Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Ministro critica Folha de S. Paulo pelo caso Dilma

 


Leia abaixo a seleção de quinta-feira para a seção Entre Aspas.


 


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Folha de S. Paulo


Quinta-feira, 7 de maio de 2009


 


IMPRENSA
Folha de S. Paulo


Franklin critica Folha no caso da suposta ficha sobre Dilma


‘O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Franklin Martins, disse ontem, no Rio, que a Folha está em ‘posição insustentável’, ao comentar a reprodução, na edição do dia 5 de abril, de suposta ficha criminal com informações sobre a participação da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no planejamento ou execução de ações armadas contra a ditadura militar (1964-1985).


A ministra contesta a veracidade do suposto documento. No último dia 25, em outra reportagem, a Folha relatou não ter encontrado meios de comprovar a veracidade da ficha e admitiu erro ao publicá-la como se fizesse parte do arquivo do extinto Dops (Departamento de Ordem Política e Social)..


‘Eu acho, sinceramente, que a Folha está numa posição insustentável. Insustentável. Porque é perfeitamente possível saber se aquilo é verdadeiro ou falso. Vou dar um exemplo: do lado da foto da Dilma tem uma impressão digital. E de quem é aquela impressão digital? Se for da Dilma, está resolvido, é verdadeiro. Se não for a da Dilma ou se, como parece ser, estiver lixadinha, para não perceber, fica evidente a intenção de falsificação’, declarou ontem o ministro durante um seminário sobre jornalismo na Faculdade de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).’


 


 


LEI DE IMPRENSA
José Paulo Cavalcanti Filho


Por uma Lei de Imprensa


‘DOS 191 países da ONU, só um não tem Lei de Imprensa. O Brasil. Alguma coisa está errada nesses números. Claro que sofremos, por tempo demais, com a pior Lei de Imprensa do planeta. Mas, pior mesmo, é não ter lei nenhuma.


Os jornais dizem que Inglaterra e Estados Unidos também não têm, só que são realidades diferentes. Não apenas por serem países da common law (com menos ênfase nas leis e mais ênfase nas decisões), mas, sobretudo, por não haver lá, sobre o tema, o vazio que agora passamos a ver por aqui.


A Inglaterra tem um Código de Ética jornalística desde 1938; e a House of Commons (seria o equivalente à Câmara dos Deputados) aprovou um código de procedimentos para a Press Complaints Commission (comissão de queixas da imprensa) que vem sendo consensualmente cumprido.


Nos EUA, ao lado da Libel Law (o capítulo dos crimes contra a honra do Código Penal federal norte-americano), temos vasto conjunto de regras espalhadas em diferentes normativas. O australiano Rupert Murdoch por exemplo, quando quis entrar naquele mercado, teve que se naturalizar americano por exigência da FCC (Comissão Federal de Comunicação, na sigla em inglês). Sem contar que, contra todas as tradições, o Congresso chegou a discutir, dez anos atrás, a adoção de algo como uma Lei de Imprensa, em um Libel Reform Act elaborado pelo Instituto Annenberg.


De parte essa observação estatística, cumpre ver quem ganha e quem perde com essa decisão do Supremo Tribunal Federal revogando nossa Lei de Imprensa. Jornalistas, com certeza, perdem.


Uma Lei de Imprensa democrática lhes garantiria direitos fundamentais, como a ‘cláusula de consciência’, com a qual poderiam não assinar reportagens contra suas crenças ou ideologias sem ser demitidos por isso; teriam direito à ‘exceção da verdade’, que os protegeria de processos; ou, dado exercerem o ofício de emitir opiniões, teriam tratamento penal diferenciado -a pena de privação da liberdade restaria limitada à reiteração de práticas eticamente reprováveis.. Jornais também perdem.


Uma lei democrática levaria a que fossem processados apenas onde têm sede ou sucursais -evitando o que hoje ocorre com esta Folha, respondendo a processos dos filiados da Igreja Universal em mais de uma centena de fóruns. E não podem se aproveitar dos benefícios da ‘retificação espontânea da notícia’ -usualmente deferida, nas legislações, com um estímulo a que os próprios jornais expressem a verdade dos fatos, independentemente do direito de resposta-, evitando, assim, condenações por indenizações.


Por fim, e sobretudo, perdemos nós, cidadãos. Os jornais relutarão em dar notícias com receio de processos em casos de oposição entre o direito à informação e o direito à privacidade -quando, segundo as leis de imprensa dos países culturalmente maduros, esses conflitos se resolvem ‘em favor do interesse coletivo da informação’.


