CULTURA
Ricardo Calil
O Dia do Fico de Gilberto Gil, 19/12/06
‘Depois de várias semanas de suspense, Gilberto Gil finalmente tomou sua decisão e irá comunicá-la esta semana a Lula: ele permanecerá à frente do Ministério da Cultura no segundo mandato do presidente. A informação foi confirmada hoje por duas fontes próximas a Gil no MinC.
O artista vinha dizendo que tinha razões pessoais para deixar o ministério, como dedicar mais tempo à carreira e à família. Mas ficou sensibilizado pelo pedido de Lula para ficar no governo e também por várias manifestações a favor de sua permanência.
Na semana passada, 300 artistas entregaram uma carta ao ministro com o pedido de ‘Fica, Gil’. Em seguida, ele conversou sobre o assunto com o amigo Caetano Veloso – ‘e nós encontramos linhas de compreensão mútua para uma idéia de permanência’, segundo Gil.
O início do trabalho de Gil no Ministério da Cultura foi marcado por desconfianças (pelo fato de ele manter sua carreira de cantor e compositor), polêmicas (como a da abortada criação da Ancinav, a do suposto dirigismo cultural e o choque de um assessor com o poeta Ferreira Gullar) e críticas pontuais (em especial da turma do teatro, que se julgava desprestigiada pelo ministro).
Mas Gil conseguiu contornar os problemas e chegar ao fim de seu primeiro mandato muito próximo do status de unanimidade. Nas últimas semanas, representantes de vários setores culturais vieram a público para elogiar o ministro e pedir a continuidade de seu trabalho. Até antigos detratores como o diretor teatral Gerald Thomas mudaram sua opinião sobre Gil.
Entre os pontos positivos da gestão de Gil apontados por especialistas (e já comentados aqui no blog), estão a definição de políticas públicas para o cinema e outros setores, o aumento da visibilidade do ministério, a triplicação do orçamento do MinC, a descentralização dos recursos e a criação dos Pontos de Cultura.
Ao decidir permanecer no MinC, Gil terá a oportunidade de aprofundar políticas culturais bem-sucedidas e atacar problemas que não foram resolvidos no primeiro mandato. Mas também perderá uma grande chance de sair do governo por cima – mérito que poucos ex-ministros do governo Lula podem ostentar.’
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