Sunday, 22 de December de 2024 ISSN 1519-7670 - Ano 24 - nº 1319

Publicidade foca em preocupação socioambiental

Leia abaixo a seleção de terça-feira para a seção Entre Aspas.


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Folha de S. Paulo


Terça-feira, 25 de dezembro de 2007


SUSTENTABILIDADE
André Palhano


Marketing gera debate sobre ação social


‘A preocupação socioambiental das empresas é um reflexo fiel da realidade ou elas estão somente aproveitando o momento de maior preocupação com o planeta para valorizar suas marcas? Essa é uma pergunta que sempre gerou debates acalorados entre especialistas, mas que agora ganhou um novo tempero: a multiplicação das campanhas publicitárias relacionadas ao tema. Aos olhos do consumidor, de repente todo mundo parece se preocupar com a sustentabilidade. E agir em nome dela.


‘Realmente estamos vendo uma onda de campanhas ligadas ao tema. E não há uma resposta simples: as áreas de marketing das empresas respondem, sim, a um ambiente de maior preocupação social e ambiental, mas ao mesmo tempo seria irresponsabilidade de um profissional da área bancar uma campanha com esse apelo sem encontrar nenhuma coerência com o discurso e as práticas da própria empresa. O risco é muito grande’, aponta o secretário-executivo do Gife (Grupo de Institutos Fundações e Empresas), Fernando Rossetti.


É fato que o tema ganhou relevância no mundo corporativo nestes últimos anos. O universo de empresas brasileiras que podem ser chamadas de ‘responsáveis’ aumentou consideravelmente, assim como a cobrança nesse sentido, e a percepção de que se preocupar com aspectos sociais e ambientais faz bem para o negócio passou a incorporar as modernas práticas de gestão empresarial.


Não por acaso, a própria definição de sustentabilidade no meio é ancorada em como aliar a geração de lucros (econômico) com o respeito ao indivíduo (social) e a preservação do planeta (ambiente). Em inglês, o ‘triple botton line’.


As campanhas publicitárias ligadas à sustentabilidade, no entanto, ainda são vistas com desconfiança pelos consumidores. Segundo pesquisas de opinião, há uma percepção generalizada de que as empresas só adotam ações de responsabilidade socioambiental com objetivos de marketing. Ou seja, fazem mais para fora do que para dentro. Ao mesmo tempo, as empresas consideram legítimo divulgar suas práticas e ações socioambientais, até como forma de valorizar a marca.


Para o economista José Eli da Veiga, coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (Nesa) da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP), o resultado dessas campanhas acaba sendo positivo.


‘Ainda que a maioria das empresas use o tema da sustentabilidade de maneira oportunista, isso acaba a levando a pensar mais seriamente essas questões, até porque seus próprios clientes, funcionários e fornecedores vão bem ou mal receber essa mensagem’, afirma.


‘A empresa que faz isso por oportunismo corre o risco de o feitiço virar contra o feiticeiro. Afinal, ela está ensinando os públicos com quem se relaciona a dar mais importância ao tema da sustentabilidade.’


Exagero


Há quem considere, de qualquer forma, que algumas empresas estão exagerando na dose, utilizando a sustentabilidade como foco de suas campanhas publicitárias sem terem esse conceito minimamente incorporado às suas práticas internas e externas.


‘O longo caminho na busca pela almejada sustentabilidade parece estar aumentando a ansiedade de muitas empresas em comunicar suas ‘iniciativas de responsabilidade corporativa’ sem o devido cuidado’, escreveu a especialista em comunicação voltada à sustentabilidade Juliana Raposo, em artigo publicado no site do Gife. ‘A sustentabilidade não é uma nova commodity, porque exige um processo de mudança interdisciplinar relacionado com a gestão corporativa e com impactos gerados pela empresa.’


Um dos maiores problemas nesse sentido, apontam os especialistas, está no risco de as empresas passarem a orientar suas ações de responsabilidade socioambiental com as lentes do marketing. Ou seja, deixarem de apoiar projetos e práticas sem apelo nos consumidores para priorizar as que tragam maior retorno de imagem.


