‘O ‘New York Times’ deu uma das fotos do ‘Correio Braziliense’ e atestou:
– Foto recém-descoberta de Vladimir Herzog mostra o jornalista nu em sua cela.
A reportagem de Larry Rohter foi mais cautelosa, dizendo que as fotos ‘são descritas’ como de Herzog. De todo modo, o mais significativo, para o ‘NYT’ de ontem, é que o episódio ‘reabre velhas feridas no Brasil’.
João Luiz Pinaud, presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos, crítico do próprio governo de que faz parte, aparece no jornal para repisar:
– Eu sinto urgência em chegar ao fundo disso, mas eu não sei se eles também.
‘Eles’ são o resto do governo.
Na Folha Online e em programa na Globo News, Kennedy Alencar manteve a pressão, dizendo que ‘sigilo eterno de arquivo oficial é crime’ -e Lula ‘tem dever de mudar’ o decreto assinado por FHC dias ‘antes de transmitir o cargo’.
Para o jornalista, isso vale para os arquivos da ditadura e para os demais na história:
– Que democracia é essa que não resistiria à desconstrução de um mito [Caxias] por atrocidades na Guerra do Paraguai?
Em meio à pressão, José Dirceu saiu dizendo que Lula ‘está ciente da necessidade de solução para a questão’, segundo a Globo Online. Do ministro:
– O governo tem a consciência de que é uma questão que tem que ser tratada. Mas o país precisa fazer de maneira que não volte ao passado e não mude a agenda do país, que é uma agenda democrática.
E não deu uma data.
BIZARRO
O ‘Guardian’ enalteceu anteontem o livro ‘Empire Adrift’ (capa ao lado), algo como império levado pela correnteza, sobre a ‘Roma subtropical’ instalada no Rio por d. João, em 1808.
Segundo a resenha, essa ‘narrativa brilhante de um evento bizarro’ se dedica em grande parte à influência britânica -com personagens como ‘lord Strangford, enviado do Reino Unido, um ‘spin-doctor’ sempre disposto a roubar o crédito’. Com Strangford, o Rio abriu seu porto a uma ‘invasão’ de produtos britânicos e viu surgir ‘o primeiro pub’.
Quanto a d. Pedro, ‘provavelmente’ filho de d. João, seria ‘um namorador sem freios, bonito, semi-educado, urinando e defecando’ em público, ‘mas que se tornou, no fim, o porta-estandarte da independência do Brasil’.
Coisa cruel
Governistas podem teorizar sobre conspiração o quanto quiserem, mas os ecologistas não gostaram nada do episódio da ‘rinha de galo’. Do site O Eco, uma entre várias reações:
– Duda Mendonça foi preso fazendo coisa cruel e por isso mesmo ilegal desde 1934.
Cedeu
De quebra, um colunista de meio ambiente do ‘Guardian’ destacou na semana como Lula ‘cedeu às pressões’ e liberou a soja transgênica -e como agora ‘a Monsanto está felicíssima e se preparando para os royalties’.
A cara
De Marcos Sá Corrêa, sobre meio ambiente, no Nomínimo:
– A política ambiental agora tem nome, retrato 3×4 e ficha na polícia. Já não adianta mostrar a ministra Marina Silva chorando sobre a soja derramada ou pôr o líder seringueiro Chico Mendes no panteão da pátria. A cara é a de Duda Mendonça, o ‘Sansão’ das brigas de galo.
Contra
E tem mais. Diz ‘O Globo’ que ‘o sonho de Lula de retomar o programa nuclear, com quatro novas usinas, pode ser abortado pelo Partido Verde alemão’.
ESTADOS UNIDOS DO SUL
O ex-presidente argentino Eduardo Duhalde, que chefia a comissão do Mercosul, anunciou que o encontro de chefes de Estado para criar um bloco na América do Sul será no dia 9 de dezembro, ‘na história Cuzco, no Peru’. Era o que diziam as agências Dow Jones e AP, ontem.
