NEWS CORP. & DIRECTV
O Estado de S. Paulo
Murdoch deixa controle da DirecTV
‘AP e Reuters – A News Corp., empresa do australiano Rupert Murdoch, anunciou ontem a transferência do controle da DirecTV Group Inc. para a Liberty Media Corp. A DirecTV Group é dona da Sky-DirecTV, maior empresa de TV paga por satélite em operação no Brasil.
A transferência do controle da DirecTV nos Estados Unidos entrou no acordo de troca de participações em empresas entre a News Corp. e a Liberty Media, encerrando uma disputa entre os rivais globais da mídia. Em troca do controle da DirecTV, Murdoch recebeu os 16,3% de ações que a Liberty possuía na News Corp., num acordo avaliado em US$ 11 bilhões.
Com o acordo, a News Corp. dará à Liberty seus 38,4% de participação na DirecTV, três canais regionais de esportes para TV paga (FSN Northwest, FSN Pittsburgh e FSN Rocky Mountain) e US$ 550 milhões em dinheiro.
‘Durante 2006, convertemos muitos investimentos em negócios operacionais estratégicos, mas esta transação é a maior e a mais importante’, afirmou o diretor executivo da Liberty Media, Greg Maffei, em comunicado.
A Sky-DirecTV, controlada pela DirecTV americana, tem cerca de 95% dos mercados brasileiro de TV paga via satélite, ou um terço dos assinantes de televisão por assinatura do País, o que equivalia a cerca de 1,5 milhão de clientes em junho deste ano.
A News Corp. informou, em comunicado, que comprará cerca de US$ 11 bilhões de suas próprias ações para finalizar o acordo. A transação precisa ser aprovada por autoridades regulatórias e pela maioria das ações de classe B com direito a voto da News Corp., excluindo a família Murdoch e a Liberty.
As negociações entre a News Corp. e a Liberty levaram meses, e outras possibilidades foram analisadas. Ao se decidirem pela troca de ativos, no lugar de uma compra, os dois lados conseguiram evitar grandes pagamentos de impostos.
CONFLITO
A tensão entre Murdoch e Malone começou em 2004, quando Malone – um pioneiro da indústria de TV a cabo e grande investidor do mercado de comunicação – surpreendeu Murdoch ao tirar vantagem da negociação das ações da News Corp., enquanto a empresa transferia sua sede da Austrália para os Estados Unidos, e rapidamente acumular uma participação grande e com direito a voto na companhia.
A participação de Malone vale atualmente cerca de 16% da News Corp. No entanto, por ser em grande parte formada por ações ordinárias de classe B, o poder de voto de Malone equivale a cerca de 19%, rivalizando potencialmente com o poder de voto de aproximadamente 30% da família Murdoch.
AMEAÇA
O acordo com a Liberty remove uma ameaça potencial ao controle do conglomerado pela família Murdoch. A News Corp inclui o estúdio de cinema e TV Twentieth Century Fox; a rede de televisão Fox; os canais pagos Fox News Channel e FX; vários jornais no Reino Unido e na Austrália e o New York Post, nos Estados Unidos; e o site de rede social MySpace.
Para a Liberty, o acordo simplifica sua estrutura financeira, que inclui a participação em diversas outras companhias, e garante outro negócio para administrar. A Liberty é dona da rede de compras à distância QVC e do canal pago Starz. A DirectV tem 15,6 milhões de assinantes nos Estados Unidos.
Malone deixou o mercado de distribuição de conteúdo no fim da década de 1990, depois de vender a empresa de TV a cabo TeleCommunications Inc. (TCI) para a AT&T. O acordo anunciado ontem marca a volta do executivo com um dos principais distribuidores de vídeo e internet nos Estados Unidos.Apesar disso, analistas apontaram que o principal motivo da transação foi a atratividade financeira da troca de ativos, sobre a qual não incide impostos.
