Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Nassif e a sensibilidade
política de Juscelino

Em dia de poucas notícias relativas à mídia, destaque para artigo crítico de Luís Nassif sobre o mandato do presidente Juscelino Kubitschek, aproveitando o gancho da minissérie que está sendo exibida pela TV Globo. Também na Folha de S. Paulo, veículo no qual Nassif é colunista, há uma nota de Daniel Castro esclarecendo que Roberto Marinho será apenas citado na minissérie. O falecido dono da Globo era inimigo de JK.


O Globo dá seqüência à ‘denúncia’ do articulista Denis Rosenfield, professor de Filosofia da Universidade do Rio Grande do Sul, sobre um anúncio da Petrobras na revista Sem Terra, editada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). A reportagem do diário carioca ouviu a direção do movimento, que julgou normal a inserção da publicidade estatal na revista.


O Estado de S. Paulo continuou dando bola para a estréia nesta terça-feira da sexta-edição do Big Brother Brasil na TV Globo, assunto deixado de lado pelos concorrentes após ampla divulgação, nas edições de fim de semana, do fenômeno que representa a permanência do reality show no Brasil.


Leia abaixo os textos desta terça-feira selecionados para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 10 de janeiro de 2006


JK NA GLOBO
Luís Nassif


O padrão JK


‘Para uma avaliação exemplar do governo Juscelino Kubitschek, antes que ele seja beatificado, e sem pretender que seja demonizado, sugere-se a leitura dos dois depoimentos de Casemiro Ribeiro, ex-Sumoc, dados ao CPDOC da Fundação Getulio Vargas no final dos anos 80.


Casemiro foi um dos primeiros economistas públicos, funcionário de carreira da Sumoc (Superintendência de Moeda e Crédito), responsável por boa parte da construção monetária brasileira, desde a parte monetária do Plano Trienal de Celso Furtado, no governo Jango, até contribuições à Lei de Mercado de Capitais, no governo Castello Branco.


O ponto central de seu depoimento é quando tenta convencer JK a reajustar tarifas, corrigir o câmbio e conter emissões monetárias. ‘À medida que o senhor permite que a tarifa de avião Rio-São Paulo seja igual à tarifa de ônibus, o número de pessoas que anda de avião ou que manda transportar carga pesada por avião é uma brutalidade. Estamos importando avião e nos endividando.’ JK alegava que o Brasil precisava de aviões, e ia além: ‘Você vai aumentar as tarifas, vai aumentar o custo de vida; vai aumentar o transporte de avião, e vai ser uma aberração da gasolina, ih, rapaz, vou ser crucificado!’. ‘O senhor vai pagar o subsídio de onde?’, insistiu Casemiro. ‘O preço, sendo mais baixo, vai ser usado mais do que o necessário, o senhor vai desequilibrar o balanço de pagamentos e vai ter que emitir e fazer uma expansão monetária, elevando o custo de vida.’


Então, ele disse essa frase notável de político, conta Casemiro: ‘Casemiro, você não tem sensibilidade política. (…) Pode ser que, em eu emitindo para cobrir déficit de serviço público, provoque uma emissão monetária e isso seja tão inflacionário ou até mais do que o impacto dos custos. Mas há diferença política enorme. Quando há emissão de papel-moeda para atender às atividades econômicas, todo mundo bate palmas’. Casemiro disse: ‘Mas dinheiro não é capital, não é renda.’. Ele retrucou: ‘Mas ninguém sabe disso, ninguém sabe. (…) Outro dia o senador Vivácqua disse: ‘Falta dinheiro neste país. Vejam o dinheiro per capita nos Estados Unidos e o dinheiro per capita do Brasil’. Casemiro insistiu: ‘A comparação está toda errada’.


Juscelino respondeu, encerrando a discussão: ‘Pode ser que esteja errada, mas só você, o Roberto, o Lucas e mais uma meia dúzia de pessoas sabem. (…) Quando os preços sobem, o pessoal xinga o português da quitanda. (…) Agora, quando é por decreto, como no aumento da gasolina… (xinga o governo) Se eu fizesse no início do governo, eu poria a culpa no governo anterior. O próximo governo vai poder fazer -guardem esses pareceres todos e não joguem fora não, porque eu acho que faz sentido. (…) Essa vocês vão vender ao governo do Jânio. Ele vai se candidatar, vai ganhar e vai aceitar todas essas idéias de vocês. Com aquele tipo carismático, ele vai tocar pau no meu governo mesmo, e vocês vão poder apresentar’.


