Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Noticiários policialescos voltam à TV

Leia abaixo a seleção de segunda-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Segunda-feira, 3 de março de 2008


TELEVISÃO
Laura Mattos


Cuidado com o cão


‘Título da capa da Ilustrada de 25 de julho de 2004: ‘Mundo cão mia na TV’. Os telejornais policialescos da época -’Cidade Alerta’ (Record), ‘Brasil Urgente’ (Band) e ‘Repórter Cidadão’ (Rede TV!)- perdiam espaço. O da Band teve duração cortada, e os outros dois, meses depois, acabaram.


Nem quatro anos se passaram, e esta capa vem para dizer que o mundo cão, após miar, pode voltar a latir.


Hoje, às 18h, o SBT estréia o novo ‘Aqui Agora’. A primeira versão do telejornal, veiculada entre 1991 e 1997, é considerado o ‘pai’ da safra de policialescos que invadiram a TV entre o fim dos anos 90 e a citada crise de 2004. E não é só.


A Record, após anunciar o fim do ‘Cidade Alerta’ e uma suposta nova era de ‘jornalismo de qualidade’, lançou em dezembro o ‘Balanço Geral’. Trata-se de cópia do precursor, sob comando de Geraldo Luis, que berra como José Luiz Datena. O nome se deve ao fato de a câmera do estúdio por vezes balançar freneticamente.


Já o ‘Brasil Urgente’, apresentado por Datena na Band, apesar de ter tido seu tempo reduzido em 2004, persiste até hoje no ar, com seis pontos de média, o maior ibope do canal.


A então agonia dos policialescos se relacionava à fuga de anunciantes, preocupados em se vincular a esses programas. O mercado publicitário era pressionado pela campanha ‘Quem Financia a Baixaria É contra a Cidadania’, do Congresso, que passou a divulgar rankings dos ‘piores’ da TV e ameaçava lançar a lista de empresas que os patrocinavam.


A nova onda de telejornais policiais, contudo, não está ligada a uma mudança de postura do mercado publicitário, na opinião de Arlindo Figueira, professor e pesquisador de propaganda e mídia da USP.


‘Há cada vez menos anunciantes dispostos a associar seus produtos a programas assim. O clima de insegurança que eles geram não é favorável à mensagens publicitárias.’


A tese é de que as TVs sabem que os programas não vão faturar, mas buscam alavancar ibope. ‘O ‘Aqui Agora’ é uma tentativa desesperada do SBT de voltar à vice-liderança do Ibope, e o ‘Balanço Geral’ faz parte da busca obsessiva de Edir Macedo [Record] por ultrapassar a Globo’, avalia o sociólogo Laurindo Lalo Leal, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e um dos criadores da ONG TVer, que surgiu no auge da ‘baixaria’ televisiva dos anos 90 para defender uma programação de ‘qualidade’.


Esses telejornais, apesar de não serem diretamente lucrativos, podem elevar o faturamento da rede, avalia Figueira: ‘Os policiais costumam ser mais vistos por pessoas de baixa renda, pelas quais o anunciante não se interessa tanto. Mas esses espectadores podem ver um programa posterior do canal, que agregue a classe AB. Isso dá volume de audiência atrativo para a publicidade’.


Leal critica o que seria ‘uma visão puramente mercadológica das redes, que não levam em consideração a ética e se distanciam do jornalismo’. ‘A volta do mundo cão é lamentável e se soma aos programas escabrosos que continuaram no ar em TVs locais. Apesar de a baixaria ser cíclica na TV, esperava que o ciclo estivesse se fechando, em razão de uma sociedade mais crítica com a TV.’


Figueira guarda relativo otimismo. ‘A baixaria na TV vai acabar, mas ainda vai demorar muito. A TV está perdendo audiência na classe alta, que migra para TV paga e internet. Por isso, podem estar querendo voltar a investir pesado nas classes C, D, E. Mas mesmo esses telespectadores são hoje mais escolarizados, conscientes e menos manipuláveis.’


Os críticos do mundo cão, porém, não terão com o que se preocupar se Albino Castro, diretor do novo ‘Aqui Agora’, colocar no ar o projeto que anuncia. ‘Não terá mundo cão. Esse foi um erro que cometemos em algumas ocasiões na primeira versão e que não repetiremos. Também não será telejornal de polícia, e sim completo, com correspondentes em Brasília e no exterior’, disse à Folha.


Ele admite que tem como objetivo levar o SBT à vice-liderança. ‘Se fosse só para ganhar desses jornais [policiais], o Silvio Santos não me chamaria para fazer o ‘Aqui Agora’. Ele colocava no ar o ‘Chaves’.’


A Record nega que o ‘Balanço Geral’ siga essa fórmula. Já Datena acha equivocado o investimento nesses telejornais e confessa ‘estar cansado’.’


 


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‘Não agüento mais fazer isso’, afirma Datena


‘Âncora do ‘Brasil Urgente’ (Band), José Luiz Datena é hoje o principal nome do chamado jornalismo policialesco e foi convidado por Silvio Santos para comandar o ‘Aqui Agora’. Famoso por gritar no ar contra políticos e policiais, ele confessa estar cansado do formato e relaciona a isso um tumor que teve. Leia trechos da entrevista à Folha.