‘Esse é um risco grande e está de fato se manifestando. A questão-chave é que o horizonte da ação de marketing é de curto prazo, pontual, enquanto a de responsabilidade socioambiental é de longo prazo. Quando se ‘cola’ a visão social aos projetos de marketing, pode se estar encurtando a visão das empresas em relação aos conceitos de sustentabilidade’, diz Rossetti, do Gife.


Como diferenciar


Como diferenciar quem é de fato responsável e quem é oportunista? Uma boa pista para saber se uma empresa está mais interessada no marketing do que na causa que ela apóia é o orçamento de suas campanhas ligadas ao tema. Se esse orçamento é maior do que o próprio investimento da ação socioambiental, há espaço para desconfiança. Como o investimento social de cada empresa não é necessariamente um dado transparente -há levantamentos estatísticos sobre esses números, mas os dados não são abertos por empresas-, resta ao consumidor pesquisar.


‘Em um momento em que todos falam de sustentabilidade, fica mais difícil identificar quem de fato acredita nessa idéia. Uma das maneiras é procurar as informações sobre as empresas, que ações desenvolvem e se suas próprias práticas de gestão são responsáveis’, afirma o presidente da Fundação Telefônica, Sérgio Mindlin, um dos pioneiros da responsabilidade corporativa no Brasil.’


 


É NATAL
Carlos Heitor Cony


Bimbalham os sinos


‘RIO DE JANEIRO – Houve tempo em que os jornais publicavam no Natal um editorial, crônica ou reportagem que começavam com este ‘bimbalham os sinos’. Era o tempo, também, em que hospital virava ‘nosocômio’, cemitério virava ‘necrópole’ e bandido virava ‘meliante’. Carnaval era o ‘tríduo momesco’. E Papai Noel atendia pelo pseudônimo de ‘o bom velhinho’.


‘Mudaria o Natal ou mudei eu?’ -é o verso final de um dos sonetos mais famosos da nossa língua, assinado por Machado de Assis, que não chegava a ser um poeta extraordinário, mas um observador cético, até mesmo cruel, da aventura humana. ‘Que eu, se tenho nos olhos mal feridos, pensamentos de vida formulados, são pensamentos idos e vividos’ -foi assim que ele encerrou outro soneto famoso, dedicado à sua mulher.


Misturar sinos bimbalhando com Machado pode parecer uma extravagância minha, mas a verdade é que na infância os sinos ainda bimbalhavam, não apenas nas igrejas, mas no presépio que o pai armava todos os anos, patinhos de celulóide nadando num espelho que parecia lago, os personagens de sempre na manjedoura, o burro e o boi compenetrados -os primeiros a adorar o menino que nascera. Os três Reis Magos se aproximando, montados em camelos de barro. Por cima de tudo, um cometa prateado com uma estrela iluminada e o sininho que tocava quando o vento batia nele.


Numa de nossas épicas mudanças, o presépio ficou desfalcado, um dos camelos se esfarelou e o espelho do lago se quebrou. O pai já estava cansado, pediu-me que o substituísse. Preferi armar uma árvore de Natal, era menos complicado. O pai a detestou, considerou-a uma profanação. Velho jornalista, jornalista de outro tempo, ele disse que Natal sem sinos bimbalhando não era Natal.’


 


LOTERIA
Clóvis Rossi


A sorte e a clandestinidade


‘SÃO PAULO – Sábado foi o sorteio do ‘Gordo de Navidad’, a tradicional loteria de Natal espanhola, que distribui mais de 500 milhões de euros em prêmios (algo próximo de R$ 1,4 bilhão).


Até aí, nada de novo. No Brasil também há um cacho formidável de todos os tipos de loteria. O fantástico, comparativamente, é que os ganhadores do ‘Gordo’ mostram a cara abusadamente na televisão e nos jornais. Aliás, o telediário da TVE (Televisão Espanhola) no sábado foi quase todo dedicado às comemorações públicas, não apenas diante das lotéricas que venderam os bilhetes premiados mas nas casas, bares, comércios, enfim, nos locais de freqüência habitual dos ganhadores.


No Brasil, nem ganhador do jogo de tômbola familiar no Natal (há ainda quem jogue tômbola no Natal?) conta de público que ganhou alguma coisa, mesmo que seja uma merrequinha qualquer.


