Thursday, 21 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O Globo

‘Depois de meses de negociação para afastar um concorrente, a Time Warner Inc. e a Comcast Corp. fecharam ontem um acordo para a compra dos ativos da concordatária Adelphia Communications Corp., de TV a cabo. A operação, de US$ 17,6 bilhões, será feita em dinheiro e ações e abre o caminho para a concentração da indústria de TV a cabo nos Estados Unidos.


A operação ainda precisa da aprovação das autoridades americanas e da Corte de Falências, mas representantes das empresas e analistas não vêem obstáculos ao acordo. As empresas acreditam que a operação deve levar um ano para ser concluída.


Time Warner vai ficar com 3,5 milhões de assinantes


O diretor-executivo da Time Warner, Dick Parsons, descreveu o acordo como uma transação ‘elegante, apesar de complexa’, que permitirá à empresa manter-se na dinâmica indústria de TV a cabo. Ele acrescentou que, com a compra, a Time Warner também terá ações que poderão ser usadas como moeda em outras aquisições.


Para a Time Warner, esta é a primeira grande aquisição desde a malsucedida fusão com a AOL, em 2000. Desde então, a empresa vem se desfazendo de várias de suas divisões.


A proposta conjunta de Comcast e Time Warner chegou a ser ameaçada pela operadora de cabo nova-iorquina Cablevision Systems. Ao ser perguntado sobre a possibilidade de o acordo se desafiado pela Cablevision ou outra empresa, Parsons respondeu:


– Nesta altura dos acontecimentos, a mulher gorda já cantou – disse, referindo-se ao ditado de que uma ópera só acaba depois que a mulher gorda canta.


Com o acordo, os cerca de 5,3 milhões de assinantes de TV a cabo da Adelphia serão repartidos entre a Comcast e a Time Warner, atualmente a primeira e a segunda, respectivamente, maiores operadoras do setor nos EUA. O poder das duas empresas será consolidado, permitindo-lhes a expansão em áreas mais lucrativas como serviços telefônicos, transmissão de dados, vídeo sob encomenda e gravadores digitais.


Para Craig Moffett, analista da corretora Sanford C. Bernstein, o acordo vai aumentar a distância entre ‘ricos e pobres’ do setor.


A Time Warner e a Comcast vão pagar US$ 12,7 bilhões em dinheiro e 16% das ações da divisão de TV a cabo da Time Warner. Uma fonte ligada às negociações disse que a participação acionária está avaliada em US$ 4,9 bilhões. A Comcast vai dar sua participação de 21% na Time Warner Cable e cerca de US$ 1,5 bilhão em dinheiro. Com a operação, ganhará 1,8 milhão de assinantes. A Time Warner vai ganhar 3,5 milhões.’




Folha de S.Paulo


‘Time Warner e Comcast compram Adelphia’, copyright Folha de S.Paulo, 22/4/05


‘A Time Warner e a Comcast, as duas maiores empresas de televisão a cabo dos Estados Unidos, anunciaram ontem que fecharam acordo para comprar os ativos da falida Adelphia, também de TV a cabo, por US$ 17,6 bilhões em dinheiro e ações.


O negócio derrotou uma oferta de última hora feita pela Cablevision, empresa de TV a cabo de Nova York. A compra ainda está sujeita a aprovação de agências reguladoras e da área de falências da Justiça americana.


A Time Warner Cable se tornará uma empresa de capital aberto quando o negócio for completado. A empresa pagará US$ 12,7 bilhões em dinheiro e 16% de suas ações pela Adelphia. Já a Comcast detém 21% das ações da Time Warner Cable. Ela devolverá essas ações e pagará US$ 1,5 bilhão.


A Comcast sairá do negócio com 1,8 milhão de novos assinantes de televisão a cabo, enquanto a Time Warner ganhará 3,5 milhões de assinantes.


A Time Warner continuará sendo a segunda maior empresa de televisão a cabo dos Estados Unidos, com 14,4 milhões de assinantes, após a compra. Já a Comcast manterá sua liderança no mercado, com 23,3 milhões de clientes.’


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‘Google bate previsão e quintuplica lucro’, copyright Folha de S.Paulo, 22/4/05


‘O lucro do site de busca Google quintuplicou e seu faturamento quase dobrou no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2004. O resultado surpreendeu o mercado, que não esperava crescimento tão rápido.


O Google lucrou US$ 369,2 milhões nos três primeiros meses do ano, ou US$ 1,29 por ação. A previsão do mercado era de lucro de US$ 0,92 por ação. No mesmo período do ano passado, o lucro havia sido de US$ 64 milhões.


O faturamento da empresa foi de US$ 1,3 bilhão, ante US$ 651,6 milhões no primeiro trimestre de 2004. Após subtraídas as comissões que o Google paga a outros sites em sua rede de propaganda, a receita foi de US$ 795 milhões.


Os resultados do Google foram superiores à previsão dos analistas nos três trimestres desde que a empresa estreou na Bolsa. Com isso, o preço das ações mais que dobrou desde a oferta inicial.


O faturamento do Google, mais uma vez, veio quase todo dos anúncios de texto que são relacionados a palavras de busca. A empresa recebe uma comissão cada vez que um usuário clica em um desses anúncios, na página do Google ou em páginas parceiras.


Eric Schmidt, presidente da empresa, disse que o Google ainda estava muito longe de chegar a um ponto de saturação em seus mercados de publicidade.’