Leia abaixo os textos de sexta-feira selecionados para a seção Entre Aspas. ************ O Estado de S. Paulo
Sexta-feira, 1 de setembro de 2006
DEMOCRACIA & IMPRENSA
Presidência imperial
‘Quando se fala em intenções autoritárias num possível segundo mandato do presidente Luiz Inácio da Silva, a reação mais racional – e aparentemente lógica – é considerar a hipótese, além de remota, impossível.
Raciocina-se assim: se no auge da popularidade com credibilidade Lula não conseguiu cassar o visto de permanência no País de um jornalista americano porque a sociedade reagiu, entendendo perfeitamente o significado do gesto, como teria agora, popular, mas desprovido de credibilidade, força para impor um retrocesso democrático ao País?
Ele mesmo, em seu recente anúncio de programa de governo e nos discursos feitos a bordo do convencimento pleno sobre a reeleição, nos dá a resposta de como pretende tentar enveredar pelo caminho de desequilíbrio dos Poderes, de resto já bastante desequilibrados.
No campo da fantasia performática, já não considera mais, como disse logo após tomar posse, que nem o Congresso nem o Poder Judiciário o impediriam de governar como bem lhe aprouvesse. Agora desconsidera os terráqueos e começa a enxergar os extraterrestres como os únicos desafiantes à sua altura.
Quando fala sério, porém, invoca as forças das urnas para assegurar apoio político no Congresso, apostando na desmoralização ou no enfraquecimento de todos os outros adversários. Acredita que, eleito em primeiro turno, põe nas cordas e de joelhos o contraditório.
Por enquanto, não passam de idéias e intenções não necessariamente factíveis. Em 2003, o recém-eleito presidente Lula também pretendeu governar ‘conversando’ diretamente com a população e setores organizados por intermédio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.
Dispensou a sustentação parlamentar do PMDB – alegando não ser companhia conveniente – e acreditou que, com a maioria petista e mais a cooptação (hoje se sabe a que preço) de três partidos fisiológicos, mas menos visíveis nesse quesito, nadaria de braçada no Congresso e ainda manteria as aparências da lisura moral.
O único ponto do programa de governo que não deixa margem a dúvidas e fornece crédito à versão da tentação autoritária é o capítulo relativo à ‘democratização’ dos meios de comunicação, baseado em estudos que contemplam o desejo de controlar e restringir, pois falam de adequação e equilíbrio da produção jornalística; evidentemente de acordo com os critérios dos proponentes.
Antes da eleição e na discussão teórica, evidentemente, ninguém assume as coisas assim com essa clareza. O esclarecimento diretamente com o fiador dessa proposta torna-se inexeqüível, pois o candidato à reeleição recusa-se aos debates e entrevistas.
Juntando-se as tentativas anteriores ao conceito que seus auxiliares mais próximos manifestam a respeito de quem na imprensa os criticam – ‘deformadores de opinião’, na definição de Marco Aurélio Garcia – com a recusa sistemática e inédita de um chefe de Nação e reivindicante de votos a ser questionado livremente nas mesmas condições e freqüência de seus adversários, temos autorizada a suspeita do desejo de montar uma Presidência imperial o mais protegida possível dos ardores inerentes aos segundos mandatos.
E o pior é que tem gente achando normal.
Estilo
As pessoas em geral, sejam ricas ou pobres, aprendem desde pequenas a tratar os subordinados com respeito. É uma espécie de clássico da educação familiar.
O livro dos jornalistas Leonencio Nossa (Estadão) e Eduardo Scolese (Folha) sobre as viagens com o presidente Luiz Inácio da Silva traçam um breve, despretensioso e revelador retrato da visão de Lula sobre o quesito civilidade. Ali, a grosseria com os auxiliares é marca registrada.
Essa rudeza de trato talvez explique em boa medida a rejeição do eleitorado feminino ao petista, cujo primeiro ato público dessa natureza como presidente foi o esquecimento de Marisa Letícia dentro de um carro oficial durante viagem à Espanha.
Os dois jornalistas romperam o cordão de proteção em torno de Lula em relação a seu linguajar vulgar, aplicado até mesmo a audiências no Palácio do Planalto. Uma delegação da OAB que esteve com ele este ano saiu do gabinete impressionada com a falta de respeito à liturgia do cargo.
O modo como as pessoas falam é o modo como as pessoas pensam e agem. No caso do presidente, com total ausência de limites.
Ele era assim no Sindicato dos Metalúrgicos, sempre foi assim no partido e piorou bem na Presidência. Aquele episódio em que comeu um bombom durante solenidade oficial e jogou o papel no chão é auto-explicativo.
Carcará
Os detratores da ética e defensores da ausência dela como prática aceitável e recorrente na política estão no dever de não abrir as bocas para criticar a candidatura, e possível eleição, de Fernando Collor ao Senado.
De diferente dos que representam as preferências eleitorais dessa corrente de pensamento, Collor só teve a falta de aparato político para reagir.’
Paulo Moreira Leite
Texto sobre controle da mídia é criação de assessor de Dulci
‘O DNA do documento da campanha de Lula que propõe medidas de pressão sobre a mídia a pretexto de ‘democratizar’ os meios de comunicação aponta para o gabinete de Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República. Ali despacha o jornalista Fabio Koleski, autor do texto intitulado Comunicação e Democracia. Koleski é um dos principais assessores de Dulci, ministro que é o único sobrevivente do chamado ‘núcleo duro’.