Ou, posto de outra forma: o brasileiro tem medo de ser feliz, de ter sorte. Porque tem plena consciência de que sua felicidade, sua sorte, pode acabar no minuto seguinte, seja por meio de um assalto violento, seja por meio de um seqüestro (relâmpago ou não tanto).


Não que não haja assaltos na Espanha. Tem até aumentado, como acontece aliás no mundo todo. No mesmo sábado do ‘Gordo de Navidad’, mascarados levaram à luz do dia um punhado de relógios de uma loja da Channel em plena ‘milha dourada’ de Madri, como é chamada a área do bairro de Salamanca, no centro, em que se concentram as grifes mais lustrosas.


Mas a diferença entre o Brasil e o mundo civilizado é que, lá, os sortudos ainda não caíram na clandestinidade. O risco que correm é pontual, circunstancial.


Aqui, ao contrário, a sabedoria convencional diz -e o cotidiano o demonstra- que exibir algum ganho, pequeno ou grande, é condenar-se a ser atacado.’


 


TELEVISÃO
Mônica Bergamo


Além-Mar


‘O ‘Hoje em Dia’, da Record, vai ter matérias gravadas em Portugal e em países africanos em 2008, para aproveitar a boa audiência da emissora nesses lugares e acirrar a disputa com o ‘Mais Você’, da Globo.’


 


Cristina Fibe


TV paga exibe reprises e maratonas


‘Na TV aberta, diversos programas diários ganharam edições especiais de Natal. Na TV paga, pouco se preparou especialmente para a data, talvez porque, neste dia, os telespectadores fiquem mais afastados da TV (será mesmo?).


O que se vê são, em sua maioria, reprises ‘especiais’ como as do GNT: o canal exibe, de hoje a sexta, às 23h30, programas escolhidos pelos assinantes por meio de enquete no site. O primeiro eleito, para hoje, é a conversa sobre vaidade entre Ingrid Guimarães, Irene Ravache e a gari Isabel Pelegrino, em ‘Mulheres Possíveis’, seguida pelas ‘Festas de Nigella’.


No Canal Futura, uma série de documentários dá o tom do dia. Às 16h30, ‘Natal! Família! Ação!’ mostra uma ceia em um picadeiro de circo; às 19h30, é a vez de ‘Janela da Alma’, de Walter Carvalho e João Jardim; às 21h, é exibido ‘Carlitos: A Arte de Charles Chaplin’, sobre a vida do ator, e, na seqüência, o curta ‘O Vagabundo’.


Já o HBO programou o filme ‘Jesus – A História do Nascimento’ (21h) e a Fox, ‘Sobrevivendo ao Natal’ (22h).


Para os que querem passar o dia em frente à TV, há maratonas como a da Nickelodeon, com histórias de Natal dos principais desenhos do canal (das 8h às 22h). Finalmente, no ano em que se soube o final da saga, ‘Harry Potter’ também dá as caras. A Warner transmite, às 13h, o segundo filme da série, ‘Harry Potter e a Câmara Secreta’. Às 16h, traz a última parte da trilogia ‘O Senhor dos Anéis’.’


 


Inácio Araujo


Canais poupam seus filmes no dia de Natal


‘Dia de Natal, e nenhum canal está muito a fim de queimar seus melhores filmes num dia em que todo mundo sai de casa para ir ao cinema, ou prepara a viagem de fim de ano, ou já foi viajar.


Só o TCM não liga para essas coisas e continua a programar seus velhos clássicos como se nada tivesse acontecido. Ou antes, na parte da tarde programa lá seus filmes natalinos de não muito peso, como ‘Um Conto de Natal’ (15h25).


De madrugada, entra ‘A Cidade dos Desiludidos’ (TCM, 2h40), um desses belos filmes de Vincente Minnelli sobre cinema. No caso, estamos em 1962, e é dos filmes rodados na Itália por americanos e dos atores americanos que iam até lá para fazer os filmes que se fala.


Um pouco mais cedo, às 23h30, o canal FX entra com ‘A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça’, um desses belos momentos em que Tim Burton produz horror, mas horror com o estofo das lendas, com muito desse encantamento que fala da infância e à infância.’


