VOZ DE PRISÃO
ANJ protesta contra prisão de fotógrafo
‘A Associação Nacional de Jornais divulgou nota contra a prisão do fotógrafo Paulo Schmidt, do site da Rádio Cidade AM, de Brusque (SC). Quando fotografava acidente de trânsito, recebeu voz de prisão do delegado Ademar Brás de Souza. ‘Nada justificou a ação’, diz a nota assinada pelo vice-presidente da ANJ, Júlio César Mesquita.’
POLÍTICA
Em busca de votos, Temer lança revista
‘A um mês do recesso no Congresso, intensificaram-se as movimentações das forças políticas e dos candidatos à presidência da Câmara. O mais novo instrumento de propaganda do deputado Michel Temer (PMDB-SP) para pedir votos é uma publicação de 16 páginas que começará a ser entregue nas mãos dos deputados na próxima semana. Junto com um texto em que pede votos, Temer apresenta o balanço do que fez na Câmara nos quatro anos (1997/2001) em que esteve na presidência da Casa.
Com o avanço do deputado Ciro Nogueira (PP-PI), adversário declarado, junto aos deputados que não têm muita expressão nas decisões na Casa, chamado de grupo do baixo clero, Temer registra em sua revista Tempo de Realizações uma lista de 14 ‘feitos’ bem adequados ao interesse dos parlamentares.
‘No primeiro ano da gestão aumentou 100% a verba de gabinete para recompor as perdas provocadas pela inflação’, registra. Outra realização de Temer: ‘As cotas mensais (de Correios e telefone) foram reajustadas em 42,51%, também para recompor as perdas provocadas pela inflação’. A publicação assinala que ele adotou um critério de reajuste automático para as cotas de passagens aéreas, sempre que os preços dos bilhetes sofressem alteração.
Na lista de realizações estão ainda a criação da TV Câmara, que transmite as sessões do plenário ao vivo e mostra as reuniões de comissões, a rádio Câmara, o Jornal da Câmara, o Centro de Informática e o disque-Câmara, serviço de teleatendimento.
A revista reproduz uma edição do Jornal da Câmara de dezembro de 2000 com um balanço da gestão de Temer, descrito como o presidente que devolveu ao Legislativo a autonomia decisória perante o Executivo.
Para completar o perfil de Temer, a revista traz fotos suas com estadistas e personalidades estrangeiras. Na série de 12 fotos, Temer aparece, entre outros, com Bill Clinton, então presidente dos EUA, e com o líder tibetano Dalai Lama.’
LIBERDADE
Fervor religioso na Índia testa limites da liberdade de expressão
‘Maqbool Fida Husain, o pintor mais famoso da Índia, tem medo de ir para casa. Husain é um muçulmano que gosta de pintar deusas hindus, às vezes retratando-as nuas. Essa obsessão lhe rendeu a ira de um pequeno, mas organizado, grupo de nacionalistas hindus. Eles atacaram galerias que exibem suas obras, o acusaram em tribunal de ‘promover a inimizade’ entre fés e, numa ocasião, ofereceram US$ 11 milhões por sua cabeça.
Em setembro, a mais alta corte indiana ofereceu-lhe um alívio inesperado, rejeitando uma das ações contra ele com o lembrete curto e grosso de que a iconografia hindu, incluindo templos antigos, está repleta de nudez. Mesmo assim, o debilitado artista de 93 anos não quer se arriscar. Durante dois anos, ele viveu em Dubai, nos Emirados Árabes, num exílio voluntário. E pretende permanecer lá, ao menos por enquanto.
‘Eles podem me colocar numa selva’, disse Husain, brincando. ‘Mas ainda posso criar.’ A liberdade de expressão tem sido, com freqüência, e por algumas avaliações, crescentemente pressionada na Índia numa época em que o país tenta equilibrar os ditames de sua democracia secular com as paixões étnicas e religiosas facilmente inflamáveis de suas multidões.
O resultado é uma estranha anomalia numa nação conhecida por sua cultura política vibrante. O governo é compelido a assegurar o respeito pela diversidade da Índia e, ao mesmo tempo, impedir um grupo de agredir outro por alguma suposta ofensa. Para o historiador Ramachandra Guha, talvez este seja ‘o desafio fundamental de governança na Índia’.
O surgimento de um tipo de identidade política intensa, com muitas comunidades mobilizando-se pelo poder, ampliou o problema. A acusação de que uma peça de arte é ofensiva é um modo fácil de acirrar os ânimos de uma casta, fé ou tribo determinada, assinala Pratap Bhanu Mehta, um cientista político indiano, que chama isso de ‘tráfico de ofensas’.
