, ‘Governo brasileiro sinaliza com luz verde a japoneses’.


Agora a ‘expectativa é de acordo’ para a semana.’


PRÊMIO MARIA CABOT
Folha de S. Paulo


José Hamilton Ribeiro ganha o prêmio Maria Moors Cabot


‘O repórter José Hamilton Ribeiro, 70, é o único brasileiro premiado pela edição 2006 do Maria Moors Cabot, o mais antigo e um dos mais importantes prêmios dados a jornalistas nos EUA. Ligado à Faculdade de Jornalismo da Universidade Columbia, em Nova York, é conferido a profissionais que cobrem assuntos ligados à América Latina e que ‘demonstram comprometimento com a liberdade de imprensa e entendimento entre as Américas’.


Ribeiro, repórter especial do programa ‘Globo Rural’, da TV Globo, é ganhador de sete prêmios Esso. Ajudou a criar ou trabalhou em diversos órgãos importantes, entre eles a extinta ‘Realidade’ -cobrindo a Guerra do Vietnã para a revista, em 1968, ele acidentou-se ao pisar numa mina terrestre e perdeu parte da perna esquerda.


Os outros vencedores deste ano são o escritor Mario Vargas Llosa; Ginger Thompson, do ‘New York Times’; e Matt Moffett, correspondente para a América do Sul do jornal ‘The Wall Street Journal’. Cada um deles vai receber US$ 5.000.’


INTERNET
Raquel Cozer


Memória na rede


‘Raridades da música popular brasileira que pareciam prestes a se perder em meio a pilhas de discos antigos vêm se tornando acessíveis na internet desde que, há alguns anos, instituições como o Instituto Moreira Salles (IMS) e o Centro Cultural São Paulo (CCSP) começaram a digitalizar e a colocar acervos sonoros em seus sites.


Hoje, com mais de 30 mil fonogramas on-line, o Brasil está entre os países com maior catálogo musical histórico na internet. ‘É o maior do mundo no que diz respeito à música popular de massa. Outros países, como os Estados Unidos, a Alemanha, e a Áustria, têm grandes catálogos, mas privilegiam a música étnica e a erudita’, diz Evaldo Piccino, coordenador de música do CCSP.


Pois o conjunto de obras disponíveis está para aumentar -e bastante- no próximo semestre. Em agosto, o Instituto Moreira Salles (IMS), que tem o maior catálogo on-line do país de músicas em 78 rotações por minuto, começará a colocar no ar 70 mil gravações lançadas em LP a partir dos anos 60.


No mesmo mês, a Biblioteca Nacional deve terminar a digitalização de 8.000 fonogramas de seu acervo em 78 rpm, para posterior publicação na internet. Antes disso, a Funarte pretende estrear sua rádio virtual, com material de seu acervo que foi recuperado e preservado com o apoio da Petrobras. O Centro Cultural São Paulo optou por disponibilizar em programas de sua webradio, aos poucos, os 30 mil fonogramas digitalizados de que dispõe.


As gravações que entrarão no site do IMS incluem os primeiros LPs lançados no país, comprados do historiador José Ramos Tinhorão.


‘É uma grande amostra do que se produziu de bossa nova, tropicália e por aí vai. Estarão lá as primeiras gravações de Chico Buarque, o primeiro disco de canções de protesto de Alberto Ribeiro e os primeiros LPs independentes do país, como os de Danilo Caymmi’, diz José Luis Herência, coordenador de música do instituto.


O catálogo do instituto que já está on-line inclui outra parte da coleção de Tinhorão e o material adquirido do colecionador carioca Humberto Franceschi. Pelo site, é possível ouvir quase 30 mil fonogramas em 78 rpm, produzidos entre 1902, quando surgiu a música gravada no país, e 1964, com o fim da fabricação desse tipo de disco. O destaque fica para os fonogramas da chamada fase mecânica, anterior a 1927, com raras gravações de gente como Pixinguinha, Orlando Silva e Carmen Miranda.


A recuperação dos fonogramas da Biblioteca Nacional começou em 2004, quando a equipe coordenada por Ana Pavani selecionou 4.000 discos do acervo que preenchessem os critérios do projeto de apoio à música nacional aprovado pela Petrobras.


‘Focamos nos discos mais antigos e danificados. O material poderia incluir intérpretes ou compositores brasileiros, não necessariamente os dois ao mesmo tempo’, diz Ana.


Graças a isso, foram resgatadas curiosidades como um samba de Ataulfo Alves em japonês e ‘O Guarani’, de Carlos Gomes, em alemão. ‘Só foi possível saber realmente o que fazia parte do acervo no mês passado, com o fim da descrição arquivista e da conservação.’