Também não haverá obrigatoriedade da identificação de reportagem paga, protegendo o leitor. Nem vasto conjunto de exigências do direito de resposta -como a gratuidade. À falta de uma legislação específica sobre o direito a resposta, vamos sofrer nas ações perante juízes que relutarão em aplicar um direito que, embora formalmente assegurado pela Constituição (artigo 5º, V), claramente só ganhará efetividade com a regulamentação que agora deixa de existir.


O exemplo dos Estados Unidos, nesse caso, não nos serve. Lá, mesmo constando em legislações estaduais, o direito de resposta foi declarado ilegal pela Suprema Corte (em 1974) no caso ‘Miami Herald’ x Tornillo, por ofensa à Primeira Emenda. E, não obstante, os jornais usualmente o concedem, para evitar o risco de serem condenados a pagar indenizações quase sempre severas. A decisão do Supremo, dadas tantas evidências, permite duas visões.


Uma otimista, que se extrai do voto do ministro Ricardo Lewandowski -segundo o qual esse fato deve servir de estímulo a que o Congresso Nacional aprove uma nova lei, em substituição à agora revogada. Outra pessimista, que se vê nos discursos aligeirados, ufanistas e lamentavelmente equivocados, segundo os quais a decisão aprimora a democracia brasileira -como uma promessa negra de que tudo vai ficar como está.


Seja como for, incorrigíveis otimistas, os brasileiros rogam ao Congresso, o mais rápido possível, a edição de uma nova Lei de Imprensa verdadeiramente democrática. Que garanta o máximo de liberdade na informação, sagrado direito de todos e de cada um, mas que também garanta o máximo de responsabilidade no exercício dessa liberdade.


JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO , 60, é advogado, pós-graduado pela Universidade Harvard (EUA). Foi presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Empresa Brasileira de Notícias, além de secretário-geral do Ministério da Justiça (governo Sarney).’


 


 


NORTE E SUL
Painel do Leitor


Chuvas


‘Foi muito bonito ver como toda a mídia brasileira, tanto jornais como rádio e televisão, mobilizou a população, quando ocorreu a tragédia em Santa Catarina, para que o Brasil auxiliasse a população desabrigada. Todos participaram.


No entanto, a mesma tragédia está ocorrendo agora na região Nordeste, que é muito mais carente, de mais difícil acesso e onde a população atingida é muito maior. Creio que o papel das instituições, da imprensa e dos meios de comunicação deva ser o de novamente mobilizar a população -e com a mesma boa vontade utilizada quando o caos foi na região Sul.’


EDGARD ALVES DUTRA (São Paulo, SP)’


 


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


Cedo ou tarde


‘Na Folha Online, destaque para 9% de alta na Bolsa ‘em três dias’. No Valor Online, também manchete, a valorização de 37% ‘no ano’.


Veio então o presidente do Banco Central e, nos mesmos sites, saiu dizendo que ‘parte dos mercados começa a acreditar’ em estabilização, ‘mas não há consolidação, temos de aguardar, é muito cedo’. A mensagem era voltada antes ao dólar, que na Folha Online, no Valor Online, até no ‘Wall Street Journal’, ontem, ‘voltou a cair, sem o Banco Central’.


O blog de José Paulo Kupfer comentou a intervenção do BC no dia anterior, afirmando que ‘a conclusão é uma só: a taxa básica de juros está fora de lugar’, daí o fluxo cambial positivo, com a alta do real.


BANCO DA CHINA, NA PAULISTA


Às vésperas da nova viagem de Lula, o site MacauHub, da antiga colônia portuguesa na China, entrevistou Zhang Jianhua, do estatal Banco da China, e ressaltou o início ‘até julho’ das operações no Brasil. ‘A agência na avenida Paulista fornecerá fundamentalmente linhas de crédito para empresas interessadas no comércio bilateral’, tanto brasileiras como chinesas.


A instalação foi noticiada pelo ‘China Daily’ no final do ano passado.


CLINTON & ETANOL


Yahoo Finance e outros sites postaram ‘press release’ da Unica, que representa a indústria da cana, divulgando que ‘Presidente Bill Clinton vai falar em cúpula do etanol no Brasil’. O texto registra no final que o ‘presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva será o principal orador na cerimônia de abertura’.


LULA & ETANOL


O site do ‘Oil & Gas Journal’, publicação tradicional do setor de energia dos EUA, destacou o ‘Café com o Presidente’ em que Lula reafirmou que ‘o Brasil precisa de biocombustíveis apesar da ‘nova era’ do petróleo’, em declaração após o início da extração em Tupi, ‘maior descoberta ocidental em 30 anos’.