Houve episódios isolados de violência e ameaças, que com freqüência levaram o governo a invocar leis do período britânico que lhe permitem proibir obras de arte e literatura. A Índia foi um dos primeiros países a proibir o romance Versos Satânicos, de Salman Rushdie.
Em março, Taslima Nasreen, uma romancista de Bangladesh que vive no exílio no Estado de Bengala Ocidental, controlado pelos comunistas, foi obrigada a sair da Índia por muitos meses depois que um partido político muçulmano fez objeções a sua obra.
Enquanto isso, no Estado ocidental de Gujarat, controlado pelo Partido Bharatiya Janata, nacionalista hindu, um psicólogo especializado em política, Ashis Nandy, foi acusado de ‘promover a inimizade entre grupos diferentes’. Seu delito foi escrever um artigo no jornal The Times of India criticando a vitória dos nacionalistas hindus nas eleições estaduais. O caso está pendente.
‘Essa política fugiu de controle’, argumentou Mehta, o cientista político. ‘Ela coloca a democracia liberal em risco. Se quisermos a estabilidade social, precisamos de um consenso sobre quais são nossas liberdades.’ Até mesmo as ameaças de violência de partes ofendidas são um elemento poderoso de dissuasão. Em Mumbai ( antiga Bombaim), onde Husain viveu durante a maior parte de sua vida, uma exposição recente de mestres indianos não incluiu obras suas. O mesmo aconteceu na primeira feira de arte moderna da Índia em Nova Délhi, em agosto – uma pequena mostra com reproduções de obras de Husain foi atacada por vândalos.
Do acervo excepcionalmente grande de obras de Husain – pelo menos 20 mil peças, segundo suas estimativas – há três que enfureceram seus adversários. Duas são desenhos a lápis altamente estilizados de Durga, a deusa-mãe, e Saraswati, a deusa das artes, ambas sem rosto e nuas. Husain insiste que a nudez simboliza pureza. Ele repetiu muitas vezes que não pretendia ofender nenhuma fé. Mas um de seus quadros, mostrando um jumento – para o artista, um símbolo de não-violência – em Meca, criou um rebuliço entre seus colegas muçulmanos.
Husain considera o atual governo, chefiado pelo Partido do Congresso, demasiado fraco para lhe oferecer proteção dos que poderiam feri-lo. Ele pede, porém, para não exagerarem seu caso. A Índia, insiste Husain, é fundamentalmente ‘tolerante’.’
TRANSIÇÃO
AFP
Obama se reunirá com McCain
‘Ontem, a equipe de Barack Obama anunciou que ele se reunirá na segunda-feira com o republicano John McCain, derrotado por ele nas eleições presidenciais. Obama também participou da gravação do programa ‘60 Minutes’, da rede de TV CBS, sua primeira entrevista desde que foi eleito. A CBS não divulgou a duração total da conversa com o jornalista Steve Kroft, realizada em Chicago. A entrevista irá ao ar amanhã, às 22 horas (horário de Brasília). De acordo com a imprensa americana, a decisão indica uma clara preferência pelo programa, já que Obama e seu vice, Joe Biden, também estiveram no ‘60 Minutes’ em agosto, para sua primeira entrevista juntos.’
TECNOLOGIA
Araraquara quer se tornar pólo de tecnologia
‘A cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, quer crescer no setor de software e serviços de tecnologia da informações, tornando-se menos dependente do agronegócio. A prefeitura iniciou, em 2004, um programa de atração de empresas do setor, oferecendo um pacote de benefícios tributários, e, no ano seguinte, atraiu para a cidade um dos três centros brasileiros da desenvolvimento de software da americana EDS, que hoje pertence à HP. Atualmente, a cidade tem 13 empresas de software, que empregam cerca de 1,1 mil pessoas.
‘A idéia é termos de duas a três vezes esse total em dois anos’, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Araraquara, Alexandre Kopanakis. ‘Nessa região, predomina a agroindústria, com as culturas de cana-de-açúcar e de laranja. Sentimos a necessidade de diversificar a atividade econômica.’ Segundo Kopanakis, a estratégia adotada foi criar programas de treinamento e capacitação, para dar suporte às empresas atraídas pelos incentivos tributários.
A Cast Informática, uma empresa criada em Brasília em 1990, inaugurou uma fábrica de software em Araraquara no ano passado, com investimento de R$ 2 milhões. Recentemente, a empresa passou de 100 para 200 funcionários na cidade. A previsão da Cast é ter 500 funcionários em Araraquara em três anos.