 


CINEMA
Laura Mattos


Tio Maneco tem dura missão de encarar Xuxa


‘Tudo bem que Xuxa não está mais com essa bola toda no cinema. Mas suas bilheterias mais recentes ainda giram em torno de 1 milhão de espectadores, o que é muito no Brasil.


‘Os Porralokinhas’, longa-metragem infantil que chega hoje aos cinemas, tem a difícil missão de duelar com a apresentadora, que estreou na última sexta-feira ‘Xuxa em Sonho de Menina’, seu 17º filme.


A produção traz de volta Tio Maneco, personagem que Flávio Migliaccio encarnou no cinema, no início da década de 70. ‘Aventuras com Tio Maneco’, dirigido pelo próprio Migliaccio e produzido em parceria com o diretor global Roberto Farias, chegou perto de 1 milhão de espectadores em 1971. O personagem acabou migrando para a televisão. Dentre as crianças do elenco estava Lui Farias, filho do produtor.


É ele o diretor e roteirista de ‘Os Porralokinhas’, que tem no elenco, além de Migliaccio, Heloisa Perissé, Denise Fraga, Antonio Calloni e Lúcio Mauro Filho, entre outros.


Farias conta que ofereceu à Globo Filmes (braço cinematográfico das Organizações Globo) uma adaptação do livro ‘Rota 66’, de Caco Barcellos.


‘Na época, o Daniel [Filho, diretor artístico da Globo Filmes] disse que já estava com ‘Carandiru’ e não queria outro policial. Ele falou que estava atrás de um infantil.’


Com o aval dessa grife, Farias resolveu rememorar Tio Maneco. Em ‘Os Porralokinhas’, inseriu cenas em que ele e os irmãos Mauro e Maurício aparecem com Migliaccio no longa de 1971. A história, recheada de cenas de ação, é de um grupo de crianças que vai passar as férias na mata com Tio Maneco e acabam nas mãos de bandidos.


O filme teve uma produção orçada em R$ 6 milhões, valor próximo ao gasto no de Xuxa. Resta saber se Tio Maneco conseguirá ser o rei dos baixinhos…’


 


Cristina Fibe


Produtora quer adaptar Dogma ao Brasil


‘Na contramão de lançamentos de peso (e caros) como os novos longas de Fernando Meirelles e Walter Salles, o ano que vem deverá ter quatro filmes nacionais de baixo orçamento que sairão de um só forno -a recém-criada Pax Filmes.


Treze anos depois, a produtora pretende estabelecer ‘um novo método’ de fazer longas, inspirado no Dogma 95, movimento criado pelos dinamarqueses Thomas Vinterberg e Lars von Trier, mesmo que sejam necessários alguns ‘fracassos’, como define o idealizador do projeto, Paulo Pons, 33.


É fato que o espectador brasileiro não costuma ser, digamos, muito receptivo quando se trata de filmes nacionais -quanto mais os de baixo orçamento. Ainda assim, o gaúcho radicado no Rio afirma que a proposta é ‘mudar o processo de fazer filmes demorados’ e criar ‘um método para fazer um longa em seis meses’, de até R$ 250 mil.


Blog e atores famosos


Depois de levar alguns ‘nãos’, conseguiu convencer o ator José Wilker, presidente da Riofilme, a aprovar seus primeiros projetos. Com R$ 320 mil de verba federal para aplicar em quatro filmes, desde que prontos até junho, Pons vendeu à Riofilme o direito de distribuição dos longas.


Ele juntou então uma equipe disposta a trabalhar longas noites pelo projeto -são cerca de 30 pessoas envolvidas no primeiro filme, ‘Vingança’-, conquistou alguns atores famosos -como Guta Stresser, José de Abreu e Márcio Kieling- e criou um blog (www.paxfilmes.tv/blog) em que publica ‘pílulas’ do making of que também pretende lançar.


Dez filmes até 2009


Mas não fica por aí. Além dos quatro longas previstos no acordo com a Riofilme, a Pax Filmes pretende concluir outros seis até meados de 2009 e ainda publicar dois livros: um sobre como o projeto foi montado e sobre o ‘método Pax’ e um segundo contando como foram feitos os filmes.


