Thursday, 26 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O Estado de S. Paulo

APRENDENDO DIREITINHO
O Estado de S. Paulo

‘Vovô Grau’ estréia no rádio programa para crianças

‘Aos 68 anos, o ministro do STF Eros Grau vai tirar a toga para assumir neste domingo uma nova identidade: Vovô Grau. No Dia das Crianças, ele vai estrear o programa de rádio Aprendendo Direitinho, no qual explica para as crianças noções de direito e cidadania.

‘Vocês não me conhecem, mas logo vamos ficar amigos’, apresenta-se Grau no programa, que será transmitido pela Rádio Justiça aos domingos às 13h30 e também aos sábados, a partir das 10 horas.’

 

 

ELEIÇÕES NOS EUA
New York Times e AP

Democrata compra horário na TV

‘Barack Obama é o primeiro candidato à presidência dos EUA em 16 anos a comprar um espaço de 30 minutos no horário nobre da TV americana.

Segundo assessores do democrata, Obama assinou contratos com as redes CBS e NBC para a exibição de um programa de meia hora no dia 29 sobre suas propostas. Acordos com as emissoras ABC e Fox também estão sendo negociados.

Apesar do custo dos comerciais não ter sido divulgado, uma estimativa indica que Obama pagou US$ 2 milhões para cada emissora.

A ação pode pressionar o candidato republicano John McCain a fazer o mesmo. No entanto, como os recursos financeiros de McCain são limitados, o republicano conseguiria comprar um espaço no horário nobre em apenas uma emissora. Comerciais de campanha de 30 minutos eram comuns na década de 60. John F. Kennedy e Richard Nixon compraram espaços na TV durante suas campanhas. O último candidato a usar essa estratégia foi o independente Ross Perot, em 1992.’

 

 

ENTREVISTA
Gabriel Manzano Filho

‘A língua é a arma mais letal na região’, afirma Lula

GABRIEL MANZANO FILHO

‘O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ‘tem muito menos influência do que as pessoas dizem que tem’ e a Europa ‘não precisa se preocupar com a esquerda na América Latina’. A avaliação é do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e foi dada em entrevista à revista alemã Der Spiegel que circula esta semana.

Bem-humorado, Lula não ligou para perguntas provocativas sobre o presidente boliviano, Evo Morales, Chávez e o papel do Brasil nos conflitos da América Latina – que, nas últimas duas semanas, se aprofundaram com a disputa entre o equatoriano Rafael Correa e as empresas brasileiras Petrobrás e Norberto Odebrecht. ‘Por sorte, as guerras na América Latina são apenas de palavras. A língua é a nossa arma mais mortífera. Nós falamos demais!’

Lula revelou ainda que técnicos brasileiros vão plantar 20 mil hectares de soja em Cuba, na primeira tentativa de introduzi-la na ilha. ‘O Brasil está construindo estradas e se envolvendo na produção de medicamentos em Cuba’, disse.

Lula também brincou com uma pergunta sobre sua capacidade de, ao mesmo tempo, ter boas relações com os irmãos Fidel e Raúl Castro, em Cuba, e com o presidente George W. Bush, nos EUA. ‘Eu sei como me mover entre campos políticos.’

O presidente reafirmou seus planos de incluir o Brasil na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Ele disse que os primeiros testes práticos de exploração da área do pré-sal ocorrerão em março e a produção deve começar em 2010. ‘Queremos nos juntar à Opep e tentar ajudar a tornar o petróleo mais barato.’

Sobre o crescimento da China, afirmou que ela deveria entrar nos debates da Organização Mundial de Comércio (OMC), ‘mas temos de nos assegurar de que ela cumprirá as regras que todos os outros aceitam’. A revista perguntou sobre um eventual terceiro mandato em 2010. ‘Dois mandatos são suficientes’, respondeu.’

