Comunique-se Anderson Scardoelli Profissão Repórter cai no gosto dos jovens e vira tradição nos TTs do Twitter Desde a noite desta terça-feira (19/4), o Profissão Repórter vem sendo destaque entre os usuários no Twitter. Até a manhã de hoje, o jornalístico exibido pela Rede Globo era um dos principais assuntos entre os twitteiros, tanto que a hashtag #profissaoreporter figurav na primeira colocação, entre os termos não patrocinados, do Trending Topics Brazil, ranking de termos mais comentados no País pelo microblog. Na edição que foi ao ar ontem, o tema ‘álcool e jovens’ mostrou que no Brasil muitos adolescentes estão exagerando no consumo de bebidas. O Profissão Repórter também mostrou que para esses jovens não existe apenas um lugar ideal para ‘encher a cara’: além de festas, o entorno das universidades serve como ponto para a bebedeira. No Twitter, houve, na maioria dos casos, comentários elogiosos ao assunto abordado pelo Profissão Repórter de ontem. Mesmo sendo obrigado pela mãe a assistir o programa, teve internauta que gostou do conteúdo. Teve gente, entretanto, que afirma ter achado cômico a exposição do problema de jovens com o consumo de álcool. A visão da repórter A repercussão na rede social não surpreende a repórter da atração Eliane Scardovelli, que declara ser comum algumas edições do Profissão Repórter conseguir destaque no Twitter. A jornalista, que está na equipe do programa desde abril do ano passado, afirma também há algum tempo é perceptível que o jornalístico comandado por Caco Barcellos tem grande parte do público formado por jovens. ‘Não chega a ser surpresa essa repercussão, a edição da semana passada também chegou aos Trending Topics. E o sucesso entre os jovens também não é uma coisa recente, há algum tempo a gente já tinha percebido isso’, diz Eliane. Os seguidores do C-se gostam? O perfil do Comunique-se no microblog questionou se os seguidores gostam ou não do Profissão Repórter. O fato de mostrar os bastidores da notícia foi elogiado, mas teve crítica ao horário de exibição. Folha de S. Paulo, 24/4 Mauricio Stycer Séries da Globo patinam na banalidade Um cabeleireiro leva uma sapatada na cabeça, desmaia e, ao acordar, descobre que não é mais gay. Infelizes no amor, duas amigas trabalham numa loja que aluga vestidos de noiva. No escritório de uma empresa, a secretária faz tudo, de apostas no jogo do bicho à definição da escala de plantão. Argumentos e sinopses pobres não são, necessariamente, impedimentos para bons programas de televisão. No caso, porém, de ‘Macho Man’, ‘Tapas & Beijos’ e ‘Batendo Ponto’, três das cinco novas séries que a Globo estreou em 2011, a dificuldade em divertir parece estar diretamente relacionada à obviedade das propostas. Não basta emendar piadas em roteiros que não se sustentam em pé para produzir entretenimento de qualidade. É preciso propor algum tipo de cumplicidade ao espectador, seja com temas ou situações que digam respeito ao seu universo, seja com atores e atrizes encantadores, seja com produções bem cuidadas, fascinantes. A palidez dessas três séries fica ainda mais evidente no confronto com ‘Lara com Z’ e ‘Divã’, as outras duas estreias de 2011. Goste-se ou não, identifique-se ou não com as suas temáticas, são muito mais ambiciosas e nitidamente mais bem estruturadas e bem produzidas. O texto de ‘Macho Man’ chega a ser constrangedor na sua proposta de ‘autoajuda’ e combate à intolerância. Jorge Fernando causa embaraço com a única maneira que conhece de interpretar, balançando os braços e fazendo caretas. ‘Tapas & Beijos’ aposta tudo na sua afiada dupla de atrizes, Fernanda Torres e Andrea Beltrão, mas tenho dúvidas se foram a melhor opção neste momento. O público ainda guarda muito presente lembranças das duas em outras séries cômicas, ‘Os Normais’ e ‘A Grande Família’, e tende a ver, ainda que sem razão, repetição em cena. Fosse encenado num palco, como ‘Sai de Baixo’, ‘Batendo Ponto’ poderia até funcionar, com seus personagens caricaturais. Mas o formato escolhido resultou tão simplório que não dá nem para dizer que a série ‘The Office’ seria uma inspiração do programa. Repare como os protagonistas dessas três séries fazem caretas em cena. Grandes atores (Marisa Orth, Fernanda Torres, Andréa Beltrão, Pedro Paulo Rangel) parecem numa disputa forçada e permanente pela atenção do público, tentando preencher o vazio oferecido pelos textos que estão encenando. Menos cômica das séries, ‘Divã’ dirige-se a um público segmentado (mulheres acima de 30 anos), com um argumento testado com sucesso no cinema. APOSTA MAIOR O capricho da produção indica se tratar de uma aposta maior da Globo. Lilia Cabral está ainda melhor do que no cinema no papel da mulher separada, que se sujeita a ser amante (primeiros dois episódios), enfrenta a rejeição e vai à luta. Já ‘Lara com Z’, um desdobramento de ‘Cinquentinha’, exibida em 2009, centra-se em uma das personagens da série anterior, a atriz decadente Lara Romero (Suzana Vieira). Em que pese o excesso de maldades, piadas internas e bobagens do texto, seria injusto comparar o porte dessa série com o das outras comédias noturnas da Globo. A aposta da emissora em comédias leves e de curta duração, no formato de seriados com temporadas de 15 capítulos, em média, segue uma tendência internacional. São produtos mais baratos e fáceis de realizar que novelas, geram filhotes (DVDs) e, quando bem-sucedidas, novas temporadas. São também mais fáceis de esquecer. Ficam no ar por pouco tempo (três ou quatro meses) e, se não agradam público e mercado publicitário, simplesmente desaparecem, sem deixar vestígio. MAURICIO STYCER é repórter e crítico do portal UOL DIVÃ (ter., 22h30) AVALIAÇÃO bom LARA COM Z (qui., 23h15) AVALIAÇÃO bom TAPAS & BEIJOS (ter., 23h) AVALIAÇÃO regular BATENDO PONTO (dom., 23h05) AVALIAÇÃO ruim MACHO MAN (sex., 23h30) AVALIAÇÃO péssimo