Mas o ‘Miami Herald’ tratou de mostrar que o projeto ‘que alguns anunciam como o início dos Estados Unidos da América do Sul’ enfrenta ‘enormes obstáculos’. Por exemplo, ‘um mercado comum não faz sentido para países com acordos de livre comércio com os EUA’.
E o projeto está sendo tocado por ministros de relações exteriores, que podem discordar de colegas de comércio em seus próprios países. Para o ministro do comércio do Peru, por exemplo, ‘a matemática [do bloco] não fecha’. O mesmo se pode dizer da crítica do ministro Luiz Furlan às restrições argentinas -embora o chanceler argentino, ontem no ‘La Nación’, tenha amenizado o conflito, dizendo que ‘uma geladeira não congelará as relações’.
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‘Outras campanhas’, copyright Folha de S. Paulo, 22/10/04
‘Lançada por um colunista do ‘Miami Herald’ e da CNN em espanhol, a candidatura de FHC a secretário-geral da OEA, Organização dos Estados Americanos, foi endossada anteontem em editorial do ‘Los Angeles Times’.
Para o jornal, ‘é importante que a OEA encontre um líder com estatura e integridade para impulsionar a missão de promover a democracia e os direitos humanos’. O ‘LA Times’ dá dois nomes, FHC e Ernesto Zedillo, ex-presidente do México, como tendo ‘a estatura para reformar a instituição’.
Ainda não se tem registro de que o ex-presidente brasileiro queira comandar a OEA.
Ele estaria de olho, segundo o próprio ‘Miami Herald’, em se tornar a partir de 2006 o secretário-geral da ONU, a Organização das Nações Unidas.
Mas para tanto, ao que parece, FHC teria que enfrentar um adversário difícil. Segundo a agência UPI, com reprodução em diversos sites, ontem, ‘Bill Clinton está de olho na ONU’.
O ex-presidente americano, segundo ‘fontes’ de sua equipe e da própria ONU, ‘definitivamente quer’ o cargo que Kofi Annan vai deixar em 2006.
Correndo por fora, segundo a agência, estaria o preferido da China, o chanceler tailandês Surakiart Sathirathai.
Parece coisa do outro mundo, mas está aí, é notícia.
Em outra inusitada campanha global, o ‘Valor’ destacou ontem as ‘articulações do Brasil’ junto ao G20, reunido em Portugal, para levar o embaixador Luiz Felipe Seixas Corrêa a diretor-geral da OMC, Organização Mundial do Comércio.
No momento, Brasil e Uruguai -que tem candidato próprio- estão em disputa, mas segundo o jornal a Argentina, que havia apoiado o uruguaio antes do lançamento recente da candidatura brasileira, ‘vai gradualmente mudar de posição’.
Por outro lado, vem aí a Comunidade Sul-americana. Era o que destacava ontem o site do argentino ‘La Nación’.
O ex-presidente Eduardo Duhalde se encontrou com o atual, Néstor Kirchner, para anunciar a ‘iminência da implantação do bloco unitário das dez nações’ do subcontinente. Dele:
– Nós estamos às vésperas de alcançar o sonho dos libertadores da América, de ter uma América do Sul unida.
O modelo seria a União Européia, para o futuro, e ele não descarta uma moeda única.
Não se fala em nomes para presidir uma eventual comissão sul-americana, mas Eduardo Duhalde leva todo o jeito.
O PRÍNCIPE Fidel Castro levou um tombo, John Kerry foi caçar, mas as imagens que corriam pela web eram da briga do príncipe Harry com ‘paparazzi’, ao sair de um clube às três da madrugada, em Londres. As cenas acima são da Sky News, canal de notícias de Rupert Murdoch. Segundo o fotógrafo Chris Uncle, falando ao ‘Evening Standard’, Harry ‘empurrou a câmera contra o meu rosto’. A mãe de Harry, Diana, morreu num acidente, perseguida por ‘paparazzi’
SOS
O Jornal Nacional se dedicou ontem ao relatório da Justiça Global, mostrando que ‘a morte de civis em operações policiais triplicou desde 2000’ no Rio.
