‘A mídia inglesa reagiu com indignação às críticas à culinária britânica feitas pelo presidente francês, Jacques Chirac. ‘Um homem cheio de amargura como Chirac não é digno de falar sobre comida’, disparou The Guardian. Para o Daily Mail, ‘as piadas de mau gosto de Chirac põem relações entre Reino Unido e França num congelador’. Já o primeiro-ministro Tony Blair não quis comentar o caso. Numa reunião informal no fim de semana com o presidente russo, Vladimir Putin, e o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, Chirac classificou a cozinha britânica como uma das piores da Europa.’
FLIP
O Estado de S. Paulo
‘Rushdie, livre em Paraty’, copyright O Estado de S. Paulo, 6/7/05
‘A programação oficial da Flip não será apenas o único atrativo literário em Paraty. Como aconteceu no ano passado, eventos paralelos pretendem chamar atenção, oferecendo cardápios semelhantes. A poesia, por exemplo, vai ser destaque no Teatro espaço, palco de discussões cujo tema será Tradição e Modernidade – Vínculos.
Os eventos começam amanhã, às 20h30, com a reunião dos poetas Afonso Henriques Neto, Carlito Azevedo, Chacal, Claudia Roquette Pinto e Sergio Cohn. Eles vão conversar sob a mediação de Heloisa Buarque de Holanda. Serão discutidos quatro momentos da história da poesia ocidental: as origens, com a epopéia homérica; o nascimento da poesia lírico-amorosa, com Safo de Lesbos; o início da tradição de uma poesia de consciência mais política, com Calímaco, Propércio e Catulo; a poesia provençal. Todos esses momentos terão seu rebatimento na modernidade, quando serão citados, entre outros, François Villon, Camões, Alphonsus de Guimaraens, T.S. Eliot, Jorge de Lima, Carlos Drummond de Andrade, Vinicius de Moraes, Allen Ginsberg, Rodolfo Hinostroza, Bob Dylan, Ernesto Cardenal, Shakespeare, John Lennon e Caetano Veloso.
Em seguida, às 22h30, terá início o Cabaré Literário, que promete ser divertido. Trata-se de uma programação para novos poetas: inscritos previamente, dez deles terão três minutos cada um para ler sua poesia. Tudo com acompanhamento musical ao vivo e a apresentação de um mestre-de-cerimônias. Como em um programa de calouros, os candidatos serão avaliados tanto por um júri formado pelos poetas convidados como por um popular. Os preferidos serão devidamente premiados.
No dia seguinte, a partir das 15 horas, começa um workshop ministrado por Afonso Henriques Neto. E, às 22 horas, tem início o Varal Poético, que é uma noite de autógrafos com participação de vários poetas, ocupando toda a quadra da rua.
Também na sexta-feira, a Edições K, pequena editora que busca seu espaço, aproveita para lançar seus primeiros livros: O Som de Nada Acontecendo, contos de Estevão Azevedo, e a poesia de Wladimir Cazé (Microafetos) e André Setti (Teatro das Horas). O evento começa às 18h30, na Praça da Matriz de Paraty, e cada livro será vendido a R$ 15.
No sábado, último dia das atividades off-Flip, ocorre um novo Varal Poético, novamente a partir das 22 horas.’
Folha de S. Paulo
‘Folha faz sabatina com Rushdie na próxima segunda’, copyright Folha de S. Paulo, 6/7/05
‘Salman Rushdie será o próximo entrevistado na série de sabatinas que a Folha promove ao longo do ano. O evento será na próxima segunda-feira, dia 11, às 15h.
Os sabatinadores do escritor serão Sérgio Dávila, repórter especial da Folha, Carlos Heitor Cony e Nelson Ascher, colunistas da Folha, e o sociólogo Emir Sader. Durante duas horas, Rushdie deve falar sobre islamismo, literatura e perseguição política, respondendo a perguntas feitas pelo grupo de entrevistadores e pela platéia.