‘A Folha um dia botou em letras garrafais ‘O Mundo cão de Datena’. Fiquei chateado porque não sou ladrão, minha mulher não é traficante nem meus filhos são bandidos. Parecia que vivia num mundo cão. O mundo cão é o que todos vivemos, um Brasil de desigualdades.


Não sou responsável por esse tipo de programa nem pela violência. Sou só um apresentador de um programa policial que às vezes tem menos notícia policial do que o ‘Jornal Nacional’. E continuo não agüentando esse tipo de programa.


As pessoas é que não são tão sinceras. A Record disse que ia fazer programação de qualidade, alardeou para o Brasil que ia acabar com o ‘Cidade Alerta’. Voltou com um que parece o ‘Cidade Alerta’ e contratou um cara que me imita descaradamente. O Silvio Santos está voltando com o ‘Aqui Agora’.


Mas, na minha opinião, é por isso que a Globo vai continuar líder de audiência. Porque é de uma burrice que não tem tamanho. Esses programas vão dividir o ibope e vai sobrar para a Globo.


Esse tipo de programa só despertou o interesse das outras emissoras porque conquista o segundo lugar no Ibope. Hoje faço mais crítica aos políticos do que a policial, que já me torrou a paciência. Se pudesse, mudaria o programa, faria um jornalismo comum e evitaria reportagem de policial. Mas a linha editorial não é minha, só sou um apresentador.


Não posso chegar para o dono do canal e dizer que não quero mais fazer, tenho contrato com bastante multa para pagar. Quando o Silvio Santos me chamou na casa dele em novembro para fazer o ‘Aqui Agora’, disse que para fazer a mesma coisa que faço na Band, fico aqui. Não me interessa a grana, queria mudança. Meu programa [de viagens] ‘Coração do Brasil’ é meu sonho de consumo.


Antes desses programas [policiais], fazia coisas legais na TV. Eu me sinto desconfortável e aprisionado, porque o programa dá ibope, e os caras não me tiram.


Há um ano, tive um tumor no pâncreas, cortei metade do pâncreas, tirei o baço e não morri por milagre. Não sei nem se tenho condições físicas de agüentar o programa. Quem é que me diz que o desgaste com esse programa não me levou a ter esse problema gravíssimo? E não é só por dar a notícia violenta, mas o desgaste de ter que lutar por ibope. A responsabilidade de se manter no topo é um saco sem tamanho.’’


 


‘Aqui Agora’ não vai repetir erros, diz diretor


‘Responsável por implementar o ‘Aqui Agora’ em 1991 e diretor da nova versão, Albino Castro nega que o programa partirá para o mundo cão.


‘Isso não dá nem resultado de audiência. Vamos explorar histórias humanas, aventuras, e não a miséria. Isso é um erro’, afirma ele, que dirigiu o jornalismo do SBT até 1998, quando o ‘Aqui Agora’ já estava fora do ar, e passou por outras emissoras, como Cultura e Gazeta.


Sua meta ‘é chegar a 20 pontos de audiência’ a longo prazo. Na estréia, espera manter os quatro, cinco pontos atuais. Em um ano (se Silvio Santos não tirar o programa do ar até lá), pretende ter passado de dez.


Em sua opinião, o telejornal ‘foi inovador para o bem e para o mal’. ‘Cometemos erros, exageros, achávamos que o sensacionalismo daria audiência. Mas acertamos ao encontrar uma linguagem popular na TV, que está hoje no ‘Fantástico’, em todos os lugares’.’


Castro concorda que o ‘Aqui Agora’ gerou ‘uma ideologia do policialesco’, mas afirma que muitos dos erros, inclusive a famosa transmissão de um suicídio, foi conseqüência de uma postura ‘progressista’, na qual ‘era proibido proibir’.


No novo ‘Aqui Agora’, diz Castro, mantém-se ‘o conceito de ter vários curtas-metragens em um programa’. Ele admite que a câmera poderá chacoalhar -marca da primeira versão- ‘sempre que for preciso’.


Abaixo dele na hierarquia do programa estará o editor-chefe Dácio Nitrini, que dirigiu os telejornais de Boris Casoy no SBT, na Record e TVJB.


A equipe traz veteranos do programa, como a apresentadora Christina Rocha, o deputado Celso Russomanno (PP-SP), a repórter Magdalena Bonfiglioli e o homem do tempo Feliz, do bordão ‘Piriri, pororó’.


Uma das novidade é um quadro semanal com universitários, que ficarão sentados no estúdio discutindo ‘temas jovens’. Será comandado por Luiz Bacci, um dos novos apresentadores. Além dele e de Christina Rocha, estarão na bancada do ‘Aqui Agora’ Joyce Ribeiro e Herberth de Souza.


A nova equipe tem cerca de 40 profissionais, com 14 repórteres. Apesar de a notícia da volta do ‘Aqui Agora’ ter vazado já no ano passado, Castro conta ter sido contratado há cerca de um mês para começar a preparar o programa.


