Friday, 22 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

Mercado prepara
‘internet 3.0’

 

Leia abaixo os textos de quarta-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007


INTERNET
Sérgio Dávila


Internet prepara-se para era da Web 3.0


‘Há algumas semanas, o Netflix, o serviço de aluguel de DVD por correio mais popular dos EUA, publicou um anúncio que chamava a atenção não só pelo valor envolvido, mas pelo desafio proposto. A empresa de Los Gatos, no Vale do Silício californiano, prometia dar US$ 1 milhão a quem desenvolver um método de busca mais eficiente do que o usado hoje.


Atualmente, o cliente que buscar no site da Netflix ‘Os Infiltrados’, de Martin Scorsese, por exemplo, e decidir alugá-lo receberá a sugestão de levar também ‘Gangues de Nova York’, ‘O Aviador’, ‘Cassino’ e ‘Os Bons Companheiros’ (do mesmo diretor) e ‘The Good Shepherd’ e ‘A Supremacia Bourne’ (ambos com Matt Damon, ator de ‘Os Infiltrados’).


A empresa considera que o atual mecanismo de busca é algo básico e primário. Propõe pagar mais de R$ 2,2 milhões a quem conseguir um algoritmo mais sofisticado. Quem procura ‘Os Infiltrados’, violento longa policial indicado ao Oscar de domingo, pode se interessar por quais outros filmes? E se essa pessoa é um homem, de entre 30 e 40 anos, casado, morador de Washington (todos dados que a Netflix já possui)?


Mais: e se o cliente não dá a informação inicial (‘Os Infiltrados’), mas descreve vagamente o que procura (‘filme violento’, ‘diretor consagrado’, ‘baseado em Boston’, ‘refilmagem de título oriental’)?


O que empresas como a Netflix, mas também gigantes como a IBM e a Google, procuram é uma resposta a isso.


‘A resposta’, disse à Folha Nova Spivack, ‘é a Web 3.0’. O termo, segundo o norte-americano, considerado o principal autor em semântica da rede, foi empregado pela primeira vez pelo jornalista John Markoff, num artigo do ‘New York Times’ e logo incorporado e rejeitado com igual ardor pela comunidade virtual (leia a entrevista de Spivack abaixo).


Seria a terceira onda. A primeira, Web 1.0, foi a implantação e popularização da rede em si; a Web 2.0 é a que o mundo vive hoje, em que os mecanismos de busca como Google e os sites de colaboração do internauta, como Wikipedia e YouTube, dão as cartas. A Web 3.0 seria a organização e o uso de maneira mais inteligente de todo o conhecimento já disponível na Internet.


De que maneira? Daniel Gruhl, um dos diretores do Almaden IBM Research Center, exemplifica. Até agora, disse ele à Folha, a rede é como uma lista telefônica com bilhões de páginas. Um mecanismo de busca como o Google permite que o usuário pesquise o conteúdo de cada página -todos os Silva, para ficar na metáfora da lista- e mesmo utilize a ‘busca avançada’ para restringir um pouco mais os resultados -todos os Silva de São Paulo.


‘A Web 3.0 organiza e agrupa essas páginas, por temas, assuntos e interesses previamente expressos pelo internauta’, afirma Gruhl- todos os Silva que torcem para o Corinthians, votaram no PSDB e são alérgicos a frutos-do-mar, digamos. Embora a tecnologia ainda esteja na fase de pesquisa, suas possibilidades comerciais são infinitas. E as empresas não estão cegas para isso.


Uma das provas é o próprio centro do qual Gruhl faz parte. Baseado em San José, também no Vale do Silício californiano, tem como função encontrar novos usos comerciais para a rede de computadores e prever quais serão as próximas tendências, os novos YouTube, por exemplo. Gruhl, um Ph.D. em engenharia eletrônica do MIT, é especializado em ‘compreensão das máquinas’.