Mas, com todos esses lançamentos, como fica a qualidade?


‘Qualidade é a prioridade, mas preciso mudar esse processo de fazer filmes demorados.’ Mesmo que isso tenha que acontecer, como diz o produtor/roteirista/diretor, intercalando sucessos e fracassos.


‘A gente está tentando mudar algo, não é um mercado que já está pronto. Se eu não fizer isso agora, não vou conseguir fazer filmes daqui a dois anos.’’


 


Neil Norman


Estúdio de horror faz filme para a web


‘DO ‘INDEPENDENT’ – Você está preparado para ver ‘Drácula Morreu e Está Vivendo no Ciberespaço’? Ou ‘Frankinternestein’? A julgar pela primeira manifestação dos frutos da ressurreição da Hammer, esses filmes podem chegar antes do previsto.


Após adquirirem uma das marcas mais famosas do cinema, os novos donos da Hammer anunciaram que sua primeira produção será um filme para a internet, ‘Beyond the Rave’, exibido no MySpace.


O trailer (disponível em www.beyondtherave.net) mostra um jovem soldado que sai para fazer festa por 24 horas antes de partir para o Iraque. Inevitavelmente, as coisas vão ficando macabras.


‘Os longas levam muito tempo para serem produzidos’, diz Simon Oakes, CEO da Hammer. ‘Esta foi a maneira que encontramos de manter vivo o nome Hammer e de apresentá-lo a uma nova geração.’


A empresa foi comprada neste ano por um consórcio europeu encabeçado pela holandesa Cyrte Investments BV, o veículo de investimentos de John de Mol, criador do ‘Big Brother’.


Sob a direção de Oakes, a marca Hammer vai viver novamente com versões remasterizadas de clássicos antigos e produção de filmes novos.


Histórico


A Hammer Productions Ltd. foi formada em 1934 por um antigo humorista, William Hinds, cujo nome artístico era Will Hammer. A companhia produziu seu primeiro filme em 1935 e, após alguns anos criando thrillers baratos filmados em preto-e-branco, o diretor Val Guest criou ‘The Quatermass Xperiment’ (1955), um sucesso comercial que colocou a Hammer no mapa.


Mas foi o advento do Eastmancolor e, posteriormente, do Technicolor, somado à descoberta do catálogo de filmes de terror da Universal dos anos 1930 -’A Múmia’, ‘Frankenstein’, ‘O Lobisomem’- que proporcionaram à Hammer o sangue novo de que precisava.


Em 1957, ‘A Maldição de Frankenstein’ foi lançado, seguido pouco depois por ‘Drácula’, que fez grande sucesso.


Desprezados pela crítica -que os tachou de lixo pernicioso- na época em que saíram, os filmes da Hammer se converteram em parte essencial da história do cinema britânico. Cineastas como Tim Burton e Tarantino freqüentemente entremeiam homenagens ao estúdio em suas obras.


Parte do sucesso da Hammer se deve à qualidade dos envolvidos em seus filmes. Peter Cushing e Christopher Lee foram grandes atores; o diretor de fotografia Freddie Francis e o diretor Terence Fisher conferiram ao trabalho elegância e inteligência inacreditáveis, quando se consideram os orçamentos absurdamente pequenos com que os filmes eram feitos.


Com novos canais de distribuição sendo desenvolvidos, a Hammer tem uma boa chance de ressuscitar sua reputação de produzir horror de alta qualidade.


Tradução de Clara Allain’


 


 


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O Estado de S. Paulo


Terça-feira, 25 de dezembro de 2007


VIOLÊNCIA
James C. McKinley Jr.


Astros da música são alvos de chacinas no México


‘Astros de um estilo de música popular do México chamado grupero estão sendo assassinados num ritmo alarmante – 13 em um ano e meio, 3 deles só neste mês. A tendência acompanha uma onda de violência entre gangues de narcotraficantes do país. Nenhum dos crimes foi elucidado. Todos têm a marca de execuções do submundo mexicano – o que aterroriza os outros músicos gruperos, que, em ritmo sertanejo, cantam o amor, a violência e as drogas no México atual.