O ‘Aqui Agora’, conta o diretor, é inspirado no argentino ‘Nueve Diario’, a que Silvio Santos assistiu durante uma viagem a Buenos Aires.


Fim anunciado


A Record também sustenta não ter retomado o mundo cão dos policialescos. Douglas Tavolaro, diretor de jornalismo, não concordou em conceder entrevista para responder por que lançou o ‘Balanço Geral’, após ter dado a seguinte declaração à Folha, em 2004, sobre o ‘Cidade Alerta’: ‘Esse já era um fim anunciado. É uma fórmula que não funciona mais. As pessoas vivem com medo 24 horas por dia e não precisam ver só violência na TV, querem jornalismo de qualidade’.


Ricardo Frota, gerente de comunicação da Record, afirma, por e-mail, que ‘a fórmula seguida pelo ‘Balanço Geral’ é totalmente diferente da mencionada. O programa não é ‘policialesco’ ou violento, é de caráter jornalístico, voltado para a cobertura de curiosidades’.


E completa: ‘A pauta mais irreverente e próxima da área policial foi ‘O ladrão de geladeiras’, inclusive reproduzida pela própria Folha. O caso sobre UFOs [objetos voadores não-identificados] de Riolândia, foi até reproduzido em jornalístico de emissora concorrente’.’


 


Daniel Castro


Publicidade do governo na Record cresce 150% sob Lula


‘Os investimentos publicitários do governo federal na Record cresceram 150,3% de 2003, primeiro ano do governo Lula, a 2007. Propriedade do bispo Edir Macedo, ligado a bancada de parlamentares fiéis ao governo, a Record foi a emissora que registrou maior aumento na obtenção de propaganda de estatais e ministérios. Os dados são da Secom (Secretaria de Comunicação Social).


Em segundo lugar, aparece a Band, com aumento de 128,6%, bem à frente da Globo, que cresceu 58,7% sob Lula, Rede TV! (41%) e SBT (37,1%).


Sob o argumento de que se tratam de dados estratégicos, o governo não divulga quanto investiu em cada rede. Informa apenas que gastou R$ 965,032 milhões em publicidade em 2007, dos quais R$ 576,4 milhões (60%) foram para TV.


O governo nega critérios políticos na distribuição de verbas. Diz que se baseia apenas em aspectos técnicos, basicamente o perfil do público da emissora (a cobertura de todas as classes é valorizada), a variedade e qualidade de sua programação (telejornais e eventos esportivos são mais atraentes) e o custo relativo do espaço.


Segundo José Otaviano Pereira, secretário de comunicação integrada da Secom, os investimentos na Record acompanharam o crescimento de audiência da emissora. Descontando-se a inflação, as verbas na Record cresceram 81%, enquanto sua audiência nacional subiu 88%, diz ele.


Já o crescimento das verbas da Band (65% sem a inflação), TV que praticamente não oscilou no Ibope, se justifica porque a rede ofereceria o menor custo por telespectador. ‘A Band tem preços relativos bem melhores. Isso pesa na negociação de pacotes, como o patrocínio do Pan’, diz Pereira.


De acordo com Pereira, as verbas da Globo, descontada a inflação, cresceram 14,6% de 2003 a 2007, enquanto a rede caiu 10% no Ibope nacional. Também por esse critério, os investimentos no SBT decresceram 0,9%, menos do que sua derrocada de audiência (-23%).


Procuradas, Band e Record não comentaram o assunto.


CINEMA Próxima minissérie da Globo, ‘Maysa’ será gravada com duas novas câmeras de alta definição da Arriflex, marca tradicional de cinema. Elas darão maior perspectiva às imagens.


JUSTIÇA Disponível apenas na TV paga, a TV Justiça vai virar emissora aberta na Grande SP. O Ministério das Comunicações autorizou o Supremo Tribunal Federal a explorar o canal 67. Mas só quem migrar para a TV digital, terá acesso ao canal.


TROCO Na última prova do líder de ‘BBB’, perguntou-se se Aguinaldo Silva (‘Duas Caras’) tinha abandonado as novelas para se dedicar a reality shows. Foi uma alfinetada do programa pelas críticas a ‘BBB’ feitas por Silva em seu blog.’


 


Flávia Marreiro


Filme sobre Obama é atropelado por fatos


‘‘A América Está Preparada para um Presidente Negro?’, sobre a campanha do pré-candidato democrata Barack Obama nos EUA, é um documentário atropelado pelos fatos, mas vale a pena vê-lo pela permanência de uma pergunta que faz, não exatamente a do título. Filmado em outubro de 2007, quando Obama já causava barulho, mas ainda era um azarão, o filme curto discute o discurso pós-racial do senador.


As questões de fundo são: o palavrório ‘paz e amor’ de Obama vai colar nos EUA, tanto entre negros quanto brancos, principalmente no sul racista? O senador pode eludir o debate sobre o abismo dos indicadores sociais entre as raças em nome da estratégia?


A narração tenta atualizar as imagens e diz que a primeira pergunta começou a ser respondida, com a vitória de Obama nas prévias da Carolina do Sul, em janeiro, embora não dê a dimensão de divisor de águas que o êxito teve na campanha.