Ele conta modestamente que ‘sistematizou’ sugestões de dezenas de militantes do partido, que podem ou não a ser incluídas no programa de governo. O texto sugere, por exemplo, a criação de ‘assembléias populares’ para a revisão de concessões de rádio e TV; a formação de uma Secretaria de Democratização da Comunicação no Planalto; a distribuição de incentivos oficiais para jornais independentes.
São idéias particularmente preocupantes quando se considera que foram alinhavadas por um funcionário do Planalto, com responsabilidades oficiais – e não por um militante de fim de semana. Koleski, que nem é filiado ao PT, conta que trabalhou fora do expediente na produção do texto. Ele garante que Luiz Dulci não leu o texto, mas essa versão é questionada por quem conhece o funcionamento do governo. ‘Dulci é responsável pela comunicação e ao menos em tese esse assunto passa por ele’, diz um ex-ministro.
Um intelectual petista respeitado na legenda define o documento como ‘lunático’. Nos últimos dias Koleski foi orientado pela coordenação da campanha a fazer silêncio sobre o assunto, ‘pois não se tomou nenhuma decisão quanto ao conteúdo das propostas’. O depoimento sugere que ele apenas reuniu idéias alheias, sem estar de acordo com todas elas. Indagado se, por hipótese, teria incluído no documento uma proposta que absurda – a hipótese colocada foi uma fantasiosa anexação do Brasil pelos Estados Unidos – ficou em silêncio.
As idéias de Democracia e Comunicação passarão por várias instâncias, dentro e fora do PT, até chegarem ao cidadão que terá a palavra final – o próprio Lula. A discussão sobre os meios de comunicação é um tema real dentro do PT. Um assessor da campanha compara 2002 e 2006 para dizer que hoje os ânimos estão quase belicosos. Muitos petistas reclamam da imprensa como se o mensalão fosse uma criação de repórteres.
Como assessor do Planalto, Koleski teve um papel de destaque na redação que produziu um irretocável discurso do presidente Lula sobre a liberdade de imprensa, lido no encontro da Associação Nacional de Jornais (ANJ). No papel de ‘sistematizador’, realiza um movimento que um colega define como ‘bipolar’.
Até hoje o PT cultiva a idéia de que é preciso ‘democratizar’ a comunicação. ‘Precisamos fazer uma revisão geral em todas as concessões de rádio e TV’, afirma o professor Laurindo Leal Lalo Filho, da Escola de Comunicação e Artes da USP, uma vez influente no partido.
Com o argumento de que é preciso estimular a concorrência, os petistas falam na ‘democratização dos meios de comunicação’ como se fosse a coisa mais normal do mundo, quando é uma expressão que carrega a idéia de intervenção do Estado numa área onde sua presença é sempre perigosa. Em silêncio auto-imposto sobre temas da campanha, o presidente da Radiobrás, Eugenio Bucci, já deixou claro que tem um pensamento diverso em vários aspectos.
Em março, num depoimento ao Observatório da Imprensa, ele falou do ‘Estado anunciante’ e do ‘Estado editor’, para dizer que considera ‘preocupante, no Brasil, o volume de verba pública que é canalizado para os meios de comunicação. O governo federal, os governos estaduais e municipais são compradores paquidérmicos de espaço publicitário’. Em outro momento, explicou que ‘o jornalismo precisa guardar distância do governo. Não pode depender de governo, de nenhum governo’. Eugênio Bucci foi instalado na Radiobrás a convite de Lula. Resta saber se essas palavras seguirão agradando ao presidente num eventual segundo mandato.’
CONGRESSO DE JORNAIS
Otimismo com o futuro dos jornais
‘O 6º Congresso Brasileiro de Jornais terminou ontem em São Paulo com uma perspectiva positiva para o futuro dos jornais, apesar de previsões pessimistas de quem acredita no fim do produto em papel. Os empresários da indústria reconhecem os desafios impostos pelas novas tecnologias e pela mudança de hábitos dos leitores, mas acreditam que o jornal ainda tem um longo caminho pela frente.
Mais: em meio à superoferta de informações, os jornais podem tirar proveito da sua credibilidade e da sua capacidade investigativa. O jornal, dizem eles, é um produto marcado por uma função social.
O debate que fechou o congresso reuniu os executivos dos principais veículos do País. Estavam presentes os diretores de redação do Correio Braziliense e do Estado de Minas, Josemar Gimenez, da Zero Hora, Marcelo Rech, da Folha de S. Paulo, Otávio Frias Filho, e do Estado de S. Paulo, Sandro Vaia.
Existe entre eles um consenso de que o jornal vive um ciclo de revitalização, que deve ser entendido como algo positivo para a sociedade. Ainda há muito a ser feito para que o jornal cumpra bem a sua função social. Os executivos reconheceram algumas falhas do meio e apontaram propostas para o aperfeiçoamento e o fortalecimento da indústria.
