Saturday, 23 de November de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1315

O Estado de S. Paulo

TELEVISÃO
Keila Jimenez

Caso Isabella triplica ibope da Band

‘Troca de farpas, cenário-surpresa e uma espécie de tribunal para julgar o caso Nardoni. Foi assim que Silvia Poppovic surpreendeu seus telespectadores anteontem à tarde, na Band. No cenário que será de Marcelo Rezende (também lá presente) em seu novo programa na emissora, Silvia surgiu com gritos avisando que a atração ‘já estava no ar’. Na sequência, levou um pito do colega Rezende que, antes de falar sobre o caso Nardoni, quis explicar o cenário. O júri em questão, que parece ter sido escalado em segundos na porta da Band, não chegou a nenhuma conclusão. Mas a novela rendeu. Praticamente triplicou a audiência no horário, alcançando média de 3 pontos.

Claudia Raia fará uma participação especial na nova temporada de A Grande Família, da Globo. Ela será Vânia Lira, uma cantora famosa que resolve investir no talento musical de Tuco (Lúcio Mauro Filho).

O Altas Horas, da Globo, que vai ao ar na madrugada de amanhã, trará uma homenagem aos 50 anos de Renato Russo.

Comenta-se que a bruxa anda solta no portal de internet da RedeTV!. O número de afastamentos por problemas de saúde e de pedidos de demissão só cresce. As baixas já passaram da casa dos 20 funcionários.

Atrasos em gravações de novelas parecem doença contagiosa. Agora é a vez de Bela, a Feia, da Record, gravar cenas em cima da hora.

Eles voltaram. A série Aline ganhará uma nova temporada na Globo este ano, assim como o Super Sincero, quadro de Luiz Fernando Guimarães no Fantástico.

Diretor dos festivais de MPB consagrados da Record, Solano Ribeiro exibe hoje, às 18 horas, no Museu da Imagem e do Som (MIS), o documentário Novos Baianos F.C..

A versão carioca do Balanço Geral tem incomodado a Globo no Rio. O policialesco da Record chega a obter médias na casa dos 12 pontos de ibope no horário, alcançando a liderança.

Faustão recebe amanhã em seu Domingão uma dupla musical que já é sensação nas rádios: Maria Cecília e Rodolfo.

E não estranhe ao ver o Domingão um pouco esquisito amanhã, com cenários diferentes… Fausto Silva gravou a primeira parte do programa em São Paulo e fará a segunda parte, depois do jogo, e com a entrega do Troféu de Melhores do Ano, ao vivo, diretamente do Rio.’

 

CAMPANHA
Clarissa Oliveira

Corregedor tira do ar propaganda do PSDB com Serra

‘A Justiça Eleitoral atendeu a um pedido do PT e concedeu ontem uma liminar ordenando o PSDB a tirar do ar um filme estrelado pelo governador José Serra (PSDB), veiculado na propaganda partidária a que a sigla tem direito na televisão. No vídeo, distribuído na última quarta-feira, o pré-candidato ao Palácio do Planalto fala sobre projetos como seguro-desemprego e expansão do metrô e chega a utilizar a primeira pessoa para enunciar as realizações.

‘Seguro desemprego. Ninguém imaginava que um dia a gente fosse tirar do papel e ajudar o trabalhador numa hora difícil. Eu batalhei, nós conseguimos’, diz o tucano, na gravação.

A decisão segue a mesma linha adotada na semana passada pela Corregedoria Regional Eleitoral em São Paulo, quando uma liminar semelhante foi aplicada para proibir a veiculação de vídeos produzidos pelo PT paulista.

Nesse caso, os protagonistas dos vídeos eram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o senador Aloizio Mercadante (SP). Dilma é pré-candidata à Presidência nas eleições de outubro e Mercadante deve anunciar em breve sua intenção de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

No entendimento da corregedoria, tanto os vídeos petistas quanto o filme tucano extrapolam as regras que regem a propaganda partidária no rádio e na televisão. O espaço deve servir, por exemplo, para difundir programas partidários ou informar o eleitor sobre a execução desses programas.

O PSDB já havia se antecipado à decisão. Segundo o advogado do partido, Milton Terra, o vídeo suspenso pela corregedoria foi substituído após sua primeira veiculação. ‘Nós tomamos a iniciativa de realizar uma alteração no texto, apesar de a nossa avaliação ser a de que não havia promoção pessoal’, disse o advogado. ‘Ficou claro que houve uso da propaganda partidária para promoção do governador’, reagiu a advogada do PT de São Paulo, Maria de Lurdes dos Santos.