Um dos ataques mais chocantes vitimou Sergio Gómez, fundador e cantor do grupo K-Paz de La Sierra. Gómez foi seqüestrado na saída de um show em seu Estado natal, Michoacán, na manhã do dia 9. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte, na beira de uma estrada na periferia de Morelia, capital de Michoacán. Ele foi espancado, torturado com um isqueiro e então estrangulado com um cordão de plástico. Gómez tinha 34 anos e acabara de ser indicado ao prêmio Grammy.


‘Não entendemos o que houve, ele nunca fez mal a ninguém’, afirmou seu tio, Froylán Gómez. Os motivos dos crimes ainda são alvo de especulação. E a polícia não encontrou nenhuma prova que os ligue a um único assassino. Em alguns casos, os músicos pareciam ter ligações com membros do crime organizado, o que os transformava em alvos potenciais de ataques de represália lançados por gangues rivais. Outros haviam composto canções conhecidas como ‘narcocorridos’, baladas que glorificam o submundo dos narcotraficantes e assassinos de aluguel, o que pode ter desagradado desafetos destes. Há, por fim, situações em que, à medida que sua fama crescia, os músicos pareciam envolver-se com criminosos involuntariamente.


No caso de Gómez, mais conhecido por suas comoventes canções de amor, as autoridades investigam se o músico tinha ligações com o crime organizado. Até agora, no entanto, a investigação do seqüestro resumiu-se a uma confusão de versões conflitantes. Os investigadores ainda não interrogaram os dois empresários de Gómez nem os outros integrantes da banda. ‘É muito complicado para nós, pois todas essas pessoas saíram do Estado’, disse María Elena Cornejo Chávez, subprocuradora de Michoacán.


Os assassinatos têm sido especialmente brutais. No dia 13, José Luis Aquino, de 33 anos, trompetista da banda Los Condes, foi encontrado morto com sinais de espancamento, um saco plástico na cabeça e mãos e pés amarrados. No dia 1º, Zayda Peña, a cantora do conjunto Zayda y los Culpables, foi atacada a tiros num quarto de hotel em Matamoros, no Estado de Tamaulipas. Ela sobreviveu ao ataque, mas os assassinos a seguiram até o hospital e a executaram no leito com outros dois tiros. Zayda tinha 28 anos.


Grupos inteiros também já foram atacados. Quatro membros da banda Los Padrinos de la Sierra foram mortos a tiros no Estado de Durango, em 9 de junho.


Em 19 de fevereiro, homens armados com metralhadoras atacaram os integrantes da Tecno Banda Fugaz na cidade de Puruarán, Michoacán, matando quatro e ferindo um.’


 


‘MERCHAN’
Alberto Komatsu


Fabricante de cosmético para a classe C vai patrocinar o BBB


‘A oitava edição do Big Brother Brasil vai contar com o patrocínio de uma fabricante de cosméticos voltada para a classe C da Baixada Fluminense: a Niely. A empresa, que só neste ano deve registrar crescimento de 80%, investiu R$ 45 milhões em marketing e ampliação da produção em 2007. Já a fabricante de utilidades domésticas Tupperware, por sua vez, vai construir uma fábrica no Rio, no ano que vem, para sua linha de cosméticos batizada de Fuller.


As duas empresas fazem parte do segmento de cosméticos e produtos de higiene, que este ano vai faturar quase R$ 20 bilhões, com crescimento estimado em 13% em relação aos R$ 17,5 bilhões de 2006.


Nos últimos 11 anos, o setor cresceu acima do PIB, com média de 10,9%.


Juntas, as classes C, D e E respondem por 40,7% das vendas do setor. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).


‘A redução dos juros, os programas sociais do governo e a maior oferta de crédito no mercado ajudaram no aumento do consumo de cosméticos’, avalia o presidente da Niely Cosméticos, Daniel de Jesus. De acordo com ele, cerca de 50% das vendas da empresa estão concentradas na chamada classe C. A Niely tem quatro linhas de produtos: Gold, Gold Chocolate e Gold Orquídea (xampu, condicionador e cremes) e a Ton & Cor (coloração para cabelo).