Foi crítica ao governo estadual, mas respingou no governo Lula, cujas declarações sobre o tema entraram na cobertura.
A ONG, segundo a Globo Online, ‘solicitou à OEA que investigue a atuação da polícia’. Desistiu do Brasil.
Displicência
Do secretário interino de Segurança do Rio, no JN:
– Nós não vamos abrir mão, não. Vamos combater firmemente o tráfico de drogas.
De Lula, na Globo Online, mas não no JN, em declaração das mais infelizes, sobre o tema:
– Problemas existem e têm que ser tratados com seriedade, mas o que não serve para a promoção do turismo não deve ser tratado com displicência.
Pressão
O site claudiohumberto.com. br indicava ontem que, segundo ‘oficial de alta patente’, não era de Vladimir Herzog a foto do ‘Correio Braziliense’. À tarde, saiu nota oficial e virou manchete do Jornal da Record.
Não importa mais, a campanha ganhou impulso. Como destacou Boris Casoy, cresce a pressão pela abertura dos documentos do regime militar.
Waldomiro
A campanha tucana resolveu responder aos ataques que a campanha petista vem fazendo a Gilberto Kassab. De um comercial que estreou ontem:
– A Marta quer ser governadora em 2006. Quer deixar no lugar dela o vice, Rui Falcão. Mas quem é Rui Falcão? Ninguém sabe. Só se sabe que ele é da turma do Zé Dirceu, que era chefe do Waldomiro Diniz. (pausa) É isso que você quer pra nossa cidade?’
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‘O acordo’, copyright Folha de S. Paulo, 21/10/04
‘Para quem aposta no bem da polarização para a democracia brasileira, aí está.
Entrou no final da tarde de ontem, no site da Globo Online, pequena nota informando, sob o curioso título ‘TVs não transmitirão propaganda eleitoral em dia de treino do Grande Prêmio do Brasil’:
– O acordo foi pedido pela Rede Globo de Televisão. Ele foi mediado pela Justiça Eleitoral com os partidos que concorrem no segundo turno, PT e PSDB.
É um acordo que ‘libera todas as emissoras de transmitir o horário eleitoral’, não apenas a Globo, insistiu a nota.
SBT, Band e demais nem terão que veicular, como a Globo, ‘um vídeo de cinco minutos para cada candidato, entre 11h50 e 12h15’, é claro que ‘respeitando a ordem do horário eleitoral’.
Pouco depois da nota, veio o SPTV, da Globo, e se dedicou quase integralmente a justificar o tal acordo com PT e PSDB, dizendo que a Fórmula 1 ‘acelera a economia de São Paulo’:
– O evento emprega mais de dez mil pessoas na cidade… Os hotéis comemoram a semana mais lucrativa do ano…
E tem mais. Pelo governo estadual tucano, ‘a polícia anunciou reforço no policiamento’ na região do autódromo. Pela prefeitura petista, a CET anunciou que ‘o trânsito será alterado’.
Na piada que corre: no Brasil, a televisão não é concessão do Estado, o Estado é que é uma concessão da televisão.
PLACAR
A corrida pelos apoios formais na imprensa, tradição americana, já tem até placar diário no site editor andpublisher.com. Ontem, o democrata John Kerry seguia na frente, com 55 contra 42 de George W. Bush, mas pela primeira vez o republicano venceu com o anúncio de mais novos apoios, no dia.
Alguns dos títulos em favor do democrata: além do alardeado ‘New York Times’, o ‘Miami Herald’, ‘San Jose Mercury News’, ‘Boston Globe’, ‘Philadelphia Inquirer’. Em favor de Bush: ‘Boston Herald’ ontem, mais ‘Chicago Tribune’, o novo ‘New York Sun’, ‘San Diego Union-Tribune’, ‘Dallas Morning News’.