A sabatina será no Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618, piso 2, Consolação), em São Paulo. O evento é gratuito e aberto à participação dos assinantes da Folha.
Os interessados em assistir à entrevista podem se inscrever pelo telefone 0/xx/11/3224-3473, de segunda a sexta, das 11h às 12h30 e das 14h às 18h, ou pelo e-mail eventofolha@folhasp.com.br.
É preciso informar o nome completo, o RG, o telefone e o código de assinante. As vagas são limitadas.’
CRÔNICA DA BOEMIA
O Globo
‘O cronista das noites dos anos dourados do Rio’, copyright O Globo, 6/7/05
‘Tom Jobim, João Gilberto e Johnny Alf (à época, apenas John Alf) eram estrelas das noites do Rio nos anos 50. Na sua coluna no GLOBO, Mesa de Pista, Antônio Maria fez a crônica da boemia carioca e seus personagens
Numa de suas letras mais famosas, o pernambucano Antônio Maria (1921-1964) dizia: ‘Ninguém me ama, ninguém me quer’. Mas poetar sobre a dor-de-cotovelo era apenas um dos lados do genial cronista e jornalista. Outro, boêmio e bem-humorado, ele expôs de 1954 a 1959 em sua coluna quase diária no GLOBO: a Mesa de Pista. Nela, Maria registrou a efervescente noite nas boates cariocas, o endereço da melhor música brasileira da época. Com um legítimo scotch na mão e uma caneta na outra, ele registrou os anos dourados do Rio ao seu jeito, sempre à meia-luz. A seguir, trechos de suas colunas:
CONVERSAS POR AÍ
Aflição nacional: o dólar a 150 cruzeiros! ? Conversa-se muito sobre biriba. Agora, estão em moda os campeonatos de biriba. Cada campeonato dura três dias e noites sem parar ? Outro assunto que começa a empolgar: a solução do trânsito carioca. O Rio está intrafegável. Continuo achando que o urbanista Lúcio Costa poderia ser chamado a colaborar ? Sobre a falta de água, a última novidade é a seca da Gávea. Meu caro prefeito, em nome de uma família já sem telefone, peço-lhe que deixe em paz a água da Rua Marquês de São Vicente. Nós já somos tão longe de tudo, por que não conceder-nos o direito sagrado do banho? (22/5/1958)
NOTAS DA NOITE
Dolores Duran está cantando um bom repertório francês. Fomos vê-la no Baccarat ? Linda Batista assinou contrato com uma boate de São Paulo. Às vésperas de embarcar foi convidada pelo Au Bon Gourmet. Ficou para a volta ? Norminha Bengell levando gente para vê-la e ouvi-la, no 936 ? Outra casa repleta foi o Drink (disseram-me), onde Djalma Ferreira tem dois sambas novos para mostrar ? E por hoje, sendo só, o cronista despede-se, saudosamente. Trata-se de um pobre cronista, sem telefone, mesmo assim sempre disposto a vos dizer: ‘Alô!’ (27/5/1958)
SINFONIA EM TEMPO DE SAMBA:
A Continental soltou, enfim, o LP ‘Rio de Janeiro’, de Billy Blanco e Antonio Carlos Jobim. Ambos chamam esse disco de ‘sinfonia popular em tempo de samba’, dividindo-a em partes: ‘Hino ao Sol’, ‘Zona Sul’, ‘Arpoador’, ‘Noites do Rio’, ‘O mar’, ‘O morro’, ‘Descendo o morro’, ‘O samba’ etc. Interpretam: Nora Ney, Jorge Goulart, Emilinha Borba, Elizeth Cardoso, Dick Farney, Lúcio Alves, Dóris Monteiro, Os Cariocas e Jamelão. (9/3/1955)
O MODERNO ALF:
Fomos ver o Bar do Plaza, com John Alf e seu conjunto moderno. A freguesia é a mais jovem do Rio e, em sua maioria, toma Cuba Libre. (15/1/1955)
SOBRE O FREVO:
(…) Uma noite fomos com Orson Welles ao cabaré. Pedimos o ‘Metralhadora pesada’. Welles ouviu com os olhos abertíssimos (sempre fez muito olho, o nosso Welles) e disse que era espantoso. Mas achou que o frevo jamais sairia do Recife. Discordei. O frevo, um dia, sairá pelo mundo. É a única música que levanta o freguês da cadeira. Agora, é preciso encontrar uma maneira de levá-lo ao mundo. Isto é, descobrir um modo de simplificá-lo (mesmo adulterando-o), até torná-lo possível ao gosto e aos nervos do mundo. (7/1/1957)
CONSELHO:
Recomendamos aos donos de bares do Rio o cantor João Gilberto, que está vendendo uma enormidade de discos. Sua voz foi feita para o tipo de bar sossegado, como o Michel e o Scotch. (16/4/1959)’
EGITO
Folha de S. Paulo
‘Egito troca comando de jornais estatais’, copyright Folha de S. Paulo, 5/7/05
‘O governo do Egito nomeou ontem novos editores para ocupar os cargos dos chefes dos jornais estatais, mas analistas e a oposição afirmam que os novos chefes não devem promover uma revolução na mídia do país.