Gimenez chamou atenção para o problema da ‘assimetria informacional’. Para ele, a informação hoje é elitista e mal distribuída. Ele ressaltou a importância de o jornal atuar como uma espécie de fiscal da sociedade. ‘Nós podemos aumentar cada vez mais os níveis de independência, investir em informações de qualidade, contribuir para a educação e melhorar o acesso a novas tecnologias’, disse.
Rech foi pragmático: defendeu mudanças na abordagem do noticiário dos jornais. Há muito espaço para intrigas partidárias e pouco para discussões de um projeto para o País. Existe muita denúncia, mas pouco acompanhamento dos casos depois. Em vez de uma cobertura centrada em crimes, deveria haver mais discussão sobre segurança. ‘Quem é o comentarista crítico regular de segurança? Não existe. Os jornais têm comentaristas para tudo, menos para segurança’, disse.
Frias Filho acredita que a principal contribuição dos jornais para o País é ‘sobreviver e sobreviver bem’. O que isso significa? Os jornais devem ser fortes e ter comprometimento com a dimensão pública do jornalismo. ‘A imprensa deve funcionar como um teatro de debates onde a sociedade deve se espalhar’, disse.
Vaia fez um apelo ao resgate da ética, fundamental ao que ele chama de processo civilizatório. Ele acredita que a recuperação desse valor deve ser anterior às questões de ordem econômica e política.
Ele citou Arthur Miller, para quem ‘um bom jornal é uma nação conversando consigo mesma’, para dizer que o que menos importa é o suporte usado – se papel, IPod, celular ou internet, desde que a missão seja essa.
Essa é uma opinião que permeou a maioria das discussões do Congresso. Para os participantes, os jornais podem passar por muitas transformações, mas a função social, que é a alma do jornal, permanecerá.
AGENDA
Nelson Sirotsky, presidente da ANJ e diretor-presidente da RBS, propôs uma agenda de discussões que aprofunde temas como o relacionamento das empresas jornalísticas com as empresas de internet. ‘Há um reconhecimento que o novo ambiente tecnológico cria novos paradigmas para os jornais’, disse.
‘Não podemos mais medir a capacidade de penetração dos jornais apenas pela tiragem ou pela circulação. Devemos começar a considerar também a ‘audiência’ dos jornais’, disse ele.’
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Empresas chamam leitores para atuar como repórteres
‘No futuro, os leitores vão assumir o papel de jornalistas? A pergunta foi colocada em um dos painéis do 6º Congresso Brasileiro de Jornais. Ainda não há resposta para a questão, mas uma coisa é certa: o jornalismo antigo está com os dias contados. A proliferação dos blogs está aí para provar que a distância entre o leitor e a imprensa está definitivamente mais curta.
A participação dos leitores na produção dos jornais já é uma realidade, ainda que tímida. Na Espanha, o jornal El Correo criou um projeto de interatividade com duas páginas feitas inteiramente pelos leitores. Eles até posam de modelo em editoriais de moda. Na Coréia do Sul, há um jornal inteiro feito por leitores. No Brasil, há também algumas iniciativas pioneiras nesse sentido.
Numa das palestras de ontem, foi apresentado o projeto FotoRepórter, criado pelo Grupo Estado. A experiência abre espaço para publicação das imagens feitas por fotógrafos amadores. A idéia é fazer com que os leitores enriqueçam o conteúdo do jornal, ao registrarem momentos únicos, como a queda de um avião, a revista íntima num presídio ou um desastre natural, só para citar alguns exemplos já publicados.
Os leitores têm uma vantagem que os jornais nunca vão conseguir: a onipresença. Até agora, a iniciativa foi bem sucedida. Em dez meses de vida, o FotoRepórter recebeu 15.500 fotos de 6.520 fotógrafos – 70 deles de outros 24 países.
‘A impressão que tenho é que os leitores estão mudando mais depressa que os jornais. E a internet contribuiu muito para plantar essa semente de interatividade’, diz o fotógrafo Juca Varella, responsável pelo projeto. ‘ No ataque terrorista ao metrô de Londres, a maioria das imagens dos jornais no dia seguinte havia sido feita por fotógrafos amadores.’
Há quem veja com restrição a participação dos leitores na produção dos jornais. Ela deve existir, mas até um certo ponto. ‘A interação com os leitores serve como um termômetro dos ânimos do público. Mas eu não vejo como isso pode nos levar a melhorar a qualidade. Os leitores têm uma visão muito parcial da realidade. Eles nunca vão substituir os jornalistas’, disse o jornalista Ilimar Franco, autor de um blog no site do Globo. ‘Nós devemos considerar a opinião dos leitores, mas não devemos nos aprisionar a ela.’
A figura do leitor-repórter foi criada pelo Jornal do Brasil após a reformulação que reduziu o tamanho original para uma derivação do berliner (formato entre o tradicional e o tablóide). Para abrigar em suas páginas, e também na versão online, as contribuições espontâneas de leitores, o jornal apelou para a interatividade, sugerindo que os leitor relate assuntos de seu interesse.’
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Cresce a disputa entre as mídias
‘O diretor de negócios da Associação Mundial de Jornais (WAN, na sigla em inglês), Eamonn Byrne, diz que os jornais podem se beneficiar da fragmentação da programação das televisões.
