Monday, 23 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

O Estado de S. Paulo

MÍDIA & LITERATURA
Ubiratan Brasil

Polemistas profissionais

‘Arnaldo Jabor foi vaiado durante um debate com o rapper MV Bill enquanto o jornalista britânico Christopher Hitchens se irritou com críticas formuladas pela platéia contra a ação americana no Iraque – ao longo de seus anos, a Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, sempre abrigou figuras polêmicas, cujas opiniões muitas vezes explosivas desencadearam grandes repercussões. E a quinta edição do evento, que começa na quarta-feira, já tem seus candidatos.

Um deles é o argentino César Aira, considerado um dos principais nomes da atual literatura de seu país. Em uma de suas obras, o Dicionário de Literatura Latino-Americana, ele radicalizou, afirmando ser uma fraude um dos ícones da escrita argentina, Julio Cortázar. ‘Ele foi, para todo os argentinos, uma iniciação, mas, ao retornar a seus textos já em um período mais maduro, descobre-se que não era um escritor muito bom. Eu o admirava, mas agora me parece um mau escritor. Talvez seja o segredo dos escritores iniciadores’, escreveu ele, que conversou com o Estado.

Outro provocador com presença confirmada é o britânico Will Self – nos anos 1990, ele escreveu um conto (The North London Book of the Dead) que parodiava o Livro Tibetano dos Mortos, retratando moradores do subúrbio londrino como mortos sociais. Em Como Vivem os Mortos, que recebe uma nova tradução especialmente por conta de sua vinda, agora com o selo Alfaguara, uma velha senhora judia morre de câncer e é levada ao mundo do além-túmulo por um taxista cipriota. A mulher é modelo do politicamente incorreto: racista, misógina, homofóbica e insuportável na vida e na morte. ‘Como ela representa a maioria, então considerei importante tratar de um personagem assim’, comentou ele, pouco preocupado com as críticas. Self também foi entrevistado pelo Estado.

Considerado um palanque privilegiado, a Flip vem (felizmente) se acostumando a receber autores que não medem o verbo. A inglesa Jeanette Winterson, por exemplo, aproveitou para criticar governantes em geral (desde Bush e Blair até Lula), além de, na época (2005), incitar as pessoas contra a decisão da Petrobrás de construir uma plataforma em Paraty.

Barulho mesmo provocou Christopher Hitchens. Em 2006, ao lado de Fernando Gabeira, ele se irritou com críticas formuladas pela platéia contra a ação americana no Iraque, causando mal-estar tanto por menosprezar a capacidade informativa da platéia (‘Vocês vivem sem problemas, aqui’) como por defender a supremacia do poderio militar norte-americano e a responsabilidade dos Estados Unidos na defesa da democracia mundial. Chegou a ser vaiado.

Alice Brill. Museu de Arte Brasileira da Faap. Rua Alagoas, 903, telefone 3662-7198. 3.ª a 6.ª, 10 h às 20 h; sáb. e dom., 13 h às 17 h. Grátis. Até 15/7′

TELEVISÃO
Keila Jimenez

Aprendiz pula break

‘Roberto Justus e a Record adotaram tática de guerrilha na final de O Aprendiz 4 – O Sócio, na noite de quinta-feira. Para segurar a audiência em alta, a emissora desovou logo no início do programa dois longos breaks comerciais, para, mais adiante, ficar quase 1 hora no ar sem intervalo comercial.

Segundo a Controle da Concorrência, empresa que monitora as inserções comerciais para o mercado, O Aprendiz teve em sua abertura 1,5 minuto de arte (de programa), logo seguido de um break de 5 minutos. Na sequência, mais 5 minutos de arte e 6 de break.

De acordo com o levantamento, foi logo após esse segundo break que a Record resolveu ficar 56 minutos direto no ar. Nesse tempo, a audiência chegou a pico de 16 pontos, com 26% de share (participação no total de aparelhos ligados). O programa ficou 1h12 na liderança e, na média geral, registrou 13 pontos, ante 14 da Globo. O vencedor, novo sócio de Justus, é Tiago.

Vale ressaltar que, mesmo pulando intervalos, a atração teve 8 merchandisings e breaks lotados , com mais de 5 minutos, quando o normal são 3. O valor de 30 segundos no intervalo nacional do programa é R$ 114 mil.

Schoolacho Musical

Paola Oliveira gravou uma participação no quadro High Schoolacho Musical, do Casseta & Planeta Urgente!. Ela fez a nova professora de Biologia, Pamela Cristina. Bonitroy (Cláudio Manoel) e Bredpitson (Hubert) ficaram caidinhos por ela. A cena vai ao ar na terça-feira.’

Patrícia Villalba

Juliana Paes canta e dança para Falabella

‘Juliana Paes passou por São Paulo anteontem para participar da audição da nova peça de Miguel Falabella, Os Produtores, de Mel Brooks, que estréia em setembro. Causou frisson, e fez o teste separada das demais candidatas ao papel principal feminino, a estonteante Ulla. Modesta, Juliana disse que sabe atuar e dançar, mas que não se garante como cantora. ‘Eu fazia aulas de canto, mas na correria das novelas, parei’, contou. Falabella, entretanto, deu a senha: ‘A Ulla entra dizendo ‘eu sou um avião’. Então, precisamos de um avião.’

Entre-linhas

A Globo garante que, mesmo com uma doença letal em Eterna Magia, a personagem de Malu Mader não vai morrer. Pelo menos por enquanto.

Ruy Castro, autor de sucessos como Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha, é o convidado do Juca Entrevista de hoje. Às 20 horas, na ESPN.

Estão abertas as inscrições para a versão nacional de America’s Next Top Model, do canal Sony. As candidatas ao Brazil’s Next Top Model podem se inscrever até o dia 31 no site do concurso.’

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Folha de S. Paulo – 1

Folha de S. Paulo – 2

O Estado de S. Paulo – 1

O Estado de S. Paulo – 2

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