O que as duas campanhas aguardam, com tensão, é a posição do ‘Dispatch’ e do ‘Plain Dealer’, principais jornais do disputadíssimo Estado de Ohio.
Não entra no placar, mas a nova edição da revista pop ‘Rolling Stone’ traz John Kerry na capa (reprodução acima) e uma longa entrevista, em que ele se estende sobre assuntos como windsurfe e meio ambiente.
Dizendo ser um ‘grande fã’ das bandas Rolling Stones e Beatles, citou ‘Satisfaction’ e ‘Hey Jude’ entre as músicas preferidas. Destacou ‘O Franco Atirador’ como o filme ‘mais poderoso’ que assistiu, sobre o Vietnã, e comentou ‘Apocalipse Now’, de mesmo tema:
– Era exatamente assim, cara (‘man’). Sentado naquele rio, esperando alguém atirar em você.
Ovos
Foi manchete no Jornal da Band e recebeu citações na Globo e Globo News:
– Ovo atirado em palanque de Lula atinge ministro e respinga na primeira-dama.
Pelas imagens, estava Lula discursando ao lado do secretário de Saúde de Marta Suplicy quando voaram dois ovos. Um bateu no vice-prefeito, o outro, no ministro da Saúde.
Para registro, a Globo Online deu que ‘um ovo foi lançado contra José Serra na zona norte’.
Sigilo
Segundo ‘O Globo’, ontem, ‘o Rio imita São Paulo’:
– Um mendigo que dormia no centro foi morto a paulada.
Foi na seqüência da manchete de Boris Casoy, anteontem no Jornal da Record:
– O massacre dos moradores de rua: novas prisões de PMs são mantidas em sigilo pela polícia paulista.
Seqüelas
Para o ministro da Defesa, na Folha Online, a segunda nota do Exército ‘resolveu a questão’. Mas para Franklin Martins, na CBN, ‘o comunicado deixou seqüelas graves, principalmente para o ministro José Viegas, que deve deixar o governo na reforma ministerial’.
‘NYT’ 1 e 2
Os dois correspondentes do ‘New York Times’ no Brasil escreveram ontem.
Larry Rohter, despachando do Rio sobre as inspeções nucleares, deu que, ‘num passo no sentido de resolver o impasse, o governo brasileiro concordou em permitir acesso limitado’. Para Rohter, ‘funcionários brasileiros já falam em avanço, embora a agência da ONU tenha evitado juízo público’.
E Todd Benson, despachando de São Paulo sobre os automóveis que rodam com gasolina e álcool, destacou o caso de um médico que ‘nem piscou quando a Petrobras anunciou aumento nos preços da gasolina’. Segundo Benson, ‘a Volkswagen já recebeu delegação de países interessados como Austrália, Grã-Bretanha, China, Índia, Japão, África do Sul e EUA’.
Batalha legal
O ‘Washington Post’, em sua primeira página de ontem, cerrou fileiras com o ‘New York Times’ na preocupação com o confronto legal que se desenha, entre republicanos e democratas, em torno da eleição presidencial deste ano.
Do ‘WP’, dizendo que já há ações ‘pendentes’ nesta que promete ser ‘a corrida mais litigiosa da história’:
– A batalha legal começou.’
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‘O cerco’, copyright Folha de S. Paulo, 20/10/04
‘Na expressão da Globo, é ‘a maior ação já proposta no Brasil’.
Após ‘mais de três anos de investigação’, foi preciso ‘um caminhão de papéis’ para levar os volumes do inquérito do prédio do Ministério Público Estadual para o fórum.
Foi manchete dos telejornais às rádios e aos portais -que se concentraram quase sempre no valor envolvido, R$ 5 bilhões, ‘dinheiro que teria sido desviado de obras públicas para contas no exterior’.