Foi lá que Bill e Hillary Clinton meteram os pés pela mãos afirmando que os direitos civis defendidos por Martin Luther King só viraram realidade pela caneta do presidente Lyndon Jonhson. Depois da declaração, as até então indecisas mulheres negras escolheram Obama.


Mas a segunda pergunta, feita ao candidato pela boa repórter da BBC, Hilary Anderson, permanece.


A AMÉRICA ESTÁ PREPARADA PARA UM PRESIDENTE NEGRO?


Quando: hoje, às 23h30


Onde: GNT’


 


LULICES
Fernando de Barros e Silva


De nariz e república


‘SÃO PAULO – Na terça-feira, em visita a uma multinacional de pneus, Lula estava ao lado do mascote da empresa quando disse que o trabalhador, depois de comprar seu carrinho, deveria ‘de preferência usar pneus Michelin, para que não fique parado nas ruas deste país’.


Na quarta-feira fomos privados dos ensinamentos do nosso guia. Mas na quinta ele voltou em dose dupla. Logo pela manhã, saiu em defesa do seu ministro do Trabalho: ‘Lupi está mostrando o comportamento mais republicano que um ministro tem mostrado’.


E à noite, na própria quinta, foi a vez do destempero no palanque: ‘Seria bom se o Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele’, vociferou, em resposta a objeções do presidente do TSE, Marco Aurélio Mello, de que o programa social lançado pelo governo possa conflitar com restrições da lei eleitoral.


Lulices, luleimas, luladas. Já nos acostumamos a esse festival de infâmias. Sabemos que o presidente da República não está ‘mostrando o comportamento mais republicano’ quando atua como garoto-propaganda de uma empresa privada. Mas, além disso, se quiser também continuar como garoto-propaganda de Carlos Lupi, convém que enfie antes o nariz nos convênios que seu governo vem firmando por aí.


O problema não se restringe ao PDT. No caso deste -que tal Partido do Trocado?-, está claro a quem quiser ver que uma máfia sindical se apoderou dos repasses dos convênios. É o sindicalismo de resultados da Força Sindical se alimentando das benesses que lhe concede o governo Lula em troca de apoio. Brigaram tanto para descobrir, afinal, que eram todos pelegões.


Ocorre o mesmo com o PC do B -ou Partido Comedor da Bordinha. Os convênios do Ministério do Esporte têm presenteado uma penca de bravos comunistas brasileiros. Como no caso anterior, trata-se de dinheiro público distribuído entre cupinchas e apaniguados.


O Congresso enfiou o nariz na CPI errada. Não é a dos Cartões, é a das ONGs, excelências!’


 


TODA MÍDIA
Nelson de Sá


A conexão americana


‘A manchete no site da ‘Time’ foi ‘Rebelde caído: a conexão americana’. Diz a revista que a morte de Raúl Reyes é o maior troféu do Plano Colômbia, ‘cruzada de US$ 5 bilhões’, em cinco anos. Recorre ao livro de Michael Reid, ‘Continente Esquecido’, para afirmar que o plano é eficaz como ‘antiinsurreição’, mas não ‘antidrogas’. Em contraste com a ação, diz a ‘Time’, o cultivo de coca voltou a crescer. E os americanos ‘estão sendo feitos de bobos’ em novo ano eleitoral.


Como saiu no ‘Washington Post’ de papel, ontem já com longa reportagem, o presidente da Colômbia anunciou a morte a congressistas e até ao secretário de Comércio dos EUA, em Bogotá, manhã de sábado.


ENTRE UM E OUTRO


‘WP’ e demais diziam que a ação da Colômbia foi com ‘aviões fabricados no Brasil’.


Em seu programa de TV, o venezuelano Hugo Chávez saudava o ‘revolucionário’ Reyes, que ele conheceu ‘no Brasil’. E cobrava que ‘outros países’ se pronunciem agora, como destacou o portal Terra.


A VIOLAÇÃO


Por aqui, o ‘JN’ deu que não, ‘em Bogotá autoridades informaram que não houve violação do espaço aéreo do Equador’, como se não fosse caso de violação de soberania.


Já o site da revista ‘Fórum’ voltou a postar talvez a última -e provocadora- entrevista de Reyes, da edição de janeiro.


CHÁVEZ E AS PETROLEIRAS


Segundo o site do ‘Wall Street Journal’, um dia antes de Reyes ser morto no Equador, a empresa de petróleo Chevron, dos EUA, veio a público afirmar que continua na Venezuela ‘para o longo prazo’, diferentemente da também americana Exxon. E no mesmo dia, segundo o ‘Financial Times’, até com mais destaque, a italiana Eni fechou acordo com a Venezuela, ‘sinal claro da melhora gradual nas relações entre o país e muitas, mas não todas, as estrangeiras’. Entre outras, também BP, Total, Statoil.


OUTRAS SOMBRAS


Sob o enunciado ‘América Latina fora da sombra dos EUA’, a Bloomberg deu longa reportagem sobre o Brasil que virou credor; a perspectiva de descolamento e crescimento em todos os países da região; os ‘recordes de exportação de petróleo, cobre, soja’ etc.


