‘Os diretores de Redação do Estado, Sandro Vaia, e da Folha de S.Paulo, Otavio Frias Filho, encaminharam, na sexta-feira, correspondência conjunta ao presidente da Esso Brasileira de Petróleo Ltda., Carlos Noack, e ao diretor da RP Consultoria de Comunicação, Ruy Portilho, responsáveis pelo Prêmio Esso de Jornalismo.
Os principais trechos da carta: ‘(…) Com desalento, constatamos que o Prêmio Esso, considerado referência no jornalismo impresso brasileiro, tem passado ao largo de rico e oportuno debate. Sua estrutura conspira contra a análise do mérito jornalístico dos trabalhos. A composição do corpo de jurados não é representativa do mercado editorial e tende a favorecer determinados grupos de mídia.
Com a preocupação primeira de buscar a qualidade jornalística, a Folha de S.Paulo e o O Estado de S. Paulo manifestam sua inconformidade com os atuais processos de funcionamento do prêmio e sugerem a discussão de mudanças substantivas(…).’
ESSO RESPONDE
Em resposta, por e-mail, Ruy Portilho diz, em determinado trecho: ‘Ao longo de sua história, o prêmio tem passado por diversas mutações na sistemática de julgamento, sempre com o objetivo de aprimorar as condições oferecidas aos jurados. Existem descontentamentos? Sim, é claro, unanimidade é difícil de se obter no julgamento de trabalhos jornalísticos onde critérios técnicos são examinados em conjunto com apreciações de natureza mais subjetiva.
Para que não se acuse o Prêmio Esso de imobilismo, além dos aperfeiçoamentos no sistema de votação, citamos ainda dois exemplos de medidas tomadas este ano para garantir uma melhor apreciação dos trabalhos. A primeira delas foi a digitalização de todos os textos inscritos, disponibilizados aos jurados na internet cerca de 30 dias antes das reuniões de Seleção. Outra foi a elevação de cinco para sete do número de membros da Comissão de Premiação.
Espero que as explicações acima contribuam para o correto entendimento da sistemática de apreciação dos trabalhos, a qual está longe de pretender favorecer qualquer grupo de mídia. Se dúvidas persistirem ou sugestões de aperfeiçoamento forem apresentadas, serão examinadas, sempre dentro do princípio da pluralidade de pensamento, respeito às diferenças culturais das publicações e da ampla manifestação dos interessados.’
A entrega do 49.º Prêmio Esso ocorre esta noite, no Rio.’
Folha de S. Paulo
‘Folha e ‘Estado’ questionam critério jornalístico utilizado no Prêmio Esso’, copyright Folha de S. Paulo, 14/12/04
‘Os diretores de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, e de ‘O Estado de S.Paulo’, Sandro Vaia, enviaram na sexta-feira uma carta à empresa Esso Brasileira de Petróleo e à RP Consultoria em Comunicação, responsáveis pela organização do Prêmio Esso de Jornalismo, em que criticam a composição do corpo de jurados e afirmam que sua ‘estrutura atual conspira contra a análise do mérito jornalístico dos trabalhos’ que concorrem pela premiação.
Os jornais observam que, confrontado pela competição entre várias plataformas noticiosas, o consumidor tornou-se mais exigente e crítico em relação à mídia. Contudo, o Prêmio Esso, que em 2005 completará 50 anos, ‘tem passado ao largo desse rico e oportuno debate’, pois ‘a composição do corpo de jurados não é representativa do mercado editorial do país e tende a favorecer determinados grupos de mídia’.
Com a preocupação de buscar a qualidade jornalística, a Folha e o ‘Estado’ manifestam ‘sua inconformidade com os atuais processos de funcionamento do prêmio e sugerem a discussão de mudanças substantivas para que a premiação recupere o grau de excelência que imaginamos seja também o objetivo da companhia’.