Segundo José Calazans da Rocha, presidente da Cast, foram analisadas várias características da cidade antes de a empresa tomar a decisão de instalar seu centro de desenvolvimento lá. Mas um fator preponderante nesse setor é a disponibilidade de profissionais.
Araraquara está próxima de São Carlos, que conta com uma universidade federal e um campus da Universidade de São Paulo (USP). A cidade também está recebendo um Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). ‘O maior patrimônio das empresas de software são as pessoas’, disse o presidente da Cast. A empresa está contratando como programadores jovens que cursam o ensino médio. ‘Um jovem de 16 anos tem muita facilidade de aprender programação e, com o emprego, consegue pagar sua faculdade.’
Em cidades como São Paulo e Campinas, que têm uma indústria de tecnologia mais madura, as empresas muitas vezes têm dificuldade de contratar profissionais e, principalmente, de mantê-los. Isso não acontece em novos centros. ‘Nossa equipe de Araraquara é bastante estável’, disse Célio Bozola, presidente da EDS Brasil. A empresa tem 300 funcionários na cidade, todos em desenvolvimento de software.
A empresa participa, na cidade, do Plano Setorial de Qualificação Software (Planseq), que reúne empresas, prefeitura e Ministério do Trabalho. A primeira turma foi formada em fevereiro de 2007, com 122 alunos, que tiveram aula de programação e inglês técnico. A EDS contribuiu para elaborar o processo seletivo e o conteúdo do curso.
O mercado brasileiro de TI movimentou US$ 20,6 bilhões em 2007, segundo a consultoria IDC. Este ano, o Brasil deve exportar de US$ 1 bilhão a US$ 1,5 bilhão em software e serviços de TI, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom). ‘Precisamos de mais cidades como Araraquara, onde existe empreendedorismo do poder público’, afirmou Djalma Petit, diretor de mercado da Softex, associação de software.’
JÔ SOARES
Viva o Gordo!
‘Colunistas – ô, raça! – não sabem de nada, mas, quando reunidos pra bater papo, como aconteceu quinta-feira com todos nós aqui do Estadão, acaba que, lá pelas tantas, a observação de um se complementa com a impressão de outro para virar tema de artigo.
Teve aquele que observou o seguinte: o talk show do Jô Soares, que ultimamente só é assunto pelas costas do Gordo, tem levado ao ar ótimas entrevistas. Que boa notícia, rapaz! ‘Ele voltou a se interessar pela conversa.’
A impressão que outro teve vendo A Cabra ou Quem é Sylvia? – no Teatro Vivo, com direção de Jô Soares – foi que ‘o espetáculo é tão impressionantemente bom, que deve estar repercutindo em tudo que ele faz na vida’.
Eu, que estava por ali só de orelha em pé, mal disfarçando minha síndrome da falta de assunto para a coluna do dia seguinte, achei que era hora de falar tudo isso pela frente do mestre. Pronto, falei!’
LUTO
‘O homem mais esperto que já existiu’ não existe mais
‘Magro, cara de teólogo, o menino prodígio de Washington, parcialmente criado na Califórnia e amadurecido em Nova York, preferiu ser militante sindical, organizador comunitário (que nem Obama) e colher maçãs (que nem um personagem de Steinbeck deslocado dos vinhedos californianos para as macieiras da Nova Inglaterra) a concluir os estudos em Harvard, onde, aliás, só se matriculara por ‘conveniência geográfica’. Por que perder tempo com uma educação formal se o autodidatismo era tudo quanto bastava para um rapaz absurdamente inteligente e culto, que sonhava com uma carreira literária e acabou se tornando o mais brilhante e admirado jornalista cultural dos EUA de sua geração?
Estou tentando mimetizar, muito toscamente, o estilo de John Leonard, mas prometo desistir logo.
Pronto: já desisti. O semancol falou mais alto.
O inimitável John (Dillon) Leonard – crítico, editor, romancista bissexto, ‘o homem mais esperto que já existiu’ (Kurt Vonnegut Jr. dixit) – morreu no dia 5, aos 69 anos, e é bastante provável que você não tenha sido informado dessa perda lamentável e, sem hipérbole, irreparável, para o jornalismo e a despoluição intelectual do planeta. Já sobre a morte, na véspera, também de câncer, de Michael Crichton, é quase certo que você conheça até detalhes irrelevantes; vale dizer, todos os detalhes. Aos best sellers, tudo; aos criadores fundamentais, o silêncio da ignorância.