‘O BRASIL DEBAIXO D’ÁGUA’


As enchentes no Norte e Nordeste ‘forçaram dezenas de milhares para fora de suas casas’, destacou a BBC de Gary Duffy, com cenas de cidades sob as águas. Na home do ‘El País’ de Juan Arias, também com vídeo de Lula sobrevoando a região, ‘Meio Brasil debaixo d’água’.


No ‘Jornal Nacional’, ‘O Brasil debaixo d’água’. De Xinhua à Associated Press, ecoou pelo mundo, com enunciados que se renovavam pelo número crescente de mortos.


No final de semana, ao iniciar cobertura, o portal Terra comparou a desatenção com as chuvas à atenção dada à ‘gripe suína’. Ontem, na manchete, ressaltava os 738 mil atingidos em dez Estados.


PARA ‘SALVAR O JORNALISMO’


Na home do ‘New York Times’, ‘Amazon apresenta um Kindle de tela grande’. É uma versão maior de seu leitor de livros, agora também para jornais. Em acordo com a empresa de comércio eletrônico, ‘NYT’ e ‘Washington Post’ vão oferecer o aparelho aos leitores, com desconto. O custo inicial é de US$ 489.


Visa a ‘salvar o jornalismo’, destacou o ‘New York Observer’, registrando a reação do ‘publisher’ do ‘NYT’, Arthur Sulzberger Jr., sobre o aparelho: ‘Maravilhoso’. Contido, o ‘WSJ’, que desenvolve aparelho concorrente, de título para a ‘tela maior’.


‘AINDA PEQUENO’


Nas ‘primeiras impressões’ do próprio ‘NYT’, em crítica de Damon Karlin, ‘ele ainda parece pequeno’ e ‘não se sente como um jornal’.


No título do site PC World, cobrando mais ‘flexibilidade’ na apresentação das notícias, ‘Por que o Kindle DX não vai salvar os jornais’.


‘UM GRANDE PASSO’


A crítica mais positiva veio do site Gizmodo. Por exemplo, ‘a tela maior não é só efeito cosmético’ e ajuda na funcionalidade. Agora professores e alunos podem distribuir PDFs antes vetados tecnicamente. Mas o crítico Wilson Rothman vê como ‘tênue’ o vínculo com jornais.


O JORNAL CONTINUA


A empresa proprietária do ‘NYT’ e do ‘Globe’ chegou a acordo com o sindicato e o jornal de Boston não estaria mais sob ‘ameaça’.’


 


 


LIVRO ELETRÔNICO
Folha de S. Paulo


Novo Kindle promete substituir leitura em papel


‘Com a promessa de popularizar um novo jeito de ler jornais, livros didáticos e documentos pessoais, a Amazon lançou ontem a nova versão do leitor eletrônico Kindle, agora em formato maior.


O Kindle Deluxe tem 9,7 polegadas, duas vezes e meia o tamanho da tela eletrônica das duas versões anteriores. Também é mais caro: custa US$ 489, ou US$ 130 a mais do que o modelo antecessor. Nos Estados Unidos, o aparelho começa a ser comercializado nos próximos meses. Não há data para sua chegada ao Brasil.


Ao apresentar o novo Kindle, o presidente da Amazon, Jeffrey Bezos, disse que o aparelho é um passo em direção a uma ‘sociedade sem papel’.


De acordo com a Amazon, três jornais -’The New York Times’, ‘The Boston Globe’ e ‘The Washington Post’- vão oferecer o aparelho a preços reduzidos aos assinantes que optarem por planos mais longos.


Os três jornais vão iniciar testes, a partir do segundo semestre, em regiões nas quais não há entrega de cópias em papel, disse Arthur Sulzberger Jr., presidente do conselho e publisher do ‘New York Times’.


O lançamento do Kindle DX surge em um momento em que os jornais enfrentam queda acentuada de vendas nos EUA e perdas expressivas de receita com a publicidade em papel.


Para Sulzberger Jr., a substituição do papel pela leitura eletrônica está mais próxima. ‘Sabemos, há mais de uma década, que um dia um leitor eletrônico ofereceria produto tão satisfatório quanto um jornal em papel. Esse sonho continua a se aproximar de sua realização’, afirmou.


A Amazon também fechou acordo com as três maiores editoras de livros didáticos do país para que deixem seus títulos à venda para uso no aparelho.


Além disso, cinco universidades, entre as quais a de Princeton e a estadual do Arizona, concordaram em iniciar testes de viabilidade para a substituição da carga de livros didáticos pelo Kindle DX, que pode ser lido em posição vertical ou horizontal. Os alunos poderiam também diluir o custo do Kindle economizando com livros didáticos ao longo do tempo.