Além disso, a oposição acusa a ala do partido do ditador Hosni Mubarak comandada por seu filho Gamal de haver indicado os nomes dos novos editores.
Os três grandes jornais estatais do Egito -os de maior circulação no país- ‘paparicam’ o presidente, Hosni Mubarak, e a sua mulher, publicam páginas de declarações dos ministérios e da burocracia estatal e ignoram a maioria dos pedidos de reforma política feitos pela oposição.
‘Não existe reforma; a prioridade do governo é a continuidade’, afirmou Mohamed el Sayed Said, do Centro Al Ahram de Estudos Políticos e Estratégicos.
A reforma nos jornais foi anunciada ontem pelo Conselho Shura, o órgão oficial responsável pela imprensa.
Antes do anúncio, houve especulações de que o governo egípcio queria novos editores para produzir publicações que pudessem fazer frente à concorrência da mídia estrangeira, independente e com um forte conteúdo de internet, à qual muitos egípcios têm se acostumado a ler nos últimos anos.
Alguns dos opositores de Mubarak acreditaram até que o governo fosse trazer profissionais de fora do país, com experiência na mídia independente, para mudar a cobertura política. Mas, segundo Said, o governo quer que a mídia continue a serviço da burocracia estatal e que não necessariamente publique notícias ou encoraja o debate.
‘Os [editores] escolhidos não são conhecidos por seu sucesso profissional mas por sua lealdade ao regime’, afirmou Magdy Ahmed Hussein, que administra o jornal islâmico Al Shaab, oficialmente banido.
Novo staff
As trocas na imprensa foram as seguintes: no comando do jornal ‘Al Ahram’, Osama Soraya substitui Ibrahim Nafie; no ‘Al Akhbar’, Mohamed Barakat toma o lugar de Galal Duweidar; e Mohamed Ali Ibrahim sucede Samir Ragab no ‘Al Gomhuria’.
Os EUA pediram ao governo egípcio que fosse concedido o mesmo espaço na mídia a todos os candidatos na primeira eleição presidencial supostamente livre do país, marcada para setembro próximo. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, havia criticado a falta de democracia no país quando de sua visita ao Oriente Médio, no fim do mês passado.
Mas Ayman Nour, candidato da oposição que disputará a Presidência com Hosni Mubarak, afirmou que os nomes dos novos editores foram indicados por uma ala do partido do governo liderada por Gamal Mubarak, filho do presidente egípcio Hosni.
Embora Gamal tenha dito não ser candidato nas eleições de setembro, alguns reformistas e membros da oposição acreditam que ele e seus seguidores pretendem assumir o posto de seu pai.
‘Já não tínhamos muita esperança [de uma cobertura isenta das eleições] e, com essas nomeações, temos menos ainda’, disse Nour, que é líder do partido liberal Ghad (Amanhã).’