Por outro lado, BBC Brasil e demais noticiaram o ataque feito por Cristina Kirchner à Petrobras, por não ceder gás ao país, e ao próprio Brasil, por seu superávit comercial.


LIÇÕES EMERGENTES


Depois que o Brasil saltou à frente da China num índice de capitalização de mercado, o editor de investimento do ‘Financial Times’ fechou a semana dizendo que ‘somos todos emergentes agora’.


Por ‘nós’ ele se referia a EUA e Europa, que precisam aprender que ‘as regras para mercados emergentes agora abrangem todo o mundo’. Entre outras , sublinha: não deixar a inflação sem atenção, como ameaçam fazer os EUA.


HILLARY E OS COMEDIANTES


Bill Clinton até ligou para a comediante Tina Fey, para agradecer o ‘Saturday Night Live’ que animou, enfim, a campanha. E sábado a própria Hillary foi ao ‘SNL’, para fazer o quadro de abertura com Amy Poehler. Ao fundo, nos programas, o ataque ao favorecimento a Barack Obama. Hillary, ao largo dos jornalistas, foi quinta ao ‘Late Show’ de David Letterman e vai hoje ao ‘Daily Show’ de Jon Stewart.


Enquanto isso, ‘New York Times’, ‘Newsweek’ etc. dão longas reportagens sobre sua cobertura ‘enviesada’.


O FUTURO DA TV


Em uma festa, a uma adolescente com vídeo do Pop 17, Steve Chen jogou a bomba que ocupa os sites de mídia no mundo: o YouTube lança, ainda este ano, o vídeo ao vivo, ‘live’’


 


CINEMA
Marco Aurélio Canônico


‘Atores não querem músculos’, diz Stallone


‘Reza a lenda que, aos 15 anos, Sylvester Stallone foi eleito por seus colegas de escola como ‘o mais provável a acabar na cadeira elétrica’. Quinze anos mais tarde, impressionado por sua atuação em ‘Rocky, um Lutador’ (1976), o crítico Roger Ebert dizia que ele poderia ser ‘o próximo Marlon Brando’.


Hoje sabemos que Stallone não acabou na cadeira elétrica (fora a dos críticos, é claro) nem se tornou o novo Brando -transformou-se em um dos maiores (inclusive em quantidade de músculos) ícones do cinema de ação e um dos líderes de bilheteria da década de 1980.


Desde 2006, quando chegou aos 60 anos, Stallone experimenta uma ressurreição em sua carreira graças ao retorno de suas duas franquias mais famosas, com ‘Rocky Balboa’ e ‘Rambo 4’, que acaba de estrear nos cinemas brasileiros.


O escândalo que era ter um sessentão interpretando um boxeador profissional não passou despercebido a Stallone, que pontuou o último ‘Rocky’ com piadas sobre seu envelhecimento. Mas, ao reencarnar John Rambo, o ator ignorou qualquer referência aos anos.


‘Rocky é um atleta, e a idade é algo muito importante para um atleta. Rambo é um soldado, então não acho que ele pense sobre idade da mesma maneira, porque o que você não pode fazer fisicamente, uma arma pode ajudá-lo a fazer’, disse o ator, em entrevista exclusiva à Folha por telefone.


‘Também achei que não podia ficar fazendo referências à idade em todos os filmes, até porque as pessoas estão mudando e isso não é mais algo relevante como era há 20 anos.’


Selvageria e realismo


Na volta ao papel do guerrilheiro das selvas, Stallone aumentou a violência gráfica na tela -isso em uma carreira com filmes como ‘Cobra’, que chegou a ser censurado no Brasil-, o que lhe valeu críticas pesadas.


‘Enquanto falamos, Mianmar [cenário de ‘Rambo 4’] está passando por um genocídio. Tudo que acontece no filme é documentado, a realidade é ainda pior. Tive que escolher entre fazer um filme bastante realista e selvagem ou apenas um filme de ação que não contaria a história toda.’


Críticas à parte, o filme sacramentou a volta de Stallone ao estrelato -ele custou estimados US$ 50 milhões (cerca de R$ 84 milhões) e já faturou mais do que o dobro disso no mundo todo, repetindo o sucesso do último ‘Rocky’ (US$ 24 milhões de orçamento, US$ 150 milhões de faturamento).


Para o ator, os resultados mostram que havia ‘um vácuo a ser preenchido, um público que não estava sendo atendido’. A criação deste vácuo, Stallone atribui à vaidade alheia.


‘Os atores não querem mais ser musculosos, não dedicam o tempo necessário para ter o físico e também não querem ficar estereotipados. É uma mentalidade completamente diferente, os anos 80 e 90 foram muito físicos, esta geração é mais intelectual, técnica.’


Goleiro de Pelé


Lembrando do passado, o ator comentou sua atuação ao lado de Pelé, em ‘Fuga para a Vitória’ (1981), no qual fazem jogadores de futebol prisioneiros na Segunda Guerra.


‘Pelé me mostrou quão difícil o futebol é. Eu era o goleiro e ele cobrou alguns pênaltis, usamos bolas da Segunda Guerra, muito pesadas. Teve um chute dele em que a bola bateu no meu braço, foi tão forte que eu achei que tinha quebrado.’