Segundo Byrne, a TV sempre ocupou lugar de destaque na preferência do grande público. Mas tem perdido, ano a ano, a antiga liderança na Europa e nos EUA. Em particular, após a fragmentação da programação com a televisão paga.
‘O impacto para os anunciantes é fatal’, diz Byrne. ‘A pedra de toque da publicidade é a capacidade de impactar o consumidor, o que fica inviável com 300 canais à disposição.’
Já os jornais, tanto na versão impressa como na online, mantêm prestígio junto aos leitores e até têm ampliado participação em países como Índia e China, com crescimento de circulação em torno de 30% nos últimos dois anos, diz Byrne.
Por isso, os jornais, segundo o diretor da WAN, tendem a ocupar um papel de divulgação mais amplo do que as TVs. Essa tendência já se desenha na Europa e pode chegar à América Latina, segundo Byrne.
DISPUTA
Disputar o anunciante virou uma guerra na era multimídia. ‘Hoje em dia há anúncios em todo e qualquer lugar, de escada rolante a banheiros públicos’, diz Byrne. A arma que os jornais dispõem para conquistar espaço está na qualidade de seu conteúdo, uma vez que em termos de circulação os jornais têm se mantido estáveis.
‘O que é dito em 30 minutos de um telejornal corresponde a meia página de um impresso. Isso faz com que a capacidade de retenção seja maior’, diz Byrne, apresentando pesquisas feitas com equipamentos de monitoramento ocular, que medem o tempo de leitura das notícias.
Outra pesquisa, encomendada pela ANJ, destaca o papel do jornal na decisão de compra. A pesquisa feita pelo instituto Ipsos Marplan, mostra que a leitura se estende pela maior parte das seções do jornal, aumentado a chance de contato com todos os anúncios.’
ELEIÇÕES 2006
‘Economist’: presidente surfa para a vitória
‘Reportagem da revista britânica The Economist desta semana afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ‘está surfando para a vitória numa onda de bem-estar misturada com apatia’.
‘A apatia é gerada pelos problemas que Lula não conseguiu resolver ou, em alguns casos, agravou’, avalia a revista, lembrando que as taxas de juros no Brasil continuam elevadas e a carga tributária saltou para 37% do PIB. Mais: ‘A corrupção nunca pareceu tão espalhada.’ A revista avalia, porém, que ‘o brasileiro comum ou ignora esses problemas ou não confia que os políticos os resolverão’. Por isso, observa, as pesquisas sugerem que, se o voto não fosse obrigatório, metade dos eleitores não iria às urnas.
Segundo a Economist, o principal adversário de Lula na disputa presidencial, o tucano Geraldo Alckmin, ‘até agora fracassou em quebrar essa indiferença’. Na avaliação da revista, a campanha do candidato do PSDB ‘parece desmoralizada’, pois ele está sendo ignorado até por candidatos a governador de seu partido. ‘Até agora, Alckmin não ofereceu a um eleitorado complacente razões suficientes para mudar de presidente.’
Ao explicar que Alckmin reclama dos juros e da sobrevalorização do real, a revista opina: ‘Domar gastos públicos, ele corretamente afirma, é a maneira para baixar ambos.’ Mas pondera: ‘Mesmo assim, não oferece detalhes sobre os mecanismos indispensáveis para conquistar isso: mais reformas nas pensões financiadas pelo Estado.’
De acordo com a Economist, mais do que prever quem ganhará a eleição, a grande questão é saber se um segundo mandato de Lula seria mais produtivo do que o primeiro. ‘Depende muito se ele vai liderar ou não reformas para estimular crescimento e investimentos ou vai se juntar à massa de seu partido na resistência a elas.’ A avaliação é de que o programa de governo de Lula, divulgado na terça-feira, não é ‘encorajador’, embora o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, tenha dito que reformas serão implementadas após as eleições.
A Economist ressalta ainda que o PT poderá perder cadeiras no Congresso por causa ‘de seu envolvimento com corrupção’ e Lula ‘provavelmente montará maioria atraindo o PMDB e outros partidos famintos por patronagem governamental’. Para a revista, o momento exige ‘uma forte liderança para conter o apetite por dinheiro público’. E conclui: ‘A menos que a economia mundial não seja mais amigável, um segundo mandato poderá parecer muito com o primeiro.’’
CHINA
Condenado jornalista por ‘espionagem’
‘Um tribunal chinês condenou ontem o correspondente em Hong Kong do jornal Straits Times, de Cingapura, a 5 anos de prisão por espionagem. A condenação de Ching Cheong ocorreu uma semana após um pesquisador do New York Times ser inocentado das acusações de espionagem, mas sentenciado a 3 anos de prisão por fraude.
Ching foi detido em abril de 2005 durante uma visita à província chinesa de Guangdong (Cantão). Funcionários chineses o acusaram de comprar informações e passá-las ao serviço de inteligência de Taiwan de meados de 2000 até março de 2005.’
TELEVISÃO
Band vence Globo
‘A Band conseguiu na Justiça o direito de captar imagens de jogos de futebol em estádios. A emissora venceu um processo que movia contra a Globo desde o ano passado, alegando que foi impedida pela rede de entrar em dois estádios para gravar os jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol.