Tanto esse aspecto futurista das pesquisas quanto o próprio termo Web 3.0 são responsáveis pelo maior volume de crítica que a iniciativa recebe. A principal reação vem, obviamente, da blogosfera. Nos diários virtuais de especialistas detratores, a crítica mais comum é a de que ‘Web 3.0’ nada mais é do que a tentativa de empacotar num termo ‘vendável’ algo que ainda nem existe. ‘Eu aposto que o futuro é mais ‘inteligência humana’ do que ‘inteligência artificial’, escreveu o expert Ross Mayfield.


Pesquisa divulgada no início da semana pela Weber Shandwick, uma unidade da Interpublic Group, uma das maiores empresas de publicidade e marketing do mundo, mostra que tais críticas não são unânimes. Segundo o levantamento, 86% dos 104 executivos das maiores empresas americanas ouvidos acreditam que a inovação trazida pela Web 3.0 será o setor que mais ganhará importância ao longo de 2007.


‘O surgimento do consumidor com mais poder significa que as companhias não podem mais simplesmente falar de inovação como uma estratégia do futuro’, disse Billee Howard, do planejamento da Weber Shandwick. ‘As empresas precisam procurar novas maneiras de implantar isso’.’


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Pioneiro vê enorme potencial para negócios


‘DE WASHINGTON – Em 1999, Nova Spivack participou de uma expedição na Agência Espacial Russa que o levou a uma altura de 100 mil pés e a uma velocidade Mach-3 a bordo de um Mig-25. A aventura viraria depois um especial no canal pago Discovery. Ele também é neto do filósofo e administrador suíço Peter Drucker (1909-2005), considerado o pai da administração moderna.


Mas não é por nenhum desses motivos que o pioneiro da internet é conhecido, mas por ser um dos principais incentivadores e difusores da Web 3.0 e o especialista mais renomado em ‘semântica da rede’. O conceito, proposto pelo inglês Tim Berners-Lee, é estruturar todo o conteúdo disponível na rede.


Misterioso, Spivack não declara idade, nacionalidade e nome real. Instado, resume sua biografia numa linha: ‘Sou um empresário de alta tecnologia. Sou um sistema de sobrevivência de memes [unidades de informação]. Sou um ontologista. Sou virtual’. Spivack ganha dinheiro com palestras disputadas no Vale do Silício e com sua empresa, Radar Networks. A seguir, a entrevista que deu à Folha, por telefone, de San Francisco, na qual tenta explicar o que é a Web 3.0: (SD)


FOLHA – O que é a Web 3.0?


NOVA SPIVACK – É a terceira geração da internet. A segunda geração foi tentar melhorar a experiência do usuário, por exemplo via redes de relacionamento social como Orkut, coisas assim. Na Web 3.0, o foco é mais no bastidor que no usuário. É um grande avanço em como os programas funcionam. Vai se parecer bastante com a Web 2.0, mas será mais inteligente. Adicionada a capacidade da semântica a um site, ele será mais eficiente. Quando você pesquisar algo, terá respostas mais precisas. Poderá fazer perguntas ao seu programa e ele será capaz de ajudá-lo mais, entender mais sua necessidade.


FOLHA – Isso já não existe?


SPIVACK – Sim, por isso vejo como uma convergência de várias tecnologias que já existem e que serão usadas ao mesmo tempo, num grande salto de sinergia. Banda larga, acesso móvel à internet e a tecnologia da semântica, todos utilizados juntos, de maneira inteligente e atingindo a maturidade ao mesmo tempo -eis a Web 3.0.


FOLHA – Um dos aspectos mais criticados é o fato de a nova tecnologia esperar muito da inteligência artificial, ramo que só tem se desenvolvido mesmo em filmes de ficção…


SPIVACK – Não é tão fantástico assim. Vou lhe dar um exemplo: você escreve um artigo sobre Nova York, a cidade. Quando alguém for buscar textos sobre Nova York, o Estado, no arquivo do seu jornal daqui a alguns dias, receberá o seu texto no resultado da pesquisa. Com um programa que use a tecnologia semântica, você será capaz de colocar em seu texto muito facilmente um código invisível que ‘avisa’ a cada vez que aparecem as palavras ‘Nova York’ que você está se referindo à cidade, não ao Estado. Quem está lendo o artigo agora não verá o código, mas o programa do pesquisador de daqui a alguns dias, sim. Chamemos esse código de ‘metadata’. Agora, imagine aplicar o mesmo tipo de ‘filtro’ comercialmente, as possibilidades infinitas que serão abertas. O seu mecanismo de busca vai ‘saber’ que quando você digita ‘carro para alugar’, refere-se a um modelo de quatro portas, em tal cidade, com tais características, e os sites em que ele vai buscar já sabem de tudo isso.


