Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O Estado de S. Paulo

‘Em um embaraçoso erro de primeira página, o jornal The New York Post anunciou ontem ‘com exclusividade’ que John Kerry havia escolhido Richard Gephardt como seu vice na campanha pela Casa Branca. A edição foi às bancas antes de Kerry anunciar John Edwards como seu companheiro de chapa, mas a notícia não estava assinada por nenhum repórter. Em 1948, o Chicago Daily Tribune entrou para a história ao dar em manchete que Thomas Dewey havia derrotado Harry Truman na eleição presidencial. Foi o contrário.’



O Globo

‘Kerry e Edwards juntos para a mídia’, copyright O Globo, 8/7/04

‘WASHINGTON. O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, John Kerry, apareceu em público ontem pela primeira vez ao lado de John Edwards, depois do anúncio de que o senador sulista será seu candidato a vice-presidente. Os dois falaram brevemente e posaram estrategicamente para fotos ao lado de suas esposas e seus filhos, na bela propriedade da família da mulher de Kerry, na Pensilvânia. A aparição aconteceu no mesmo dia em que uma pesquisa divulgada pelo Instituto Gallup indica que 64% eleitores aprovaram a indicação do vice de Kerry.

A presença do casal de filhos ainda pequenos de Edwards deu um ar especialmente descontraído ao ambiente cuidadosamente planejado para refletir harmonia e entrosamento entre os dois políticos, que foram rivais na disputa pela indicação democrata à corrida presidencial. Os dois foram apresentados pelo ex-astronauta e senador John Glenn

— John Edwards e sua família representam uma vida de luta para dar esperança e chance ao povo, abrindo portas e melhorando as coisas para as pessoas necessitadas, ajudando na luta por um país mais justo — disse Kerry.

Esta semana, antes do anúncio da chapa, Kerry se disse ‘muito entusiasmado’ com a possibilidade de trabalhar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e considerou o mexicano Vicente Fox um dos governantes mais respeitáveis da América Latina.

A aparição da dupla provocou reações na Casa Branca. O presidente George W. Bush tentou reduzir o impacto da escolha de John Edwards e pôs em dúvida a capacidade de Edwards para governar. Perguntaram-lhe sobre o fato de o candidato a vice na chama democrata, com sua jovialidade e energia, representar o extremo oposto do vice-presidente Dick Cheney

— Dick Cheney pode ser presidente — respondeu o presidente Bush, numa clara referência à inexperiência de Edwards.

Ainda ontem, Bush viajou à Carolina do Norte, estado pelo qual Edwards foi eleito, onde tentou ressaltar o que os republicanos tentam tornar o calcanhar de Aquiles do senador sulista: sua inexperiência.

— O povo da Carolina do Norte me conhece bem. Eu me saí bem aqui e vou me sair bem de novo — disse Bush.

A maioria dos americanos, porém, parece discordar desta noção. Segundo pesquisa do Gallup, que ouviu 533 eleitores, 64% aprovaram a indicação e 57% disseram que Edwards está qualificado para ser presidente.’



O PODEROSO MURDOCH

O Globo


‘‘Guardian’: Murdoch, da News Corp., é o mais poderoso da mídia britânica’, copyright O Globo, 13/07/04


‘O bilionário Rupert Murdoch, dono do império de mídia News Corp., é o homem mais poderoso da mídia britânica, segundo o site MediaGuardian.co.uk, do jornal ‘The Guardian’, divulgada ontem. A lista leva em conta o poder econômico, político e cultural dos executivos de mídia. Murdoch tem quatro jornais na Grã-Bretanha, incluindo ‘The Times’ e ‘The Sun’, com mais de 20 milhões de leitores por semana, e a News Corp. tem participação de 35,4% na rede de televisão por satélite Sky, com sete milhões de assinantes.


Murdoch também ficou na liderança dos setores de TV e jornais. E seu filho, James Murdoch, diretor-executivo da BSkyB (o braço britânico da Sky), entrou na lista este ano, direto na 12 posição, garantindo que o bilionário tenha um herdeiro na lista dos poderosos.


O MediaGuardian lembrou a influência dos jornais de Murdoch – australiano naturalizado americano – nas eleições locais, no mês passado.


Editor do ‘Sun’, jornal de Murdoch, fica em oitavo


Ano passado, Murdoch havia perdido o posto para Greg Dyke, na época diretor da rede de televisão estatal BBC, que este ano despencou para o 89 lugar.