O diretor da RP Consultoria, Ruy Portilho, respondeu ontem que o Prêmio Esso vem alterando sua sistemática de julgamento, tendo separado a comissão de seleção da comissão de premiação. Ele declarou ainda que, ‘se dúvidas persistirem ou sugestões de aperfeiçoamento forem apresentadas’, elas serão examinadas com vistas ao seu esclarecimento e acolhimento.’
FSP
CONTESTADAPainel do Leitor, Folha de S. Paulo
‘Cartas de leitores’, copyright Folha de S. Paulo,
’12/12/04
Saúde 2
‘É com consternação e indignação que venho me pronunciar a respeito da reportagem ‘Prefeitura agora reduz verba de hospitais’ (Cotidiano, 8/12), que trata da situação financeira das autarquias hospitalares deste município e do modelo de gestão atual. Induz o leitor a entender que tenha sido pautada nas falas dos assim identificados ‘superintendentes e demais diretores de hospitais’. Sou uma das superintendentes e em nenhum momento fui solicitada a emitir declarações sobre esse ou qualquer outro assunto. Questiono se a jornalista quiçá tenha consultado alguém! Falsidade ideológica? Reportagem pautada em texto apócrifo? Onde está a ética e a responsabilidade deste renomado jornal? Não assino essa reportagem e não concordo com o teor do texto referente a esse modelo de gestão atual. Ao cabo de quase três anos no cargo à frente da autarquia de Campo Limpo, estou certa de que esse modelo de gestão público é eficaz e parabenizo a prefeita pela iniciativa. Para aqueles que são leigos no assunto, esclareço que o modelo autárquico confere autonomia administrativa e financeira no que tange à execução orçamentária e à implementação de políticas locais. Os limites, como não poderia deixar de ser, estão dados pelo arcabouço legal que rege o setor público e as políticas de governo e do SUS. Ficaria satisfeita se o jornal emitisse nota desfazendo esse ‘mal-entendido’ -coloquemos assim-, o que me faria crer novamente na sua idoneidade e não duvidar da qualidade das notícias por ele divulgadas.’ Susana R. L. Barrios, superintendente da autarquia hospitalar municipal regional do Campo Limpo (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Fabiane Leite – A reportagem reproduz declaração gravada e autorizada do superintendente da autarquia central sobre atrasos nos pagamentos e baseia-se principalmente em informações oficiais do Sistema de Execução Orçamentária. Superintendentes que não quiseram ter a identidade revelada também confirmaram o fato. Hoje há cinco autarquias na cidade de São Paulo.’
11/12/04
Banco Santos
‘Em relação à reportagem ‘Polícia sabe há mais de um ano de remessas do Santos’ (Dinheiro, 6/12), assinada pelo repórter Mario Cesar Carvalho, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça esclarece que, no trecho em que o texto informa que o juiz não teria apreciado o pedido -’não respondeu nem sim nem não’ (sic)-, o juiz não poderia tê-lo feito porque o inquérito não havia sido submetido à sua apreciação. A representação do delegado de polícia foi encaminhada diretamente ao cartório do Dipo e daí ao Ministério Público, que se manifestou pela concessão de prazo maior para as investigações. O cartório, nos termos da ordem de serviço 02/03, baixada pela juíza-corregedora do Dipo, remeteu o inquérito àquela autoridade policial, que, por sua vez, não insistiu no pedido de busca e apreensão. No tocante à remessa dos autos à Justiça Federal, a medida não era cabível, pois se tratava de investigação em fase inicial, pendente de medida cautelar, sendo até então duvidosa a competência. Os esclarecimentos acima foram prestados a esta assessoria no mesmo dia em que o repórter procurou o juiz, que está impedido de se manifestar nos feitos em andamento nos termos de lei federal.’ Simone Fuzatti, assessora de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)
Resposta do jornalista Mario Cesar Carvalho – O inquérito não foi remetido ao juiz por falha do cartório.’