Jânio, de fato, herdou uma economia em frangalhos, apesar dos ‘50 anos em 5’.’


Daniel Castro


Roberto Marinho apenas será citado em ‘JK’


‘Ferrenho adversário de Juscelino Kubitschek, o jornalista Roberto Marinho deverá ser apenas citado na minissérie ‘JK’, da Globo, que trata o presidente da República (1956-61) como herói.


Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira, autores de ‘JK’, pensaram em Walmor Chagas ou Antonio Fagundes como intérpretes do então dono de ‘O Globo’ e futuro proprietário da TV Globo. Mas ainda não há nenhum ator reservado para o papel.


Faltando apenas nove capítulos para serem escritos (cinco deles com JK na Presidência), também não há até agora nenhuma cena com o ‘doutor Roberto’. O jornalista, que era contra a candidatura de JK e depois contra sua posse, só aparece, como oposicionista, em citações de outros personagens.


‘Ainda não apareceu nenhuma chance de fazer uma cena com ele [Marinho] e JK. Adoraria fazer o doutor Roberto criticando Brasília, tal como se deu, aconselhando JK a fazer a nova capital na Barra da Tijuca [bairro do Rio], que naquela época era um lugar ermo e distante’, diz Maria Adelaide.


‘Acho que talvez no 40º capítulo dê para fazer, mas não vamos forçar a barra. A cena ideal seria em 1959, com a concessão da televisão e assim mesmo ‘O Globo’ continuando contra a mudança da capital e, principalmente, contra a política inflacionária de JK’, completa Maria Adelaide. Foi no governo de JK que Marinho ganhou seu primeiro canal de TV.


OUTRO CANAL


Cadeira 1 Maurício Torres deverá ser o substituto de Celso Freitas no ‘Domingo Espetacular’. Anteontem, o jornalista já dividiu a bancada do programa com o próprio Freitas e com Lorena Calábria.


Cadeira 2 Freitas já é praticamente certo no ‘novo’ ‘Jornal da Record’, no lugar de Boris Casoy. Só falta assinar novo contrato, o que deve ocorrer amanhã, com o retorno do bispo Honorilton Gonçalves, superintendente da emissora, que está em viagem.


Placar O programa de Hebe Camargo no SBT deu oito pontos de média no último sábado, em sua estréia em novo dia após quase 20 anos às segundas. Foi melhor do que vinha registrando às segundas. E quase dobrou a audiência do SBT no horário aos sábados.


Ao morto Não adiantou nada Gugu Liberato fazer seu ‘Domingo Legal’ ao vivo, anteontem. O programa (das 16h35 às 20h24) deu apenas nove pontos, contra oito da Record e 17 da Globo.


Ponta Liberado pela MTV, Marcos Mion fará participação na série ‘Avassaladoras’, que estréia dia 27 na Record. Interpretará Rodrigo, namorado de Beth (Debora Lamm), um cara que insiste em gravar suas relações sexuais _apesar da resistência da parceira.


Areia Márcio Garcia, ator e produtor de ‘Avassaladoras’, grava hoje, como atleta, um especial sobre futvôlei para a francesa TV5.’


POLÊMICA CULTURAL
Painel do Leitor


MinC x Ferreira Gullar


‘‘Não devemos permitir que um debate de idéias se transforme em troca de epítetos depreciativos. Chamar um grande poeta de estalinista ou um governo democrático de totalitário tranca uma discussão que poderia ser rica se madura. Temos de ter cuidado com o que diz a imprensa, que, mesmo com boa vontade, não pode ser capaz de reproduzir com fidelidade o que aconteceu em um debate. Não acredito que Gullar tenha sido tão severo com as Casas da Cultura. Os atuais Pontos de Cultura, a meu ver a maior realização de Gilberto Gil como ministro, de nenhuma maneira impõem uma visão unificada da cultura. Foram criados -centenas no Brasil inteiro- dentro de centros já existentes, usando suas estruturas e respeitando os seus projetos: nada mais democrático. Não entro num debate no qual admiro os dois contendores -Gullar e Gil- e suas respectivas torcidas. Torço por um dialético empate com muitos gols de placa.’ Augusto Boal, diretor teatral (São Paulo, SP)