 

 

PIRATARIA
Renato Cruz

‘Vídeo de alta definição é uma revolução’

‘Existem dois formatos de distribuição de vídeo que crescem rapidamente, e se preparam para aposentar o DVD: o Blu-ray (que armazena filmes em alta definição) e o download via internet. Há quem diga que o download pode se desenvolver mais rápido que o Blu-ray. Mas essa não é a visão de Dennis Maguire, presidente da Paramount Home Entertainment International, que visitou o Brasil esta semana.

‘Os arquivos em alta definição são bastante grandes para serem baixados via internet’, disse Maguire. ‘A mídia física não vai desaparecer. As pessoas gostam da experiência social de comprar, de tocar e sentir os produtos.’ O Homem de Ferro, lançado pelo estúdio, vendeu 260 mil cópias em Blu-ray nos Estados Unidos no primeiro dia de comercialização, um recorde para o formato. Na primeira semana, foram vendidos mais de 500 mil unidades.

‘O vídeo de alta definição está crescendo em uma velocidade incrível’, disse. ‘Os televisores de telas grandes, com alta definição, são uma revolução, e não uma evolução. A geração anterior de televisores durou de 20 a 30 anos e precisamos substituí-la. Essas novas TVs de alta definição cabem melhor nas salas e oferecem uma imagem melhor. Acredito que o Blu-ray é uma evolução natural.’

Com a perspectiva de desaceleração econômica mundial, cresce a importância de um mercado como o Brasil. ‘O País é importante, principalmente, e em primeiro lugar, pelo número de pessoas que vivem aqui’, afirmou o executivo. ‘Em segundo lugar, é importante porque, nos mercados estabelecidos, temos menos capacidade de crescer, e mercados como o Brasil, a Rússia e a China se tornam muito importantes para nós continuarmos a avançar.’

O Brasil representa entre 7% a 8% do faturamento mundial da Paramount. O mercado de vídeo no País deve movimentar cerca de US$ 700 milhões este ano. As vendas de discos para locação estão caindo, mas as vendas no varejo sobem.

A pirataria é uma ameaça à indústria no País, principalmente sob a forma de comercialização de DVDs ilegais. ‘A última informação que tive era de que a pirataria estava em 50% ou 60% das vendas totais’, afirmou Maguire. ‘É considerável. Nos EUA, está abaixo de 10%. Mas não é tão ruim quanto o México ou a China, onde está em 80% ou 85%.’ Segundo o executivo, a solução é melhorar a distribuição e o preço. Para ele, a internet pode ser uma aliada nesse processo. ‘A Paramount está muito animada com a tecnologia’, explicou. ‘A tecnologia vai nos permitir melhor distribuição ao redor do mundo, com preços mais eficientes.’

INTERNET

A indústria da música encontra-se em um declínio que começou há dez anos, com a chegada dos sistemas de trocas de arquivos pela internet. Pelo discurso de Maguire, a indústria do vídeo teve a oportunidade de aprender com aquela experiência.

‘Os arquivos digitais de música são muito menores e podem ser transmitidos pelas linhas telefônicas de uma forma mais rápida’, disse. ‘Somos beneficiados por termos arquivos maiores. Se os arquivos fossem menores, estaríamos no mesmo barco hoje.’

Mas, com a evolução da banda larga, essa vantagem tende a desaparecer. A solução, segundo Maguire, é oferecer conteúdo legítimo pela web. ‘Estamos continuamente oferecendo aos consumidores um acesso melhor aos nossos filmes, legalmente e com preços melhores. Devemos abraçar a tecnologia, não correr dela. Oferecendo escolha, os consumidores farão a escolha certa. Se não oferecermos alternativa, eles vão conseguir nosso produto de graça.’’