O Kindle já tinha ferramentas para facilitar a leitura, como marcadores de textos e busca por palavras. Mas a nova versão, além da tela maior, tem memória para 3.500 livros, ante 1.500 da versão anterior.


Até agora já existem no mercado 275 mil títulos de livros em formato digital. Embora as editoras tentem encorajar o consumo do produto, a receita gerada nesse mercado não deve se tornar significativa antes de cinco ou dez anos..


Com dificuldades para convencer seus leitores a pagar pelo conteúdo on-line, agora que o faturamento com publicidade digital está em queda, os jornais buscam explorar outros formatos de leitura eletrônica.


Rupert Murdoch, o proprietário da News Corporation (Fox e ‘Wall Street Journal’), também montou uma equipe de executivos para estudar a possibilidade de investir em um aparelho de leitura eletrônica para seus jornais. Mas ele desafiou a Amazon: ‘Não daremos o direito de uso do nosso conteúdo aos criadores do Kindle’, afirmou.


Desde sua estreia, em 2007, o Kindle já conquistou muitos usuários, mas os produtos da Amazon e de seus concorrentes, como o Reader, da Sony (que sai a partir de US$ 279 com memória para cerca de 160 livros), estão em estágio inicial.


A Amazon não divulga os números de vendas. Mas, no mercado, os livros em formato eletrônico respondem por menos de 1% das vendas de livros.


Com agências internacionais e o ‘Financial Times’.


Tradução de PAULO MIGLIACCI’


 


 


TELEVISÃO
Daniel Castro


Novo reality show movimenta a Globo


‘A Globo diz que ainda não está batido o martelo, mas tudo indica que a emissora vai, sim, produzir e exibir um novo reality show no segundo semestre.


O diretor de núcleo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boninho, responsável por ‘Big Brother Brasil’, está nesta semana viajando, em busca de locações para as gravações. O diretor de programas e novelas Roberto Naar deixará amanhã o comando do ‘Mais Você’ para se dedicar exclusivamente ao reality -o show de Ana Maria Braga voltará a ser dirigido por Cacá Silveira. Na Globo, a confecção de orçamentos para o novo projeto virou prioridade.


Apesar dos indícios, Boninho afirma que o novo reality show ‘não está 100%’ confirmado. O diretor diz que estão sendo estudados vários formatos e que ele ainda irá apresentar a Manoel Martins, diretor-geral de entretenimento, três projetos.


A Folha apurou que a tendência é por um reality de aventura, como foram ‘Hipertensão’ e ‘No Limite’, apresentados no começo desta década. Por isso a viagem de Boninho por locações.


Duração e dias de exibição também não estão definidos. Mas a Globo tem um espaço vago em sua programação: domingos, após o ‘Fantástico’.


Apesar do sucesso comercial de ‘BBB’, o objetivo da Globo é prioritariamente artístico. A emissora quer ter maior variedade de programação (dominada por teledramaturgia).


ADEUS, DIDI 1


Atores da Record não entenderam nada. Na quarta-feira da semana passada, eles gravaram cenas de ‘Poder Paralelo’ em que um misterioso personagem, um poderoso mafioso, era chamado de Didi. No dia seguinte, Didi virou Guri.


ADEUS, DIDI 2


Autor da novela, Lauro César Muniz diz que a mudança foi iniciativa dele, para não associar um criminoso a Renato Aragão. ‘Eu não sabia que Edir Macedo [dono da Record] era chamado de Didi entre os familiares. Troquei mesmo por causa do Renato Aragão’, afirma.


SUBLIMINAR


Apareceu a marca da TVA, concorrente da Sky, no episódio de anteontem de ‘O Aprendiz’. O programa da Record é patrocinado pela Sky.


INTERIOR 1


Atual novela das seis da Globo, a rural ‘Paraíso’ faz mais sucesso no interior do Brasil do que na Grande São Paulo -o que é natural. Na capital, sua audiência raramente ultrapassa os 25 pontos.


INTERIOR 2


No Ibope nacional, ‘Paraíso’ teve 27 pontos nas três primeiras semanas. No mesmo período, superou ‘Negócio da China’ (24), ‘Ciranda de Pedra’ (25) e ‘Desejo Proibido’ (23).


TANGO RAP


As chamadas para a minissérie ‘Som e Fúria’, que a Globo exibe em julho, serão todas narradas em músicas interpretadas pelo grupo gaúcho Tangos e Tragédias. Composições musicais também encerrarão os episódios, anunciando conteúdo dos próximos capítulos.’