‘Permitam-me entrar na polêmica em torno do que disse o poeta Ferreira Gullar. Em momento difícil, no dia 27 de maio de 1937, Mussolini fundou o primeiro Ministério da Cultura no mundo desvinculado da educação, exatamente um mês depois de ter morrido o seu maior opositor em conseqüência de maus tratos na prisão. Era o ‘Ministero della Cultura Popolare’, sucedâneo do desgastado Ministério de Imprensa e Propaganda. Na França, o Ministério da Cultura foi criado em 1959, por idéia de André Malraux, e isso é que encantou o presidente Sarney quando teve a idéia de criar o Minc. Depois da França, outros países foram criando a pasta (Dinamarca em 1961, Grécia em 1971, Canadá em 1975), mas a primazia é do mal-intencionado Mussolini. Por isso é que, quando Gilberto Gil aceitou ser Ministro da Cultura, senti profunda tristeza.’ Cacildo Marques, escritor (São Paulo, SP)’


PUBLICIDADE OFICIAL
Janio de Freitas


O emprego do chute


‘O principal êxito apregoado pela publicidade do governo e, nos últimos meses, o mais citado por Lula -a ‘criação de novos empregos’- pode ser êxito da publicidade, mas não o é do governo nem, muito menos, da aritmética. Representado por totais que variam conforme a ocasião, em todos o êxito é feito com números inverdadeiros. É o que se constata, mais uma vez, no principal destaque da revista que a Presidência está lançando com 1,2 milhão de exemplares sobre os feitos do governo, como se vê, não necessariamente verdadeiros.


Acompanhada de uma música pop, a publicidade transmitida louva a criação, no governo Lula, de ‘mais de 3,7 milhões de novos empregos’.


Lula, em discursos e entrevistas, varia nas referências, que podem ser a ‘mais de 3 milhões’, ‘mais de 3,5 milhões’ ou ‘quase 4 milhões’, todos, sempre, de ‘novos empregos com carteira assinada’.


A revista refere-se à ‘média de 100 mil novos empregos formais [ou com registro] por mês’, como complemento da afirmação de que ‘mais de 3,5 milhões de novas carteiras de trabalho foram assinadas desde 2003’. Aí já não se trata só de ‘novos empregos com carteira assinada’ mas também de ‘novas carteiras’, indicando que seus portadores, salvo os eventuais casos de segunda via, são pessoas que entram agora no mercado de trabalho.


Nenhum dos totais propagados é, de fato, de ‘novos empregos com carteira assinada’. Em qualquer deles, há vasta proporção de empregos antigos que tiveram agora assinadas as respectivas carteiras, por motivos tão variados como fiscalização do INSS ou do Trabalho, prevenção de problemas sindicais, exigência para empréstimo pretendido pelo empregado, retribuição a tempo de casa e outros também comuns.


Sem referências às peculiaridades dos empregos, o Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial calcula que foram criados 2 milhões desde 2003, o que já reduz a quase a metade ‘a média’ citada pela revista da Presidência.


O professor José Pastore, reconhecida autoridade em economia do trabalho, conclui que ‘cerca de 45% dos empregos que tiveram carteira assinada são empregos já existentes, que receberam registro nos últimos três anos’.


Quase metade dos ‘novos empregos com carteira assinada’ está só nos discursos e na publicidade.


E o grande programa do Primeiro Emprego, um dos estandartes da campanha de Lula e lançamento retumbante no governo, para usar ainda uma expressão autorizada de José Pastore, ‘é um fiasco’.


O que explica isso tudo é que no governo há muito mais emprego do que trabalho.’


PROPAGANDA
Adriana Mattos


Schin negocia com agência nova


‘Mudanças na área publicitária causam alvoroço no setor e devem atingir agências e contas de peso no mercado. A Schincariol está acertando o fim de sua parceria com a Fischer América e quer levar a marca Nova Schin para a agência a ser aberta pelo publicitário Átila Francucci -que deixa no dia 13 a direção de criação da JWT para abrir a própria empresa em fevereiro.


A Schincariol, dona de uma bolada gasta em mídia (foram R$ 280 milhões em 2005), não deverá ser a sócia da nova agência de Francucci, como circulam rumores. A função deverá ser de Francisco Petros, economista e diretor da Nix Asset Management, empresa que administra recursos de terceiros. Fernando Nobre, parceiro de Francucci, trabalhará na nova agência também.


Francucci e a Schincariol têm uma relação muito próxima desde o lançamento da Nova Schin, em 2003, com a criação da campanha ‘Experimenta’. Na época, a ação de mídia contou com o trabalho direto de Francucci e de Nobre, que trabalhavam na Fischer. Nos corredores, a direção da cervejaria sempre foi toda elogios aos publicitários. Diz que Francucci é um polivalente, faz o acompanhamento das necessidades do cliente de perto, atuando em todo o processo de elaboração da campanha. Não é apenas um ‘criativo’ -jargão do meio publicitário para quem trabalha na área de criação.