Sobre a atuação do Rei, uma ponta de ironia. ‘Achei ele ok como ator. Tudo que ele precisou fazer foi agir como um jogador de futebol, e me pareceu convincente no papel.’


Mais do mesmo


Com a carreira revigorada, Stallone voltou a fazer planos de longo prazo e diz que pretende se dedicar à direção.


‘Há um ponto em que você começa a se repetir como ator. É muito difícil criar algo novo quando você já faz aquilo há muito tempo’, diz.


Antes de se tornar exclusivamente diretor, no entanto, ele assinou contrato para atuar em pelo menos mais dois filmes -e, dada a dificuldade de criar ‘algo novo’, vai apelar para os velhos papéis de sempre.


‘Comprei os direitos do livro ‘The Lion’s Game’, de Nelson DeMille [sobre um policial contra um terrorista], e há um roteiro sendo feito. Também há outro roteiro sobre um ex-motoqueiro do Hell’s Angels, que sai da prisão, além da idéia de refazer ‘Desejo de Matar’.’’


 


HQ
Marco Aurélio Canônico


Warren Ellis lança HQ gratuita on-line


‘‘Há 23 anos, 12 crianças estranhas nasceram na Inglaterra no mesmo exato momento. Há seis anos, o mundo acabou. Esta é a história do que aconteceu depois.’


É com essa introdução -e uma imagem do palácio de Westminster, com seu célebre Big Ben, quase totalmente submerso pelas águas do Tâmisa- que o britânico Warren Ellis dá início à saga de ‘Freak Angels’, sua nova HQ on-line gratuita.


A ficção futurística de Ellis, com arte de Paul Duffield, começou a ser publicada no último dia 15, no site www.freak angels.com, e ganha um capítulo por semana -sua duração é indeterminada, segundo o próprio autor.


‘É uma história com final aberto. Nunca fiz quadrinhos semanais, diferentemente de muitos de meus colegas britânicos, então isso é divertido para mim. Já temos um monte de páginas prontas’, disse Ellis em seu site.


Até agora, já estão na rede três episódios, cada um com seis páginas, a maioria delas dividida em quatro quadros (algumas em dois).


A história -que remete ao livro/filme ‘A Cidade dos Amaldiçoados’, segundo Ellis- fala deste sexteto de jovens telepatas nascidos simultaneamente, os tais ‘freak angels’ (que têm jaqueta e tudo, remetendo aos motoqueiros Hell’s Angels).


Os leitores já foram apresentados a três dos ‘anjos bizarros’: a decidida e esperta KK, o calmo e racional Connor e o isolado Karl, insatisfeito com os demais membros.


Também já foram mencionados Mark (a ovelha desgarrada do grupo, que cometeu um assassinato que dispara a trama) e Sirkka -falta conhecer um.


A trama (até agora) se passa numa Londres pós-apocalíptica, quase toda submersa pelas águas do rio Tâmisa, e Ellis já deu pistas de que os angels têm culpa no fim do mundo.


Estrela britânica


Warren Ellis é um dos mais badalados autores britânicos recentes -sua carreira começou nos anos 1990, trabalhando para a Marvel, depois para a DC e seus subselos.


Ellis já teve diversos de seus trabalhos publicados no Brasil (‘Hellblazer’, ‘The Authority’, ‘Planetary’), com destaque para sua melhor (e mais longa) obra, ‘Transmetropolitan’, que conta as aventuras do jornalista gonzo Spider Jerusalem, uma espécie de Hunter S. Thompson futurista, de uma América distópica.


Suas obras -e ‘Freak Angels’ é mais uma prova- são marcadas pela linguagem coloquial (e cheia de palavrões) e pela observação sociocultural, crítica e irônica.


A HQ on-line é toda escrita em inglês e recomendada para maiores de 16 anos (tem palavrões, sexo e violência).’


 


 


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O Estado de S. Paulo


Segunda-feira, 3 de março de 2008


TV PÚBLICA
O Estado de S. Paulo


TV Brasil na pauta de votação do Senado


‘Já está na pauta de votação do Senado a medida provisória que propõe a criação da TV Brasil. A emissora pública está em funcionamento desde a 2 de dezembro, utilizando as estruturas da Radiobrás e das TVs Educativas do Rio e do Maranhão. A MP já foi aprovada na Câmara. A TV pública será vinculada à Secretaria de Comunicação Social da Presidência.’


 


MÚSICA ONLINE
Renato Cruz


Gravadora agora oferece álbuns de música grátis pela internet


‘A internet criou um problema difícil de ser superado pela indústria do disco. Os sistemas de troca de arquivos causam um declínio acelerado nas vendas de CDs e DVDs de música, que nem o comércio crescente de canções digitais consegue compensar. Nesse ambiente, as empresas testam novos modelos de negócio. No mês que vem, a gravadora Trama planeja lançar seu primeiro álbum virtual, gratuito para o ouvinte e sustentado por publicidade.