 

 

COLUNISTAS
O Estado de S. Paulo

O dia-a-dia da cidade e outros causos

‘Amanhã e segunda-feira, dois novos colunistas passam a ocupar a contracapa do caderno Metrópole. Eles se juntam a Tutty Vasques, que desde abril assina coluna de humor de terça a sábado. Amanhã, quem estréia é a jornalista Vanessa Barbara, apontada como escritora-revelação e também repórter da revista Piauí. Na segunda-feira, é a vez do sociólogo José de Souza Martins, autor de 25 livros e colaborador do caderno Aliás. As colunas serão quinzenais – a cada semana, eles se revezam com o escritor Antonio Prata e o jornalista Fred Melo Paiva, respectivamente.

Vanessa Barbara, autora de O Verão do Chibo (em parceria com Emilio Fraia) e de O Livro Amarelo do Terminal, diz que pretende escrever, em sua coluna, pequenas reportagens e perfis ‘com tom de crônica’. ‘Quero contar ao leitor um pouco do que ouvi no ônibus, no metrô, mostrar uma cidade que eles conhecem, mas não se dão conta’, diz a escritora, paulistana, de 26 anos. A inspiração, conta Vanessa, virá do que lhe chamar a atenção nos passeios que costuma fazer pela cidade. ‘Outro dia, por exemplo, me deparei com um pato de borracha gigante boiando no lago do Sesc Interlagos. Não seria interessante ler sobre algo assim?’, adianta, aos risos.

Em sua primeira coluna, Vanessa vai logo escrevendo sobre algo que lhe é caro – o bairro paulistano do Mandaqui, na zona norte, onde nasceu e viveu até o mês passado. ‘Serve para apresentar ao leitor um pouco do meu mundo, mas o motivo principal é que o Mandaqui é um bairro tão surreal que merece ter um pouco da sua história contada’, diz. ‘É um lugar onde os alunos ainda têm estojos de lata na aula, um lugar esquisito onde o tempo parou.’

Leitora desde a adolescência de cronistas de renome – uma de suas influências é o escritor Luis Fernando Verissimo, colunista do Caderno 2/Cultura aos domingos -, Vanessa se diz empolgada com a nova coluna. ‘Serão histórias de pessoas que você vê na rua, chamam a atenção, mas com quem você não pára para conversar’, diz a jornalista, formada pela Faculdade Casper Líbero em 2003.

O sociólogo José de Souza Martins, de 70 anos, autor de 25 livros e co-autor de outros 57, diz que sua coluna virá para corrigir o que chama de ‘terrorismo metropolitano’. ‘São Paulo é incrivelmente maltratada. Todos falam que morar aqui é um inferno, que não é possível mais viver na cidade. Nas minhas colunas, vou convidar o leitor a amar e desfrutar a cidade’, afirma Martins. ‘É a beleza de morar bem longe, pegar um ônibus ou o metrô, descer e assistir a um concerto, ler um livro raro na biblioteca. Essa é a São Paulo que quero mostrar.’ Em suas colunas, afirma o sociólogo, o leitor será convidado a embarcar nos seus ‘causos’. ‘Sou essencialmente um contador de causos. Serão textos explicativos e coloquiais, que convidam o leitor a conhecer um pouco mais a história da cidade’, afirma Martins, que já teve seus livros traduzidos em nove países.

Na sua primeira coluna, a ser publicada na segunda-feira, Martins discute a influência da ‘língua brasileira’, o nheengatu, nos nomes de lugares e no sotaque dos paulistanos. ‘Achei uma boa iniciar uma coluna num caderno que trata de assuntos das cidades, especialmente sobre São Paulo, com uma homenagem às origens do sotaque paulistano.’’

 

 

CENTENÁRIO
Francisco Quinteiro Pires

Bate outra vez, Cartola

‘Cem anos depois, bate outra vez com esperanças o coração. Em 11 de outubro de 1908, nascia no Catete, no Rio, Angenor de Oliveira, que virou Cartola, autor de canções antológicas como As Rosas Não Falam e O Mundo É um Moinho.

