‘Proporcionalmente a sua população, Cuba é o país que prendeu mais jornalistas do mundo, indicou um relatório divulgado ontem pelo Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ). No final de 2004, a China – um país com uma população de 1,3 bilhão – tinha 42 jornalistas presos; Cuba, 23; Eritréia, 17; e Mianmá, 11, informou a organização com sede em Nova York. Em seu informe anual, o CPJ disse que até 31 de dezembro de 2004 havia 122 jornalistas presos em 20 países.’
CASO IVANDEL
‘Polícia retoma busca por ossos do jornalista’, copyright Folha de S. Paulo, 2/2/05
‘A polícia de São Paulo reiniciou ontem as buscas pela ossada do jornalista Ivandel Machado Godinho Júnior, 55, seqüestrado em 22 de outubro de 2003, mas já levanta a hipótese de que os seus restos mortais tenham sido totalmente destruídos.
‘Se o corpo foi queimado, a temperatura pode ter calcinado os ossos, reduzindo-os a cinzas’, afirmou o perito Ruggero Bernardo, do IML Oeste, especializado em perícias especiais (corpos em decomposição e ossadas), que participou das buscas de ontem.
Das 11h50 às 17h10, sete policiais, da Delegacia Anti-Seqüestro e do Instituto de Criminalística, fizeram novas escavações no campinho de futebol onde o corpo de Godinho teria sido carbonizado e enterrado, no Capão Redondo (zona sul da capital), em 25 de outubro de 2003.
O delegado Eduardo Camargo Lima, da DAS, disse que as escavações foram interrompidas mais cedo devido à chuva, mas serão retomadas hoje.
‘Como já se passou mais de um ano, a natureza se encarregou de transformar os restos orgânicos em minerais, o que impossibilita a identificação’, disse Bernardo. Foram achados alguns pedaços de ossos -aparentemente de animais- e de pneus, que serão analisados. A polícia já recolheu uma ossada no local em 5 de janeiro, mas um exame de DNA mostrou que os ossos eram de animais.
Por enquanto, o único indício da polícia é o depoimento de três suspeitos, presos em 4 de janeiro. Segundo a polícia, os três confessaram que esquartejaram e queimaram o corpo do jornalista.
O delegado acredita que três suspeitos foragidos possam ajudar a encontrar provas da morte do jornalista. Segundo Lima, é possível que os foragidos tenham voltado ao campinho para recolher os restos do jornalista.’
LÚCIO FLÁVIO EM HARVARD
‘O Jornal Pessoal vai a Harvard’, copyright Folha de S. Paulo, 6/2/05
‘Na tarde de 21 de dezembro, o empresário Ronaldo Maiorana agrediu e ameaçou de morte o jornalista Lúcio Flávio Pinto num restaurante de Belém do Pará. Maiorana é um dos donos e diretor do maior grupo de comunicações da região Norte. Edita o jornal ‘O Liberal’, que publica esta coluna há cerca de dez anos. Lúcio Flávio Pinto, com 55 anos e 39 de profissão, mantém desde 1988 o ‘Jornal Pessoal’, um periódico mensal que lhe vale admiradores, encrencas e inimigos. Maiorana teve uma má idéia e meteu-se numa das grandes encrencas do jornalismo nacional.
O empresário já disse que se arrependeu do espancamento. Segundo ele, foi um ‘ato impensado’. Segundo o auto de corpo de delito, resultou em ‘edema traumático na região zigomática direita’ do jornalista.
O nome de Lúcio Flávio Pinto acaba de ser encaminhado à comissão julgadora do prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade Columbia. Trata-se do mais conhecido prêmio do jornalismo interamericano. Mais: por sugestão do cientista político Biorn Maybury-Lewis (ex-professor da Universidade Federal do Pará), ele foi convidado para uma passagem pela Universidade Harvard. Lá, contaria suas experiências profissionais. A visita será patrocinada pelo Centro David Rockefeller para Estudos Latino-Americanos (onde o signatário passa este semestre). Lúcio Flávio informou que só poderá viajar aos Estados Unidos em abril.
Para que as pessoas interessadas em azucrinar o jornalista saibam a intensidade da frente fria que têm pela frente, foi-lhe dito que poderá vir quando quiser, inclusive no dia em que achar que sua segurança está ameaçada.’