 


 


Folha de S. Paulo


Novelista Glória Perez diz em blog que fará quimioterapia


‘A novelista Glória Perez, 60, autora de ‘Caminho das Índias’ (Globo), escreveu anteontem à noite, em seu blog (gloriafperez.blogspot.com), que será submetida a seis sessões de quimioterapia preventiva, após a retirada de um câncer do tipo linfoma Não-Hodgkin da glândula tireoide, em cirurgia realizada no dia 18 de abril. Linfomas são tumores malignos que se originam nos linfonodos (gânglios).


Segundo Perez, haverá um intervalo de 21 dias entre cada sessão, e o tratamento ‘vai render três, quatro meses no máximo’. ‘Essas celulazinhas comprometidas estavam como que blindadas dentro da tireoide, não se espalharam pra lugar nenhum.. Enfim, resumindo o que disse o médico, não há doença ativa em meu organismo’, afirma, em seu blog.


Perez também ressalta que o tratamento não vai interferir no seu trabalho com a novela ‘Caminho das Índias’ nem alterar o ritmo da sua vida normal. ‘É mais um desafio? É, mas a vida de todos nós é isso: essa sequência de desafios a vencer’, conclui ela.’


 


 


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‘Janela do Brasil’ aborda mineração


‘Nova faixa de programação da TV Cultura, ‘Janela do Brasil’ exibe, desde abril, documentários sobre os mais diversos assuntos e realidades do país. Da rotina de deficientes visuais inseridos no mercado de trabalho à história da cidade brasileira que tem 30% de sua população formada por anões, ‘Janela Brasil’ reúne produções de diretores como Ugo Giorgetti e Tadeu Jungle, entre outros documentaristas.


Hoje à noite, o programa leva ao ar ‘Berço de Ouro’, que aborda a mineração no Brasil, um dos maiores produtores de minério do mundo.


Com direção de André Ribeiro e Sérgio Túlio Caldas, o documentário começa quase juvenil, usando uma animação para lembrar a abundante presença do minério em nosso cotidiano.


Dali, vai à cidade de Ouro Preto (MG), berço da mineração brasileira. Depois, visita a gigante Companhia do Vale do Rio Doce no Estado. Em seguida, contrasta o desenvolvimento econômico que a região alcançou com a pobre região de Seridó, que não conseguiu extrair progresso das grandes reservas de minério que esconde.


Didático e instrutivo, o documentário não chega a ser uma alternativa para quem busca apenas entretenimento na TV numa quinta à noite.


JANELA DO BRASIL – BERÇO DE OURO


Quando: hoje, às 22h10


Onde: TV Cultura


Classificação indicativa: livre’


 


 


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Conteúdo adulto na tv acelera início sexual


‘Cada hora de conteúdo adulto que uma criança entre seis e oito anos assiste na televisão aumenta em 33% as chances de ela ter relações sexuais no começo da adolescência. Quanto mais cedo ocorre essa exposição, mais precoce é a iniciação sexual. A conclusão é de um estudo feito no Children’s Hospital Boston, nos EUA, que acompanhou 754 voluntários na infância e cinco anos depois.’


 


 


 


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O Estado de S. Paulo


Quinta-feira, 7 de maio de 2009


 


LEI DE IMPRENSA
Alexandre Rodrigues


Franklin quer regra em direito de resposta


‘O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, Franklin Martins, defendeu ontem a regulação do direito de resposta a quem se sentir prejudicado por peças jornalísticas. Com a derrubada da Lei de Imprensa, de 1967, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, o tema ficou sem regulamentação. Para o ministro, seria perigoso deixar pedidos de resposta para a interpretação de juízes à luz da Constituição, que assegura genericamente o ‘direito de resposta, proporcional ao agravo’ e indenização por eventuais danos.


‘Acho que não é bom deixar sem amparo legal situações que se produzem cotidianamente na sociedade, que precisam de uma legislação. Seja para impedir abusos em caso de indenizações excessivas, seja para impedir que determinado órgão de imprensa não publique um direito de resposta quando atingiu a honra de alguém. Quem é que pode dirimir esse conflito? É o Judiciário, mas com base numa lei, não numa interpretação’, opinou o ministro, depois de participar do debate ‘O que ameaça a liberdade de imprensa? E quem a imprensa ameaça?’, organizado pela Unesco na Universidade Federal do Rio de Janeiro.


‘Do jeito que está, cada juiz vai decidir de uma forma e isso não é bom’, disse Franklin. Ele saudou a decisão do STF por ‘enterrar a lei que vinha da ditadura’, mas ressaltou que o governo não tem posição oficial sobre a regulamentação do direito de resposta. Deixará a iniciativa para o Legislativo, onde tramitam diversos projetos sobre o tema.