Incompreensível silêncio. E ainda mais injustificável ignorância. Quem jamais cruzou com um texto dele na vida, well, merece uma vaga no Purgatório para nefelibatas que Dante deveria ter criado no seu Inferno. Lasciate ogni ignoranza, voi ch?entrate!
Porque depois de passar por Berkeley, trabalhar na Pacific Radio de San Francisco (ao lado de Pauline Kael, ainda uma desconhecida), e, já em Manhattan, desperdiçar tempo, neurônios e talento literário na confecção de legendas para fotos de uma agência noticiosa, Leonard, traído por uma gozação ao folclore do Greenwich Village, publicada por uma revista obscura mas ao alcance dos olhos do lince conservador William F. Buckley Jr., arrumou emprego na revista National Review (imagine o desconforto de um ativista do movimento contra a guerra do Vietnã encarregado de monitorar a imprensa de esquerda no bastião do conservadorismo político), de onde partiu para uma meteórica escalada a todas as culminâncias da mídia americana.
Escreveu na Life, Newsweek, Esquire, Vogue, Playboy, Harper?s, Atlantic Monthly, Ms., New York Magazine (pré e pós-Rupert Murdoch), TV Guide, no Washington Post, Los Angeles Times, Newsday, e, com confesso orgulho, na New York Review of Books, New Statesman, Yale Review, Tikkun e The Nation (cuja editoria de livros comandou, ao lado da mulher, Sue, entre 1995 e 1998). Sem contar seu mais vistoso palco: o New York Times, onde foi crítico literário (a partir de 1967) e editor do suplemento dominical de livros (em sua fase áurea: 1971-1975, um show de quase 80 páginas, quase o triplo do atual). Se acrescentarmos suas atividades radiofônicas (comentários literários na National Public Radio) e televisivas (idem no programa Sunday Morning, da CBS), um currículo imbatível.
Comparou-se a um ‘pássaro numa gaiola’, a gaiola corporativa (Time, N.Y. Times etc) onde, segundo ele, todos os repórteres, críticos e jornalistas culturais, bem ou mal, ‘aprendem a cantar’. Bateu de frente com dois ou três manda-chuvas do Times por dar abrigo no suplemento de livros a ensaios contra a guerra no Vietnã e, entre outras ‘petulâncias’, baixar a lenha no primeiro volume de memórias de Henry Kissinger. ‘O Times é uma instituição de centro e você não é de centro’, jogou em sua cara o então editor-executivo do jornal, Arthur Gelb, antes de lhe confiscar um cargo – e Leonard dar de ombros à ameaça de que nunca seria alguém fora do jornalão. Leonard passaria os 26 anos seguintes desmentindo, categoricamente, esse furadíssimo agouro.
Criativo, versátil, preciso, enciclopédico e muito engraçado, Leonard jogava na mesma liga de Edmund Wilson e Dwight Macdonald. Páreo para ele, na atualidade, só vejo Umberto Eco e Gore Vidal.
Praticamente tudo o interessava. Dava a impressão de haver lido quase todos os livros já publicados (devorava, em média, cinco por semana), não fazia concessões na hora de opinar e expor suas idéias. Criou expressões (‘cult studs’, ‘psyclops’, ‘Frankfurtivos’), frases e imagens memoráveis: ‘Os single bars são os postos de gasolina da libido’; ‘Murrow (o jornalista de TV Edward Murrow) era o Bogart com microfone’; ‘Os presidentes americanos costumam entrar em cena como os elefantes em Aída’; ‘Quando em repouso, Mandela parece esculpido em música, com versos de Rilke’; ‘Minha admiração pelos livros é em parte explicada por Hegel e Tinker Bell’.
Mesmo que fosse necessário explicar aos leitores quem era Tinker Bell (a Sininho de Peter Pan), Leonard não o faria. Que os leitores recorressem aos dicionários, às enciclopédias, consultassem os amigos – ou, de uns tempos para cá, o Google, para descobrir o que, diabos, quer dizer ‘zaibatsu’. E ‘Khmer Newts’. E ‘Post-Toasties’. E ‘Ike Snooze’.
(Experimente ‘Khmer Newts’. O máximo que o Google informa é que a expressão faz parte do subtítulo tomwolfeano de When the Kissing Had to Stop, formidável coleção de ensaios de Leonard sobre política, cinema, literatura, filosofia, arqueologia, ficção científica, rock cyberpunk, jornalismo, memórias, etc, editada pela New Press em 1999. Mapa da mina: Khmer, de Khmer Vermelho; Newts, de Newt Gingrich, o líder republicano responsável pela consolidação do poder conservador na política americana, na década passada.)