Ao mesmo tempo em que mantinha uma relação amigável com Francucci, a Schincariol começou a ter dificuldades no relacionamento cliente/empresa com a Fischer. Tornou-se perceptível um menor afinamento e o afastamento gradual entre Eduardo Fischer, presidente da Fischer, e Adriano Schincariol, atual presidente da cervejaria, que passou um momento delicado em 2005.


No ano passado, a empresa foi alvo de uma investigação da Receita Federal, que levantou a possibilidade de a companhia estar praticando crime fiscal. O Ministério Público não denunciou -fez a acusação legal- a cervejaria até o momento.


Nos últimos dias, aumentaram os rumores de que a Schincariol poderia deixar a Fischer e passar a cuidar sozinha, por meio de um trabalho interno, de toda a área de mídia. É o que o mercado chama de ‘house agency’. Francucci ficaria apenas com a parte de criação. A informação é negada, vista como um ‘desvario’ por próximos a Francucci, apurou a Folha.


Até o momento, a Fischer não recebeu uma confirmação do anunciado fim da parceria com a Schin e a companhia não comenta os rumores. Na Schincariol, a assessoria da empresa nega que existam negociações em torno da criação de uma ‘house agency’. Nega ainda que haja a possibilidade de sociedade entre Adriano Schincariol e Átila Francucci -publicitário que, por sua vez, informa por meio de sua assessoria que só falará sobre os seus projetos daqui a algumas semanas.’


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O Globo


Terça-feira, 10 de janeiro de 2006


SEM TERRA COM PETROBRÁS
Maiá Menezes e Ricardo Galhardo


Anúncio oficial em revista do MST causa polêmica


‘SÃO PAULO E RIO. A Petrobras decidiu investir recursos para divulgar sua imagem junto aos sem-terra. A estatal publicou anúncios nas duas últimas edições da revista ‘Sem Terra’, do MST. A publicidade foi alvo de críticas do filósofo Denis Lerrer Rosenfield, em artigo publicado ontem no GLOBO. Ontem, a estatal não se pronunciou sobre as críticas ou sobre a decisão de publicar os anúncios. A Petrobras também não informou quanto foi gasto com a propaganda. De acordo com a assessoria de imprensa, a empresa vai comentar o caso somente hoje.


A coordenação nacional do MST divulgou nota defendendo a legitimidade do anúncio, publicado nas edições de setembro/outubro e novembro/dezembro da revista.


‘Desde que não desrespeite crenças religiosas, orientações filosóficas ou políticas, todo e qualquer veículo de comunicação pode ser veiculado na sociedade e receber anúncio estatal ou privado. Quem decide o destino das verbas é o próprio governo’, diz um trecho da nota do MST.


O MST afirma ainda, na nota, que o fato de a Petrobras investir recursos para a difusão cultural na revista também é legítimo, já que a ‘Sem Terra’ destina espaço à cultura. A nota classifica a crítica de antidemocrática.


Revista critica política agrária do governo Lula


Denis Rosenfield, professor de Filosofia da Universidade do Rio Grande do Sul, no entanto, sustentou ontem que a revista dos sem-terra não tem qualquer cunho cultural:


– Preocupei-me com um patrocínio dito cultural de uma publicação de caráter marcadamente político e partidário, voltada para o desrespeito ao estado de direito, à economia de mercado e às instituições republicanas. A única reportagem de cultura da revista é sobre a cultura dos violeiros, que, segundo eles, seria uma reação à música country do agronegócio e contra a influência estrangeira. Tudo na revista é permeado pela luta de classe. Lá há elogios ao Evo Morales (presidente da Bolívia) e Hugo Chávez (presidente da Venezuela) – disse o filósofo.


O filósofo lembra ainda que o dinheiro gasto com a propaganda é do contribuinte:


– A revista critica o governo Lula, a quem chama de neoliberal e concentrador. Eles enxergam luta de classe em tudo – afirmou Rosenfield.


Em um artigo publicado na última edição da revista, sobre a reforma agrária, o agronegócio é tratado como um ‘negócio burguês’. Na nota, o MST critica a política agrícola do governo Lula. E afirma que o fato de receber a verba significa que o governo não norteia seus patrocínios por critérios políticos.