E o Ministério Público Federal está na disputa com o estadual, por Paulo Maluf.
A outra manchete de ontem, por toda parte, foi que a Justiça aceitou a denúncia contra o ex-prefeito paulistano feita pelos procuradores federais, por evasão de divisas. Da manchete no Jornal Nacional, ontem:
– Paulo Maluf é réu em processo criminal.
O Jornal da Record juntou as duas notícias:
– O caso Maluf: Justiça Federal acata denúncia por evasão e promotor pede bloqueio dos bens da família.
Na descrição da Jovem Pan, é um ‘cerco’ ao político que saiu historicamente derrotado das eleições municipais.
Em mais um dia de Sísifo, a prefeita e candidata Marta Suplicy até dançou pelas ruas da periferia, em imagens apresentadas no SPTV.
Mas o que ficou no ar foram as declarações que fez ao apresentador Eli Corrêa, da rádio Capital, sobre o apoio malufista à sua candidatura.
– Fiquei surpresa, porque temos divergências conhecidas há muito tempo.
‘Surpresa’ não foi a melhor das expressões. Seguiram-se outras, por exemplo:
– Pensei que provavelmente ele deve ter um grande respeito pelo trabalho que eu fiz na administração.
‘Respeito’ também não caiu bem. Não no dia em que a Globo proclamou ‘a maior ação já proposta no Brasil’.
E não, por outro lado, no dia em que o PT solicitou e a Justiça Eleitoral liberou, segundo o UOL, a campanha de Marta a superar em R$ 4 milhões sua previsão inicial de gastos. Que já não era baixa.
Para piorar as coisas para a petista, a Globo Online deu que o governador Geraldo Alckmin obteve direito de resposta, no que pode ser o início de muitos minutos perdidos da pouca propaganda que resta.
O maior do ano
O SPTV partiu para o jornalismo crítico de uma vez e redescobriu o ‘caos’ no trânsito de São Paulo, um dos temas da campanha municipal.
Ontem, o noticiário destacou ‘o maior congestionamento do ano’ na cidade, pela manhã.
Mais pressa
E em todos os telejornais da Globo prosseguiu a blitz sobre o Bolsa-Família, depois das denúncias no Fantástico. Se o governo Lula busca reagir com rapidez, no Paraná ‘o Ministério Público Federal se antecipou e já começou a apurar’.
Também o Tribunal de Contas da União ‘cobrou mais pressa na implantação de medidas para melhorar o controle dos programas’. De um ministro:
– Nós estamos aguardando que realmente estejam implementando.
Por conta própria
E havia denúncia nova no caso, na cobertura da Globo:
– No Triângulo Mineiro, 5.000 famílias cadastradas e que têm direito ao pagamento há dois anos esperam pelo dinheiro do principal programa social do governo. As mães suspeitam de fraude e nomearam representantes que vão investigar, por conta própria.
O necessário
A BBC Brasil, na cobertura da ‘visita técnica’ da Agência Internacional de Energia Atômica, destacou ontem que o porta-voz da AIEA disse que a equipe de inspetores ‘não precisa ver tudo’. De todo modo, a agência da ONU ‘não vai voltar atrás em sua exigência de inspecionar o que for necessário’.
Do mercado
Para o ‘Financial Times’, a ‘transformação política da América do Sul’, com governos ‘à esquerda do centro’, deve prosseguir na eleição uruguaia, em duas semanas.
O favorito Tabaré Vázquez seria ‘mais próximo de Lula, o brasileiro amigo-do-mercado, do que do argentino Néstor Kirchner, mais populista’.
Maduro
Vázquez também falou ontem ao jornal argentino ‘La Nación’. Pergunta e resposta:
– Você não acha que tem que agradecer a Lula, por mostrar uma esquerda que sabe conviver com o empresariado?