Não me esqueci, três parágrafos acima, de Otto Maria Carpeaux, George Steiner e outras notórias sumidades da erudição contemporânea. Ocorre que o belvedere de Leonard dava para todas as paisagens culturais, sem menosprezo das savanas. Nada do pop lhe parecia desconhecido. Carpeaux não entendia patavina de esportes, música popular e televisão. Duvido que Steiner saiba por que Leonard juntou Macondo e Mu numa mesma frase sobre reinos fantasiosos. Ou será que Steiner, para minha surpresa, um dia leu os quadrinhos de Brucutu?
Por falar em Gabriel García Márquez, Leonard foi o primeiro crítico a exaltar Cem Anos de Solidão na grande imprensa americana. Também promoveu Eduardo Galeano, Günther Grass, mas, que me lembre, nenhum escritor francês ainda vivo (para ele, a literatura francesa morrera num acidente de automóvel em 4 de janeiro de 1960 – touché!). Refletiu na frente (e melhor) sobre a ficção de Don DeLillo, Thomas Pynchon, Toni Morrison (que o levou como acompanhante quando foi receber o Nobel de Literatura em Estocolmo, 15 anos atrás), Mary Gordon e Grace Paley.
Leonard foi o mais lúcido e estimulante crítico de televisão de todos os tempos. Comprove lendo a coletânea de ensaios Smoke and Mirrors: Violence, Television, and Other American Cultures (The New Press, 1997). Nunca o publicaram aqui. Seria uma temeridade fazê-lo. Seus textos são um vórtice de alusões, referências, jogos de palavras e justaposições, um pouco como os de Cabrera Infante e até mais alérgicos a traduções. Experimente traduzir, de forma correta e sem anular a graça, o subtítulo de When the Kissing Had to Stop:
‘Cult Studs, Khmer Newts, Langley Spooks, Techno-Geeks, Video Drones, Author Gods, Serial Killers, Vampire Media, Alien Sperm-Suckers, Satanic Therapists, and Those of Us Who Hold a Lef-Wing Grudge in the Post Tosties New World Hip-Hop.’
Eu não me atreveria.’
TELEVISÃO
Gêmeas atletas viram VJs na MTV
‘Como é de praxe nessa temporada, a MTV testa novos VJs em sua programação de verão. A aposta da vez são as gêmeas, atletas de nado sincronizado, Bia e Branca Feres, que estréiam na emissora musical abrindo o Verão MTV, com o Dicas de Verão.
A temporada de atrações que descem a serra começa a ser gravada em dezembro em Jurerê, Florianópolis.
‘Apenas um programa será gravado em Maresias, em São Paulo, o restante será todo em Florianópolis’, conta a diretora de Programação da MTV, Cris Lobo. ‘Gostamos de lançar caras novas nessa época e achamos que essas gêmeas têm grande chance de emplacar na programação fixa da emissora, depois do verão.’
Outra VJ nova da temporada é Titi Müller, que comandará ao lado de Kika o Uh La lá. O programa é uma espécie de bate-papo de amigas sobre sexo, em uma tendinha armada na praia. O público poderá participar com dúvidas, usando uma máscara de Paris Hilton para evitar constragimentos.
Lobão e João Gordão também colocam sunga e chinelão. Lobão apresenta na praia o Pocket Show, formato similar ao Luau MTV, sempre com convidados em um show acústico. Já João Gordo entrevista famosos em seu Gordo Chic Show.
O MTV Praia, programa diário e ao vivo que costura a programação de verão será comandado por Penélope.
E Marcelo Adnet deixa o seu quarto da bagunça e se perde pela areia fazendo entrevistas e musicais ao lado de seu companheiro, Kiabbo, no Arrastão do Adnet.
O Verão MTV estréia no dia 12 de janeiro.’
Etienne Jacintho
Sony exibe documentário de Britney
‘Faz tempo que a cantora Britney Spears não escandaliza o público. Ao que parece, a popstar está mais calma e até justificou seus atos rebeldes em um documentário produzido pela MTV americana. Britney: For The Record vai ao ar nos EUA no dia 30 de novembro e chega aqui já no dia seguinte, pelo canal Sony, com legendas, às 19h30 – reprise às 23 horas.
No especial, ela fala sobre o casamento com Kevin Federline, o divórcio, a guarda dos filhos, a loucura de raspar o cabelo, as drogas… Ah, ela também canta.’
******************
Clique nos links abaixo para acessar os textos do final de semana selecionados para a seção Entre Aspas.