Quando ocupou a presidência da TCI, Malone era temido e admirado. Al Gore, ex-senador e ex-vice-presidente dos EUA, chegou a apelidá-lo de Darth Vader, nome do vilão da série Star Wars.’
ESPORTE vs. CULTURA
Tânia Monteiro e João Domingos
Planalto busca meio de restaurar Lei do Esporte
‘O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu ontem que tomará alguma medida para restaurar o projeto que o Senado aprovou sobre medidas de incentivo ao esporte e à cultura. Ele pode vetar parte da Lei do Esporte aprovada pela Câmara na quarta-feira, que reabriu a polêmica entre artistas e pessoas ligadas à área do esporte, na disputa por recursos, ou editar uma medida provisória.
‘Eu lamentei profundamente que o acordo feito entre a cultura e o esporte, que foi aprovado pelo Senado, não tenha se repetido na Câmara. Isso significa que vamos ter de tomar alguma medida, porque a Cultura não pode ser prejudicada’, disse Lula no Planalto, em café da manhã com jornalistas.
‘Vamos ter de tomar medidas. Ajudar o esporte não nos obriga a diminuir o ímpeto dos investimentos na cultura’, afirmou, sugerindo que pode vetar itens do projeto. ‘Nós vamos tomar medidas para ver o que eu posso construir. Se for necessário fazer outra medida provisória, eu farei. Não tem nenhum problema.’
Para entrar em vigor, a Lei do Esporte depende agora apenas da sanção presidencial. Por ela, as empresas poderão abater 4% do Imposto de Renda para patrocínio ou doações a projetos esportivos. As pessoas físicas também poderão descontar 6% do Imposto de Renda para investir em esportes.
O projeto provocou protestos de artistas, que temiam a redução das fontes de financiamento para seus projetos. A polêmica se acentuou na chegada do texto ao Senado. Na semana passada, os ministros da Cultura, Gilberto Gil, e dos Esportes, Orlando Silva, e personalidades do esporte e da cultura chegaram a um acordo e o Senado aprovou um projeto modificado, que permitia a patrocinadores de espetáculos culturais e atividades esportivas deduzir doações até 4% do Imposto de Renda devido. A fórmula encontrada foi usar os recursos do Programa de Alimentação do Trabalhador.
REJEIÇÃO
Mas na quarta-feira a Câmara alterou o texto, rejeitando as emendas do Senado e recuperando o projeto inicial, destinado apenas aos esportes. A principal emenda rejeitada modificava o enquadramento da dedução prevista em relação à pessoa jurídica. Em vez de se somar às deduções já permitidas para cinema e projetos culturais, para compor o limite de 4% do imposto devido, os senadores propunham a soma das deduções do esporte com as de programas de alimentação do trabalhador aprovados pelo Ministério do Trabalho.
Pegos de surpresa, senadores e artistas protestaram no dia seguinte. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a ligar para Lula, na tentativa de retomar o acordo selado no Senado. Ele disse que senadores de todos os partidos contavam com o presidente para solucionar o impasse.
A proposta mais defendida era que ele vetasse o texto da Câmara e editasse uma MP retomando o do Senado. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, e os artistas também propuseram uma MP.’
TELECOMUNICAÇÕES
O Estado de S. Paulo
Agência aprova oferta pela Portugal Telecom
‘Autorização das autoridades portuguesas facilita a venda da dona da Vivo para a Sonaecom
O órgão regulador da competição em Portugal aprovou ontem a oferta de compra da Portugal Telecom pela Sonaecom, por 11,1 bilhões (US$ 14,7 bilhões), em uma decisão final que abre caminho para a maior aquisição já registrada no País.
A Portugal Telecom é uma das controladoras da operadora de celulares brasileira Vivo, junto com a companhia espanhola Telefónica. A definição sobre o destino da Portugal Telecom deve levar a uma reorganização societária também na Vivo. Um dos sócios, Portugal Telecom ou Telefónica, deve comprar as ações do outro.