FOLHA – Na verdade, é mais simples do que parece.


SPIVACK – Sim. Eu digo que estamos passando da World Wide Web (rede mundial) para World Wide Database (base de dados mundial). Passando de um mar de documentos para um mar de dados. Quando isso começar a acontecer mais agressivamente, o próximo passo serão programas que entendem como fazer melhor uso desses dados. Mas isso ainda demora, cinco a dez anos…


FOLHA – Onde já está em uso?


SPIVACK – Em vários lugares. Por exemplo, em minha companhia. Já fizemos alguns trabalhos para o governo dos EUA. Estamos começando a fazer plataformas comerciais para grandes empresas. Uma delas será lançada em 2007. Há outra empresa, a Metaweb, somos praticamente as duas que fazem isso para consumidores, mas há inúmeros projetos acadêmicos. E, pelo que ouvi, haverá novidades nesse campo na Yahoo e no Skype.’


Matthew Garrahan


Disney vende mais de 1 milhão de filmes no iTunes e já preocupa varejistas


‘DO FINANCIAL TIMES – A Disney comercializou 1,3 milhão de filmes por meio do serviço iTunes em apenas três meses e, criando pressão para que outros estúdios de Hollywood façam associação com o serviço digital da Apple.


A Disney começou a vender filmes por meio do iTunes em outubro de 2006. Mas outros estúdios têm resistido, especialmente por causa do medo de enfrentar grandes opositores, como as redes Wal-Mart e Target, responsáveis pela maior parte das vendas de DVDs nos Estados Unidos.


A rede Target já expressou preocupação com o efeito do ‘downloading’ nas vendas e no preço dos DVDs. Mas Bob Iger, presidente-executivo da Disney, diz que a distribuição digital está ‘ampliando o consumo de mídia’. E acrescenta: ‘A mensagem que queremos passar para os nossos parceiros tradicionais do varejo é que o bolo está crescendo’.


Iger não acredita que o ‘download’ de filmes pela internet vá canibalizar o mercado de DVDs. Ele cita que os filmes ‘Carros’ e ‘Piratas do Caribe – O Baú da Morte’, por exemplo, bateram recorde de vendas em DVDs.


Filão


Para Iger, o varejo tem suas razões para temer que a disponibilidade de filmes pela internet possa resultar em diminuição de seus negócios. ‘Mas, se nós não participarmos desse mercado, que é uma opção abraçada pelos consumidores, outros vão preencher esse filão’.


O lançamento de ‘Piratas do Caribe – O Baú da Morte’ e ‘Carros’ no iTunes ajudou, segundo Iger, a puxar as vendas de filmes da Disney e ultrapassar a barreira de 1 milhão de ‘downloads’.


A Disney também colocou programas de TVs no iTunes há um ano e já registra mais de 20 milhões de downloads.


As redes que vendem DVDs e as indústrias que fabricam DVDs informam que seus negócios estão em declínio.


Após anos de crescimento, esse mercado já alcançou a maturidade. Pali Capital, uma empresa de pesquisa, prevê que 2007 será o primeiro ano em que o gasto com DVDs vai cair nos Estados Unidos.’


Folha de S. Paulo


Internet só fala do cabelo de Britney


‘Fora as fofocas do Carnaval nos sites brasileiros, só dá Britney Spears na internet. A cantora pop norte-americana, que vira notícia por qualquer motivo, passou à onipresença na rede mundial desde a última sexta-feira, quando teria raspado completamente a cabeça. Desde segunda, um leilão virtual oferece suas madeixas por um lance mínimo de US$ 1 milhão.