No ano passado, a empresa lançou o download remunerado em seu site TramaVirtual. Nesse modelo, os artistas que colocam suas músicas digitais no site recebem uma participação na publicidade, que varia conforme o total de músicas que foram baixadas. ‘A gente começou a observar que as bandas estavam colocando o disco inteiro no download remunerado’, afirma João Marcello Bôscoli, presidente da Trama. ‘Mas 12 músicas colocadas assim não são um álbum inteiro.’


Segundo Bôscoli, para virar álbum inteiro, faltam a seqüência das músicas e a direção de arte. ‘O álbum virtual é um arquivo que vem com dados, áudio e imagem’, explica o músico e produtor, filho de Elis Regina e Ronaldo Bôscoli. O álbum virtual será sustentado por anúncios e, por um tempo determinado, oferecido de graça na internet, sem limite de download.


‘Durante aquele período, o artista já está protegido nos seus direitos autorais, com um dinheiro que recebeu antecipadamente’, afirma Bôscoli. ‘Por exemplo, a gente tem um acordo com uma banda nova e vai pagar entre R$ 12 mil e R$ 15 mil para ter o direito sobre o álbum dela durante três meses.’ O anúncio do patrocinador vai aparecer na base do hotsite do álbum virtual e, a cada download, o internauta vai ver uma mensagem do patrocinador e outra do artista. O pacote deve custar ao anunciante a partir de R$ 200 mil, no caso de uma banda iniciante, com direito a um show de lançamento e divulgação do álbum.


A Trama não identificou, fora do Brasil, nenhuma gravadora que tenha adotado um modelo parecido. O álbum virtual pode ser visto como uma das iniciativas da indústria da música para escapar da crise criada pela internet. Os números oficiais de 2007 do mercado brasileiro do disco ainda não foram divulgados, mas o faturamento deve ter ficado em cerca de um terço do que era em 2000, apesar do crescimento de 185% no ano das compras de música digital via internet e celular.


No lugar de montar serviços próprios, as grandes gravadoras têm usado os portais de internet e as operadoras de telefonia como canais de venda de música digital. O UOL Megastore vende canções digitais, por download. No Sonora, do Terra, o internauta paga uma mensalidade, ouve álbuns inteiros e cria rádios personalizadas. Na loja virtual da TIM, os clientes da operadora podem baixar músicas completas e pagar somente pelo tráfego de dados feito no download. O celular respondeu por 76% das vendas de música digital em 2007.


AUDIÊNCIA JOVEM


O primeiro álbum virtual da Trama será a versão ao vivo de Danç-êh-sá, de Tom Zé. ‘A internet é uma pescaria que não tem anzol sob medida’, disse o músico, em entrevista por telefone. ‘O João Marcello sempre acreditou que não se podia castrar a liberdade da internet, e que a empresa precisava se adaptar. Realmente eu me sinto alegre.’


Tom Zé, de 72 anos, tem uma audiência jovem. ‘Meu público mais velho é o universitário’, afirma. Seus fãs são justamente aqueles que estão parando mais rápido de comprar CDs. O próprio Tom Zé disse que quase não escuta música popular. ‘Todos os rádios lá de casa ficam na Cultura FM (que toca música clássica).’


Ele tem uma explicação interessante para isso: ‘Não ouço música popular porque sou invejoso. Os artistas que tocam no rádio me venceram, porque eu não toco ali. Eu morro de inveja, vira trabalho, sofrimento.’ Apesar disso, ele diz que gosta de artistas novos, como Mallu Magalhães, que tem 15 anos e fez sucesso no MySpace.


Tom Zé não baixa músicas da internet, mas pede para sua mulher, Neusa Martins, ou para a assistente de produção, Tânia Lopes, baixar para ele. ‘Eu aprendi agora a passar e-mail’, diz o músico. ‘Eu ouvi a música da Mallu e fiquei muito contente. Fiquei fã da Mallu.’’


 


O Estado de S. Paulo


‘Sempre tem alguém que paga a conta’


‘‘Quando eu quero falar de música, eu saio com meus sócios, que são banqueiros’, diz João Marcello Bôscoli, presidente da Trama. ‘Porque, com os artistas, eu só consigo falar de dinheiro.’ Seus sócios são Cláudio e André Szajman, do Grupo VR. Segundo Bôscoli, já chegou o momento em que não compensa mais fabricar CDs. Ele não revelou o valor do faturamento da empresa, mas disse que somente 18% vêm hoje da venda de CDs e DVDs de música. Em 2005, eram 40%. A maior parte das receitas vêm de atividades como a editora musical, música para videogame, agenciamento de artistas e programas de rádio e televisão.


Ele garantiu que a Trama, criada há nove anos, é lucrativa. ‘No ano passado, a gente fez a virada de chave’, diz. ‘Agora, estamos com lucro porque não temos mais um grande passivo, que era a máquina de distribuição e venda de discos físicos.’ Em 2007, a empresa terceirizou essas atividades para a Sony DADC, fabricante de discos do grupo japonês.