A decisão que proibiu na semana passada os vídeos petistas foi motivada por pedidos apresentados pelo PMDB e PSDB. No caso do PT, o primeiro filme a ser tirado do ar mostrava Lula dizendo que a ministra Dilma é ‘a cara e a alma de São Paulo’.

Atendendo à decisão da Justiça, o partido substituiu o vídeo pela inserção que iria ao ar mais adiante, protagonizada por Mercadante. Como o senador dizia que ‘já é hora de São Paulo dar ao PT a chance de governar todos os paulistas’, a corregedoria optou por conceder uma nova liminar.

Comparação. As sucessivas decisões judiciais em São Paulo surgem em meio à polêmica causada por discursos favoráveis a Dilma feitos por Lula em viagens pelo País. O presidente já foi multado duas vezes, sob a acusação de promover a candidatura da ministra antes do prazo legal.

Ainda assim, o PSDB rejeita a comparação. ‘A situação é totalmente diferente. O que tivemos aqui é uma questão que se refere simplesmente a uma frase mal colocada. Não há propaganda antecipada’, disse Milton Terra.’

 

VENEZUELA
Depois de prender opositores, Chávez ataca EUA e OEA

‘Depois da prisão de políticos opositores e do dono de um canal de TV crítico ao seu governo, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, voltou-se ontem contra a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e os governos dos EUA e da Colômbia. O endurecimento do discurso de Chávez coincide com a queda de sua popularidade e a proximidade das eleições legislativas na Venezuela, marcadas para setembro.

Chávez qualificou a OEA de ‘cadáver insepulto’ e ‘símbolo deste império (americano) que se vai’. Segundo ele, a organização ‘só serve para atacar seus países-membros’.

Ele disse também que a secretária de Estado americano, Hillary Clinton, ‘ainda se acha a dama imperial e crê que os EUA são os donos deste continente’.

Chávez acusou ainda a Colômbia de desestabilizar a região e ‘desrespeitar a Venezuela e o Equador’.

A onda de ataques veio um dia depois de a polícia ter detido Guillermo Zuloaga, dono do canal de TV Globovisión.

Ele foi preso num aeroporto do noroeste do país, quando tentava embarcar para a ilha caribenha de Bonaire, onde passaria o feriado da Semana Santa.

Zuloaga foi libertado horas depois, mas será julgado por criticar Chávez num seminário da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizado no domingo, em Aruba.

A prisão de Zuloaga ocorreu três dias depois de outro opositor, Oswaldo Álvarez Paz, ter sido preso por declarações feitas no dia 8, num programa de debates da Globovisión.’

 

CRIME
Diego Zanchetta

Acusados de matar jornalista depõem e ‘fogem’ de perguntas

‘Os três policiais militares e o comerciante acusados de matar, em maio de 2007, o jornalista Luiz Carlos Barbon, de 37 anos, negaram a autoria do crime ontem, no segundo dia do julgamento realizado no 5.º Tribunal do Júri da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.

Quatro anos antes de morrer, Barbon relevara no Jornal do Porto, em Porto Ferreira, um esquema mantido por vereadores, comerciantes e policiais no aliciamento de garotas menores de idade para a prostituição.

A viúva do jornalista contou também às testemunhas do júri que seu marido iria publicar uma série de matérias sobre o envolvimento de PMs com quadrilha de roubo de cargas na região de Ribeirão Preto e havia recebido ameaças de morte dois dias antes do crime.

Os PMs negaram o envolvimento com roubo de cargas. Primeiro a depor, o soldado Paulo Ronceiro é acusado de dirigir a moto que levou o atirador ao Bar das Araras, onde o jornalista estava quando morreu.

O policial disse que no dia da morte trabalhou na ronda policial das 7 às 19 horas. Depois, disse ter saído de casa por volta das 22h30 para ir à farmácia. No local, disse ter ficado sabendo do crime e, em seguida, passou no hospital onde Barbon estava sendo atendido para saber informações sobre o que havia ocorrido.

Silêncio. Durante 42 minutos de depoimento, o soldado se negou a responder as cinco perguntas feitas pelo promotor André Luiz Bogado da Cunha.