Ele se confundiu com a história do samba. ‘Cartola surgiu para a música no momento em que o samba, por razões comerciais, se dividia em ?do rádio? e ?do morro?, trazendo informações novas e um estilo de dizer coisas que não eram comuns em seu meio’, diz o pesquisador Nei Lopes. Francisco Alves gravou Divina Dama em 1933. Depois vieram mais e mais intérpretes: Carmen Miranda, Silvio Caldas, Araci de Almeida, Ataulfo Alves.

Na flor, que exala o perfume roubado da mulher amada, despontam tanto espinhos quanto pétalas – e assim é o coração de um homem. A dor e a esperança. Do espaço entre ambas brotam as composições de Cartola. O homem que usava grandes óculos escuros para esconder o nariz deformado foi operário de construção civil (o apelido se deve ao chapéu-coco que usava ‘pra não apanhar cimento no cabelo’) e de um lava-rápido.

O mundo como moinho. Cartola, leitor do poeta Castro Alves, preferiu cantar a vida com letras elaboradas e melodias idem. E é esse rico material que serve, agora, para gerar regravações e shows no Rio e em São Paulo, além da reedição de uma biografia. O centenário, porém, como muitos esperavam, não virou tema do enredo de sua escola, a Mangueira. O centenário escolhido para o carnaval de 2008 foi outro, o do frevo, ocorrido em fevereiro de 2007.

Cartola gravou seu primeiro disco-solo em 1974. Depois de escutá-lo interpretando a si mesmo, é preciso coragem para regravá-lo. Um dos maiores cancionistas do País, ele foi parceiro de nomes ilustres, como Elton Medeiros, Carlos Cachaça, Herminio Bello de Carvalho e de outros menos lembrados, como Nuno Veloso e Dalmo Castelo.

Herminio afirma que o samba Acontece, por sua rica harmonia, poderia ser assinado por Tom Jobim. ‘O estilo de seus sambas mais lentos, que ele mostrava antes da década de 1950, é atualíssimo, principalmente quando se celebram os 50 anos da bossa nova’, diz Nei Lopes.’

 

 

TELEVISÃO
Keila Jimenez

Especiais em ação

‘A Record já começou a produzir o seu pacote de especiais de fim de ano. Entre as atrações está Mestres do Ilusionismo, programa comandado por Eliana, que traz os truques do mágico das ruas Criss Angel. A apresentadora viaja para o EUA nos próximos dias, para gravar com o mago popstar.

Tom Cavalcante também participa com a sitcom Louca Família, uma espécie da Família Trapo. Na linha policial vem a série A Lei e o Crime, de Marcílio de Moraes. A produção, que traz Angelo Paes Leme no papel principal, seria apenas um especial, mas acabou ganhando mais 15 episódios. A direção é de Alexandre Avancini.

Ainda em teledramaturgia haverá o 200 anos de História, com adaptações de contos de Machado de Assis e Guimarães Rosa.

A emissora desistiu de um grande show a la Roberto Carlos Especial, que chegou a ser negociado com Fábio Jr. Acabou passando o bastão para Rodrigo Faro, e um espetáculo com a turma de Ídolos. Um especial de O Aprendiz garantirá uma vaga no reality de Justus em 2009.

Para costurar tudo isso, um pacotão de blockbusters e um especial sobre os 55 anos da Record.’

 

 

O Estado de S. Paulo

Vitrine reunirá todos os seus âncoras

‘A TV Cultura quer reunir no estúdio do Vitrine, no próximo dia 21, todos os apresentadores que já passaram pelo programa, a saber: Leonor Corrêa (hoje na Record), Renata Ceribelli e Maria Cristina Poli (ambas da Globo) e Marcelo Tas (agora na Bandeirantes).

O mote da festa são os 18 anos do Vitrine, completados este mês. Apresentador da vez, ao lado de Sabrina Sato, Rodrigo Rodrigues fará show na ocasião com sua banda, a The Sound Treckers, cujo repertório se esmera em trilhas sonoras do cinema.’

 

 

 

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