Participante do evento, o procurador da República André Carvalho Ramos defendeu o direito de resposta como forma de zelar pelo contraditório e a exposição de diferentes pontos de vista. O coordenador de Comunicação e Informação da Unesco, Guilherme Canela, afirmou que, além da segurança física dos jornalistas, a ONU está preocupada com a concentração de propriedade dos meios de comunicação e as pressões políticas e econômicas sobre os profissionais.


Elvira Lobato, repórter especial da Folha de S. Paulo, contou como se tornou alvo de mais de cem processos simultâneos em cidades remotas do País após publicar reportagem sobre a evolução patrimonial da Igreja Universal do Reino de Deus. ‘O objetivo (dos autores) não era ganhar, mas penalizar o jornal e o jornalista.’


O ministro Franklin Martins reconheceu que há limitações à liberdade de imprensa no Brasil, como ações judiciais de censura prévia, mas ressaltou que os meios de comunicação estão inseridos num contexto de grande independência. ‘Isso não quer dizer que a imprensa faz bom uso dessa liberdade’, criticou. ‘Sinto que, se for contra o governo, publica-se o que for.’


Para Franklin, a internet vem se tornando uma espécie de fiscal da grande imprensa ao dar visibilidade a eventuais erros. ‘A internet é o grilo falante dos jornais’, definiu.’


 


 


CENSURA
Cláudia Trevisan


China restringe ação de repórteres


‘Às vésperas do primeiro aniversário do terremoto que devastou a Província de Sichuan, na região central da China, e deixou cerca de 80 mil mortos, o governo chinês está restringindo o acesso de jornalistas à área e criando obstáculos às famílias que tentam pedir na Justiça indenização pela morte de seus filhos.


O Clube de Correspondentes Estrangeiros da China registrou desde 1º de abril seis casos de interferência no trabalho de repórteres enviados a Sichuan para fazer o balanço de um ano do terremoto, que se completa no dia 12. Quase todos envolveram alguma forma de agressão física aos jornalistas, ainda que ninguém tenha ficado ferido.


Em março, o governo anunciou que exigiria dos repórteres que fossem a Sichuan o registro prévio juntamente às autoridades locais. Isso significa que os jornalistas devem entrar em contato e pedir autorização a cada uma das inúmeras localidades atingidas pelo tremor, em um processo que está longe de ser rápido e fácil.


A entidade Human Rights Watch afirma que vários dos pais que perderam seus filhos em escolas que desabaram durante o tremor não conseguiram até hoje que as cortes chinesas aceitassem suas ações de indenização, nas quais sustentam que as mortes foram provocadas pela má qualidade das construções.


O tremor de 8 graus na escala Richter destruiu 7.400 escolas e provocou a morte de 19.065 estudantes, segundo cifras divulgadas pelo governo em novembro. O número representa cerca de 20% do total de vítimas e se transformou na mais sensível questão política relacionada ao terremoto.


O desabamento das escolas levantou a suspeita de que muitas haviam sido construídas com materiais de baixa qualidade, já que, em muitos casos, os edifícios ao redor permaneceram intactos.


CAMPANHA DE REPRESSÃO


‘Não apenas há pais que têm sido ameaçados, detidos e, em alguns casos, chutados e socados por funcionários e forças de segurança, como o governo também tem pressionado muitas das famílias das vítimas a aceitar uma compensação única em troca da interrupção das demandas por uma investigação pública (das condições das mortes)’, afirmou a Human Rights Watch em documento divulgado ontem.


Os jornalistas também sofrem agressões, praticadas principalmente por grupos paramilitares que contam com a conivência das autoridades locais.


Katri Moakkonen, repórter de uma TV finlandesa, e sua equipe foram cercados em Fuxin por cerca de dez pessoas, que tentaram arrancar os equipamentos que eles utilizavam.


‘Nós quase perdemos nossa câmera. Foi muito violento’, disse Katri, segundo relato divulgado pelo Clube de Correspondentes. O repórter do Financial Times Jamil Anderlini foi vítima de dois episódios de interferência em menos de 24 horas.


O primeiro também ocorreu em Fuxin quando ele tentava entrevistar pais de crianças que morreram durante o terremoto. Um homem tentou arrancar a câmera de vídeo do repórter e logo ganhou o apoio de 12 pessoas.


No dia seguinte, outro homem impediu que Anderlini entrevistasse uma mulher que apresentou uma petição com queixas às autoridades locais. A câmera do repórter foi atirada no chão. Quando reclamou ao departamento de propaganda local, o jornalista foi informado de que a polícia poderia deter repórteres por qualquer razão. Também escutou que a polícia havia sido violenta para ‘protegê-lo’ da mulher que havia apresentado a petição.