A agência portuguesa AdC aprovou a intenção da Sonaecom de combinar suas operações de telefonia móvel com as da Portugal Telecom. Mas para isso a empresa terá que vender ou a rede de telefonia fixa da Portugal Telecom ou a rede de cabos. As restrições fazem parte de um conjunto de 19 condições impostas para a aprovação do negócio.
‘A autoridade de competição decidiu não se opor à fusão PT/Sonaecom, mas impõe restrições direcionadas à manutenção da competição’, informou a agência em um comunicado.
O processo de aquisição deve levar ainda alguns meses. A Sonaecom tem agora 10 dias úteis para registrar sua oferta junto ao regulador do mercado acionário português, a CMVM.
A oferta está contingenciada à aprovação pelos acionistas da Portugal Telecom de uma regra que permite que qualquer investidor na empresa tenha mais de 10% dos direitos a voto, algo que não é permitido atualmente pelas regras da companhia, e a aceitação da proposta por pelo menos 50,01% dos acionistas da Portugal Telecom.
A Sonaecom lançou sua oferta de 9,5 por ação em fevereiro. A empresa também propôs 9,03 por ação da unidade de cabos e Internet do grupo, a PT Multimedia, a maior operadora de TV a cabo do país.
Os acionistas da Portugal Telecom rejeitaram a proposta da Sonaecom, classificando a oferta como muito baixa. Analistas têm dito que uma melhora no valor pode aumentar as chances de sucesso da fusão.
‘A Sonaecom passou por um obstáculo com a aprovação final pela autoridade de competição, mas talvez precise melhorar sua oferta para convencer os principais acionistas da Portugal Telecom a vender’, disse John dos Santos, analista da Lisbon Brokers.
A Sonecom não comenta como pretende convencer os acionistas da Portugal Telecom a aceitar sua oferta, e tem afirmado repetidamente que não aumentará os valores.
Os maiores acionistas da Portugal Telecom incluem a espanhola Telefónia, que detém 9,96%, o Banco Espírito Santo, com 8,08%, e o fundo norte-americano Brandes Investments Partners, com 7,67%.
‘Com a fusão, a companhia deterá mais de 60% do mercado celular de Portugal e terá apenas um competidor real: a Vodafone’, disse um analista do setor de telecomunicações, em Portugal. REUTERS’
MERCADO EDITORIAL
Beatriz Coelho Silva
História dos 75 anos da José Olympio
‘Entre as décadas de 1930 e 1950, quase todo mundo que importava na literatura brasileira era editado pela José Olympio e esses autores faziam ponto na livraria com o mesmo nome, no centro do Rio. Grandes discussões, filosóficas, políticas e artísticas aconteciam no local e esta história está no livro Rua do Ouvidor, 110 (José Olympio, R$ 40, 232 págs.), que a jornalista Lucila Soares acaba de lançar para comemorar os 75 anos de fundação da livraria e casa editorial.
A obra foi escrita a convite da editora Maria Amélia Mello, que foi trabalhar na José Olympio nos anos 1980 e, a partir de 2002, assumiu a direção da empresa, encampada pela editora Record. ‘Além de repórter e boa pesquisadora, Lucila é neta dele e conhece o assunto’, explica Maria Amélia.
De início, Lucila queria abordar só as reuniões dos intelectuais, em que escritores como Rachel de Queiroz, Dinah Silveira de Queiroz, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade, José Lins do Rego, Manoel Bandeira, Jorge Amado e muitos outros discutiam os destinos do País e da arte. ‘Mas descobri que a vida do J.O., apelido que ganhou de Gilberto Freire, e a história da editora não se separavam. Ele era um empresário ousado, que apostou na inteligência do público e tinha noção da importância do momento histórico que vivia.’