O projeto da Trama se enquadra de alguma forma na teoria de Chris Anderson, editor da revista americana Wired e autor do best-seller A Cauda Longa, e que prepara um livro chamado Free (Grátis), sobre os modelos de negócio para oferecer produtos e serviços sem cobrar do consumidor. ‘Estou de saco cheio do Chris Anderson’, diz Bôscoli. ‘O que ele está descobrindo? O mecenato? O mecenato tem um trilhão de anos. Nada é novo nessa visão de internet. O que a gente descobriu agora? Que as pessoas gostam de ganhar coisas de graça, que os artistas gostam de dinheiro e que existe o mecenato. O que viabilizou o Bach? Foi a igreja. O que viabilizou o jazz nos EUA? Foi a Nabisco. A Nabisco fez o primeiro programa de jazz no país. Sempre tem alguém que paga a conta.’


A Sony DADC foi criada há quatro anos. Quando houve a fusão entre as gravadoras Sony e BMG, o braço industrial da empresa foi separado, dando origem à DADC. Com a transição do mercado para o digital, a empresa tem procurado oferecer mais serviços às gravadoras, além da fabricação dos discos.


Ela faz a distribuição dos CDs e DVDs para 25 clientes no Brasil. Ela tem mais dois clientes, além da Trama, para quem cuida também da comercialização. ‘Como surgimos da extinta Sony Music, já temos um relacionamento com as redes varejistas’, explicou Rodrigo Altieri, gerente de Novos Negócios da Sony DADC.


A Sony DADC também oferece distribuição de conteúdo digital para seus clientes. ‘Nós armazenamos o conteúdo categorizado por artistas, discos e faixas’, disse Altieri. ‘Quando a gravadora fecha um acordo com um distribuidor, como o iTunes, convertemos o arquivo para o formato do distribuidor e entregamos.’ Ainda não existem contratos no Brasil, mas fora do País, a divisão já responde por 20% do faturamento.


FRASES


João Marcelo Bôscoli


presidente da Trama


‘Estou de saco cheio do Chris Anderson (editor da revista Wired). O que ele está descobrindo? O mecenato? O mecenato tem um trilhão de anos. Nada é novo nessa visão de internet.’’


 


Apple é 2ª maior varejista de música dos EUA


‘O iTunes, loja de música digital da Apple, ultrapassou a Best Buy e a Target e se transformou no segundo maior varejista de música dos Estados Unidos, atrás do Wal-Mart, segundo a empresa de pesquisa NPD Group. O iTunes tem mais de 50 milhões de clientes, e já vendeu mais de 4 bilhões de músicas.


Em 2007, as vendas legais de música por download ficaram com 10% do mercado total nos Estados Unidos, mas o aumento não foi suficiente para compensar a queda nas vendas de CDs.


Cerca de 1 milhão de consumidores pararam de comprar CDs em 2007, segundo a NPD. A perda de clientes foi maior entre os jovens: 48% dos adolescentes americanos não compraram um único CD em 2007, comparados a 38% no ano anterior.


O volume de música comprada no país aumentou 6% no ano, mas o faturamento da indústria caiu, refletindo o declínio do mercado de discos físicos. Os gastos do consumidor caíram 10%, por causa dos resultados ruins nas vendas de CDs, recuando de US$ 44 por pessoa para US$ 40 entre usuários de internet.


No mundo, as vendas de música digital cresceram cerca de 40% no ano passado, segundo a IFPI, associação internacional que reúne as gravadoras. O crescimento, no entanto, não foi suficiente para compensar a queda de cerca de 10% nas vendas de CDs no ano passado.


As vendas de discos caíram 15% nos Estados Unidos e 10% na Grã-Bretanha no ano passado. Segundo a IFPI, dezenas de bilhões de faixas ilegais foram trocadas na internet em 2007. A estimativa é que foi vendida uma música legal para cada 20 pirateadas.


As vendas globais de música digital ficaram em cerca de US$ 2,9 bilhões no ano passado, enquanto a venda de faixas individuais, o formato mais popular da música digital, cresceu 53%. As vendas digitais correspondem a cerca de 15% do mercado mundial de música, comparadas a 11% em 2006 e zero em 2003. Nos EUA, as vendas pela internet e pelo celular respondem por 30% de todo o faturamento.’


 


TELEVISÃO
Julia Contier


Globo em Portugal


‘Em três meses de existência, a TV Globo Portugal, parceria entre a Globo e a operadora TV Cabo, conquistou cerca de 20 mil assinantes. Apesar de a Globo Internacional estar presente em 110 países, com esse número, Portugal fica entre os cinco principais mercados em que a Globo atua – ao lado de Angola, EUA, Japão e México.


O lançamento da TV Globo Portugal foi em outubro de 2007 com uma festa em Lisboa, que reuniu Thiago Lacerda, Déborah Secco e Serginho Groisman. Essa foi uma das principais iniciativas da emissora internacional no ano passado.


Com uma programação que mistura atrações da TV Globo, GNT, Multishow, Globo News e Futura, o canal é focado em entretenimento, informação e esportes.


O BBB8 está sendo transmitido ao vivo para Portugal – esta é a primeira vez que o reality brasileiro é exibido em outros países. Os programas favoritos do público são os de entrevistas como Jô, Marília Gabriela Entrevista, Estrelas e Altas Horas , já que os artistas da Globo são muito conhecidos pelas novelas.


Na grade, também há minisséries, humorísticos, shows, infantis, documentários e noticiários.’


 


 


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