Apontado como mentor do crime, o capitão Adélcio Carlos Avelino negou ter participado do caso. O policial declarou ao juiz que só compareceu ao local do crime por ‘praxe da profissão’. Chorando, disse não saber os motivos de ser acusado. Como os outros três acusados, o capitão não respondeu ao promotor.

Por volta das 19 horas, a acusação passou a mostrar reportagem sobre o crime. O júri terminaria na madrugada de hoje.’

 

Viúva revelou que marido foi ameaçado

‘A viúva do jornalista Luiz Carlos Barbon contou no primeiro dia de julgamento que seu marido havia sofrido ameaças de morte dois dias antes de morrer. O motivo era uma série de reportagens que mostrariam o envolvimento de PMs com o roubo de cargas em Ribeirão Preto. O jornalista também já havia feito matérias mostrando a relação de favorecimento de policiais de Porto Ferreira com empresas de guinchos e com a máfia de cigarros clandestinos. A defesa alegou aos jurados que Barbon não tinha diploma de jornalismo e exercia a profissão de forma provisória.’

 

ACIDENTE
Cinegrafista da Record recebe alta após 44 dias

‘O cinegrafista da TV Record Alexandre Silva de Moura, de 36 anos, recebeu alta ontem. Ele foi vítima de uma queda de helicóptero em 10 de fevereiro deste ano, na zona sul da capital, e estava internado há 44 dias no Hospital Israelita Albert Einstein. Moura teve politraumatismo e passou por operação de reconstrução da coluna lombar. No acidente, o piloto Rafael Delgado Sobrinho, de 45 anos, morreu.’

 

MÍDIA NOS EUA
Richard Pérez-Peña

‘Wall Street Journal’ avança sobre o território do ‘New York Times’

‘Talvez os jornais realmente estejam morrendo, como certos analistas de mídia preveem há décadas, mas aparentemente isto não se aplica às guerras entre os periódicos. No momento, estamos acompanhando o surgimento de uma refrega deste tipo entre The Wall Street Journal e The New York Times.

Numa tentativa de conquistar para si parte do público maciço do Times e atrair alguns de seus anunciantes de maior renome, o Journal já se afastou do papel tradicional de publicação voltada para os negócios, acrescentando uma página diária dedicada à cobertura esportiva e uma revista bimensal, fortalecendo a cobertura de Washington e das questões internacionais e alterando a seleção de chamadas em sua primeira página.

Agora, o Journal, parte da News Corporation, de Rupert Murdoch, está se afastando ainda mais de suas raízes e implementando sua maior e mais audaciosa jogada para concorrer com o Times, com o lançamento de um caderno de notícias locais da cidade de Nova York para disputar os leitores metropolitanos, voltados para um interesse mais geral, e os valiosos anunciantes que os procuram.

O novo caderno diário, cuja publicação deve começar em 12 de abril, terá em média 12 páginas e será incluído somente nos exemplares distribuídos no mercado nova-iorquino. De acordo com jornalistas que trabalham no periódico, haverá uma página diária dedicada aos imóveis, e segmentos diários separados para a cobertura de notícias culturais, negócios e, principalmente, esportes.

Os repórteres também cobrirão o noticiário metropolitano tradicional, incluindo as notícias da administração pública, mas pessoas informadas sobre a mudança disseram que o caderno será seletivo na sua abordagem de tais temas.

A iniciativa tem como principal objetivo não o aumento da tiragem, mas o desvio de boa parte dos anunciantes ao consumidor – como varejistas de artigos de luxo, fabricantes de bens de alto padrão e imobiliárias – que tradicionalmente preferiram anunciar no Times.

O que os analistas e executivos da indústria – entre eles, os da própria News Corporation – não compreendem é o fato de que nada disto faz sentido enquanto proposta de negócios para ajudar o Journal, especialmente num momento em que as publicações diárias enfrentam dificuldades para superar um declínio no longo prazo. Mas essas pessoas dizem que, para Murdoch, presidente e diretor executivo da empresa, o lucro não é necessariamente o cerne da mudança.

Para ele, o jornalismo é como uma caçada.

Murdoch é dono de um longo histórico de perseguição agressiva e pública aos rivais na tentativa de conquistar seus leitores e anunciantes, na crença de que a ampliação de sua fatia do mercado – mesmo que represente grandes prejuízos iniciais – seja a melhor forma de superar a concorrência.