O segundo lugar este ano ficou com um novato na lista, o presidente da BBC, Michael Grade – uma ascensão meteórica. Ele assumiu o posto em abril, substituindo Gavyn Davies, que renunciou no começo deste ano após o Inquérito Hutton, que investigou o papel da BBC no suicídio do especialista em armas David Kelly. Dyke deixou seu cargo na mesma ocasião.


Outro vitorioso foi o editor político do ‘Sun’, Trevor Kavanagh, que passou do 56 lugar em 2003 para o oitavo este ano. Segundo o MediaGuardian, as eleições gerais britânicas, ano que vem, darão força aos jornais. Neste quadro, Kavanagh surge como a voz dos eurocéticos – que não querem que a Grã-Bretanha adote o euro – e Alan Rusbridger (22 lugar), editor do ‘Guardian’, como a da esquerda.


Na área de publicidade, o mais poderoso é Martin Sorrell, diretor-executivo do grupo WPP, que controla Ogilvy e J. Walter Thompson, entre outras. Na listagem geral, Sorrell ficou em nono lugar.’



EUA SEM LEITURA
Folha de S. Paulo

‘Cai leitura de jornais entre jovens nos EUA’, copyright Folha de S. Paulo, 11/7/04

‘Estudo publicado pela ‘Nieman Reports’, da Universidade Harvard, traz dados alarmantes sobre o declínio da leitura de jornais entre os jovens nos EUA. Segundo John K. Hartman, professor de jornalismo na Universidade Central de Michigan e autor do artigo, em 2000 apenas 16% dos jovens entre 18 e 29 anos liam diários, contra 20%-25% dez anos atrás. E aqueles que o fazem gastam menos tempo com a leitura. Cerca de 60% dos jovens também disseram que a internet informa melhor que a mídia impressa.’



ITÁLIA
Jornal do Brasil

‘Filhos de Berlusconi envolvidos em crimes’, copyright Jornal do Brasil, 8/7/04

‘Piersilvio e Marina Berlusconi, filhos do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, estão sendo investigados sob suspeita de lavagem de dinheiro, segundo autoridades judiciais.

O próprio Berlusconi também já está sob investigação em um inquérito, iniciado em 2001, que apura suspeitas de fraude em acordos firmados em meados de 1990 entre a Mediaset, emissora de TV da família, e uma empresa americana. Promotores de Milão estão investigando Berlusconi por indícios de enriquecimento ilícito, fraude contábil e fraude fiscal.

A investigação se concentra na compra de direitos de filmes americanos para TV por parte da Mediaset, usando para isso duas empresas em paraíso fiscal. Os investigadores suspeitam que os custos foram inflados em cerca de US$ 170 milhões.

Piersilvio é vice-presidente do grupo Mediaset, e Marina é vice-presidente do Fininvest, a holding que controla a emissora.

A Mediaset considera as novas acusações ‘absurdas’, afirmando que Piersilvio e Marina Berlusconi – que ainda não receberam qualquer notificação oficial – não tinham cargos de responsabilidade no grupo na década passada.’



O Globo

‘Filhos de Silvio Berlusconi são processados’, copyright O Globo, 8/7/04

‘ROMA. Os filhos do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, estão sendo investigados por lavagem de dinheiro. Integrantes do Ministério Público italiano disseram ontem que Piersilvio e Marina Berlusconi estão entre os investigados no processo que verifica possíveis irregularidades na negociação de direitos de programas de TV na década de 1990. O premier também faz parte do processo.

Berlusconi é acusado de apropriação indébita, falsa contabilidade e fraude fiscal no processo de compra, por parte de sua empresa Mediaset, de direitos sobre filmes americanos em 1994 e 1995 através de empresas localizadas em paraísos fiscais. Agora, a segunda geração da família é suspeita de lavagem de dinheiro na mesma operação.

Além dos problemas na justiça, o primeiro-ministro enfrenta um agravamento na crise dentro da coalizão que sustenta o governo. Para resolver as discordâncias com os partidos aliados, Berlusconi anunciou ontem uma ‘reunião sem limites’, que só se encerrará quando todos as diferenças forem resolvidas. Segundo ele, o encontro, domingo, não tem hora para acabar.

Os aliados exigiram recentemente a saída do ex-ministro da Economia Giulio Tremonti do governo e conseguiram. Mas a crise não acabou e ganhou um agravante ontem, após a agência de classificação de riscos Standart and Poor’s rebaixar a avaliação da dívida pública do país, na primeira vez que isto ocorre na zona do euro.’