A Band alega que foi barrada na porta dos estádios por um ofício em nome da Globo em que a emissora exige que nenhuma outra rede de TV entre nos estádios, o que é ilegal. Apesar de a Globo deter os direitos de transmissão do campeonato, a lei permite que outras emissoras exibam até três minutos de imagens editadas das partidas em noticiários e durante a programação.
A Globo primeiramente negou que tentou impedir a entrada da Band, depois confirmou o ‘boicote’. Após o incidente, a Band precisou de liminares da Justiça para poder entrar nos jogos. Esta semana a rede conseguiu decisão definitiva da 38ª Vara Cível de São Paulo, que permite sua entrada nos jogos e a transmissão de 3 minutos de imagens ao vivo, se assim preferir. O juiz entendeu a ação da Globo como censura prévia e condenou a atitude da emissora.
entre-linhas
Escalada para Paraíso Tropical, próxima trama das 9 da Globo, Débora Falabella, ainda no ar em Sinhá Moça, estará também no novo filme de Daniel Filho: Primo Basílio.
Aguinaldo Silva gostou tanto da participação de Marília Gabriela em Senhora do Destino que a quer novamente em sua próxima trama.
A Net abriu o sinal de seus dois canais da SporTV para toda a base de assinantes até o dia 10 deste mês. O SporTV (canal 38) e o SporTV 2 (canal 39) só estão disponíveis nos pacotes a partir do Master.’
Cristina Padiglione
Casseta desequilibrou Dança no Gelo
‘Bem que o casseta Marcelo Madureira emprestou graça extra ao cotado concurso de dança do Faustão, a Dança no Gelo, no último domingo. Mas, ao debochar da atração e dar nota 5 a Juliana Paes, a casa caiu. Sem rodeios, a direção do programa solicitou a Madureira que, dada a primeira nota 5 (os jurados costumam dar 9 ou 10), ele ao menos deveria manter esse patamar aos demais candidatos para não desequilibrar a média entre eles. Só Deborah Secco levou 6. Fato é que o rigor do jurado, bem ao modo Aracy de Almeida, não agradou ao staff do Domingão.’
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Folha de S. Paulo
Sexta-feira, 1 de setembro de 2006
CONGRESSO DOS JORNAIS
Superoferta de informação é desafio para jornais, dizem diretores na ANJ
‘O diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, e o de ‘O Estado de S. Paulo’, Sandro Vaia, reunidos ontem em São Paulo no debate de encerramento do 6º Congresso Brasileiro de Jornais, disseram que o jornalismo impresso vive um momento de crise.
Frias Filho falou das ameaças que o ‘jornalismo que se propõe de qualidade’ sofre pela ‘superoferta de informação barata’, advinda principalmente da internet. Sandro Vaia afirmou que a ‘crise de identidade’ é provocada pelas ‘transformações tecnológicas e pelas mudanças comportamentais da sociedade’.
Os dois discutiam ‘Para onde vai o Brasil? Qual é o papel dos jornais nessa trajetória?’, tema do debate de que participaram ainda o antropólogo Roberto DaMatta e os diretores de Redação Marcelo Rech, do ‘Zero Hora’, e Josemar Gimenez, dos diários ‘Correio Braziliense’ e ‘O Estado de Minas’.
Contradição social
DaMatta fez a exposição inicial, defendendo que a sociedade brasileira concilia a utopia moderna da igualdade de todos perante a lei com o desejo de manutenção de relações pessoais, aristocratizantes, que valorizam a distinção social. O trabalho de mediação entre esses desejos opostos, afirmou DaMatta, cabe ao jornalismo (tanto quanto ao Estado).
‘O grande desafio do jornalismo e da sociedade brasileira está em como transitar de uma sociedade de viés pessoal e aristocrático para uma sociedade igualitária’, declarou.
Os dois jornalistas a falar em seguida, Gimenez e Rech, defenderam a importância do jornalismo para o cumprimento dessa missão, manutenção das liberdades individuais, combate aos privilégios e à corrupção.
‘Sobre o tema da corrupção, o país está vivendo um momento diferente, as instituições se posicionam de forma diferente, mas alguns atores ainda não entenderam isso muito bem’, disse Gimenez.
Rech declarou que ‘crescer a circulação de jornais é fundamental para ajudar a mudar o país’, idéia de alguma maneira retomada por Frias Filho ao dizer que a ‘principal contribuição’ que os jornais podem dar para tentar superar os principais problemas do país ‘seria, antes de mais nada, sobreviverem, e sobreviverem bem’.
Incerteza
O diretor de Redação da Folha afirmou que ‘há incerteza’ sobre como o jornalismo de qualidade -aquele que tem compromisso com a verdade factual e preocupação com a dimensão pública das notícias- pode sobreviver no meio eletrônico, já que é dispendioso e não se sabe se haverá receita publicitária suficiente na internet para bancá-lo.
Outro aspecto da crise vivida pelos jornais, disse Frias Filho, vem das ‘demandas contraditórias do próprio público’. Segundo o diretor de Redação da Folha, os leitores pedem ao mesmo tempo um jornal mais acessível e fácil de ler, por um lado, e mais profundo, sério e analítico, por outro.