Os resultados foram variados; ele gastou uma fortuna, por exemplo, para manter o New York Post funcionando, jornal que lhe traz prejuízos anuais estimados em US$ 70 milhões, numa campanha para esmagar o tabloide rival, The Daily News.

Scott Heekin-Canedy, presidente e diretor-geral do Times, disse que o plano do Journal ‘representa certa dose de pressão no curto prazo’ sobre as vendas de espaço aos anunciantes do Times, mas não uma ameaça duradoura.

Investimento. A News Corporation não contestou relatos de que estaria investindo US$ 15 milhões anuais no caderno nova-iorquino, começando com uma equipe editorial de aproximadamente 35 pessoas, numa redação que emprega mais de 750 pessoas. Alguns dos membros desta equipe serão novos contratados, mas outros serão transferidos de outros departamentos do Journal.

Com uma redação de mais de 1,1 mil pessoas, o Times sempre leva a concorrência a sério, disse Bill Keller, editor executivo, mas ‘quando somamos nossa poderosa equipe metropolitana aos repórteres que cobrem a cena cultural nova-iorquina, os esportes, o mercado imobiliário, restaurantes e negócios, temos uma grande vantagem’.

Mas os executivos da News Corporation dizem que o novo caderno do Journal é apenas o primeiro ataque, parte de um plano mais amplo de expansão cujo preço está na casa dos US$ 30 milhões. Esses executivos não quiseram especificar quais seriam as iniciativas ainda não divulgadas, mas elas têm como objetivo oferecer aos anunciantes aquilo que eles preferem: mais leitoras e mais assinantes.

O desempenho financeiro dos dois jornais não é divulgado ao público, mas Sarah Ellison, repórter do Journal, afirma num livro ainda não lançado que o periódico perdeu US$ 80 milhões no ano fiscal que chegou ao fim no último dia 30 de junho – número confirmado por fontes informadas sobre o assunto. O New York Times Media Group, do qual o jornal The New York Times representa a principal parcela, registrou um lucro operacional de US$ 21,2 milhões em 2009.

Nos dias úteis, o Journal vende em todo o país quase o dobro de exemplares vendidos pelo Times: mais de dois milhões contra pouco mais de 900 mil. A tiragem do Times aos domingos, dia em que o Journal não circula, é de 1,4 milhão de exemplares.

Avanço. As publicações nova-iorquinas de Murdoch, o sério Journal e o tabloide Post, tentam avançar na implementação da venda conjunta de espaço publicitário, apesar das diferenças entre o público leitor de cada um – na verdade, os anunciantes disseram ter recebido ofertas de grandes descontos em espaço para anúncios no Post na compra de espaço no Journal.

Mas existe um ceticismo generalizado em relação à tentativa de transformar o Journal num periódico completo e de interesse geral para os leitores nova-iorquinos. Alan D. Mutter, analista de mídia e consultor, escreveu recentemente em seu blog Reflections of a Newsosaur que ‘não há vantagem de negócios significativa’ por trás da iniciativa, tornando-a ‘nada mais do que um caro delírio ególatra com o objetivo de atacar o NYT em seu momento de fraqueza’.

Lauren Rich Fines, analista de mídia que escreve para o site paidcontent.org, disse que o novo caderno pode fazer sentido no longo prazo, mas somente se a venda de espaço aos anunciantes corresponder às expectativas e se o Times continuasse a definhar – e ambas as hipóteses são apostas.’

 

INTERNET
Jornais de Murdoch vão cobrar por acesso online

‘O magnata da mídia Rupert Murdoch iniciará em junho sua experiência de cobrar pelo acesso às notícias no site dos jornais britânicos ‘The Times’ e ‘The Sunday Times’, segundo informações do ‘Financial Times’. Os leitores terão de pagar 1 libra esterlina por dia de acesso às notícias pela internet (o mesmo preço do jornal impresso em dias de semana) ou 2 libras para a assinatura de uma semana. Dois novos sites (www.thetimes.co.uk e www.thesundaytimes.co.uk) substituirão o atual Times Online.

A experiência no Reino Unido faz parte da proposta de Murdoch de cobrar pelos acessos aos sites de todos os jornais que ele controla – são mais de 170 no mundo, segundo a agência France Press. A decisão veio com o sucesso da cobrança pelas notícias online do ‘Wall Street Journal’, avalia o ‘FT’ (que também cobra).