– Claro, há muito a agradecer a Lula, mas tanto o governo de Ricardo Lagos no Chile como o de Kirchner na Argentina e o de Lula no Brasil estão mostrando que a esquerda tem maturidade para governar.’
FSP
CONTESTADAPainel do Leitor, Folha de S. Paulo
‘Salas de cinema’, copyright Folha de S. Paulo,
’24/10/04
‘Gostaria de esclarecer um equívoco contido no texto ‘BNDES lança crédito para novos cinemas’ (Brasil, 22/10). A linha de financiamento para a construção de salas de cinema no Brasil é iniciativa do governo federal e sua aprovação depende apenas de negociações e acertos entre o Ministério da Cultura e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Logo é incorreto afirmar, como fez a reportagem, que ‘a linha de crédito foi aprovada pelo comitê da sociedade civil do Conselho Nacional de Cinema’, que analisa e vota, neste momento, o anteprojeto que prevê a criação da Agência Nacional de Cinema e do Audiovisual (Ancinav). O comitê não discutiu nem votou essa questão porque não lhe diz respeito.’ Déa Barbosa, assessora de imprensa da Secretaria Nacional do Audiovisual do Ministério da Cultura (Brasília, DF)
Resposta da jornalista Ana Flor – A informação de que o assunto foi discutido na reunião do conselho foi dada durante entrevista pelo secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira, na última quinta-feira (21/10). Embora não tenha ocorrido votação do tema, a proposta recebeu o apoio do conselho e foi ratificada por ele.
Reforma
‘A Fundação Ricardo Franco nunca emitiu nenhuma nota para a imprensa sobre a restauração do Palácio da Alvorada. Dessa forma, estranhamos a menção do nome da fundação no texto ‘Burocracia impede restauração do Alvorada’ (Brasil, 21/10). Aproveitamos para informar que cópia deste esclarecimento foi enviada à Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República.’ Roberto Aiex, secretário-geral da Fundação Ricardo Franco (Rio de Janeiro, RJ)
Resposta dos jornalistas Eduardo Scolese e Julia Duailibi – A Fundação Ricardo Franco divulgou nota por meio de sua assessoria de comunicação, baseada no Instituto Militar de Engenharia -ao qual a fundação é subordinada.
23/10/04
Livro
‘Em dias desta semana, a jornalista Julia Duailibi pediu-me uma entrevista sobre um livro que ainda estou escrevendo sobre memórias dos anos que vivi e que, segundo penso, merecem divulgação. Eu disse-lhe que o livro ainda não está concluído, pois, como estamos ao final do mandato de Marta Suplicy, eu poria este último ano como mais uma etapa de minha vida. Não falei em bastidores do governo Marta Suplicy. Em primeiro lugar, porque não sou homem de bastidores. E, em segundo lugar, porque ignoro bastidores que possam existir na atual administração. Nessa afirmativa, que intitulou a reportagem ‘Hélio Bicudo vai lançar livro sobre os bastidores de governo’ (Brasil, pág. A9, 22/10), que está inserida nas páginas que tratam das eleições 2004 e que não tem feições para isso, pode-se vislumbrar um certo conteúdo de má-fé para uma afirmativa atribuída a quem não o fez, num momento decisivo para o pleito da cidade de São Paulo. Quero também salientar que não é verdade que eu não teria ficado satisfeito com o processo que culminou na indicação do companheiro Rui para ser vice na chapa de Marta, pois tanto Marta como Rui e a direção do PT sabiam da minha intenção de não disputar novas posições políticas. O acerto feito pela prefeita sobre novas responsabilidades futuras a serem a mim atribuídas foi, para mim, a qualificação do apreço de meus companheiros de partido à minha dedicação à sua causa. Um reparo é sempre um remendo. O bom jornalismo não pode ir além da verdade e compadecer-se com sentimentos pessoais do redator da notícia.’ Hélio Bicudo, prefeito em exercício de São Paulo (São Paulo, SP)’