Site que se diz ‘oficial’, o buybritneyshair.com (que em português seria compreocabelodabritney.com) oferece ‘a oportunidade única’ de ser o ‘orgulhoso comprador’. O vencedor do leilão levará também o aparelho de raspar utilizado pela cantora, um isqueiro azul que ela esqueceu no salão e uma lata do energético Red Bull que bebia no momento.


O site traz fotos de mechas loiras, que seriam ‘autênticas’.


Ex-integrante do Clube do Mickey, Britney, 25, tornou-se uma das maiores celebridades pop do mundo. Qualquer lance de sua vida, de casamento falso em Las Vegas a aparição sem calcinha, vira manchete. Recentemente, voltou a ‘bombar’ com a disputa judicial pela guarda de seus dois filhos (um com 1 ano e outro com cinco meses) com o ex-marido, o cantor pop Kevin Federline, 28.


Na semana passada, teria passado 24 horas em uma clínica de desintoxição antes de decidir raspar a cabeça. Sites de fofoca afirmam ter visto a cantora chorar por dez minutos dentro do carro antes de bater à porta do Esther’s Hair Studio, na Califórnia. Nem precisa dizer que Esther Tognozzi, dona do salão, virou também celebridade. Há sites que dizem que o leilão ‘oficial’ foi colocado no ar por ela, outros negam.


Na internet, uma certeza: o que não falta é a palavra ‘suposto’. Há uma infinidade de supostos leilões de supostos fios de cabelo de Britney, um suposto morador da Inglaterra que pôs à venda uma suposta mecha que supostamente teria recebido de seus pai, da Califórnia. Tem até leilão, com lance mínimo de US$ 9,99, da suposta escova usada pela loira.’


MERCADO EDITORIAL
Marco Maciel


Livros: caros e raros


‘A MAIOR parte dos diagnósticos sobre a indústria editorial em nosso país leva a uma só conclusão: a de que os preços dos livros são altos porque as tiragens são baixas.


Em novembro de 1996, com o Plano Real já consolidado, os suplementos literários dos principais jornais brasileiros comemoraram um fato alvissareiro para o nosso mercado editorial.


Pesquisa da empresa britânica Euromonitor informava que o mercado brasileiro de livros já era o segundo das Américas, havendo ultrapassado o do Canadá e só perdendo para o dos Estados Unidos.


Os dados pareciam contestar os diagnósticos sobre o Brasil. Se éramos o segundo mercado de consumo nesta parte do mundo, caíam por terra as constatações de que as baixas tiragens e o baixo consumo justificavam o alto preço dos livros aqui editados. Enquanto a empresa inglesa anunciava a cifra de US$ 2,5 bilhões em vendas, em 1995, em nosso mercado, a Câmara Brasileira do Livro informava uma produção de 40 mil títulos com 330 milhões de unidades, venda de 374 milhões e faturamento de R$ 1,875 bilhão, valor bem inferior ao divulgado pela Euromonitor.


Os números de 1996, contudo, foram ainda mais promissores, pois as vendas cresceram 21,48%, e passamos do índice de 2,4 para 2,55 exemplares/ano por habitante, prenunciando que poderíamos chegar ao ano 2000 com o consumo individual de 3,1 livros.


Como tive a oportunidade de constatar, quando ministro da Educação, a sazonalidade dos resultados, porém, sempre refletiu a profunda dependência da indústria do livro do desempenho do referido ministério nas aquisições, através do Plano Nacional do Livro Didático -aliás, o maior programa governamental de distribuição gratuita de livro em todo o mundo.


Os resultados de 1997, com a diminuição da produção, venda e consumo de novos títulos, não repetiram o sucesso do ano anterior. O faturamento da indústria editorial, que havia dobrado em 1990 e 1996, sofreu uma queda de 10% em 1997, ano que precedeu as sucessivas crises econômicas do México, da Rússia e da Coréia do Sul.