No anúncio, a Petrobras informa que é ‘a maior patrocinadora de cultura do Brasil’. O título de uma das reportagens, citadas pelo filósofo em seu artigo, é ‘A única saída para a América Latina é o socialismo’.’


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O Estado de S. Paulo


Sexta-feira, 10 de janeiro de 2006


BBB 6
Adriana Del Ré


Começa hoje o circo Big Brother Brasil 6


‘Começa hoje um dos maiores vícios de quem é fã de reality show. O produto já é bastante conhecido e responde pelo nome de Big Brother Brasil, que chega à sua sexta edição na Rede Globo. Para tentar escapar do formato batido, a direção do programa implementou algumas novidades. Para começar, a casa dos BBBs, montada em Jacarepaguá, foi totalmente reformada, o que permitiu a criação de um quarto a mais, a instalação de um hidrospa no quarto do líder e o deslocamento do banheiro coletivo para a parte externa. Na parte interna da casa, continua a ter um banheiro reservado, só que mais simples.


Um sorteio semanal vai definir onde cada morador dormirá. A idéia é que assim se evite, ao máximo, formação de panelinhas. Obviamente, esta estratégia não impedirá que se configurem grupos prontos para detonar os opositores. Os quartos serão temáticos: um será decorado com motivos africanos, outro urbano e outro futurista. Além, é claro, da suíte do líder, cheia de mordomias.


Outra novidade é que todos os dias, os sobreviventes do BBB entram no confessionário e compartilham com o internauta a quantas anda o clima da casa, no site do Globo.com. Eles podem utilizar notas de 1 a 5 para definir seu grau de felicidade, de estresse, de harmonia, de interesse em algum companheiro ou companheira, e por aí vai. O internauta, por sua vez, pode votar, dando sua opinião de como determinado participante está se comportando.


Na primeira semana, haverá 14 participantes – 12 deles já são conhecidos do público e outros dois, um homem e uma mulher, serão escolhidos hoje (a exemplo da edição passada) por sorteio e só entrarão na casa na quinta. Pela primeira vez, um participante já foi eliminado antes mesmo de entrar na casa e substituído por outro BBB, que aguardava na lista de espera. No lugar do analista financeiro Leandro, de 30 anos e carioca, entrou o advogado paulista Carlos, de 28 anos.


Para justificar a saída do participante, a Globo divulgou nota explicando que Leandro conhecia funcionários da emissora e que teria omitido essa informação da produção do programa. ‘Ninguém é escolhido ou afastado do programa por seu círculo de amizades, mas Leandro vai ser substituído porque omitiu esse fato nas diversas entrevistas feitas pela produção com os candidatos’, trazia trecho da nota. Há quem diga que isso não passe de história da carochinha. Quem acompanhou a edição anterior do reality show deve se lembrar bem de uma confusão semelhante, quando a ex-BBB Marielza teve um derrame 10 dias após entrar na casa e precisou ser substituída às pressas.


De resto, o elenco para esta sexta edição se mantém. Dentre as mulheres, há uma psicóloga, uma bailarina, uma promotora de eventos, uma motogirl, uma estudante e uma modelo. Para representar os homens, foram selecionados um tradutor, um modelo, um professor de matemática, um consultor técnico, um compositor e o já citado advogado. Todos vêm dos mais diferentes Estados (a maioria figura na casa dos 20 e poucos anos) e estão na gana de conseguir o sonhado R$ 1 milhão. E claro que um pouco de fama também, porque ninguém é bobo, nem nada. Dure ela enquanto durar – e render um boa graninha, convites para eventos ou, quem sabe, uma proposta da Globo para uma ponta em alguma novela ou humorístico.


Não custa nada sonhar, vide a boa sorte de alguns pouquíssimos ex-BBBs, como Pink, que ganhou um quadro só seu no humorístico Zorra Total, ou ainda Sabrina Sato, que entrou para a trupe do Pânico na TV, e vai muito bem, obrigada, no papel de burrinha onde exibe sua derrière em trajes semi-inexistentes.


Fora uma mudança aqui, outra acolá, a fórmula do BBB 6 é a mesma, assim como as aspirações de seus participantes. A direção de núcleo continua a cargo de Boninho e a apresentação de Pedro Bial, que deve seguir arrancando declarações rasgadas da ala feminina do programa. O reality show volta ainda a ser exibido em pay-per-view, em tempo integral, e no meio da programação do canal Multishow.


(Canais/operadoras: SKY, 5; Net, 18). Estréia hoje Serviço


Big Brother Brasil 6.


Diariamente, 22h. Globo’


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