‘Em um momento de definição do jornalismo, esse é um passo crucial para fazer do negócio da notícia uma questão economicamente estimulante’, afirmou Rebekah Brooks. O faturamento mundial com anúncios em jornais caiu 14% em 2009 e deve recuar mais 2,9% neste ano.’

 

REINO UNIDO
Robert Barr

Magnata russo compra dois jornais britânicos deficitários

‘O magnata russo Alexander Lebedev acertou a compra dos deficitários jornais britânicos The Independent e Independent on Sunday, segundo informou o atual proprietário na última quinta-feira. Lebedev, que no ano passado já havia adquirido o controle do London Evening Standard, pagou 1 libra (US$ 1,49) pelos jornais Independent, que perderam 12,4 milhões de libras (US$ 18,5 milhões) no ano passado, segundo o comunicado da Independent News & Media PLC (INM) à Bolsa de Valores de Londres.

O valor simbólico é uma exigência da legislação britânica, que obriga o comprador a pagar qualquer quantia pela empresa que será adquirida. Isso acontece mesmo nos casos em que a empresa vendedora, problemática, ‘pague’ para que seus ativos sejam adquiridos, como nesse caso. A INM vai pagar 9,25 milhões de libras (US$ 13,7 milhões) à companhia de Lebedev em 10 meses por causa das obrigações futuras dos jornais e dívidas. As ações da INM subiram 12%, para 12 pence, após o anúncio desse negócio.

‘Após nosso bem-sucedido refinanciamento em fins de 2009, essa transação representa um marco importante no reposicionamento de nosso grupo e permitirá que a INM se concentre exclusivamente em seu principal mercado, ativos geradores de caixa na Irlanda, Irlanda do Norte, África do Sul, Austrália e Nova Zelândia’, disse o presidente executivo da INM, Gavin O`Reilly.

KGB. A compradora é a Independent Print Ltd., uma companhia controlada pela família de Lebedev. Ex-agente da KGB, ele comprou uma participação de 75% no Evening Standard em janeiro de 2009 da Daily Mail & General Trust. O jornal é agora o único vespertino em Londres e é distribuído gratuitamente.

‘Sou um defensor de reportagens investigativas em profundidade e campanhas que promovam a transparência e procurem combater a corrupção internacional’, disse Lebedev. ‘São coisas que o Independent sempre fez bem e, eu espero, continuará fazendo.’ The Independent, lançado em 1986, tem a menor circulação dos jornais diários nacionais. A circulação em fevereiro alcançou 183.547 exemplares – 10,88% a menos que o mesmo mês do ano passado. O Independent on Sunday teve uma média calculada de vendas de 155.661 em fevereiro, 13% abaixo do mesmo período do ano passado.

Foco. Nos últimos anos, o jornal ficou conhecido por seu foco em questões ambientais, particularmente, em assuntos relacionados às mudanças climáticas. Ele dedicou muitas de suas primeiras páginas para registrar os recursos naturais ameaçados do planeta.

O negócio, cuja conclusão é esperada para maio, inclui um acordo que garante pleno acesso a conteúdo do Independent por títulos da INM fora da Grã-Bretanha. Ele também preserva os arranjos de impressão dos jornais Independent com a Trinity Mirror Printing Ltd., e continua usando os serviços da Daily Mail & general Trust PLC pelos jornais The Independent.

Circulação gratuita. Luca Mastrodonato, analista da mídia na consultoria Ernst & Young, disse que Alexander Lebedev pode mudar o Independent para circulação gratuita, como fez com o Evening Standard. ‘The Independent tem pouco a perder com a mudança para o modelo gratuito’, disse Mastrodonato.

‘Sua circulação teve um desempenho muito pior que outros jornais nacionais, ele perdeu um quarto da circulação desde 2005 com as vendas em volume com desconto perfazendo já cerca de 20% da circulação’. Bob Satchwell , diretor executivo da Society of Editors se disse otimista sobre o futuro do Independent – desde que, obiviamente, seu novo dono esteja disposto a investir no jornalismo do jornal.

‘Ele certamente tem o potencial de ser bem-sucedido, mas é um jornal que tem sido subfinanciado pela maioria dos padrões’, disse ele. ‘O jornal continuou fazendo um jornalismo fantástico. Continua sendo um jornal com atitude e com voz distinta. Ele tem muitas qualidades que poderiam ser exploradas por uma nova injeção de investimentos.’’

 

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