‘Ainda existe uma luz no fim do túnel do Jornal do Brasil. Um acordo entre a Delegacia Regional do Trabalho, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro e a direção do Jornal do Brasil está em vias de ser fechado. O trio concordou com a criação de uma comissão interna, com imunidade sindical, para conduzir as negociações. Os funcionários querem que, até o dia primeiro de março de 2005, todos os trabalhadores do jornal estejam contratados sob a batuta da CLT (Consolidação das Leis de Trabalho). Apesar do acordo, muita água ainda vai rolar. Como informa o próprio sindicato, o número de jornalistas sindicalizados na redação não chega a 20.
Ao falar sobre o número de estagiários, ampla maioria na redação, Aziz Maluf Filho, atual presidente do sindicato do Rio, é bastante claro. ‘Não pode passar de dez por cento do corpo de funcionários.’
O acordo entre as partes prevê metas para a regularização dessa situação. Em forma de escalonamento, um terço do número de estagiários deve ser substituído até o dia primeiro de janeiro. Outro terço até primeiro de fevereiro e o último até primeiro de março, data final da meta de regularização. Caso a negociação não seja concluída, o sindicato promete voltar com manifestações que podem culminar em greve.’
RODA VIVA
, 18 ANOSEduardo Ribeiro
‘Roda Viva comemora 18 anos no ar’, copyright Comunique-se (www.comuniquese.com.br), 13/10/2004
‘Por lá já passaram, entre outros, os âncoras Rodolfo Gamberini, Matinas Suzuki, Augusto Nunes, Rodolfo Konder, Heródoto Barbeiro e Paulo Markun, todos emprestando brilho e dignidade a um dos mais respeitados programas jornalísticos da tevê brasileira. Na próxima semana, o Roda Viva chega à expressiva marca de 18 anos de vida, com razões de sobra para comemorar. E a festa está armada, com um coquetel para todos os que lá já estiveram entrevistando ou sendo entrevistados e um especial com a participação dos âncoras que mais tempo passaram no programa – um deles, Jorge Escosteguy, infelizmente já morto. Tudo transmitido ao vivo, diretamente dos estúdios da rua Cenno Sgrighi, 378, no bairro da Água Branca, em São Paulo, na próxima segunda-feira (18/10), a partir das 22 horas.
Além da big festa, há muitas outras novidades programadas para o Roda Viva, a começar pelo slogan – O Brasil passa pelo Roda Viva – e a decisão de voltar a ter platéia. Estão previstas ainda as estréias de nova vinheta, de novo cenário, assinado por Marcos Weinstock e pelo artista plástico Aguilar, e de nova trilha sonora, composta pelo maestro John Neshling. E mais: em comemoração à data, a produção viabilizou a edição de uma revista especial – e super sofisticada -, editada por Marcos Weinstock e Valdir Sweztch, criadores do programa, resgatando a memória de seus tempos primeiros. Os textos são de Ricardo Kotscho, Clóvis Rossi, Dora Kramer, Fernando Morais, Matinas Suzuki, Augusto Nunes, Rodolfo Gamberini, Rodolfo Konder, Roseli Tardelli, Heródoto Barbeiro e Paulo Markun.
Ao longo desses 18 anos foram, no total, mais de 940 entrevistas com personalidades de todas as áreas do conhecimento, incluindo inúmeras participações internacionais.
Todos os que por lá passaram estão sendo convidados para a festa, mas caso alguém tenha escapado da alça de mira da produção do Roda Viva vale a dica do Markun: é só ligar para o número 11-3045.1109 e confirmar presença.
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Convite honroso
No início de 2004 morreu, nos Estados Unidos, o britânico Alastair Cooke, apontado por quem conhece profundamente o jornalismo internacional como uma lenda do rádio, titular por 60 anos de um programa chamado Letters from America, transmitido pela BBC mundial. Alastair tinha 95 anos e trabalhou até às vésperas de sua morte como correspondente da emissora inglesa nos Estados Unidos, onde estava radicado. Seu programa, quase único no mundo, tinha um formato diferenciado e ampla repercussão. Era uma narrativa factual, uma espécie de pensata sobre algum tema, daí ter o nome de Carta dos Estados Unidos, na tradução literal.
Após sua morte, a BBC não só manteve o programa como decidiu ampliá-lo, de tal modo a ter cartas com narrativas jornalísticas de outras partes do mundo. Para ser mais exato, de seis regiões, uma delas a nossa América Latina. O Letters from America passou, a partir de então, a ter a companhia das Letters, nome que passou a ser adotado para a participação dos demais comentaristas.
O jornalista convidado pela empresa inglesa para representar o continente foi Adhemar Altieri, profissional que já mantinha com ela estreita ligação desde os tempos em que dirigiu o jornalismo da Rádio Eldorado, anos atrás, lá implementando várias parcerias com a BBC.
Adhemar também já esteve em posições de comando do jornalismo do SBT, na Kiss FM, emissora que fundou, atuou por mais de uma década no jornalismo canadense, particularmente na área de televisão, e atualmente dirige a Comunicação do Instituto de Hospitalidade e do Fórum Mundial de Turismo (ambos em Salvador), numa experiência profissional para ele inédita. O convite da BBC, que não interfere no seu dia-a-dia profissional no IH, o recolocou de certo modo no circuito internacional do jornalismo.
Adhemar, na verdade, quando foi convidado pela BBC sequer tinha idéia do tamanho do desafio. Disse ele a este Jornalistas&Cia: ‘Só fiquei sabendo disso tudo porque dia desses me ligou uma repórter do The Independent, que é um dos principais jornais diários de Londres, querendo me entrevistar para uma matéria apresentando os ‘substitutos’ do Alastair Cooke. Aí eu disse ‘o quê?’, e foi a repórter que me explicou a coisa toda… Fiquei até arrepiado, pois esse cara é uma figura, assim, reverenciada no mundo inteiro. Até brinquei com a repórter e disse, puxa, precisaram de seis para substituir o Alastair Cooke… Para se ter uma idéia, os textos são discutidos por uma semana antes de gravarmos, e na hora de gravar a BBC aluga um estúdio em São Paulo e um dos editores em Londres acompanha a gravação por telefone. Quando fica pronta a gravação, o estúdio sobe o arquivo digitalizado por FTP via Web para o servidor da BBC. Lá, eles baixam isso em um estúdio e dão o tratamento final antes de mandar para o ar. O retorno é incrível – por causa dessas matérias, eu recebo e-mails de ouvintes de várias partes do mundo. Um amigo meu escreveu contando que me ouviu viajando de carro na Suíça. Outro me mandou um e-mail de Vancouver, no Canadá – era um amigo com quem trabalhei no primeiro ano de carreira, em 1978 em Toronto, e que nunca mais tinha visto.’’