Ao contrário dos efeitos devastadores na economia, o ano de 1998 revelou uma insólita recuperação do mercado de livros. A produção e a venda no consumo de obras didáticas aumentaram 3%; as obras gerais, 15%, os livros religiosos, 3%, os de natureza técnica, científicos e profissionais, 13%. E o programa do Ministério da Educação, com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), cresceu 50%, passando de US$ 228 milhões para US$ 344 milhões.


O bom e surpreendente desempenho da indústria editorial em 1998 despertou o interesse de editoras estrangeiras, que, no ano seguinte, passaram a investir no país, com a compra de duas editoras, a Ática e a Scipione, que, juntas, detinham 35% do mercado brasileiro de publicações educativas. Mas os números continuaram contraditórios. O total de títulos produzidos caiu 3%, mas o número de exemplares vendidos subiu 17,8%, fazendo com que o faturamento aumentasse 13%.


Números, cifras, valores e dados estatísticos sobre o modelo editorial e a indústria de livros no Brasil são o retrato fiel do velho refrão segundo o qual os números ‘explicam, mas não justificam’ os problemas que tão de perto afetam os lentos avanços da educação entre nós e as carências de nossa cultura.


Em setembro de 2000, o caderno ‘Idéias/Livros’ publicou a reportagem ‘Raio-x do mercado editorial’, na qual analisava o estudo ‘Cadeia de Comercialização de Livros’, realizado para o BNDES pelo economista William George Saad e pelo engenheiro Luiz Carlos Gimenez. No texto, o jornalista Rodrigo Alves comentava que ‘as distorções de um país que tem mais editoras do que livrarias provocam um gargalo que encarece e dificulta o acesso ao livro’.


‘As modas vão e vêm’, disse John Kenneth Galbraith, ‘mas os livros (sobretudo os grandes) ficam’. Eles são valiosos instrumentos para ajudar a vencer as desigualdades que ainda permeiam a nação e as convertem na mais aguda e visível de todas as nossas questões coletivas. Acredito, pois, não haver discrepâncias ideológicas ou partidárias quanto à relevância da questão social. Pode-se discordar nas formas para superá-la, mas ninguém ousaria negar ser esse o maior obstáculo à plenitude democrática a que todos aspiramos para nossa pátria. Enfim, ‘os livros’, observou, com fina percepção, Mário Quintana, ‘não mudam o mundo. Quem muda o mundo são as pessoas.


Os livros só mudam as pessoas’.


MARCO MACIEL , 66, é senador pelo PFL-PE e membro da Academia Brasileira de Letras. Foi vice-presidente da República (95-98 e 99-2002), ministro da Educação (governo Sarney) e governador de Pernambuco (1978-85).’


TELEVISÃO
Daniel Castro


Cultura retoma dramaturgia com Antunes


‘Depois da malsucedida e irregular série ‘Senta Que Lá Vem Comédia’ (2005), a TV Cultura fará neste ano uma nova tentativa de retomar a produção de teledramaturgia.


A Cultura contratou o diretor teatral Antunes Filho, o mesmo que há 30 anos inovou com uma série de teleteatros atualmente em reprise pela emissora (às quintas, 22h40), para comandar um projeto que pretende revelar diretores de TV e experimentar linguagens.


O projeto, intitulado ‘Grande Teatro Antunes Filho’, será uma das principais bandeiras do atual presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, em sua campanha à reeleição. O governador José Serra ainda não demonstrou apoio a Mendonça. As eleições devem ocorrer no final de abril. A fundação é sustentada por verbas do Estado, e sua diretoria é eleita por um conselho.


Segundo Mauro Garcia, diretor de programação da Cultura, o ‘Grande Teatro Antunes Filho’ reunirá inicialmente 16 novos dramaturgos. Cada um dirigirá para a TV um piloto (programa-teste) de uma peça teatral. Desses, oito serão escolhidos pela emissora para dirigirem, cada um deles, duas ‘telepeças’, que não deverão ser confundidas com ‘teleteatros’, no ar no segundo semestre.


‘Estamos buscando uma nova teledramaturgia, diferente da telenovela. Vamos fazer a nossa teledramaturgia’, diz Mauro Garcia.