O recuo da cotação do dólar em relação ao real, conta Jesus, foi repassado para o consumidor. Segundo ele, nos últimos seis meses a queda de preços dos produtos foi de 30%. Com a ampliação da produção, que custou R$ 25 milhões, a Niely teve de contratar 250 funcionários nos últimos 12 meses. Os investimentos em marketing, incluindo o BBB, serão de R$ 20 milhões no ano que vem.


Até a Tupperware se rendeu à indústria de cosméticos. A fabricante de utilidades domésticas entrou nesse nicho em dezembro de 2005, quando comprou por US$ 557 milhões a divisão de vendas diretas da Sara Lee, que atuava também no setor de cosméticos. No ano passado, a Tupperware adotou a marca Fuller para a venda de itens de beleza no Brasil, Argentina e México. A produção da empresa é terceirizada.


‘Vamos iniciar a produção própria em 2009. A capacidade ainda está sendo estudada’, diz a diretora de marketing da Tupperware, Patricia Shimojo. A nova fábrica será instalada em Guaratiba, zona oeste do Rio, onde já há uma unidade industrial da Tupperware. Entre 150 e 200 pessoas deverão ser contratadas pela empresa.


A Fuller tem pelo menos 300 produtos diferentes, entre fragrâncias, maquiagem e xampus. Este ano, Patricia estima que o crescimento das vendas de cosméticos vai ser de 15% em relação ao ano passado. Um dos fatores que explicam o crescimento é que o poder aquisitivo da população em geral aumentou, afirma Patricia.


A estratégia de vendas da Fuller é a mesma da Tupperware, a chamada venda porta-a-porta. A executiva explica, porém, que as vendas não são como antigamente, quando os vendedores batiam na porta das casas procurando novos clientes. Agora, diz Patricia, forma-se um círculo de clientes que são visitados regularmente. Segundo ela, os consumidores é que acabam divulgando para os amigos os produtos da empresa. Nessa estratégia, a criação de mais empregos na economia também ajudou. ‘Isso aumenta a quantidade de amigos, que acabam virando um mercado informal’, explica Patricia.


Até a Yakult, empresa de origem japonesa, ‘descobriu’ o setor de cosméticos, onde atua desde 1999. A empresa, mais conhecida pela bebida láctea que contém lactobacilos vivos, tem 100 produtos diferentes nesse setor. O investimento inicial, no Brasil, foi de US$ 5 milhões, lembra a gerente técnica da Yakult Cosmetics, Mizue Kishi.


‘Estamos ainda em fase de consolidação do mercado paulista, para onde se destina a quase totalidade das nossas vendas, mas com perspectivas de alcançar os Estados vizinhos’, afirma a executiva, acrescentando que o crescimento médio da empresa é de 10% ao ano.


Parte da produção, conta ela, é própria (linhas de produtos faciais e corporais). Demais produtos, como maquiagem, perfumaria e itens para cabelo, são produzidos por terceiros.’


 


TELEVISÃO
Julia Contier


A noite do Rei


‘No ano em que teve a imagem desgastada ao exigir a retirada da biografia Roberto Carlos em Detalhes das prateleiras, o Rei volta pela 33ª vez ao especial de Natal da Globo, com contrato assinado para 2008.


O show que vai ao ar hoje, logo depois da novela Duas Caras da Globo, foi gravado no ginásio Arena Multiuso, em Jacarepaguá – construído para os Jogos Pan-Americanos do Rio – e recebeu nove mil fãs do cantor.


Roberto interpretou Emoções, Como Vai Você e Ilegal, Imoral ou Engorda, cantou reggae de Bob Marley com Gilberto Gil e voltou a sucessos da Jovem Guarda, em um pot-pourri finalizado com Negro Gato.


Na seqüência, recebeu Camila Pitanga para duas músicas e seguiu tocando violão, em Detalhes. Terminou o set com Outra Vez, até receber a divertida Alcione, que o pediu em casamento.


O romantismo retornou com Te Amo, Te Amo, Te Amo e depois o Rei recebeu os últimos convidados. Com Roupa Nova, cantou Se Você Pensa e Whisky a Go-Go. Deixou para o final as músicas É Preciso Saber Viver e Luz Divina, que serviu de trilha para os agradecimentos e a tradicional distribuição de rosas vermelhas e brancas.’


 


 


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