Ele criticou a idéia de que os jornais devem se resignar a um público menor. Disse que devem sair da ‘torre de marfim’ e atender as novas demandas do leitor, mas sem perder sua ‘identidade pública’. Citou a Índia, onde a circulação de jornais cresceu 33% nesta década.
Ainda de acordo com Frias Filho, os jornais têm vantagens comparativas: uma credibilidade que não é alcançada por nenhum outro meio de comunicação, capacidade de investigação maior que a das outras mídias e seguem sendo a ‘referência informativa’ para o que aconteceu no dia anterior.’
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Sirotsky aponta revitalização da imprensa
‘Reeleito presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais) para o biênio 2006-2008, o empresário Nelson Sirotsky, diretor-presidente do grupo RBS, disse ontem em São Paulo, no encerramento do 6º Congresso Brasileiro de Jornais, que os jornais impressos vivem ‘um ciclo de revitalização’.
‘Há alguns anos tratávamos com muito ceticismo e preocupação as perspectivas futuras da nossa atividade. Felizmente, tivemos a ocasião, nestes dias, de perceber que estamos vivendo um ciclo de novas oportunidades, decorrentes do ambiente tecnológico e dos hábitos de nossos consumidores’.
‘A indústria brasileira de jornais sai fortalecida deste congresso. Estamos tendo a capacidade de conquistar novos leitores’, disse Sirotsky.’
ELEIÇÕES 2006
Na TV, Alckmin fala do mensalão e faz ataque direto a Lula
‘O programa na TV de Geraldo Alckmin decidiu mirar de vez nos casos de corrupção que atingiram o PT e o governo Lula. Na tarde de ontem, a apresentadora citou nominalmente os ex-dirigentes do partido Delúbio Soares, José Genoino e Silvio Pereira, todos assolados pelos escândalos. À noite, o tucano assumiu o discurso, citando ‘a vergonha do mensalão’ e ‘os ministros afastados’.
O programa noturno retirou os apresentadores, até então os encarregados dos ataques mais fortes a Luiz Inácio Lula da Silva. E o tucano, que vinha aumentando gradualmente as referências à corrupção, encampou de forma mais direta o discurso, novamente aproveitando para dizer que é ‘diferente’.
‘No ano passado, todo mundo se lembra da vergonha do mensalão, das denúncias, dos ministros afastados. (…) Por isso, eu estou aqui, olho no olho com você, para dizer que eu sou diferente dele, diferente.’
A mudança -substituição dos apresentadores pelo próprio candidato nos ataques- responde a críticas de que o tucano não está se vinculando às falas mais duras contra Lula para tentar reverter a desvantagem nas pesquisas.
À tarde, coube a uma apresentadora acusar o PT. ‘Nos últimos anos, vários ministros e altos funcionários do governo foram acusados por corrupção. José Dirceu, ministro de Lula, foi denunciado como chefe de quadrilha. Delúbio, tesoureiro do PT, Genoino, presidente do PT, e Silvio Pereira, secretário-geral do PT, foram denunciados como os outros chefes’, disse ela, que ainda listou Waldomiro Diniz e os ex-ministros Luiz Gushiken e Humberto Costa. E completou: ‘E Lula não sabia de nada? Lula não merece seu voto. Pense nisso’.
Os ataques da tarde não foram acompanhados de imagens dos envolvidos na crise, mas elas começaram a aparecer ontem à noite nas inserções.
O PT afirmou ontem que entrou com uma representação no TSE pedindo perda de 3min12s por falta de identificação da coligação PSDB-PFL nos ataques do dia 29. Mas a peça contou com a identificação -ainda que minúscula- das siglas que apóiam Alckmin.’
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Lula quer que Alckmin perca tempo na TV
‘Os advogados da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram ontem com ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra a propaganda do candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, veiculada na terça à noite, em que Lula foi criticado. Eles pediram o corte de 3 minutos e 12 segundos do horário do tucano.
Os advogados do presidente dizem que a propaganda tucana foi ‘ofensiva’ e procurou ‘ridicularizar e degradar’ o petista. Afirmam ainda que o programa usou recursos de trucagem para simular o seu encerramento antes do ataque a Lula.
O ministro do TSE Carlos Alberto Direito concedeu liminar proibindo o candidato do PT ao governo de Santa Catarina, José Fritsch, de exibir inserções em que Lula aparece.’
JABÁ & MENSALÃO
Para Gil, pagamento de jabá a rádios é como o mensalão
‘Em entrevista coletiva para lançar a primeira tiragem comercial do CD ‘Gil Luminoso’ -feito em 1999 para acompanhar um livro-, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse que o pagamento das gravadoras às rádios (o jabá) é uma espécie de mensalão, e pediu leis regulatórias para qualquer uso de serviço ou dinheiro público.
‘Precisa ter lei e regulação. Após o mensalão, não falaram que iam regular? Estamos esperando’, disse em seu estúdio na zona sul do Rio. Gil não defendeu a criminalização do jabá, bandeira de muitos artistas.
‘Posso ser contra o jabá, mas criminalizar é outra coisa. Rádio é concessão, tem o direito de comercializar seu espaço. É negócio, é capitalismo. Criminalizar é fácil, mas e aí? Como se fiscaliza? Mais aparato policial? Sou a favor da discussão aberta.’