Os outros três casos de interferência ocorreram no início de abril e, em dois deles, os chineses que davam entrevistas a jornalistas foram detidos. Em 1º de abril, um repórter francês foi detido com um casal que perdeu a filha quando a escola em que estudava desabou. O casal foi solto logo depois e o jornalista foi levado à delegacia de polícia, onde foi informado que deveria ter se registrado previamente.


Em 2 de abril, um repórter alemão que entrevistava pessoas em um cemitério público acompanhado de jornalistas chineses foi retirado do local por policiais. No dia 6, uma equipe de TV alemã preparava-se para entrevistar o pai de outra criança vítima do terremoto quando o homem foi carregado por um grupo de desconhecidos. Os repórteres permaneceram detidos por cinco horas.’


 


 


LIVRO ELETRÔNICO
Rachel Metz, AP


Novo Kindle tem tela maior


‘A Amazon, gigante americana do varejo virtual, lançou ontem uma nova versão do seu leitor de textos digitais, chamada Kindle DX, com tela maior. A empresa espera atrair universitários que querem economizar na compra de seus livros de estudo e também leitores de jornais. O novo equipamento tem uma tela de 9,7 polegadas e custa US$ 489 nos Estados Unidos. A versão menor, chamada Kindle 2, tem tela de 6 polegadas e sai por US$ 359.


Desde a sua estreia, em 2007, o Kindle tem atraído muitos usuários e tecnófilos, mas os leitores eletrônicos da Amazon e de rivais como a Sony ainda estão num estágio inicial. A Amazon não revela quantos já vendeu, e as editoras informam que os livros eletrônicos representam menos de 1% das vendas.


Com o lançamento da versão mais larga do Kindle, a Amazon tenta ampliar a demanda por livros eletrônicos e outros tipos de conteúdo digital. Os jornais New York Times, Boston Globe e Washington Post planejam programas-piloto em que vão oferecer o Kindle DX com desconto para alguns leitores que optarem pela assinatura eletrônica.


Jeff Bezos, presidente e fundador da Amazon, disse que o Kindle de tela maior é melhor que a versão anterior para mostrar conteúdo de ‘layout complexo’, como livros de receita e guias de viagem. ‘Coisas como essas que têm muito layout e estrutura ficam muito melhores na tela grande’, disse o executivo.


Para os estudantes, a maior vantagem deve ser o preço menor. As versões eletrônicas de livros de grande tiragem costumam custar US$ 10. Além da tela maior, o novo Kindle oferece maior capacidade de armazenamento de dados, com espaço para 3,5 mil livros no lugar de 1,5 mil do Kindle 2.. Três editoras universitárias – Pearson, Cengage Learning e John Wiley & Sons – vão vender seus livros no equipamento.’


 


 


CULTURA
Jotabê Medeiros


Teatro em pé de guerra contra MinC


‘Uma microrrebelião teatral se alastra pela internet. Desde o final de semana, dramaturgos e artistas de teatro deflagram uma corrente de e-mails, manifestos, mensagens de solidariedade e adesões na rede. O motivo é a decisão da Fundação Nacional de Arte (Funarte) de cortar dos projetos de teatro aprovados pela Lei Rouanet a parte relativa aos direitos autorais do dramaturgo, do autor do texto.


O primeiro a se manifestar foi o carioca Marcelo Pedreira, do Rio de Janeiro, autor de Inevitável História de Letícia Diniz. Ele enviou seu projeto ao MinC para receber o benefício em dezembro. Em fevereiro, o projeto foi aprovado com um corte – o valor que destinaria parte da captação para o autor da peça.


‘Eu achava que era um caso isolado, uma espécie de engano. Mas logo depois eu estive com o Hamilton Vaz Pereira (diretor e dramaturgo) e ele me disse que ele também tinha tido o problema. Liguei para o Bosco Brasil (autor) e ele me disse: ?Acabou de acontecer comigo?’, conta Pedreira. Com mais contatos, descobriram-se diversos outros casos, e a revolta tomou conta do povo do teatro.


O Ministério da Cultura informou ontem que a orientação de cortar o autor do projeto de uma montagem surgiu informalmente na Funarte – não há um documento escrito disso – na gestão anterior à de Sérgio Mamberti (portanto, na gestão de Celso Frateschi, afastado pelo ministro Juca Ferreira). ‘Realmente, houve uma orientação, na gestão anterior da Funarte, de cortar o valor de direitos autorais de projetos’, informou nota da Comunicação Social do MinC, que acrescentou que o ministério não estava ciente da orientação. ‘O problema foi identificado agora, por meio da imprensa, e será corrigido.’