Com o fim da digitalização dos fonogramas, será necessário pesquisar que músicas estão em domínio público e podem ser colocadas na internet. As restantes ficarão disponíveis somente na sede da instituição, no Rio.


O CCSP lançou sua webradio em junho de 2004. A rádio funciona com servidor da Escola de Comunicações e Artes da USP e está temporariamente fora do ar, devido à greve da universidade. O acervo usado nos programas vem da antiga Discoteca Pública Municipal, atual Discoteca Oneyda Alvarenga, fundada em 1935 por Mário de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura de São Paulo.


‘Originalmente, o acervo era basicamente de música étnica e erudita. Mas a incorporação da coleção pessoal de Salatiel Coelho, que era do rádio, lhe deu um aspecto mais comercial, com ênfase na fase temporã do 78 rpm, dos anos 50 e 60’, diz Evaldo. Entre o material que ainda não foi ao ar, está o single em 78 rpm do álbum ‘maldito’ de Roberto Carlos, o renegado ‘Louco por Você’, que ficou fora da coleção de caixas de CD do cantor, lançada a partir de 2004.


Há outros projetos no país envolvendo a digitalização de fonogramas raros. Um deles é o do colecionador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, o Nirez, 73, que conseguiu R$ 265 mil da Petrobras para digitalizar seu acervo, com o apoio do Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE). Nirez reuniu, desde os 20 anos de idade, 22 mil discos de 78 rpm.


COMO SE PODE OUVIR ISSO


Uma das maiores dificuldades em que as instituições esbarram para disponibilizar fonogramas na internet é a questão dos direitos autorais. As músicas só entram em domínio público 70 anos após a morte dos compositores e, no caso dos intérpretes, 70 anos após a gravação. É por isso que as músicas ficam à disposição apenas para audição, e não para download.’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Cassetas voltam a gravar na segunda-feira


‘Os humoristas do ‘Casseta & Planeta’ voltarão a gravar já na próxima segunda-feira, menos de dez dias após a morte de Claudio Besserman Vianna, o Bussunda, na Alemanha.


Inicialmente, o programa da próxima terça-feira iria ao ar apenas com material inédito, mas gravado antes da morte de Bussunda. Anteontem, porém, os cassetas voltaram a se reunir profissionalmente. E não só decidiram retornar aos estúdios como também já produziram textos para novos esquetes.


Na segunda-feira, no Projac (central de estúdios da Globo), Maria Paula, Reinaldo, Hubert e Marcelo Madureira gravarão a partir das 13h cenas de ‘Baleíssima’, a sátira da novela ‘Belíssima’, cuja hilária abertura, estrelada por Bussunda, não deverá mais ser exibida. O diretor-geral do programa, José Lavigne, disse no velório de Bussunda que a edição de terça passada seria a última com imagens do humorista.


Os cassetas também gravarão na segunda-feira um quadro em que brincarão com a execução de hinos de países nos jogos da Copa do Mundo.


O restante do programa de terça será preenchido com material gravado antes da morte de Bussunda. O diretor Lavigne só decidirá na noite de segunda se a edição terá quadros feitos na Alemanha. É possível que boa parte do material produzido na Europa seja jogado fora _ou porque aparece Bussunda ou porque ficou desatualizado.


‘CASSETA’ EM DVD A Globo está lançando um DVD com os melhores momentos do ‘Casseta & Planeta’ em 2005. Nos extras, quadros sobre Copas gravados nos Mundiais de 1994, 1998 e 2002 (neste, apenas em estúdio, no Brasil, porque os humoristas não viajaram para Coréia e Japão).


COPA SOBE A audiência da Globo nesta Copa do Mundo está apenas dois pontos acima da de 1998, em que dividiu as transmissões com as outras redes de TV. Até anteontem, a média dos jogos na Globo era de 26 pontos na Grande São Paulo. Em 1998, a emissora fechou a primeira fase com 24 pontos de média.


COPA DESCE Em 2002, de madrugada, a média da primeira fase da Copa foi de 20 pontos.


NO AR Ainda não é certo que a Record produzirá um terceiro horário de novelas, a partir de agosto, com a adolescente ‘E, Aí?’. O novo horário depende do sucesso de ‘Bicho do Mato’, que substitui ‘Prova de Amor’.


VOCÊ DECIDE 1 ‘Prova de Amor’ terá três desfechos escolhidos pelo público, em votação pela internet. No principal deles, será definido qual personagem matará o vilão Lopo (Leonardo Vieira). No outro final, o telespectador escolherá se o juiz Alexandre (Déo Garcez) terminará com Eleonora (Ana Markum) ou Valéria (Valquíria Ribeiro).


VOCÊ DECIDE 2 No terceiro desfecho, será decidido se Cláudia Alencar encerra a novela com Roberto Pirillo ou Raul Gazolla.’


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