Gil criticou os artistas que combatem a pirataria e não aceitam abrir mão dos direitos autorais em alguns casos.
‘Muitos acham que a propriedade intelectual é um direito adquirido, fechado, uma máxima intocável. Se uma escola de meninos pobres de uma favela de Recife fizer uma festa e tocar música de determinado autor, tem que pagar tanto quanto a TV Globo. Muitos saem gritando pela revolução, que são socialistas, mas é farinha pouca, meu pirão primeiro.’’
TODA MÍDIA
Surfando
‘Sob o enunciado ‘Lula está surfando a um segundo mandato’, que virou manchete de portal no Brasil, e com passagens como ‘espera-se que dê uma surra nos competidores’, a ‘Economist’ volta a falar de Lula.
No balanço, diz que ‘Lula escolheu o caminho de crescimento e igualdade dentro dos limites da política responsável’, criou ‘4,5 milhões de empregos, bem menos do que prometeu mas bem mais do que nos anos anteriores’, ‘direcionou as dádivas do governo aos pobres, seus apoiadores mais sólidos’ etc.
Na futurologia, diz que ‘o Brasil pode fazer melhor: em economia, crime, corrupção e na educação, para começar’. A ‘onda’ que surfa ‘mistura bem-estar e a apatia ‘causada por problemas que não resolveu ou, em alguns casos, piorou’. Lista juros, impostos e a corrupção, que ‘nunca pareceu tão espalhada’. Mas a maior dúvida é sobre Lula abraçar as reformas, como a da Previdência, ‘para incentivar crescimento’.
Na manchete do ‘Jornal da Band’, mais onda, ‘Vox Populi confirma que Lula vence _e com o dobro dos votos de Alckmin’. Lula foi a 50%, Alckmin, a 25%.
O QUE MENOS CRESCEU
O ‘JN’ deu manchete para a ‘decepção’ na economia, mas o enunciado mais pungente foi da BBC Brasil, ‘Brasil foi o país que menos cresceu no segundo trimestre’.
Era um levantamento da Economist Intelligence Unit, ligado à revista ‘Economist’, apontando o Brasil como o pior dos 28 países que divulgaram, até aqui, o PIB do período. Já o site do ‘Wall Street Journal’ foi menos dramático, contrapondo o PIB ‘mais fraco do que o esperado’ com a elevação da nota pela agência de classificação Moody’s. Por um lado, ‘motivo de preocupação’, e, por outro, ‘de otimismo’. Sempre do ponto de vista do capital externo.
‘UNA MIERDA’
O monitoramento de mídia da BBC levantou que os principais jornais argentinos, ‘La Nación’ e ‘Clarín’ , e chilenos, ‘El Mercurio’ e ‘La Tercera’, com destaque variado, ecoaram ontem as declarações atribuídas a Lula no livro ‘Viagens com o Presidente’. O ‘La Tercera’ falou em ‘fortes insultos’. O ‘Clarín’, em ‘indiscrições privadas’ _e depois deu no site http://www.clarin.com/ a negativa do governo brasileiro.
‘É EVIDENTE’
Na submanchete do UOL, ‘Serra elogia Saulo, mas diz que, eleito, trocará a equipe’. Na manchete do Terra, ‘Serra elogia secretário, mas diz que pretende mudar equipe’. Dele próprio, no ‘SPTV’, ‘eu vou fazer a alteração de toda a equipe’. E dele também, na Folha Online, que cobriu toda a sabatina, ‘Saulo teve mais acertos que erros… mas é evidente que eu vou trocar a equipe do governo’.
SUPER ROMÁRIO
Foi este o título do perfil do ‘Guardian’, ontem, sobre ‘um altamente sexualizado superstar brasileiro’. Um ‘gênio curto e grosso’, mas não ‘um grande do passado: ele ainda está jogando’. Está num ‘entulho’, o Miami FC, mas deve voltar ao Vasco para os mil gols, ‘marca um pouco esfarrapada’, de números duvidosos, mas isso não importa _afinal, é aquele que disse ‘certa vez que só faz gol após uma noite de ‘sexo glorioso’.’
TV DIGITAL
Protocolo Prevê Primeiro Chip No Brasil
‘O Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada do Rio Grande do Sul) assinou ontem, com a RF Telavo e a PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), protocolo de intenções para o desenvolvimento do que, segundo os participantes da iniciativa, é o primeiro chip comercial para TV digital desenvolvido no Brasil.’
INTERNET
Justiça federal manda Google abrir dados do Orkut
‘A Justiça Federal de São Paulo determinou ontem prazo de 15 dias para que a Google Brasil Internet Ltda. forneça os dados de internautas suspeitos de criar páginas de pedofilia e de crimes de ódio no site de relacionamento Orkut.
Se a empresa não cumprir a decisão, concedida liminarmente pelo juiz José Marcos Lunardelli, da 17ª Vara Federal Cível, terá de pagar multa diária de R$ 50 mil para cada uma das 38 ordens judiciais já expedidas pela Justiça Federal Criminal de São Paulo e que não foram atendidas.