Ela fala do período que vai de 29 de novembro de 1931, quando a livraria foi inaugurada, até meados dos anos 50. Com um texto leve e envolvente, Lucila nos leva às reuniões dos escritores que haviam acabado de deixar seus Estados de origem para se tornarem autores nacionais por causa da José Olympio. Mas ela privilegia também o aspecto econômico, pois teve acesso a toda documentação da empresa. O acervo pessoal, com a correspondência trocada com os amigos/autores, está na Casa de Ruy Barbosa, e o da empresa acaba de ser doado à Biblioteca Nacional, depois de passar uma década guardado num depósito em Bonsucesso. Ela leu relatos de freqüentadores, como Josué Montello, Joel Silveira (então repórter dos Diários Associados) e Manoel Bandeira, e publicações de época.
Quando J.O. morreu, em 1991, a editora não era mais dele. Nos anos 70, afogada em dívidas, foi encampada pelo BNDES e, na década atual, passou a fazer parte do grupo Record. Mas seu tino comercial para livros não se perdeu. Prova disso é a editora Sextante, que se tornou fenômeno editorial ao apostar num autor desconhecido que virou best seller mundial. Falamos de Dan Brown e O Código da Vinci, comprado no início da década por poucos milhares de dólares por Geraldo Pacheco Jordão, filho de J.O.
Notas
A TNT transmitirá, ao vivo, a entrega dos prêmios Screen Actors Guild Awards 2007, direto de Los Angeles, no dia 28 de janeiro, às 23 horas.
Depois de Walter Zagari, outro executivo do Departamento Comercial da Record a ser sondado pelo SBT é Júlio César Casares.
Momento Caras no Esporte Espetacular: amanhã, véspera de Natal, o técnico de vôlei Bernardinho, no Rio, a ginasta Daiane dos Santos, em Porto Alegre, o campeão mundial pelo Inter Iarley, em Fortaleza, e o nadador Caio Márcio, em João Pessoa, abrirão suas casas para mostrar, ao vivo, no programa da Globo, os preparativos para a ceia de Natal.
Silvio Santos ganha homenagem no site www.abril.com.br, que colocou um link com informações sobre a carreira do apresentador e com vídeos memoráveis que foram ao ar em rede nacional.
A Nickelodeon comemora 10 anos no ar e dá de presente para o público os primeiros episódios das animações em cartaz no canal. A maratona com episódios de 10 anos atrás de Os Anjinhos, Rocko, Doug, Ei, Arnold!, Clarissa e Pete & Pete será no dia 26, das 15h30 às 19h30.
O Cartoon Network já está preparando suas vinhetas de verão com os personagens do canal. As produções aquecem a espera pelos episódios especiais de suas animações que irão ao ar a partir de janeiro.’
TELEVISÃO
O Estado de S. Paulo
A trilogia das Marias
‘O SBT começa a gravar na primeira semana de janeiro a trama que abre a trilogia das Marias mais famosas da teledramaturgia internacional: Maria Mercedes, Maria do Bairro e Marimar, produções da Televisa.
Bárbara Paz viverá a protagonista de Maria Mercedes, próxima trama da emissora de Silvio Santos, que tem estréia prevista para o final de fevereiro.
Para quem não se lembra, Maria Mercedes já foi ao ar no SBT em sua versão original em 1992, interpretada por Thalia.
Iran Malfitano e Dado Dolabella estavam cotados para o papel de galã da trama, mas nenhum deles chegou a uma acordo com o canal. O SBT procura agora um novo protagonista.
Além de Barbara, outros nomes certos na novela são os de Marisol Ribeiro e Tânia Bondezan.
A ordem inicial de SS é que a versão brasileira siga à risca o roteiro original de Maria Mercedes para não correr o risco de fracassar como a versão de Os Ricos também Choram.
A novela conta a saga de Maria Mercedes, que trabalha nas ruas vendendo bilhetes de loteria, até encontrar um milionário que mudaria sua vida. Santiago Del Omo, que está à beira da morte coloca Maria como a única herdeira de sua fortuna.’
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