Wednesday, 13 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1313

Marta Barcellos

‘A produtora Grupo Novo de Cinema e TV, maior ‘exportadora’ de filmes brasileiros, está conseguindo aumentar seu faturamento de 30% a 40% ao ano graças ao sucesso da produção nacional no circuito mundial de salas de arte. A grande aposta, agora, é o mercado mexicano. Com o dobro de salas de cinema do Brasil, o pais irá receber uma mostra de 14 filmes brasileiros no dia 15. O evento também vai percorrer a Argentina, o Peru e o Chile, com o objetivo de vender filmes como ‘Deus é brasileiro’ e ‘O outro lado da rua’, sucessos no circuito nacional.

A estratégia de organizar mostras em cinemas de arte para atrair a atenção dos distribuidores do circuito comercial foi bem sucedida no ano passado, quando oito títulos foram negociados na Argentina depois da exibição de filmes brasileiros durante uma semana em Buenos Aires. ‘A mostra é uma vitrine para o mercado distribuidor’, diz Tarcísio Vidigal, presidente do Grupo Novo, que organizou a mostra junto com a Brazilian Cinema Promotion. ‘Mas o que estamos colhendo hoje é fruto de dez anos de promoções e marketing de relacionamento com esses distribuidores.’

Vidigal atribui aos investimentos elevados e de longo prazo o fato de a empresa não ter concorrentes no mercado. Na Mostra do Cinema Latino Americano serão gastos US$ 200 mil. ‘Participamos de todos os eventos de negócios no mundo, além dos festivais de cinema’, conta ele.

O Grupo Novo é praticamente o único representante de filmes brasileiros no exterior, com uma carteira de 180 títulos, entre longas e curtas, e já contabiliza este ano um faturamento mínimo de US$ 2 milhões. ‘Se os filmes negociados fizerem sucesso, podemos chegar a US$ 3 milhões’, diz o presidente. No ano passado, o Grupo Novo levou filmes brasileiros a 15 capitais estrangeiras, como Paris, Londres e Moscou. Alguns filmes são negociados no exterior pelas próprias produtoras.

O impulso dos filmes brasileiros no exterior também conta com a ajuda de uma tendência que parece global: o aumento do númerodas salas de arte. O desafio é ampliar a exibição para o circuito comercial, como é a expectativa nos países que farão parte da mostra de cinema. Na Europa, assim como na América Latina, os filmes brasileiros são historicamente bem recebidos, diz Vidigal. ‘Mas com a parada do cinema nacional nos anos 90, precisamos reconquistar esse mercado’, afirma o presidente do Grupo Novo.

No México, os filmes brasileiros serão exibidos em oito salas na capital e 20 no interior, todas do circuito Cineteca. A expectativa é vender todos os 14 títulos da mostra este ano para os distribuidores latino-americanos de circuitos comerciais. A receptividade dos filmes em cada país, diz Vidigal, sempre surpreende. ‘Às vezes um filme que faz sucesso no Brasil não é bem recebido lá fora e vice-versa.’ O aumento da produção brasileira facilita o trabalho de ‘exportação’, ressalta. ‘Já temos de 45 a 60 filmes por ano. Estamos criando uma inteligência comercial para vender bem esse pacote lá fora.’

A mostra de cinema terá apoio dos ministérios das Relações Exteriores e da Cultura, além da Agência Nacional do Cinema (Ancine), da Agência de Promoção de Exportações Brasil (Apex), do Labocine e do grupo Fiat.’



TV GLOBO
Laura Mattos

‘Globo quer ‘desperdício zero’ em novelas’, copyright Folha de S. Paulo, 7/7/04

‘A Globo reuniu seus autores e diretores para elaborar mecanismos que evitem desperdício na produção de novelas e séries. O encontro, com a presença da cúpula da rede, aconteceu na semana passada, em Angra dos Reis.

Uma das providências da emissora será evitar a escalação simultânea de dois autores que priorizem cenas externas. Exemplo: se Manoel Carlos (‘Mulheres Apaixonadas’), que cria mais para estúdio, for escolhido para a novela das oito, a das sete ou a das seis pode ser escrita por algum autor mais ‘externo’, como Carlos Lombardi (‘Kubanacan’).

A decisão foi tomada porque muitas vezes estúdios permanecem vazios por longo tempo, enquanto equipes ficam sobrecarregadas com a gravação de cenas externas (na rua, praia etc.). A Globo também pediu a autores e diretores que ampliem ao máximo a ‘frente’ das novelas, ou seja, que tenham capítulos gravados com antecedência _o que pode evitar gastos desnecessários.

Além de se reunir em grupos para elaborar propostas de ‘desperdício zero’, autores e diretores fizeram reivindicações. Uma delas é a volta da exibição de duas minisséries por ano. No primeiro semestre, uma mais longa, a exemplo de ‘Um Só Coração’ (52 capítulos), e, no segundo, uma menor, como ‘Presença de Anita’ (16), ou uma microssérie, como ‘A Invenção do Brasil’ (3). A Globo avaliará a possibilidade.’



TV METRÔ
Folha de S. Paulo

‘TVs são instaladas em metrô de SP’, copyright Folha de S. Paulo, 8/7/04

‘Um dos trens da linha 3 (Corinthians/Itaquera – Barra Funda) do metrô de São Paulo começou a circular ontem, em fase de testes, com 48 monitores de TV (oito por vagão). As telas, de cristal líquido e com 15 polegadas, exibirão, durante 90 dias, vídeos institucionais, vinhetas operacionais e publicidade.

De acordo com a assessoria de imprensa do Metrô, os testes têm dupla finalidade: avaliar se o sistema de televisão é compatível com o funcionamento dos trens e se o público considera positiva a novidade. Na linha 1 (azul), em média 1,1 milhão de pessoas circulam por dia útil.

Se a avaliação for positiva, o Metrô deverá abrir licitação para contratar empresas interessadas em instalar monitores e explorar a publicidade nos trens do sistema metroviário.

Por enquanto, os testes estão sendo financiados e explorados pela Metroview. Outras três empresas manifestaram interesse em fazer testes e estão, segundo a assessoria de imprensa do Metrô, ‘em fase de entendimento’.

Tanto agora, na fase de testes, quanto depois, caso venha a ser implantado em definitivo, o sistema de televisão no metrô será pago pela iniciativa privada. Além disso, parte da receita obtida com a venda de anúncios deverá remunerar o Metrô.’