NOVA CARREIRAAdvogado e comentarista da rádio Jovem Pan, Joseval Peixoto gravou pilotos para compor a nova bancada do ‘SBT Brasil’. No SBT, Peixoto deverá comentar qualquer assunto.


CASA NOVAO veterano ator Sebastião Vasconcelos é o mais novo contratado da Record. Atuará numa das próximas novelas da emissora, que está renovando contratos, de três anos de duração, com Angelo Paes Leme, Jonas Bloch e Luiz Guilherme.


RECUO ESTRATÉGICOA Rede TV! estava prestes a fechar um contrato com o apresentador Sérgio Mallandro. Mas desistiu da idéia, pelo menos por enquanto. Setores da emissora temem rejeição do telespectador das classes A e B, alvo de seus anunciantes.


RANKING DOS BELOS 1Em seu último mês em ‘Malhação’, Dudu Pelizzari (o Fred) foi alçado ao topo da lista dos atores da Globo que mais recebem cartas de fãs. Pelizzari já estivera entre os cinco mais, mas nunca em primeiro.


RANKING DOS BELOS 2Rafael Ciani, Carmo Dalla Vecchia, Sydney Sampaio, Kayky Brito e Guilherme Berenguer completam a relação dos globais que mais receberam cartas em janeiro.


RANKING DAS BELASA edição do ‘Superbonita’ (GNT) sobre bumbum, que teve a participação de Juliana Paes, foi o programa da TV paga mais visto por mulheres de 25 a 49 anos em janeiro. Já as mulheres mais jovens, de 18 a 24 anos, preferiram outro ‘Superbonita’ _sobre maquiagem.’


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O Estado de S. Paulo


Quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007


TELEVISÃO
Etienne Jacintho


NeoTV pede o fim do ‘pacotão’


‘A batalha pela entrada dos canais Globosat e de seus eventos em pay-per-view no line-up de operadoras como a TVA e outras associadas à NeoTV pode estar perto do fim. A decisão de mais um round deve ser tomada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) nas próximas semanas, segundo análise da diretora-superintendente da TVA, Leila Loria.


A quebra da exclusividade dos canais Globosat na Net e na Sky já ocorreu, o que falta para que essas emissoras sejam disponibilizadas em outras operadoras é a flexibilização para a compra. A Globosat exige que os canais sejam adquiridos em grandes pacotes.


Há um para os cinco canais da Rede Telecine, por exemplo, e outro com GNT, Multishow, GloboNews e SporTV – o único que realmente tem um peso grande na escolha de um cliente pela Net. Universal Channel e Canal Brasil, dois outros canais Globosat, já são comercializados em todas as operadoras independentemente de empacotamento.


Leila explica que, além de exigir que estes canais sejam comprados empacotados pelas operadoras, a Globosat quer repassar esse empacotamento para o público. Ou seja, assinantes TVA que quiserem ter SporTV, deverão comprar também os outros três canais Globosat.


Leila defende que esse tipo de negócio não favorece o estilo de venda de canais pela TVA, que oferece uma flexibilidade grande de pacotes para o assinante. É a mesma briga que a diretora comprou no início de agosto do ano passado – pouco depois da decisão do Cade de aprovar o que Leila chama de ‘pacotão’ – e que ainda não foi solucionada. A reivindicação da NeoTV é que os canais Globosat sejam vendidos nas mesmas condições em que são comercializados com a Net.


entre-linhas


O Roda Viva, da Cultura, será exibido de segunda a sexta-feira durante o mês de março. Às segundas, o programa será inédito e, de terça a sexta, vai ao ar à 1h15 com algumas das suas melhores entrevistas.


O GNT Fashion entra no clima do Oscar e faz hoje um programa dedicado ao cinema. Lilian Pacce comenta o figurino de três produções: Volver, Maria Antonieta e 007 – Cassino Royale. No GNT, às 22 horas.


Didi Wagner conversa com Luiz Fernando Guimarães hoje, às 23h15, no Multishow, no seu Lugar (In)Comum.’


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