A Funarte funciona como instituição de apoio à Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura do Minc (Sefic), examinando projetos em consonância com a Comissão Nacional de Incentivos à Cultura (CNIC).


Celso Frateschi, ex-presidente da Funarte, reagiu com indignação à acusação de ter ordenado o corte do direito dos dramaturgos. ‘Eu sou um autor, como iria fazer uma coisa dessas?’, disse. ‘Que coisa mais nojenta. É revoltante. Além de todas as burradas, começam a mentir desse jeito’, afirmou Frateschi. Ele desafiou o MinC a mostrar qualquer documento que o responsabilize pela orientação.


O atual presidente da Funarte, o ator Sérgio Mamberti, disse que vai alterar a orientação. Ele ainda não sabe dizer exatamente de onde surgiu a orientação, mas afirma que os pareceristas que examinam os projetos se pautam por normas geralmente estabelecidas por chefias. Mamberti também considera que, se os autores recorrerem, poderá retroagir os processos e pagar o direito do autor. ‘Se a gente paga o direito autoral para os estrangeiros, como é que não pagaria para o autor brasileiro?’


O dramaturgo Marcelo Pedreira entrou com recurso esta semana contra o corte no orçamento de sua peça. Segundo ele, sua argumentação é baseada no fato de que, se essa orientação se mantiver, o ministério estará empurrando o autor para o amadorismo. ‘O MinC deveria estimular, e não colocar obstáculos para o autor de teatro. Eles vêem a gente como milionários. Mas, se a gente for sobreviver unicamente de bilheteria, não tem a menor condição.’


A rebelião ganha dia após dia maiores contornos. O dramaturgo Cassio Pires, autor de Peça de Elevador, escreveu um manifesto contundente dizendo que ‘o Ministério da Cultura não faz, nem nunca fez, política cultural com os artistas brasileiros, mas, sim, apesar deles.’


Segundo Pires, os autores e artistas do teatro se deixaram transformar ‘em uma linha de orçamento’, e é preciso mudar essa postura. ‘Que nós não falemos apenas em nome dos interesses dos profissionais que somos. O nosso problema é maior que esse veto absurdo. Se vamos falar juntos, que falemos a todos que temos urgência de políticas democráticas, que respeitem necessidades artísticas e finalidades públicas’, escreveu.


Samir Yazbek, que também teve orçamento cortado, foi ponderado em sua reclamação. ‘Eu não chegaria ao ponto de indiscriminadamente atacar a lei, realmente não acho que seja o caso. Sinto necessidade de conhecer melhor as propostas de alteração na lei, por parte do ministério, para poder opinar.’


‘Talvez até estivéssemos precisando dessa chacoalhada para nos posicionarmos e procurarmos caminhos para a produção e evolução da dramaturgia nacional’, disse Lucio Mauro Filho. ‘O teatro no Brasil ainda é um subproduto cultural’, diz Dionisio Neto. ‘Nem mesmo sei se os redatores da lei sabem que nem todos os autores estão mortos, ou mesmo que Nelson Rodrigues, Shakespeare, Plínio Marcos e tantos outros, além de serem cidadãos, também tinham contas a pagar.’


Celso Frateschi disse que sua gestão jamais estabeleceu nenhuma regra do tipo. ‘Nunca mexemos em nenhum critério. Apenas contratamos mais pareceristas, cerca de 40, e eliminamos o vínculo promíscuo entre proponente e analista.’’


 


 


TELEVISÃO
Keila Jimenez


Eu sei o que você fez


‘Quanto valem os segredos do seu passado? Pois o SBT vai pagar de R$ 10 mil a R$ 120 mil para famosos abrirem o baú de memórias no Você se Lembra?, game show com estreia prevista para setembro na emissora.


Comandado por Zé Américo (do A Praça É Nossa), Você se Lembra? é uma versão de Amnésia, formato de sucesso na americana NBC. As perguntas do game, que testa a memória dos famosos com relação ao seu passado, são elaboradas com base em histórias sobre o participante contadas por amigos e familiares. Uma espécie de Arquivo Confidencial às avessas.


Com piloto aprovado na emissora, o game agora parte para o recrutamento de famosos. A atriz Nicole Puzzi foi a primeira a participar da sabatina.


OEstado teve acesso ao convite feito pela produção do programa a alguns artistas. Nele, o SBT deixa claro que ‘nenhum assunto que desagrade o artista’ será tratado na atração e que o prêmio mínimo instituído é de R$ 10 mil: R$ 5 mil de prêmio de participação, mais R$ 5 mil de cachê.


Se acertar as 21 perguntas do programa, o famoso leva o prêmio máximo, que é de R$ 120 mil.’


 


 


 


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