Em entrevista exclusiva à Folha na semana passada, a diretora jurídica da Google, Nicole Wong, não descartou a possibilidade de a empresa fechar o serviço de relacionamentos no Brasil caso continue sendo ‘perseguida’ pelo Ministério Público Federal.
A decisão de Lunardelli atende em parte a liminar solicitada pelo Ministério Público Federal na ação civil pública proposta na semana passada contra a Google Brasil, filial da americana Google Inc. O procurador Sérgio Suiama havia pedido multa diária de R$ 200 mil para cada ordem descumprida.
A ação foi proposta porque a filial brasileira havia se recusado a fornecer os dados dos internautas sob o argumento de que as informações estavam em poder da matriz, nos Estados Unidos.
O juiz entendeu que o fato de os dados estarem armazenados nos Estados Unidos não é relevante, ‘já que a totalidade das fotografias e das mensagens investigadas foram publicadas por brasileiros, a partir de conexões de internet feitas no território nacional’.
Lunardelli classificou como ‘postura cômoda e complacente com os graves crimes praticados no serviço Orkut’ o argumento da empresa de que apenas possui um escritório de representação comercial no Brasil. ‘Para vender serviços no Brasil, a Google está presente, mas para colaborar com a elucidação de crimes, não!’
Suiama ressaltou que a decisão foi importante não só para esclarecer crimes específicos relatados na ação envolvendo pornografia infantil e racismo, mas para fixar a responsabilidade da filial de uma empresa multinacional por um serviço prestado no Brasil a brasileiros. ‘Espero que [a Google Brasil] acate a decisão e modifique essa postura irresponsável de ignorar a Justiça brasileira’.’
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Empresa diz que aguarda notificação
‘A Google Inc., que detém as informações dos usuários do Orkut, foi procurada ontem pela Folha, mas preferiu não se pronunciar porque ainda não foi notificada da decisão do juiz José Lunardelli.
Na semana passada, o advogado Durval Noronha, procurador da Google Inc. no Brasil, pediu informações em nove varas da Justiça Federal de São Paulo sobre os processos protocolados pelo Ministério Público Federal contra a empresa. Noronha disse que as ordens judiciais ‘jamais’ foram entregues à empresa.’
TELEVISÃO
Globo fará minissérie sobre holandeses
‘Maria Adelaide Amaral, a autora que mais escreveu minisséries da Globo nesta década (quatro até este ano, com ‘JK’), já trabalha na produção que a emissora levará ao ar no primeiro trimestre de 2008.
Depois de tratar dos jesuítas em São Paulo (‘A Muralha’) e da Revolução Farroupilha (‘A Casa das Sete Mulheres’), Maria Adelaide levará para a TV, em folhetim, a história da ocupação holandesa em parte do Nordeste brasileiro na primeira metade do século 17.
‘Estou lendo intensamente sobre o assunto’, conta. Ela pretende dar ‘ênfase’ ao período em que o conde Maurício de Nassau, baseado onde hoje é o Recife, governou o Brasil holandês, de 1637 a 1644.
‘Maurício de Nassau foi um típico homem do Renascimento, que trouxe artistas (Franz Post e Albert Eckhout) e cientistas para descobrir um novo mundo. E como Juscelino Kubtscheck, ele construiu uma cidade, na ilha de Antônio Vaz, no Recife’, diz Maria Adelaide.
Os holandeses fizeram incursões em vários Estados nordestinos, mas acabaram se fixando temporariamente em Pernambuco. Em busca do açúcar da cana, atacaram o Nordeste por meio de uma empresa, a Companhia Ocidental das Índias.
A passagem dos holandeses é tida como um período de desenvolvimento. Maurício de Nassau é descrito como um mecenas que desejava formar uma nação próspera.
TRIÂNGULO 1
Silvio, o personagem de Edson Celulari em ‘Páginas da Vida’ que muita gente acredita que se revelará bissexual, irá se apaixonar por Tônia Werneck, interpretada por Sônia Braga.
TRIÂNGULO 2
Segundo Manoel Carlos, autor da novela, o militar acabará disputando a escultora com o atual sogro, Tide (Tarcísio Meira). E será Silvio quem dará o fora em Olívia (Ana Paula Arósio), e não o contrário.
ESTRANHO NA GRADE
O Ministério Público Federal obteve liminar que obriga o SBT a cumprir a classificação indicativa de seriados, como ‘The O.C.’ e ‘Smallville’, que vem exibindo no horário livre, sob pena até de corte de seu sinal. O SBT vai recorrer da decisão, que é provisória.
ARENA LIVRE
A Band, que no ano passado foi barrada em estádios pela Globo, obteve sentença de primeira instância que lhe dá o direito de gravar com equipamentos próprios todos os jogos de futebol disputados no Brasil, desde que a exibição não ultrapasse 3% do tempo da partida.
ARENA LIVRE 2
A grande novidade é que a Band pode fazer isso ao vivo, ou seja, dentro do limite de tempo legal, pode dar flashes ou mostrar gols antes do fim do jogo. A Globo não comentou a sentença, mas vai recorrer dela.
SEM MOCINHA
A Record adiou para o final de setembro as gravações na Itália de cenas de ‘Vidas Opostas’. É que a próxima novela das oito da emissora ainda não tem os protagonistas.’
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